Significado de 1 Reis 18

1 Reis 18

1 Reis 18 narra o famoso confronto entre o profeta Elias e os profetas de Baal no Monte Carmelo. Este evento ocorre durante a seca em curso em Israel.

Elias desafia o rei Acabe a reunir todos os profetas de Baal junto com o povo de Israel no Monte Carmelo. Ele propõe um teste para determinar qual divindade, Javé (Deus de Israel) ou Baal, é verdadeiramente poderoso. Os profetas de Baal devem invocar seu deus para consumir um sacrifício com fogo, enquanto Elias fará o mesmo com seu sacrifício.

Os profetas de Baal passam horas invocando fervorosamente seu deus, mas seus esforços são em vão. Elias os provoca e então prepara seu altar, regando-o com água três vezes. Ele ora a Deus, e fogo cai do céu, consumindo a oferta, a lenha encharcada de água e até as pedras.

O povo de Israel testemunha esta exibição milagrosa e reconhece a supremacia de Javé. Elias aproveita a oportunidade para prender e executar os profetas de Baal.

Após este evento, Elias ora por chuva, e a seca termina com um forte aguaceiro.

Em resumo, 1 Reis 18 descreve o confronto dramático entre Elias e os profetas de Baal no Monte Carmelo. O capítulo enfatiza o poder e a autoridade de Javé por meio do fogo milagroso que consome a oferta de Elias. Os eventos destacam a importância da lealdade ao único Deus verdadeiro e as consequências da idolatria.

Significado

18.1, 2 O Novo Testamento indica que a seca terminou no quarto ano (Lc 4.25; Tg 5.17). Se está tratando-se aqui do final do terceiro ano, o fim da seca pode não ter ocorrido até três anos e meio do seu início.

18.3 Apesar de a tradição judaica tê-lo identificado, este Obadias provavelmente não é o autor do livro de Obadias. N ada no livro de Obadias aponta para algo da época em questão aqui. O Obadias apresentado nessa parte é uma pessoa extremamente simpática, cuja grande fé em Deus, bem como suas ações heródicas, proporcionam uma visão melhor da situação do povo de fé de Israel na época. Mordomo. Este termo era um título oficial (1 Rs 4.6). Obadias era um oficial no palácio de Acabe e ministro de Estado. Em ambos os cargos, ele servia como um representante pessoal do rei.

18.4 A possível existência de cem profetas para Obadias esconder pode ser visto no fato de que associações com profetas que se encontravam ou que até viviam juntos são conhecidas a partir deste período (1 Sm 10.5; 2 Rs 3.3-7; 6.1,2). Mais de 20 mil cavernas foram descobertas nas redondezas do monte Carmelo, muitas das quais capazes de alojar 50 homens.

18.5-11 Cuidar de cavalos era importante para manter prontidão militar em um mundo onde quase sempre havia ameaças surpresa.

18.12-14 Obadias não tinha muita certeza se podia confiar no profeta do Senhor. Obadias reconheceu que o Espírito Santo de Deus pode vir ao encontro dos Seus servos (Jz 6.34; 11.29) de tal forma que poderia carregá-los para algum lugar (Ez 8.3; 11.1). Obadias já tinha arriscado a sua vida ao esconder os profetas de Deus. Relatar a presença de Elias sem apresentá-lo a Acabe no estado de fúria em que se encontrava podia, da mesma forma, custar-lhe a vida (v.9,14).

18.15-17 SENHOR dos Exércitos denota o controle divino de um vasto exército celestial pronto para atuar ao Seu comando (Ap 19.11-21), o Seu lugar como o comandante das forças de Israel Qz 1.3), bem como a Sua soberania universal (Is 37.16). Elias reconheceu que estava diante do seu supremo Comandante.

18.18 Baalins. O termo indica que Acabe tinha o costume de frequentar cultos em vários santuários locais onde Baal era adorado.

18.19-21 Aserá, a esposa de El, era uma deusa da fertilidade, cuja adoração estava ligada à de Baal (1 Rs 14.15). A adoração de ambos gerava uma constante fascinação sobre Israel em tempos anteriores a este (Ex 34.13; Nm 25; Jz 2.13) e, posteriormente, ocasionou o fim da nação de Israel (2 Rs 17.16-18).

