Significado de 1 Reis 12

1 Reis 12 narra os eventos após a morte de Salomão, focando na divisão do reino unido de Israel em duas entidades separadas: o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá). Roboão, filho de Salomão, torna-se o novo rei de Judá.

Jeroboão, que havia fugido para o Egito, volta do exílio e reúne o povo de Israel para pedir melhor tratamento e alívio do trabalho pesado imposto por Salomão. Quando Roboão consulta seus conselheiros sobre o assunto, os conselheiros mais velhos recomendam clemência, enquanto os mais novos o aconselham a ser ainda mais rígido.

Roboão atende ao conselho dos conselheiros mais jovens e responde duramente a Jeroboão e ao povo. Esta decisão leva à revolta das dez tribos do norte, que declaram Jeroboão como seu rei. Roboão mantém a lealdade das tribos de Judá e Benjamim, formando o Reino do Sul.

O capítulo enfatiza o cumprimento da profecia de Deus por meio de Aías a Jeroboão, confirmando sua liderança sobre as dez tribos. Também ressalta as consequências das decisões imprudentes de Roboão e a divisão do reino devido à sua dureza.

Em resumo, 1 Reis 12 relata a divisão do reino unido de Israel nos reinos do norte e do sul. O capítulo destaca a má tomada de decisão de Roboão e o impacto de suas ações na unidade da nação. Também apresenta Jeroboão como o líder do recém-formado Reino do Norte e prepara o cenário para a complexa dinâmica política que se segue.

1 Reis 12

12.1-22.53 A segunda maior parte de 1 Reis, o reino divido, começa aqui. A história continua em 2 Reis.

12.1-24 Este trecho descreve a ascensão de Roboão e a divisão do Reino entre o do Norte e o do Sul. Os reinos permaneciam divididos até que cada um foi invadido por estrangeiros, o do Norte, em 722 a.C., e o do Sul, em 586 a.C.

12.1-3 Roboão. O seu nome pode significar O povo é numeroso, em referência à expansão da nação de Israel sob a mão de Deus. Infelizmente, Roboão tornou-se um meio de prejudicar a expansão do povo de Deus, até mesmo mediante guerra civil e a secessão das dez tribos do norte. Situada em Efraim, Siquém foi um importante centro de atividades israelita. Foi o primeiro lugar mencionado em Canaã com referência a Abraão (Gn 12.6). Indo à sua coroação, em um lugar arraigado na história do seu povo e que se situava na região das tribos do norte, sem dúvida, Roboão cria que ele estava dando um passo estratégico. O termo toda a congregação de Israel (v.3) refere-se aos representantes das tribos do norte que vieram considerar a confirmação de Roboão como o rei de todo o território.

12.4, 5 Um sistema de trabalho forçado tinha sido imposto por Salomão para realizar e manter os seus projetos de construção (1 Rs 5.13-18). Por esse trabalho ser tão penoso, as tribos do norte demonstravam muita insatisfação e tratavam acerca de alívio do jugo.

12.6, 7 Por chefes, entenda-se governantes que já tinham aconselhado o pai de Roboão, Salomão (1 Rs 4-1-19). O conselho deles era para mostrar moderação e temperança.

12.8, 9 Os jovens eram homens da geração de Roboão, os quais ele indicou para terem cargos governamentais.

12.10, 11 Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai (v.l0c). O conselho dos próprios conselheiros de Roboão foi que o sistema de trabalho forçado devia ser intensificado até que o seu aguilhão fosse como o de um escorpião (v. ll). Os açoites eram chicotes de couro que podiam ter mais de uma tira, nas quais havia pontas com farpas ou espinhos de metal.

12.12-14 Tolamente, Roboão seguiu o conselho dos jovens.

12.15 Do SENHOR. Até mesmo naquele momento crucial de discórdia em que se encontrava a nação, Deus estava soberanamente cuidando para que a Sua vontade, que tinha sido conhecida por intermédio dos profetas de outrora, fosse cumprida por meio daquelas circunstâncias.

12.16 Que parte temos nós com Davi. A antiga rivalidade sentida pelas tribos do norte chegaram ao limite no ressentimento contra a tribo de Judá e contra a casa de Davi. Saul foi da tribo de Benjamim e foi considerado “um deles” . Davi pareceu distante do sul. A insensibilidade de Roboão à volátil situação levou a nação à divisão.

12.17 Cidades de Judá. A parte sul também incluiu as terras da tribo de Simeão. Mas Simeão foi absorvida por Judá; as suas terras foram no meio da herança dos filhos de Judá (Js 19.1b).

12.18 A resistência das tribos do norte ao agente do rei Adorão foi rigorosa e decisiva — eles o mataram!

12.19 Assim se desligaram os israelitas da casa de Davi até ao dia de hoje. Em outras palavras, até o dia do narrador. A rebelião de Israel foi a sua própria destruição.

