Significado de Jeremias 7

Jeremias 7

Em Jeremias 7 o profeta se dirige ao povo de Judá e os chama ao arrependimento e à fidelidade a Deus.

O capítulo começa com uma advertência contra a falsa confiança no templo. Jeremias lembra ao povo que a presença do templo não garante sua segurança ou proteção, especialmente se eles continuarem a persistir no pecado e na rebelião contra Deus.

O profeta então chama o povo ao arrependimento, exortando-o a corrigir seus caminhos e fazer o que é certo aos olhos de Deus. Ele enfatiza que Deus deseja obediência e fidelidade, não apenas práticas religiosas externas.

Jeremias também adverte o povo contra a confiança em falsos profetas que os desviariam. Ele enfatiza que o julgamento de Deus está chegando e que a única maneira de evitá-lo é voltar a Ele em arrependimento.

O capítulo termina com uma descrição dos pecados do povo de Judá, enfatizando sua idolatria e seu desrespeito aos mandamentos de Deus. Jeremias enfatiza que esses pecados trouxeram julgamento sobre a nação e que somente o arrependimento e a fidelidade podem levar à restauração.

Em resumo, Jeremias 7 apresenta um chamado ao arrependimento e à fidelidade, advertindo contra a falsa confiança nas práticas religiosas e nos falsos profetas. O capítulo enfatiza a importância da obediência e fidelidade a Deus e serve como advertência a todos os que persistem no pecado e na rebelião.

Comentário de Jeremias 7

Jeremias 7:1-15 Essa passagem (chamada de Sermão do templo) marca o advento de uma série de quatro oráculos em prosa que tratam da religião falsa, desde o culto no templo em Jerusalém até a adoração abominável de divindades estrangeiras. O Sermão do templo vai de encontro à ideia popular dos dias de Jeremias de que Jerusalém e o templo do Senhor eram invioláveis. Chamamos isso atualmente de a heresia do culto no templo. A atividade de sacrifícios se desenvolvia, e o ofício dos profetas estava em plena ascensão. O povo supunha que a atividade religiosa constante garantiria a santidade e a segurança de Jerusalém e de seu centro de adoração. Entretanto, o ritual era isento de devoção genuína, à medida que as exigências éticas da aliança eram negligenciadas.

A data dessa proclamação geralmente é estimada como 609 a.C., no início do reinado de Jeoaquim (a passagem paralela em 26.1-24). Esse trecho é estruturado da seguinte maneira:

(1) introdução e apresentação (Jr 7:1, 2);
(2) chamado ao arrependimento (Jr 7:3, 4);
(3) determinações (Jr 7:5-7);
(4) acusação (Jr 7:8-11); e
(5) advertência sobre a desobediência (Jr 7:12-15).

Com a morte do rei Josias, Jeremias reconheceu que as reformas religiosas iniciadas por aquele rei temente a Deus haviam-se encerrado. O povo retornou à idolatria.

Jeremias 7:1, 2 A palavra que foi dita a Jeremias era uma mensagem direta de Deus no pátio do templo. Põe-te à porta. O trecho paralelo em 26.2 sugere que a proclamação se deu no pátio externo, onde Jeremias podia dirigir-se a um grande número de pessoas. Adorardes sugere o ato de se curvar em serviço e obediência a um deus, a um rei ou a um sacerdote. Ao se curvar, o adorador declarava obediência às exigências daquele que estava recebendo a honra (Jr 22.9).

Jeremias 7:3 Emendai (ARA). Nesse trecho, o chamado ao arrependimento utiliza um tema diferente (Jr 26.13) do usual traduzido como tornar a (Jr 3.1). Uma transformação completa dos caminhos e das obras do povo, além de seu estilo de vida e suas crenças, era necessária.

Jeremias 7:4 Não vos fieis transmite a ideia de segurança e confiança que o povo tinha em seu santo lugar. Eles acreditavam que, como Deus havia escolhido Jerusalém como sua habitação, havia prometido que um rei da linhagem de Davi permaneceria no trono para sempre e havia libertado a cidade dos ataques nos dias de Ezequias e de Isaías, Ele nunca permitiria que a cidade ou o templo fossem destruídos. Palavras falsas pode se referir à confiança infundada no templo como um símbolo idólatra ou na adoração de deuses estrangeiros.

O templo do Senhor havia-se tomado um amuleto para os israelitas. Eles acreditavam que o edifício garantiria sua segurança, independentemente de obedecerem às determinações da aliança. Essa esperança era mentirosa (Jr 3.23; 7:9; 8.8).

