Significado de 2 Reis 3

2 Reis 3

2 Reis 3 retrata uma campanha militar envolvendo os reis de Israel, Judá e Edom contra os moabitas.

O capítulo começa com a morte do rei Acabe de Israel. Seu filho, o rei Acazias, governa em seu lugar e continua as práticas pecaminosas de seu pai. Após a morte de Acazias, Jeorão se torna rei de Israel.

Jeorão se une ao rei Josafá de Judá e ao rei de Edom para lutar contra o rebelde rei de Moabe. No entanto, eles se deparam com problemas quando ficam sem água para seus exércitos e animais. Desesperado, Jeorão procura um profeta do Senhor, e Eliseu é consultado.

Eliseu concorda em ajudar e garante que Deus proverá água. Ele os instrui a cavar valas e, milagrosamente, a água flui para as valas durante a noite sem chuva. Na manhã seguinte, a água reflete o nascer do sol e aparece para os moabitas como sangue. Eles assumem que os exércitos aliados se voltaram uns contra os outros, e essa confusão permite que os israelitas derrotem os moabitas.

O capítulo termina com os israelitas sitiando a cidade de Kir-Haraseth, onde o rei de Moabe oferece seu próprio filho como holocausto na muralha da cidade, causando grande angústia entre os israelitas. Este ato horrível leva os israelitas a se retirarem, encerrando a campanha.

Em resumo, 2 Reis 3 narra a campanha militar dos reis de Israel, Judá e Edom contra os moabitas. O capítulo destaca sua confiança no profeta Eliseu para orientação e o fornecimento milagroso de água em resposta às suas instruções. Também retrata as complexidades da guerra, o papel dos profetas nos assuntos militares e as ações perturbadoras tomadas pelo rei moabita em seu desespero.

Significado

3.1-8.15 Nesta seção se apresenta o ministério profético de Eliseu durante o período de guerra em que os moabitas e os sírios pelejaram contra Israel.

3.1, 2 Estátua de Baal. Provavelmente, essa estátua era de pedra e tinha sido erguida por Acabe, com uma inscrição e uma imagem do deus Baal. Apesar de ter sido guardada por algum tempo, não foi destruída, pois, posteriormente, tornou-se um dos objetos de que Jeú se livrou (2 Rs 10.26,27).

3.3, 4 Mesa, rei dos moabitas. A existência desse monarca se confirma por uma inscrição em um pilar conhecido como a Pedra Moabita. A inscrição indica que Onri conquistara as planícies de Moabe ao norte do ribeiro de Arnom e que a área permaneceu sob o controle israelita por todo o reinado de Acabe. Portanto, os eventos desse capítulo provavelmente aconteceram após a ascensão de Jorão e pouco antes da morte de Josafá, em 847 a.C. (2 Rs 1.1).

Contratador de gado. Este termo em hebraico (noqed) é usado somente para se referir a Mesa e ao profeta Amós (Am 1.1). Mesa devia ser um grande empreendedor, tendo em vista que tinha condições de pagar o exorbitante tributo de cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a sua lã.

3.5, 6 A revolta de Moabe levou Jorão a uma guerra punitiva.

3.7, 8 Irás tu comigo...? Por Josafá possuir parentesco com pessoas ligadas ao trono do Reino do Norte, por meio do casamento de seu filho Jorão com Atalia, filha de Acabe, era possível presumir que ele estaria disponível como um aliado. Como Edom tinha sido adicionado ao território de Judá como resultado de uma guerra anterior, Josafá propôs que ele e Jorão marchassem através de Edom para atacar o território moabita. Essa rota evitaria as fortalezas moabitas da fronteira e provocaria o ataque da sua retaguarda.

3.9, 10 A rota era muito difícil, o que se verifica pela afirmação não tinham água. Em uma campanha militar como essa, tanto os homens como os animais precisariam de mais água do que podiam carregar consigo.

3.11, 12 Profeta do SENHOR. Um profeta ou um adivinho viajava com frequência em campanhas de exércitos. Enquanto esse relato aparentemente enfoca a expedição militar em si, o papel crucial de Eliseu na história enfatiza a importância do ofício profético na antiga Israel.

3.13 Profetas de teu pai. Eliseu falou de maneira mordaz acerca dos perversos reis do Norte, que se consultavam com os profetas de Baal (2 Rs 1.2,3).

3.14 Vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou. Essas palavras também foram ditas por Elias (1 Rs 17.1). Conforme a declaração não olharia para ti, pode-se concluir que, como um adorador de Baal, Jorão não tinha o direito de reivindicar o favor de Deus. No entanto, ele foi beneficiado pela graça do Senhor para com Josafá.

3.15 O fato de Elias ter chamado um tangedor foi um esforço para alcançar uma atmosfera livre de guerra e de conflito, a fim de que ele pudesse concentrar-se na antecipada revelação divina.

3.16-19 Assim como em muitos milagres do Antigo Testamento, as palavras do profeta instruem o homem sobre como ele deve agir (2 Rs 4.3,4,41 ;6.6), para que a fé humana e a provisão divina caminhem juntas.

3.20-22 E a terra se encheu de água. Os leitos secos dos rios podem facilmente transbordar por causa de chuvas torrenciais. Inclusive áreas longínquas podem encher-se de água advinda de distantes córregos montanhosos trazida por chuvas fortes.

3.23-25 Isto é sangue. A água vermelha parecia sangue, e o rei moabita pensou erroneamente que os inimigos de outrora tinham brigado uns com os outros. Foi um trágico erro de cálculo.

3.26 Romperem. De fato, não se pode afirmar se o líder moabita desejava retaliar a ação do rei edomita de juntar-se aos reis aliados do outro lado do Jordão, se ele considerava o exército edomita despreparado, ou se ele estava tentando estabelecer uma rota de fuga. Talvez as três alternativas fossem possíveis.

3.27 Tomou a seu filho primogênito [...] e o ofereceu. Atos de desespero como esse são frequentemente observados na literatura do antigo Oriente Médio. Estudiosos se dividem quanto à indignação resultante ter sido da parte de Deus, de Moabe ou de Israel. A retirada das tropas parece sugerir que a indignação, nesse contexto, fora do exército israelita.

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