Significado de Juízes 4

Juízes 4

4:1-5:31 A quarta juíza foi Débora, cujos sucessos, juntamente com Baraque, formaram a primeira passagem longa do livro dos Juízes. Singularmente nesta seção, está o hino poético de vitória (cap. 5), que se segue à narrativa da vitória de Israel.

4:1-3 Este novo capítulo segue o padrão do livro de Juízes ao ressoar os acontecimentos do capítulo 3. Novamente, o povo pecou e sofreu opressão, e, desta vez, os cananeus reinaram por 20 anos.

4:2, 3 Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. Anos antes, Josué derrotara um rei de Hazor chamado Jabim (Js 11.1-15). É possível que Jabim fosse um título e não um nome próprio, assemelhando- se ao uso da designação Abimeleque entre os filisteus (Gn 20.2; 26.1) ou Ben-Hadade entre os reis de Damasco. O nome Jabim foi encontrado em um texto de Mari, uma área arqueológica no rio Eufrates. O cenário de pequenos reinos rivais, proeminente nos dias de Josué, ainda prevalecia no período dos juízes (Js 2.2). Contudo, Jabim era visivelmente mais poderoso do que a maioria. Hazor, tendo sido destruída anteriormente (Js 11.11), foi reconstruída. O local do quartel-general de Sísera, Harosete-Hagoim, é desconhecido, mas a subsequente batalha aconteceu na parte norte de Israel, em torno do monte de Tabor (Jz 4:6) e do ribeiro de Quisom (Jz 4:7).

4:4-10 A campanha das tribos israelitas começou com a apresentação de Débora. Este episódio também demonstrou a ampla cooperação entre as tribos. Em resposta à ameaça do norte, Débora, que morava ao sul de Efraim, perto do território de Judá (Jz 4-5), ordenou que os israelitas mandassem tropas contra Sísera. Pelo menos seis tribos contribuíram enviando soldados: Naftali, Zebulom, Efraim, Benjamim, a parte oeste de Manassés (Maquir) e Issacar (Jz 4-6; 5.14, 15).

4:4 Débora é uma das cinco mulheres chamadas de profetisas no Antigo Testamento. As outras são Miriã (Êx 15.20), Hulda (2 Rs 22.14; 2 Cr 34:22), a mulher de Isaías (Is 8.3) e Noadias, uma falsa profetisa (Ne 6.14)- Débora também julgava em Israel (Jz 4-4, 5), decidindo casos embaixo de uma palmeira [tamareira, na NVI], o que demonstra as dimensões judiciais de seu juizado.

4-5 Ramá e Betei localizavam-se na parte sul da terra, perto de Judá. Ramá ficava no território de Benjamim (Js 18.25), e Betei estava perto da fronteira entre Benjamim e Efraim (Js 8.17; 18.13).

4:6, 7 Débora convocou Baraque de Quedes, em Naftali, um assentamento a sudoeste do mar da Galileia. Os soldados deveriam ajuntar-se no monte de Tabor, onde os territórios de Issacar, Naftali e Zebulom encontravam-se (Jz 4-6). A batalha travada feita ao longo do ribeiro de Quisom, que flui a noroeste na direção do mar Mediterrâneo, ao sul do monte de Tabor.

4:8-10 Baraque hesitou quanto à liderança dos israelitas na batalha. Sua falta de coragem forçou Débora a ir com ele, e, em consequência disso, a glória pela vitória foi para uma mulher. Neste ponto, naturalmente, presumimos que Débora fora esta mulher, contudo, descobrimos, mais tarde, que Jael, mulher de um queneu, matou o notório Sísera (Jz 4:17-22). Ambas as mulheres foram heroínas em um tempo no qual a liderança de Israel estava praticamente arruinada. Na verdade, Débora é mostrada como a melhor dentre todos os juízes do livro. Ela é designada profetisa (Jz 4-4), e muitos buscavam por suas decisões (Jz 4:5). Por essa razão, é chamada de mãe em Israel (Jz 5.7). Débora, provavelmente, está entre os chefes de Israel (Jz 5.2), por ter instruído Baraque na estratégia da batalha (Jz 4-9, 14). Ela também foi uma proeminente autora da canção de vitória (Jz 5.1) e deu seu nome para um lugar em Israel, as palmeiras de Débora (Jz 4:5).

4:11-16 Os detalhes da vitória são contados neste trecho. O versículo 11 antecipa a narrativa dos versículos 17-22 ao apresentar Héber, o marido de Jael, que vivia perto de Quedes e possuía uma relação distante com os israelitas. A ênfase dos versículos 12-16 está no poder de Deus e em sua obra.

4:12-16 A parte mais importante do impressionante exército de Sísera eram os novecentos carros de ferro. Eles consistiam de armas de guerra rápidas e manobráveis. Entretanto, os carros, aparentemente, perderam-se nas águas do ribeiro de Quisom (Jz 5.19-22).

4:17-24 Os detalhes da morte de Sísera são contados de maneira lenta e irradiados de suspense, forma que também caracterizou a narrativa do assassinato de Eglom (Jz 3.12-30). A conclusão da história é que o próprio Deus venceu Jabim.

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