Jeremias 7:5, 6 A única esperança verdadeira para a habitação no contexto do templo era uma reestruturação radical da sociedade israelita. Se deveras emendardes (ARA), ou seja, corrigir ou fazer o bem, enfatiza a necessidade de transformação dos habitantes de Jerusalém. Se deveras fizerdes juízo. Essa expressão enfática indica a profundidade da corrupção que existia na terra; não havia justiça.

Estrangeiro diz respeito aos habitantes não judeus que ocupavam a terra. O órfão e a viúva deveriam receber tratamento especial de acordo com a Lei, mas estavam sendo abusados pelos líderes de Jerusalém.

Sangue inocente diz respeito às pessoas condenadas por crimes capitais com base em acusações falsas, tais como o profeta Urias (Jr 26.23). A preocupação humanitária em relação a todos era um conceito central da aliança. Andar após outros deuses significa servir-lhes e adorá-los.

Jeremias 7:7 Eu vos farei habitar. Essa expressão enfatiza a vontade real de Deus para estabelecer a nação de Israel na terra. Para que o povo pudesse habitar na terra, teria de ser fiel a Deus (Dt 7:6-11).

Jeremias 7:8 O refrão do versículo 4 é complementado aqui pela expressão para nada são proveitosas (2.8, 11). A ideia de que o templo era inviolável era tão inútil quanto os deuses impotentes que Israel idolatrava.

Jeremias 7:9 As determinações da aliança que os habitantes de Jerusalém haviam violado são listadas aqui (Ex 20.1-17). Queimareis incenso. Jeremias usa essa expressão muitas vezes no contexto da adoração a outros deuses que não o Senhor (Jr 1.16). Conhecer refere-se a um relacionamento íntimo, com propósito semelhante ao de marido e mulher.

Jeremias 7:10 E vós poreis diante significa colocar-se em submissão ao serviço de alguém. O ato de o povo entrar no templo de Deus dessa maneira enquanto adorava outros deuses era inconcebível. Além disso, o fato de achar que estava seguro (livre) o suficiente para realizar abominações (Jr 2.7) era o cúmulo da hipocrisia. Paulo elabora sobre esse conceito em Rm 6.12-16.

Jeremias 7:11 Caverna de salteadores. Como assaltantes escondidos em uma caverna em busca de segurança, Judá tentou se esconder por trás do santuário do templo para se proteger do julgamento divino. Entretanto, o Senhor havia visto a hipocrisia de Israel. Jesus citou esse versículo quando purificou o segundo templo (Mt 21.13).

Jeremias 7:12 Siló era o local da tenda da congregação e da arca do concerto nos dias dos juízes. Líderes na família de Eli haviam abusado de sua posição como sacerdotes em busca de ganho pessoal, e a idolatria estava se espalhando pela terra. Quando os israelitas tentaram utilizar a arca como um amuleto de vitória, ela foi capturada (ISm 4) e o santuário foi destruído pelos filisteus. Esses foram instrumentos do castigo divino por causa da maldade do povo de Deus. O amor do Senhor por Seu povo não o impedia de castigá-lo por sua iniquidade.

Jeremias 7:13 Todas estas obras são os pecados listados nos versículos 6, 8 e 9 de Jeremias.

Jeremias 7:14, 15 A antiga habitação de Deus, Siló, seria como exemplo da destruição iminente de Jerusalém. O templo tinha de ser destruído para vingar o nome do Senhor; o povo tinha de ser exilado para limpar a terra da iniquidade.

Jeremias 7:16-20 Esses versículos detalham a idolatria a Istar (Aserá, a deusa assíria do amor, da fertilidade e da guerra). A condenação das práticas culturais decadentes de Judá continuam com um oráculo de julgamento apresentado como uma mensagem do Senhor a Jeremias.

Jeremias 7:16 A instrução de Deus a Jeremias, não ores por este povo, indica a profunda depravação dos habitantes de Jerusalém (Jr 11.14; 14.11). Nenhum tipo de clamor deveria ser feito em favor de Judá. Deus não ouviria os apelos de Jeremias.

Jeremias 7:17, 18 Rainha dos Céus refere-se a Istar, que era cultuada em centros de adoração a céu aberto ao longo de toda a região oriental do Mediterrâneo e da Mesopotâmia. A adoração a Istar envolvia a preparação de bolos especiais que traziam a imagem da deusa, bem como libações (Jr 44.19). A cooperação familiar na adoração idólatra a Istar estava em oposição direta às exigências da lei de que um pai deveria instruir seus filhos dos caminhos do Senhor (Dt 6.4-9).

Jeremias 7:19 Provocam, significando vexar ou irritar, descreve os efeitos da contínua infidelidade de Israel. Além disso, o povo estava trazendo danos sobre si mesmo.