12.20 Jeroboão, rei. A coroação de Jeroboão foi profetizada por Aias, o profeta do Senhor (1 Rs 11.29-31). Apesar de tudo, a coroação aparentemente foi feita sem o intermédio de sacerdotes ou profetas do Senhor; não houve unção divina nem cerimônia verdadeiramente religiosa. Somente os reis do Reino do Sul tinham a sanção da aliança davídica (2 Sm 7).

12.21 A primeira inclinação de Roboão quando ele chegou a Jerusalém foi para liderar uma guerra em represália a Israel. Benjamim. Nem todo o povo da tribo da fronteira deve ter seguido este caminho.

12.22 De acordo com 2 Crônicas 12.15, Ido, o profeta, e Semaías escreveram uma história sobre o reinado de Roboão. O seu nome significa Yahweh foi ouvido. O cronista também relata que Semaías profetizou a humilhação de Judá na invasão de Sisaque (2 Cr 12.5-8). A Septuaginta indica que Aias foi o profeta que predisse a divisão do reino (1 Rs 11.29-39). Homem de Deus é um dos muitos termos usados para se designar um profeta de Deus (1 Rs 13.1).

12.23, 24 Eu é que fiz esta obra. O comportamento tolo de Roboão gerou a divisão da nação em dois novos reinos, efetuada por Deus.

12.25-16.24 Esta seção traz os reis e a história que antecederam a divisão do reino. O primeiro rei do norte estabeleceu acordos que caracterizaram a condição espiritual de Israel por meio da sua existência. A causa de Deus era um pouco mais favorável para o Reino do Sul, haja vista que somente Asa recebeu elogios da parte de Deus neste período.

12.25 Edificou a Siquém. Isto é, ele fortificou o antigo terreno (1 Rs 12.1). Esta estratégica e histórica cidade se tornou a primeira capital do Reino do Norte. Com esta fortificação e Peniel (Gn 32.30,31), Jeroboão parece que queria associar o seu reino com terrenos religiosos clássicos do princípio da história de Israel.

12.26, 27 Todavia, Jeroboão sabia no seu coração que simplesmente possuir uma nova presença em Siquém e em Peniel não poderia, por si só, fazer o povo do Reino do Norte esquecer-se das glórias do templo em Jerusalém.

12.28 A história aqui se repete. Os dois bezerros de ouro que fazem parte da história do povo de Israel novamente se fazem presentes. Só que, desta vez, quem mostra interesse por eles são os cananeus do Reino do Norte. O resultado da ação de Jeroboão foi confusão religiosa e apostasia; isto trouxe a condenação de Deus (1 Rs 14.9). Vê-se que essa é a primeira vez que as Escrituras mencionam uma tentativa de estabelecer uma doutrina heterodoxa, um culto abaixo do padrão, como uma prática oficial para a nação de Israel. Enquanto o julgamento era anunciado sobre a apostasia do povo (cap. 13), a execução desta sentença não aconteceu até que 200 anos se passassem (a divisão ocorreu em 930 a.C.; a destruição do Reino do Norte, somente em 722 a.C.). Jeroboão apelou ao povo de diversas maneiras: (1) Viajar de volta a Jerusalém era muito demorado e desnecessário; (2) Os bezerros eram deuses; (3) Os bezerros foram adorados por seus ancestrais.

12.29 Betei se situava no norte de Jerusalém, no território de Benjamim. A sua localização é incerta. Ela já foi identificada como Beitin. Descobertas arqueológicas recentes sugerem El Bireh. Uma cidade vizinha era Ai. De qualquer modo, Betei obteve um lugar de destaque na história de Israel ao longo das eras patriarcal (Gn 28.10-21) e pós-conquista (Jz 20.26-31). Dã localizava-se na porção norte de Israel e era conhecida como Lesém e Laís (Js 19.47; Jz 18.7) até a sua captura pelos danitas (Jz 18.29). Àquela altura, ela já havia alcançado a reputação de ser centro de adoração pagã Qz 18.30). A escolha de Jeroboão por estes dois territórios foi brilhante. Um território era na parte mais ao norte, e a outra, na mais ao sul do seu reino. Ambos eram bastante ligados ao passado de Israel. O povo não mais precisaria fazer a longa, árdua e perigosa viagem a Jerusalém. Jeroboão pôde dizer, de fato, “Nós trouxemos a religião a você”.

12.30 E este feito se tornou em pecado. A divina declaração é simples. A exclusividade de Jerusalém em ser o lugar central de adoração a Deus no templo santo (1 Rs 6.1) foi ignorada pelo povo de Israel.

12.31-33 As novas instituições religiosas de Jeroboão incluíram o início de uma nova ordem religiosa que excluía os levitas e erguia santuários em altos lugares (1 Rs 3.2,3). Ele substituiu a Festa dos Tabernáculos por um festival de outono no oitavo mês. As suas várias tentativas de inovação religiosa fizeram cair sobre si próprio a reprovação de Deus (cap. 13) e a reputação de ser espiritualmente infame (13.33, 34; 22.52).

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