Significado de 2 Reis 10

2 Reis 10

2 Reis 10 continua a detalhar o reinado de Jeú como rei de Israel e seus esforços para eliminar a adoração de Baal e erradicar a casa de Acabe.

Jeú realiza um massacre de todos os descendentes restantes de Acabe em Jezreel, bem como de qualquer pessoa que tenha qualquer ligação com a família de Acabe. Jeú então se dirige a Samaria e convida os oficiais da cidade a acompanhá-lo na adoração de Baal. Fingindo ser um devoto adorador de Baal, Jeú arma uma armadilha e ordena que os adoradores de Baal sejam mortos. Ele destrói o templo de Baal e o transforma em uma latrina.

O zelo de Jeú se estende até a cidade de Betel, onde elimina todos os que praticam a idolatria, cumprindo a profecia do homem de Deus de Judá. Apesar de seus esforços para destruir a adoração de Baal, Jeú não se afastou dos pecados de Jeroboão e dos bezerros de ouro.

O capítulo termina com o reinado de Jeú e a continuação das contínuas lutas e conflitos de Israel.

Em resumo, 2 Reis 10 retrata a campanha implacável de Jeú contra a adoração de Baal e a casa de Acabe. O capítulo destaca o compromisso de Jeú com essa causa, mesmo que ele não aborde totalmente as questões subjacentes à idolatria no reino. Também serve como um lembrete das consequências da desobediência e das complexidades da reforma religiosa.

Significado

10.1 Os setenta filhos de Acabe provavelmente incluíam netos. Jeú almejava eliminar todos os seus rivais na ascensão ao trono. Os chefes de Jezreel eram oficiais samaritanos que sempre visitavam a residência real em Jezreel. Tal entendimento elimina a necessidade de ligar o nome Jezreel a Israel, como é muitas vezes sugerido. Foram esses oficiais, com os anciãos (autoridades intimamente relacionadas às tribos) e os encarregados de educar e criar os filhos da família real que responderam a Jeú (v. 5).

10.2-5 A primeira carta de Jeú foi escrita para determinar quem representaria o maior risco ao seu remado. As mortes de Jorão (2 Rs 9.14-26) e de Acazias (2 Rs 9.27,28), dois reis, estavam recentes na memória dos governantes. Logo, a resposta dos líderes foi uma submissão temerosa ao poder de Jeú.

10.6-9 Mas quem feriu todos estes? Jeú simulou que sua mensagem não fora entendida e que, indubitavelmente, a maldade de Acabe contribuíra para o julgamento divino desses homens.

10.10 Avaliar Jeú é tarefa complexa. Deve-se considerar sua admiração pelo ministério dos profetas do Senhor e seu respeito pela Palavra de Deus. Entretanto, ele não ponderou suas ações com respeito à família de Acabe com misericórdia ou justiça para com os pobres e oprimidos. Jeú foi um instrumento para o julgamento de Deus, mas ele próprio foi alvo desse julgamento (2 Rs 10.31).

10.11 Jeú [...] nenhum lhe deixou ficar de resto. Ao matar todos da casa de Acabe, os apoiadores deste e os descendentes de Acazias que sobreviveram (v. 13,14), Jeú executou o julgamento de Deus. Ele usou o poder que o Senhor lhe deu para atingir seus objetivos egoístas. Sendo assim, nenhuma contradição existe entre o comissionamento divino de Jeú (2 Rs 9.6-10) e a sua condenação (2 Rs 10.31; Os 1.4).

10.12-14 Bete-Equede significa casa executada segundo as autoridades legais. Localizava-se perto do monte Gilboa. Em Bete-Equede, Jeú assassinou 42 homens da casa de Acazias.

10.15, 16 Jonadabe significa o Senhor é generoso. Ele entrou no carro de Jeú e partiu com este como um observador. Jonadabe foi um filho de Recabe ascético e nômade. Os recabitas eram conhecidos por sua fidelidade a Deus e aos austeros regulamentos previstos por Jonadabe (Jr 35.1-16).