Jeremias 7:20 O julgamento de Deus contra a idolatria abominável a Istar é descrito em termos de um fogo que não se apagaria. A devastação do fogo alcançaria homens, animais, campo e frutos.

Jeremias 7:21-27 Os salmistas e os profetas eram unânimes ao declarar que Deus exigia obediência em vez de sacrifício (SI 40.6-8; 51.16, 17; Os 6.6; Am 5.21-24; Mq 6.6-8). O sacrifício nunca poderia promover a comunhão com Deus se a pessoa não tivesse um coração arrependido e dedicado ao Senhor. Em contrapartida, o sacrifício (realizado corretamente) era totalmente necessário de acordo com os padrões de adoração que o Senhor havia estabelecido (Lc 1-7).

Jeremias 7:21 Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios. Pelo fato de o povo ter se esquecido do verdadeiro significado da adoração ao Senhor, poderia multiplicar seus sacrifícios o quanto desejasse, pois não iria adiantar. Deus não se importava com sacrifícios. Para Ele, era apenas carne.

Jeremias 7:22 Nem todos os sacrifícios foram rejeitados, apenas aqueles oferecidos sem o verdadeiro arrependimento e o compromisso de obedecer ao Senhor.

Jeremias 7:23 Deus exigia que Seu povo desse ouvidos à Sua voz. Para que vos vá bem. A obediência traria a bênção. Quando os profetas se pronunciaram contra os sacrifícios, não era contra o sistema que Deus havia estabelecido, mas contra a corrupção do sistema da maneira como o povo estava praticando. A mesma ênfase está presente em passagens do Novo Testamento que aparentemente falam contra a Lei. Tanto os autores do Novo Testamento como os profetas hebreus denunciavam os abusos contra os padrões divinos.

Jeremias 7:24 A história de Israel é vista à luz da desobediência em vez da fidelidade à aliança, refletindo o coração malvado do povo (Jr 4-14). O resultado era uma piora, como andar para trás, em vez de uma melhora, ou caminhar adiante.

Jeremias 7:25 Desde os dias de Moisés, Deus enviou Seus profetas para chamar a nação de Israel à obediência fundamentada na aliança. Todos os dias madrugando e enviando-os indica a persistência e a urgência da mensagem de Deus por intermédio de Seus profetas.

Jeremias 7:26, 27 Inclinar os ouvidos sugere disposição em ouvir e prontidão em obedecer. Endureceram a sua cerviz indica desprezo em relação à vontade e à obra de Deus. Jeremias, como Isaías antes dele (Is 6.9, 10), foi informado de que o povo não reagiria favoravelmente à sua mensagem.

Jeremias 7:28 O povo era teimoso, e rejeitava as leis da aliança. Era persistente em desobedecer à voz do Senhor revelada por intermédio dos profetas. Correção refere-se à instrução da lei e dos profetas (Jr 5.3). Verdade diz respeito à fidelidade característica de Deus; porém, ausente entre Seu povo.

Jeremias 7:29-34 Esse oráculo de julgamento dá continuidade ao tema da idolatria e é apresentado em forma de lamento, tendo a seguinte estrutura:

(1) lamento introdutório (Jr 7:29);
(2) acusação (Jr 7:30, 31) e
(3) anúncio do julgamento (Jr 7:32-34).

Jeremias 7:29 Cortar o cabelo era uma maneira de expressar luto e tristeza. O ato também pode simbolizar o fato de que Judá rejeitou o relacionamento da aliança, como se tivesse rompido um voto de nazireu, um sinal de devoção pessoal em que a pessoa deixava o cabelo crescer (Nm 6.1-21). Altos desnudos (ARA). O local de pranto é o mesmo onde Judá realizava suas práticas idólatras (Jr 3.2). O Senhor havia rejeitado aquela geração, assim como o povo havia rejeitado a Lei (Jr 6.19) e havia sido rejeitado por seus amantes (Jr 4.30).

Jeremias 7:30, 31 O mal dessa geração, que vinha desde os dias de Manassés, incluía a colocação de abominações ou objetos detestáveis como ídolos e altares pagãos no templo de Deus. Os sacrifícios de Tofete, inspirados em práticas fenícias e cananeias, envolviam o sacrifício de crianças em períodos de crise ou desastre nacional. Queimarem [...] suas filhas. Isso acontecia no vale de Hinom, na porção sudeste de Jerusalém. Nunca ordenei. Em sua total confusão a respeito da vontade de Deus, o povo talvez achasse que poderia evitar a dominação estrangeira, a fome e o desastre sacrificando seus filhos. Nem me subiu ao coração. Essa ideia terrível era totalmente estranha à mente e à vontade do Deus vivo.

