Significado de 1 Reis 19

1 Reis 19

1 Reis 19 continua a história do profeta Elias, logo após sua vitória no Monte Carmelo. Após o confronto com os profetas de Baal, Elias recebe uma ameaça de morte da rainha Jezabel, que fica furiosa com a execução de seus profetas. Temendo por sua vida, Elias foge para o deserto.

Elias viaja para Berseba, uma cidade em Judá, e depois segue para o deserto. Sentindo-se exausto e desanimado, ele ora a Deus, pedindo a morte. Um anjo aparece a Elias, fornecendo-lhe comida e água, permitindo-lhe viajar para o Monte Horebe (também conhecido como Monte Sinai), a montanha onde Deus apareceu a Moisés.

No Monte Horebe, Deus fala com Elias através de um sussurro gentil. Ele pergunta a Elijah por que ele está lá, e Elijah expressa seu sentimento de fracasso e desespero. Deus tranquiliza Elias, revelando que ainda há pessoas fiéis em Israel que não se curvaram aos ídolos. Deus instrui Elias a ungir Hazael como rei de Aram, Jeú como rei de Israel e Eliseu como seu próprio sucessor.

Elias encontra Eliseu e o chama para segui-lo. Eliseu responde matando seus bois e usando seu equipamento para preparar um banquete para seu povo antes de partir para se tornar discípulo de Elias.

Em resumo, 1 Reis 19 retrata a jornada de Elias do triunfo ao desânimo e seu encontro com Deus no Monte Horebe. O capítulo enfatiza o cuidado de Deus por Seu profeta fiel e reafirma a Elias que ele não está sozinho em sua fidelidade. Também apresenta Eliseu como sucessor de Elias, marcando uma nova fase no ministério de Elias.

Significado

19.1-3 As consequências de uma grande vitória podem se tornar um novo tempo de derrota. Isto foi o que aconteceu com Elias, quando pensou que estava vivendo o ápice espiritual de seu ministério. Com a clara justificativa de Yahweh, o Deus vivo, no monte Carmelo, e com a derrota e a execução vergonhosa dos maus profetas-sacerdotes de Baal, certamente ele deve ter pensado que, naquele momento, aconteceria um avivamento nacional (veja a sua oração em 1 Rs 18.37). Mas, posteriormente, ele percebeu que nada, de fato, mudou naqueles corações endurecidos.

19.1, 2 E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, mas isso não causou nela arrependimento algum, muito menos fez com que ela deixasse de adorar a Baal e se voltasse para Deus. Acabe meramente relatou os fatos que a envergonhariam. A resposta dela a isso foi um decreto que sentenciava Elias à morte.

19.3 Elias entendeu as intenções de Jezabel quando ele viu a sua resposta e, abatido, percebeu que a vitória do Senhor no monte Carmelo não necessariamente poria fim, de uma vez por todas, ao paganismo crescente naquela localidade. Algumas antigas traduções dizem que ele temeu, e não vendo ele. Entretanto, Elias não era o tipo de homem que abandonava os princípios do Altíssimo e ele certamente não tinha motivos para temer Jezabel, uma vez que conhecia o Deus vivo e o Seu poder. O que ele sentiu foi uma profunda decepção. Ele viu que nada, de fato, havia mudado. Ele constatou que, da tremenda demonstração da realidade do poder de Deus no monte Carmelo, o povo logo se esqueceu e voltou a caminhar pelos seus caminhos maus. Ele se levantou [...] para escapar com vida, não por medo, mas pelo desejo de que Jezabel não fosse a pessoa que o mataria. Na verdade, ele ansiava pela morte, mas orava para que ela viesse pelas mãos do Senhor.

19.4 Um zimbro tem folhagem o suficiente para dar sombra e, frequentemente, cresce a uma altura de 3,048m. Esta espécie cresce abundantemente em Israel.

19.5, 6 Deus deu a Elias pão cozido sobre as brasas e uma botija de água, mesmo já o tendo sustentado há tempos atrás (cap. 17).

19.7 Apesar de, às vezes, o anjo do SENHOR referir-se ao próprio Deus (Ex 3.2-6), no livro de Reis, ele significa um mensageiro sobrenatural (2 Rs 1.3; 19.35).

19.8 Frequentemente, nas Escrituras, Horebe refere-se ao monte Sinai, o monte de Deus (Êx 3.1).

19.9 O texto hebraico diz a caverna. Este uso do artigo definido pode ser específico, sugerindo que aquela era a caverna em que Moisés se escondeu e experimentou a presença de Yahweh no monte de Deus (Êx 34)

19.10 Zeloso. Assim como Finéias (Nm 25.7-13), Elias tinha paixão pelo Deus que o opôs à idolatria reinante em seu meio. E eu fiquei só. Na sua depressão, Elias pensava que somente ele era fiel a Deus. Achava que, quando ele fosse morto, não haveria mais ninguém para servir a Deus.

19.11, 12 O SENHOR não estava presente. Apesar do fato de que cada um dos elementos mencionados nos versículos 11 e 12 pudesse sinalizar a presença de Deus (Êx 40.38; Zc 14.4,5; At 2.2,3), Elias aprendeu que o Senhor não é um Deus de espetáculos. Ás vezes, a obra dele é experimentada na simplicidade de uma voz mansa e delicada. Elias tinha pedido raios, fogo e avivamento nacional. O que Elias não percebia era que Deus estava operando na vida de muitas pessoas — sete mil joelhos que não se dobraram a Baal (v. 18)!

19.13, 14 Que fazes aqui, Elias? No primeiro momento (v.9), a pergunta convidava Elias a considerar as razões pelas quais ele particularmente tinha vindo ali. Baseado em sua resposta e na autorrevelação de Deus, a segunda pergunta pode deixar implícito algo como: é tempo de estar em outro lugar, servindo a Deus tanto na rotina diária como na obra para a qual foi chamado.

19.15, 16 A missão de Elias já tinha sido cumprida com louvor, mas, deste momento em diante, tomaria um novo rumo. Elias ungiria Eliseu (v.19-21), Eliseu ungiria Hazael (2 Rs 8.7- 15), e Jeú seria ungido pelo servo de Elias (2 Rs 9.1-10). A importância da tarefa de Elias pôde ser vista quando Eliseu sucedeu Elias, e Jeú e Hazael se tornaram reis.

19.17 Os três indivíduos, Eliseu, Jeú e Hazael, foram instrumentos de Deus. Um seguiu o outro na missão de exterminar o povo de Deus, cujo coração era duro.

19.18-20 Ainda havia muitas pessoas que eram fiéis ao Deus vivo. Sete mil não se curvaram em adoração a Baal. Apesar de em cada geração haver grandes líderes espirituais que fazem a obra de Deus, a Igreja de Cristo é composta por pessoas imperfeitas, mas que são fiéis a Deus.

19.21 Diferente daqueles que Jesus mencionou em Seus ensinamentos (Mt 8.18-22; Lc 9.57-62), Elias deu as costas ao seu lar tão somente para romper os laços com o seu passado. Assim como Josué fielmente servira a Moisés em um período de treinamento para uma posição de grande responsabilidade, Eliseu humildemente serviu a este “Moisés” até que Elias fosse trasladado aos céus (2 Rs 2.1-12). O uso da palavra servo por Eliseu está em conformidade com o uso para designar Geazi, o seu servo, em 2 Reis 4.12.

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