18.22, 23 Apesar de haver outros profetas no tempo de Elias (v.13), este confrontava o fato de que ele, e somente ele, prontificara-se a confrontar os 450 profetas de Baal.

18.24-26 A concorrência entre o Senhor e Baal revelou quem era o verdadeiro deus da tempestade. Este teria relâmpagos como parte de seu arsenal (SI 18.12-14; Hc 3.11). Queimar a lenha e o holocausto com fogo foi um modo sensato de testar o poder das divindades rivais.

18.27, 28 As palavras afiadas porque ele é um deus eram de zombaria e de depreciação. Talvez o deus deles estivesse perdido em pensamentos, meditando, e simplesmente precisavam que eles clamassem a ele mais alto. Pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer é um eufemismo. Em seu ataque à tolice da idolatria, Elias sugeriu que a razão pela qual o deus dos falsos profetas não respondia era porque ele se encontrava ocupado em uma atividade celestial.

18.29 Não houve voz. Nada do que os sacerdotes fizeram teve efeito ou gerou uma resposta do suposto deus deles.

18.30 E reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado. Um altar anterior que tinha sido usado pelo verdadeiro povo de Deus em um alto legítimo (1 Rs 3.2-4). Elias evitou qualquer tipo de contato com o altar que se associara a Baal.

18.31 O simbolismo numérico das 12 pedras não pode ser desconsiderado. O povo de Israel é originário de 12 tribos.

18.32 A reconstrução do altar em nome do SENHOR foi um memorial de que o Senhor não tinha abdicado da Sua posição: Ele ainda era o Deus de toda a nação de Israel, incluindo o Reino do Norte, onde o sincretismo pagão e a adoração a Baal prevaleciam.

18.33-35 Terceira vez. As três aplicações de água não somente ensoparam o holocausto muito além de truques humanos como puderam novamente comprovar o poder do santo Deus trino (1 Rs 17.21).

18.36 A expressão SENHOR, Deus de Abraão, de lsaque e de Israel, tão característica da adoração dos primeiros tempos (Gn 50.24; Ex 3.6,15,16), lembrou aos ouvintes de Elias a inviolabilidade da aliança para com Abraão. O Deus de Abraão, lsaque e Jacó ainda era o Deus do Reino do Norte e a única esperança de vida, proteção e bênção da nação na Terra Prometida (Dt 30.20; 2 Rs 13.23).

18.37 A oração de Elias se dividia em duas partes: primeiro, ele desejava que o Senhor demonstrasse claramente ao povo que Jeová, e somente Jeová, é o Deus vivo. Segundo, ele pediu o avivamento completo do povo de Deus. A primeira parte foi respondida de uma maneira um tanto quanto dramática.

18.38 Ao mostrar quem era verdadeiramente o Deus da tempestade, comprovou-se a impotência de Baal, enquanto o fogo do SENHOR consumia tudo ali.

18.39 O poder de Deus sobre o fogo, a água e a chuva (v. 45) demonstrou que Ele, e não Baal, é o SENHOR. Ele é Deus!

18.40 Os profetas foram executados pelo seu grande pecado e por terem levado a nação à ruína.

18.41, 42 A reação do rei e do profeta foi irradiante. Um rei, ímpio e indomável, alegremente celebrava, enquanto que um profeta fiel, prostrado, orava pelo resultado prometido da miraculosa vitória do Senhor.

18.43, 44 Esta nuvem, esta pequena nuvem, como a mão de um homem pode ter parecido pequena quando foi vista primeiramente do alto do monte Carmelo, mas Elias sentiu a aproximação da tempestade que se iniciava e avisou Acabe que seria melhor correr.

18.45 Elias já tinha anunciado, há mais de três anos, que a chuva não mais viria, a não ser se fosse advinda das mãos do Deus vivo (1 Rs 17.1).

18.46 Cingiu os lombos. Elias enfiou a sua roupa para dentro de seus cintos, o que permitiu que ele corresse livremente 2.091,7km para chegar a Jezreel.

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