Jeremias 7:32 Eis que vêm dias. Essa expressão indica uma intervenção divina na história, geralmente em julgamento. Com a expressão vale da Matança Jeremias usa o recurso profético de mudar um nome para expressar a avaliação de Deus a respeito do vale de Hinom.

Jeremias 7:33 Cadáveres deixados a céu aberto à mercê das intempéries e dos animais eram considerados uma terrível profanação no Oriente Médio antigo.

Jeremias 7:34 As orações não serviriam de nada a Judá por causa de seu grande pecado. A nação estaria destituída de alegria e de folguedo. A terra tornar-se-ia em desolação. A palavra desolação é utilizada de maneira extensiva por Isaías, Jeremias e Ezequiel para se referir à devastação de Jerusalém.

Jeremias 7:1-7 (Devocional)

Confiança Desviada

Em Jeremias 2-4 Jeremias falou da vida familiar e em Jeremias 5-6 da vida política. Neste capítulo ele fala da vida religiosa.

Os discursos em Jeremias 7-10 são conhecidos como os “discursos do templo”, que, incidentalmente, não precisam ter sido todos proferidos na mesma ocasião. Eles são um ataque frontal à confiança que o povo deposita no templo como a proteção segura de Jerusalém contra todos os inimigos. Esses discursos renderam a Jeremias inimigos duradouros.

Jeremias 1-6 formam uma unidade. Eles contêm profecias nos dias de Josias. Em Jeremias 7, estamos em um tempo posterior. O discurso do templo em Jeremias 26, que muitos comentaristas acreditam ser o mesmo aqui, é dado no início do reinado de Jeoiaquim (Jr 26:1). Lá, a reação à pregação é especialmente destacada. A pregação de Jeremias durou cerca de dezoito anos até então, de modo que ele tem cerca de quarenta anos aqui.

Jeoiaquim é um homem perverso. Ele desfaz todas as reformas de seu pai Josias. Ele serve a ídolos e leva uma vida de luxo. Este homem se torna um dos maiores inimigos de Jeremias. No meio de sua vida repleta de satisfação de seus próprios prazeres, Jeremias aparece de repente. Até agora lemos sobre a pregação de Jeremias, mas ainda não de oposição, de reações. Isso vai acontecer aqui.

Jeremias prega contra o próprio templo. Este é o maior insulto ao judeu. Aquele que ataca o templo ataca o ser mais profundo do judeu. Nesse discurso, então, está a semente do ódio que se enraíza cada vez mais profundamente e se revela cada vez mais ferozmente. O ódio mortal dos judeus sobre isso também é experimentado pelo Senhor Jesus quando fala da destruição do templo (Mt 26:59-68).

A palavra do SENHOR veio a Jeremias (Jr 7:1), significando que Jeremias recebeu uma comissão do SENHOR. Ele deve ficar na porta do templo – garantindo assim uma grande audiência – e proclamar a palavra a todos os que vão ao templo para se curvar diante do Senhor (Jeremias 7:2).

Jeremias deve proclamar a palavra a eles em nome do “SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel” (Jeremias 7:3). É como se Deus estivesse se dirigindo a essas pessoas em toda a Sua grandeza para deixar claro o contraste entre o que elas estão fazendo e Quem Ele é. Ele os conhece completamente. Ele vê o que essas pessoas estão fazendo. Parece bom, mas Ele conhece seus motivos, e estes não são bons, nem suas ações. Eles podem ser reconhecidos hoje em pessoas que, quando vão à igreja, acreditam que não são tão ruins assim. Mas Deus conhece seus caminhos e suas ações.

Ele os chama ao arrependimento. A chamada é simples, direta e inconfundível. O ponto não é manter as aparências de que eles estão seguindo bons caminhos e fazendo boas ações, mas realmente corrigir seus caminhos e ações. Se o fizerem, Ele os deixará “habitar neste lugar”, em Jerusalém, o que não é um dado adquirido. Os judeus presunçosamente tomam isso como certo. A declaração de um triplo “o templo do Senhor” mostra como eles estão convencidos da presença do Senhor no meio deles no templo (Jeremias 7:4). Eles acreditam que, por serem o povo de Deus, têm direito ao templo, enquanto estão totalmente alheios ao Deus do templo.

A voz de Jeremias troveja contra isso – certamente essas palavras devem ter soado assim em seus ouvidos – que um templo sem piedade é engano. Ele diz a eles que essas são palavras mentirosas de falsos profetas. São “palavras enganosas”, palavras que soam como um mantra. Um mantra é a repetição de palavras repetidas vezes, dando à pessoa a sensação de que as palavras faladas representam a realidade. Se você repetir algo com bastante frequência, é assim, eles acreditam.