10.17 Conforme a palavra que o SENHOR dissera. O feito de Jeú foi uma sanção profética (v. 10).

10.18-28 Os últimos feitos de Jeú, o exterminador, serviram para organizar um ataque frontal à adoração a Baal. O sincretismo religioso foi constante no Reino do Norte desde o princípio (1 Rs 12). Jeroboão I combinara a adoração a Yahweh com diversos elementos da adoração a Baal e a outras divindades cananeias, o que perdurou até a ascensão de Acabe, quando a religião de Israel alcançou o seu ponto mais baixo, com a adoração oficializada e patrocinada pelo governo a Baal (1 Rs 16.31).

A erradicação dos sacerdotes oficiais de Baal alavancada por Jeú, descrita nesta seção, foi um grande passo no extermínio do mal do Reino do Norte. Entretanto, a partir desse momento, houve o retorno do sincretismo religioso, herança do reinado de Jeroboão I e de seus sucessores (v. 31). Portanto, o erro da adoração a Baal em Israel continuou até mesmo após a sua extinção por Jeú, só que de forma não tão visível quanto no reinado de Acabe.

10.18-20 Finalmente, Jeú combateu a adoração a Baal. Com uma mentira, ele reuniu todos os profetas de Baal em um único lugar, o templo de Baal em Samaria (v. 21; 1 Rs 16.32). Jeú fingiu ser um defensor mais veemente desse deus do que Acabe. Ele chegou ao ponto de decretar uma assembléia solene a Baal na nação.

10.21-23 A casa de Baal era o mesmo templo que tinha sido construído por Acabe (1 Rs 16.32). Fazendo os profetas de Baal usarem as vestimentas diferentes, Jeú os marcou para morrerem. Além disso, Jeú pediu aos adoradores de Baal que inspecionassem a casa, para que nenhum dos servos do SENHOR estivesse entre eles.

10.25-28 Acabando de fazer o holocausto. Não se pode precisar se eram os profetas de Baal ou o próprio Jeú quem estava fazendo o holocausto. Se era Jeú, fora a maneira mais eficaz de evitar que os sacerdotes suspeitassem de qualquer perigo. Jeú seguiu o exemplo de Elias no monte Carmelo (1 Rs 18.40) e feriu-os. Contudo, as execuções de Jeú foram mais duras, pois ele reuniu todos os sacerdotes e os profetas de Baal da nação. A expressão até ao dia de hoje indica que, mesmo depois da queda de Samaria, até o tempo em que o texto foi escrito, era possível ver o repugnante lugar onde se localizava o templo de Baal. A declaração destruiu a Baal se refere somente às formas explícitas de adoração a Baal.

10.29 A erradicação da adoração a Baal por Jeú (v. 18-28) foi um ato político. Sua atitude de continuar as políticas de adoração nacionais estabelecidas por Jeroboão I claramente mostra a desconsideração de Jeú pelo verdadeiro avivamento espiritual de Israel.

10.30, 31 Bem executaste. Os atos de Jeú foram avaliados como uma obediência limitada (v. 31). Apesar de tudo, ele obteve uma grande conquista e recebeu a aprovação de Deus por seus feitos. De modo similar, um profeta comunicou a mensagem do Senhor a Jeú.

10.32, 33 Por Salmaneser III estar ocupado com pressões políticas no leste, Hazael se aproveitou da situação, assediando Israel ao longo de seu duradouro reinado. Após a morte de Jeú, Hazael marchou livremente para Israel e também para Judá (2 Rs 12.17,18; 13.22). Estes versículos são de extrema importância porque mostram que os ataques de Hazael foram parte do julgamento de Deus sobre Israel.

10.34-36 A trajetória de Jeoacaz se encontra em 2 Reis 13.1-9. Ele foi sucedido por Joás (também chamado de Jeoás; 2 Rs 13.10-13), por Jeroboão II (2 Rs 14-23-29) e, embora brevemente, por Zacarias (2 Rs 15.8-12). O assassinato de Zacarias por Salum, após um reinado de seis meses, pôs fim à linhagem de Jeú em sua quarta geração, exatamente como o Senhor dissera (2 Rs 10.30).

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