Significado de 2 Reis 4

2 Reis 4

2 Reis 4 apresenta uma série de milagres realizados por Eliseu, mostrando seu ministério profético e a intervenção de Deus em várias situações.

Na primeira história, uma viúva de um dos filhos dos profetas se aproxima de Eliseu, expressando sua terrível situação financeira e seu medo de perder seus dois filhos para seus credores. Eliseu pergunta a ela quais recursos ela tem e, com apenas uma pequena quantidade de óleo, ele a instrui a juntar vasilhas e derramar o óleo nelas. Milagrosamente, o petróleo se multiplica, permitindo que ela o venda e pague suas dívidas.

A segunda história envolve uma mulher sunamita que oferece hospitalidade a Eliseu. Em gratidão, Eliseu profetizou que ela teria um filho, e de fato ela deu à luz um filho. Tragicamente, o menino morre repentinamente. Eliseu ora a Deus e o menino é milagrosamente trazido de volta à vida.

O capítulo então descreve como Eliseu purifica uma panela de ensopado venenoso e alimenta um grupo de profetas, demonstrando o poder de Deus sobre substâncias nocivas.

O capítulo termina com a história de Eliseu multiplicando uma pequena quantidade de comida para alimentar cem homens, destacando a abundante provisão de Deus.

Em resumo, 2 Reis 4 mostra o ministério de milagres de Eliseu, demonstrando o poder de Deus em situações cotidianas. O capítulo ilustra a preocupação de Deus com as necessidades de Seu povo, Sua capacidade de realizar atos milagrosos por meio de Seus profetas e Sua provisão para aqueles que confiam Nele.

Significado

4.1-7 O poder de Deus, por intermédio de Eliseu, multiplicou o azeite da viúva. Sempre se fala dos “milagres de Eliseu”. No entanto, todas as maravilhas que esse profeta operou foram com a permissão de Deus. Por isso, o correto é dizer que Eliseu foi um instrumento para que o poder de Deus se manifestasse.

4.1 Uma mulher. O destino das viúvas era inseguro no antigo Oriente Médio. Um teste prático para verificar se os israelitas exerciam a misericórdia segundo os padrões estabelecidos por Deus era observar como os que estavam no poder tratavam as viúvas e os órfãos (Jó 24.21; SI 146.9). Tanto a Bíblia (Lv 25.39-45) como outras leis antigas permitiam a venda de membros da família como escravos para quitação de débitos, por isso o uso do termo credor. A Lei de Deus atuou com o intuito de diminuir esse abuso e a duração dessa situação.

4.2-7 Em alguns aspectos, esse milagre se parece com o que Deus operou por intermédio de Elias suprindo as necessidades da viúva de Sarepta (1 Rs 17.14-16). Em ambos os casos, Yahweh demonstrou que somente Ele é o Senhor da criação (1 Rs 17.1).

4.2-6 A botija continha azeite para unção, não para temperar alimentos ou servir de combustível. Um vaso assim não tinha muito valor.

4.7 Eliseu é chamado de homem de Deus nesta seção (v. 16, 21, 22, 25, 27). A palavra Deus em hebraico é, literalmente, o Deus, o que significa o verdadeiro e genuíno Deus. Eliseu não só supriu as necessidades imediatas da mulher, mas também as de longo prazo, de acordo com a sequência vende, paga, vivei.

4.8, 9 A amizade de Eliseu com a mulher de Suném também se parece com a de Elias com a viúva de Sarepta (1 Rs 17.8-16). O adjetivo com que ela descreveu Eliseu, santo homem de Deus, indica que ela percebeu que o profeta era verdadeiramente separado para o ministério.

4.10 Um pequeno quarto junto ao muro. Esse tipo de quarto era, geralmente, no telhado e podia ser acessado pelo lado de fora da casa. Ele acomodava os hóspedes, além de fornecer privacidade. Reconhecendo que Eliseu era um dos servos escolhidos por Deus, a mulher de Suném se preocupou ainda mais com a hospitalidade que daria a ele.

4.11, 12 O termo para moço (hb. na’ar, jovem ou criado), na maioria das vezes, significa uma pessoa engajada num período de treinamento. Em vez de olhar essa posição com desdém, Geazi a considerava uma oportunidade incrível. Normalmente, essa função exigia responsabilidade. A mesma palavra também é usada para caracterizar a relação de Eliseu com Elias (1 Rs 19.21). Infelizmente, Geazi provou não ser digno da confiança de seu mestre, como Eliseu foi de Elias.