Eles se sentem o povo escolhido de Deus. Eles acham que não têm nada a temer. Vez após vez, Deus libertou Seu povo do poder de nações hostis. Assim, eles se apegam à promessa da realeza eterna de Davi (2Sm 7:11-17) e à escolha do Senhor de Sião como Sua morada terrena (Sl 132:13-16). Portanto, na opinião deles, nada pode acontecer com o templo.

Certamente sob Ezequias Deus também operou uma grande libertação, não foi (2Rs 19:32-37)? Isso é, claro, por causa do templo que está ali, eles raciocinam. Como poderia ser entregue por Deus? Em sua superstição, eles veem o templo como um mascote. É a mesma superstição que Hofni e Fineias têm quando levam a arca como mascote para a batalha contra os filisteus (1Sm 4:3-11). Eles também acreditam que ‘é claro’ que Deus não deixará a arca cair nas mãos dos filisteus. Como eles estão errados e como o povo de Jerusalém está errado. Hipocritamente eles pronunciam três vezes que este é o templo do Senhor. É assim que essas pessoas são cegas.

Vemos isso ao longo da história do Cristianismo professo e também em nossos corações. A igreja católica romana também já pensou que nada pode acontecer com ela. Então Deus dá a obra de reforma. A Reforma tem pensado a mesma coisa. Também ouvimos isso na reforma posterior, quando é dito por alguns no chamado ‘movimento dos irmãos’: ‘O testemunho do Senhor, isso somos nós, não é? A Mesa do Senhor está conosco!’ Isso é repetido várias vezes e as pessoas acreditam nisso absolutamente. Quando o coração não mais permanece com a Palavra de Deus e ela se torna apenas uma religião externa, Deus deve pronunciar Seu julgamento sobre ela. Professar o cristianismo nos ensina que o que começou fielmente pode continuar no nome, mas Deus não pode mais se conectar com isso porque é apenas uma aparência externa.

Jeremias os sacode de sua falsa segurança. O SENHOR não aceita a mera observância de estatutos externos, mas a verdadeira piedade. Ele busca e “deseja a verdade no íntimo do ser” (Sl 51:6). Jeremias apresenta a eles as maneiras pelas quais eles podem realmente corrigir seus caminhos e ações (Jeremias 7:5). Para isso ele se refere às palavras de Moisés, aos caminhos antigos, às palavras do início. Destes, ele cita três preceitos. Se agirem de acordo com eles, podem mostrar que são sinceros diante do SENHOR.

1. Dois preceitos tratam da atitude para com o próximo. A primeira é praticar verdadeiramente a justiça entre um homem e seu próximo, sem levar em conta o interesse pessoal.

2. A segunda é que não oprimem os vulneráveis e indefesos, sendo a pior consequência o derramamento de sangue inocente, o homicídio, “neste lugar”, que é o templo (Jr 7,6). São pessoas que são presas fáceis para exploradores, para pessoas que não conhecem a compaixão. O SENHOR deseja especificamente que Sua mente para com os fracos seja mostrada (Dt 14:29; Dt 16:11; Dt 24:19; Sl 94:6; Dt 19:10-13; Dt 21:1-9) . O que eles estão fazendo agora é diametralmente oposto a isso.

3. O terceiro preceito diz respeito à atitude deles para com o SENHOR. No momento, eles ainda O insultam perseguindo outros deuses, o que os arruína. Quando eles não mais seguirem outros deuses, eles mostrarão assim que levam a sério o serviço ao Senhor (cf. 1Sm 7,3).

O SENHOR, quando vir essas coisas boas com eles, responderá (Jr 7:7). Ele não os expulsará de Jerusalém e da terra, mas os deixará viver lá. Afinal, é a terra que Ele deu a seus pais. Eles continuarão a viver lá, “para todo o sempre”, isto é, sempre. Isso significa que Ele também habitará lá.

Jeremias 7:8-11 (Devocional)

Indiferente para viver uma vida temente a Deus

A nitidez das palavras de Jeremias aumenta. Com um poderoso “eis” para enfaticamente chamar a atenção para isso, a repreensão do SENHOR é ouvida mais uma vez de que as palavras nas quais o povo confia em vista de sua posição são enganosas e, portanto, é inútil confiar nelas (Jr 7:8; Jr 7:4). Eles não servem para nada, não têm base e de forma alguma justificam suas ações ou os protegem do julgamento de Deus.

Suas ações revelam a verdadeira condição de seu coração (Jr 7:9). Nada está presente com eles das condições que o SENHOR estabeleceu para eles viverem na terra para sempre. Eles são culpados de violar vários dos dez mandamentos e ainda assim, enquanto vivem dessa maneira, eles também ousam expressar sua confiança no templo.

Eles são tão audaciosos que se atrevem a entrar na casa de Deus na presença de Deus e ali dizer que estão libertos (Jeremias 7:10). O SENHOR enfaticamente aponta para eles que eles estão de fato dizendo que estão usando sua libertação como uma ocasião para cometer todos os tipos de abominações. Eles estão fazendo mau uso do que receberam do Senhor pela graça como uma oportunidade para satisfazer seus desejos carnais (Gálatas 5:13; Juízes 1:4). Mas a graça não é uma licença para pecar.

Por sua conduta, eles fazem da casa do SENHOR um covil de salteadores, onde eles praticam seus negócios criminosos. Eles pensam que ali estão a salvo de outros ladrões que querem tirar-lhes os despojos (Jr 7:11). Eles fizeram da casa de Deus um covil de salteadores, como o Senhor Jesus também os repreende (Mt 21:12-13; Jo 2:13-17; cf. Is 56:7). Roubam ao SENHOR o que Lhe é devido e fazem o mesmo aos seus vizinhos. O SENHOR viu todas as abominações que Seu povo comete, Ele diz enfaticamente (Jr 7:11). Nada escapa Dele.

Jeremias 7:12-15 (Devocional)

O Exemplo de Siló

O SENHOR lembra Seu povo de Siló (Jr 7:12). Eles acham que podem reivindicar Sua presença porque têm o templo? Então eles deveriam ir para Siló. Eles verão um exemplo de advertência do qual nós também devemos aprender. Em Siló, Josué estabeleceu o tabernáculo (Js 18:1; Jz 18:31). Lá ele dividiu a terra por lotes. Lá Samuel começou a profetizar (1Sm 1:24).

Siló foi o centro religioso por 300 anos, até os dias de Eli e Samuel. Então Deus desiste de Sua habitação por causa da maldade de Seu povo, embora Ele tenha feito Seu Nome habitar ali (Sl 78:60-61; 1Sm 4:11). Ele fará o mesmo com o templo, também por causa de sua maldade e desobediência (Jr 7:13-14).

Ele tentou repetidas vezes levá-los ao arrependimento, enviando-lhes Seus mensageiros, Seus profetas. Foi tudo em vão. Ele sempre foi adiantado em enviar Seus profetas a eles e falar com eles (Jr 7:25). Ele falou repetidas vezes e enviou repetidas vezes (Jr 25:3-4). Ele fez tudo o que pôde para trazê-los de volta ao caminho certo, o caminho da bênção. No entanto, eles não quiseram ouvir. Por mais zeloso e persistente que o SENHOR tenha sido ao enviar e falar, o povo tem sido teimoso em sua recusa em obedecer. A causa disso é sua confiança no templo de Deus, e não no Deus do templo.

Ele fará com eles, as duas tribos, o mesmo que fez com as dez tribos, a quem chama de “todos os seus irmãos” (Jr 7:15). “Toda a descendência de Efraim” foi levada pelos assírios. As duas tribos cairão nas mãos dos babilônios e serão exiladas por eles. No passado Siló foi rejeitada e agora o SENHOR rejeitará Sião; no passado as dez tribos foram tiradas e agora o SENHOR fará com que as duas tribos sejam tiradas. Que Deus puniu o desvio Dele e de Sua Palavra no passado mostra que Deus punirá o desvio Dele e de Sua Palavra no presente. Devemos aprender com o passado (cf. 1Co 10:6).

Jeremias 7:16-20 (Devocional)

Adoração à Rainha dos Céus

Após a descrição clara da total desobediência do povo, o SENHOR tem uma palavra pessoal para Jeremias que introduz com as palavras “quanto a ti”. Jeremias é instruído pelo SENHOR a não levantar clamor ou oração a Ele em nome deste povo ou interceder com Ele por eles (Jeremias 7:16; cf. Jeremias 11:14; Jeremias 14:11-12). Eles são tão teimosos que a oração é inútil. O propósito de Deus é certo. Qualquer abordagem a Deus para orar por este povo é inútil.

Para o verdadeiro profeta, o ponto não é a queda do povo, mas a sua salvação. O verdadeiro profeta, portanto, além de pregar o juízo ao povo, ao mesmo tempo também buscará a presença de Deus em intercessão em favor desse mesmo povo (Êx 32:10-11; Am 7:2-3; Am 7: 5-6). O fato de o Senhor lhe dizer para não interceder com Ele mostra fortemente quão fervorosa e persistentemente o profeta orou. O verdadeiro profeta é antes de tudo um intercessor. Como olhamos para o cristianismo professo sobre o qual o julgamento de Deus também está vindo? Isso nos torna intercessores, que muitos ainda voltarão para Deus?