4.13-16 Eliseu decidiu que a melhor coisa a fazer pela mulher era prometer-lhe o nascimento de um filho, apesar de seus anos de frustração por isso. Ao dizer não mintas, a sunamita pensou que até mesmo Eliseu seria incapaz de cumprir essa promessa.

4.17 O nascimento do filho da sunamita foi como o cumprimento da promessa do nascimento de Isaque (Gn 21).

4.18-21 E o deitou sobre a cama do homem de Deus. A ação da sunamita demonstra claramente sua fé. Apesar da tristeza que a consumia, ela colocou o destino de seu herdeiro nas mãos de Eliseu, por intermédio de quem, pela misericórdia de Deus, ela recebera a promessa de ter um filho. Colocar o corpo do rapaz na cama do profeta também manteve a morte daquele em segredo até que a mulher pudesse encontrar Eliseu. Mediante a atuação deste, a sunamita já presenciara o impossível acontecer. Mais uma vez, compare essa história à de Elias com o filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.17-24).

4.22, 23 Não é lua nova nem sábado. Não se trabalhava nesses dias; portanto, eram os dias mais apropriados para ver o profeta (Ex 20.9-12; Am 8.5).

4.24-27 Eliseu sabia que algo estava errado pela furiosa maneira como a sunamita guiava a jumenta (v. 24), mas Deus não fez o profeta saber de tal fato. Por isso, Eliseu disse: o SENHOR mo encobriu. Os profetas somente sabiam o que Deus lhes revelava (2 Rs 5.26). A ação apontada pela expressão pegou nos seus pés era um sinal de humildade e reverência (Mt 28.9).

4.28 Pedi eu...? A dor que a sunamita sentia pela morte de seu filho era pior do que o vazio que a dominara antes de o menino nascer. Segundo ela, a culpa do falecimento era do profeta. Contudo, foi a ele que a mulher pediu socorro.

4.29 O bordão de Eliseu, assim como a capa de Elias (2 Rs 2.13,14), era um símbolo do poder de Deus e da autoridade do profeta. Quando colocado sobre o corpo do rapaz, esse objeto representaria a presença do profeta e a fé deste homem em que Deus ressuscitaria o filho da sunamita.

4.30, 31 Vive o SENHOR. Com esse juramento, a mulher expressou sua fé no Deus vivo (1 Rs 17.1). Eliseu proferira uma declaração similar quando se recusou a deixar Elias (2 Rs 2.2, 4, 6). Dessa vez, foi o profeta quem ouviu essas palavras.

4.32-37 As ações de Eliseu demonstram que sua fé estava somente na pessoa e no poder de Deus, não no bordão que simbolizava seu ofício profético. Apesar de ele ter repetido os atos que seu mestre Elias lhe ensinara (1 Rs 17.17-22), sua fé transcendia o mero simbolismo ou o ritualismo. Eliseu buscava o único Deus que pode conceder vida e realizar milagres (Sl 36.9; 49.7-9). A ressurreição do menino foi uma prova de que a vida está nas mãos do Senhor (1 Rs 17.23).

4.37 Prostrou-se em terra. Esta atitude da sunamita foi um gesto de humildade e gratidão a Deus e ao Seu profeta. Apesar de não haver registro de qualquer palavra trocada entre ela e Eliseu, como no caso de Elias e da viúva de Sarepta (1 Rs 17.24), a reverência dessa mulher mostrou, de maneira mais do que eficaz, sua profunda gratidão.

4.38 Gilgal foi o primeiro lugar onde os israelitas acamparam após cruzarem o Jordão e chegarem a Canaã (Js 4.19,20). Provavelmente se localizava a 1.609 km ao nordeste de Jericó. A afirmação assentados na sua presença indica que Eliseu se sentou à frente dos filhos dos profetas.

4.39, 40 As colocíntidas eram venenosas, por isso a reação dos homens famintos, ao gritarem morte na panela, foi imediata e assustadora.

4.41 A farinha evidentemente não tinha propriedades mágicas. A fé que Eliseu possuía no Deus vivo foi o que efetuou o milagre.

4.42-44 Baal-Salisa era próximo a Gilgal. As primícias deviam ser apresentadas a Deus e aos Seus sacerdotes (Lv 23.15-17,20). Diante de um falso sacerdócio e uma religião adulterada prevalecendo no Reino do Norte, o homem levou sua oferta a Eliseu. O fiel profeta, então, de modo milagroso, multiplicou o pão, e houve mais do que o necessário.

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