O SENHOR diz a Jeremias para olhar apenas o que está acontecendo nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, ou seja, em toda a Judá e em toda a Jerusalém (Jr 7:17). Jeremias está cego para isso? Certamente não, mas o SENHOR o deixa saber por isso que o que está acontecendo lá é muito ruim, muito terrível para orar mais. Isso nos mostra o relacionamento do SENHOR com Jeremias. Ele o envolve em Suas razões para proibir mais intercessão, para que Jeremias concorde com Ele nisso.

O SENHOR conta a Jeremias o que Ele vê. Toda a família – filhos, pais e mães – se compromete a oferecer sacrifícios aos ídolos, um dos quais se chama “a rainha dos céus” (Jr 7,18). Encontramos esse título na abominável idolatria da igreja católica romana, que chama Maria de “rainha do céu”.

Quando as crianças voltam para casa, os pais estão prontos para colocar fogo na lenha recolhida. Ao mesmo tempo, as mulheres estão ocupadas amassando massa para fazer bolos de sacrifício. Eles também oferecem libações para outros deuses. Uma oferta de bebida indica alegria. Eles se regozijam em sua adoração dirigida por demônios.

Quão terrível isso deve ser para o Senhor! Como isso O coloca de lado e O desafia. Como poderia ser diferente do que o que eles estão fazendo O deixa com raiva. Não apenas isso, mas eles fazem isso para sua própria vergonha (Jr 7:19). As pessoas que pecam sempre se envergonham. O pecado pode dar um prazer temporário, mas sempre termina em sofrimento amargo e sem fim se o pecado não for quebrado prematuramente por meio do arrependimento e da conversão.

O pecado afeta tudo, toda a área onde ele acontece (Jr 7:20; cf. Rm 8:20-22). Portanto, o julgamento inescapável e purificador de Deus deve vir sobre tudo. Deus derramará Sua “ira” e Sua “ira” com força total sobre todos, sem fim à vista: eles “arderão e não se apagarão”. A ira de Deus contra o pecado chegou ao fim para todos os que creem no sacrifício de Seu Filho. Porém, quem morrer no seu pecado, sobre ele permanece para sempre a ira de Deus (João 3:36).

Jeremias 7:21-26 (Devocional)

Obedecer é melhor que sacrificar

Após a condenação inflamada de sua idolatria, segue-se uma palavra sobre a oferta de sacrifícios (Jr 7:21). À luz do exposto, esta é uma palavra irônica. Dizem ao povo que é bom continuar trazendo seus sacrifícios e deixá-los comer deles. Deixe-os até mesmo adicionar seus holocaustos a ele. Acariciará seus sentimentos religiosos e também lhes dará uma sensação agradável no estômago. Eles terão cumprido bem seus deveres religiosos e não ficarão em situação pior.

Mas lembrem-se também de que o Senhor não disse nada sobre tal serviço de sacrifício a seus pais ou ordenou qualquer coisa sobre isso quando os tirou do Egito (Jeremias 7:22). Ele não falou de sacrifícios no Sinai, quando lhes deu Sua lei, mas apenas de obediência. Só depois disso Ele falou de sacrifícios. Deve ser nessa ordem.

Os sacrifícios só têm valor se forem acompanhados de uma caminhada em obediência aos mandamentos de Deus. É disso que se trata o SENHOR. Ele não prescreveu sacrifícios por causa dos sacrifícios como tais, mas sempre em conexão com um coração obediente. Se uma vida rebelde é levada, Ele odeia esses sacrifícios. Ele se agrada mais da obediência do que dos sacrifícios (Os 6:6; Sl 51:16-17; 1Sm 15:22).

Ele falou sobre a obediência e a bênção que vem com ela, que Ele será o Deus deles e eles serão o Seu povo (Jr 7:23). Se eles seguissem o caminho que Ele lhes ordenou, eles prosperariam. No entanto, eles não ouviram, mas andaram de acordo com os sussurros de seu coração duro e depravado (Jeremias 7:24). Em vez de avançar, eles retrocederam. O SENHOR tem feito todo o possível para que o Seu povo ande no caminho certo e na direção certa.

Desde o início, Ele enviou Seus profetas todos os dias para mostrar ao Seu povo que a obediência a Ele é o caminho da bênção (Jeremias 7:25). Ele não deixou nada sem uso para apontá-los para esse caminho. Mas o povo não ouviu e até piorou a situação do que seus pais (Jeremias 7:26).

Jeremias 7:27-28 (Devocional)

A Mensagem de Jeremias rejeitada

O SENHOR instrui Jeremias a falar tudo o que Ele lhe disser ao povo, com o anúncio surpreendente de que o povo não ouvirá (Jr 7:27; cf. Is 6:9-10). Quanta perseverança e consolo Jeremias precisou para não jogar a toalha! Imagine um serviço com o principal dizendo que não serve para nada. Para que serve então? Somente amor e apreço pelo próprio Principal e uma visão clara de Seus interesses podem fornecer a motivação necessária.

Jeremias não deve apenas falar, mas também chamá-los. No entanto, não haverá resposta. Esta apatia é terrível para quem leva a Palavra de Deus a um povo que ama e quer trazer de volta ao coração de Deus.

Jeremias, portanto, deve apresentar ao povo a conclusão de que eles não ouvem o SENHOR e não aceitam a correção (Jr 7:28). O livro de Provérbios frequentemente aponta a tolice de rejeitar a correção (Pv 1:7; Pv 5:12; Pv 13:18; Pv 15:5; Pv 15:10; Pv 15:32). A disciplina não surtiu efeito. É uma constatação terrível: a “verdade pereceu “ e não sai mais da boca deles. Há com eles apenas hipocrisia e insinceridade. Eles são pegos na mentira, sem o desejo de se livrar dela.

Jeremias 7:29-34 (Devocional)

Lamentação sobre a desolação de Judá

O povo é chamado a se barbear (Jr 7:29). O cabelo comprido da mulher – trata-se da “filha de Sião” – é sua honra, seu ornamento, e indica sua dedicação ao homem, aqui ao SENHOR (1Co 11:15). Se ela o corta, é uma desgraça para ela (1Co 11:6). Essa desgraça deve ser suportada pelo povo. O povo deve cortar o cabelo e, assim, remover e rejeitar o sinal externo de dedicação ao Senhor. A dedicação externa só tem valor se for a representação da mente do coração. Ficou claro que o povo não está mais dedicado ao SENHOR em nada, mas pelo contrário se afastou totalmente do SENHOR.

Em Israel, uma pessoa pode se consagrar ao Senhor como nazireu por um determinado período de tempo. Como um sinal externo, ele deve então deixar seu cabelo crescer (Nm 6:5). O SENHOR quer que todo o Seu povo se consagre a Ele. Mas Jerusalém deve ser raspada porque ela se contaminou. Ela não deve fingir ser dedicada ao Senhor. A cidade não é dedicada a Deus e não é mais um ornamento para Ele.

Jeremias é instruído a reclamar que o Senhor rejeitou e abandonou Jerusalém porque a cidade despertou Sua ira por causa de seu comportamento. Existem várias razões para essa ira. Primeiro, há o mal dos ídolos abomináveis que os judeus colocaram no templo, “na casa que se chama pelo meu nome” (Jr 7:30). Deus foi manchado em Sua honra. O povo O desafiou colocando abominações em Sua casa e profanando Sua casa da maneira mais grosseira (2Rs 21:5; 2Rs 23:4-7). É realmente rude e profundamente ofensivo lançá-lo de lado dessa maneira, desonrá-lo dessa maneira. Eles fazem com Sua casa o que querem.

Mesmo além disso, eles cometem os pecados mais grosseiros (Jr 7:31). É realmente terrível notar que eles não dedicaram seus filhos e filhas a Deus, mas aos ídolos. Isso aconteceu durante os reinados de Acaz e Manassés (2Rs 16:3; 2Rs 21:6). Nada disso tem qualquer ligação com o Senhor e com o que está em Seu coração. É totalmente estranho a Ele e ao que Ele pede ao Seu povo.

O julgamento sobre as práticas abomináveis é contado de forma pungente pelo Senhor a Jeremias. O vale do sacrifício será chamado de “vale da Matança”, onde serão sepultados todos os que foram afetados pelo julgamento de Deus (Jeremias 7:32). O local onde eles sacrificam seus filhos se tornará uma vala comum aberta onde seus próprios cadáveres serão jogados fora. Lá eles servirão de alimento para os predadores (Jr 7:33). Esta é uma difamação sem precedentes para um judeu. Não sobrará ninguém para afugentar aquelas feras quando elas se banquetearem com os corpos (Dt 28:26).

Então nenhum som de alegria será ouvido nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém (Jr 7:34), que agora estão cheias de expressões de alegria pela “rainha dos céus” (Jr 7:17-18). O SENHOR também faz cessar a voz do noivo e a voz da noiva. A alegria de um casamento inclui a feliz perspectiva do nascimento de filhos. Mas um povo que sacrifica seus filhos aos ídolos perdeu qualquer direito a uma perspectiva tão alegre.

Não há esperança de que Judá e Jerusalém sejam repovoadas. Qualquer alegria desapareceu; há um silêncio mortal e aterrorizante, sem perspectiva de mudança. Ao repetir as palavras “a voz de” várias vezes, o profeta torna a mensagem especialmente pungente.

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