Significado de 1 Reis 20

1 Reis 20

1 Reis 20 descreve um conflito entre o rei Acabe de Israel e Ben-Hadad, o rei de Aram (também conhecido como Síria).

Ben-Hadade e suas forças sitiam a cidade de Samaria, exigindo a rendição de Acabe e a entrega de seus tesouros e esposas. Acabe concorda com os termos inicialmente, mas depois de consultar seus conselheiros, ele se recusa a ceder às exigências de Ben-Hadad.

Em resposta, Ben-Hadad ameaça atacar Samaria e promete destruí-la completamente. Porém, um profeta traz uma mensagem de Deus, garantindo a Acabe que o Senhor entregará a vitória em suas mãos. Acabe e os israelitas derrotaram os arameus em batalha, não apenas uma, mas duas vezes. A cada vez, o profeta entrega mensagens que enfatizam o papel de Deus em conceder a vitória.

Após a segunda vitória, o profeta avisa Acabe que poupou a vida de Ben-Hadade quando deveria tê-lo executado. Deus havia decretado que a vida de Ben-Hadade deveria estar nas mãos de Acabe, mas como Acabe mostrou misericórdia, ele enfrentaria as consequências.

No final, Acabe forma uma aliança com Ben-Hadad, levando ao descontentamento de Deus com a desobediência de Acabe e falha em cumprir plenamente os mandamentos de Deus.

Em resumo, 1 Reis 20 detalha os confrontos entre Acabe e Ben-Hadade, destacando o tema do envolvimento de Deus nos assuntos das nações. O capítulo destaca a importância da obediência às instruções de Deus e as consequências de não seguir Seus mandamentos. Também demonstra a dinâmica entre a soberania de Deus e as escolhas humanas no contexto dos conflitos internacionais.

Significado

20.1 O rei da Síria foi Ben-Hadade II (860—842 a.C.). Apesar de haver hoje um país chamado Síria, cuja capital é Damasco, o antigo nome dos sírios era arameus e sua terra Aram. Uma das características distintivas do antigo Oriente Médio era a prática de formar alianças. Coalizões como a dos 32 reis eram comuns em tempos de guerra (Gn 14.1-16).

20.2 Quando ele é associado à sua malvada esposa Jezabel, Acabe aparece como extremamente perverso. Mas, neste capítulo, ele aparece como um líder capacitado, em um tempo de instabilidade internacional, bem como uma pessoa que tinha ciência do poder e da presença de Deus (v.13,14).

20.3, 4 As palavras de Ben-Hadade são meus quer dizer que Israel era dominado pelo mais poderoso estado Sírio. Conforme tua palavra, ó rei, meu senhor, teu sou eu, e tudo quanto tenho foram as palavras de Acabe que selaram o tratado em que Israel se tomou o país subserviente.

20.5, 6 A linguagem aqui não mais é de formalidade política, mas de exigência por completa entrega de tudo o que era de valor, incluindo as pessoas de valor e qualquer coisa que fosse do agrado de Acabe. Tudo isso deveria ser entregue à monarquia estrangeira.

20.7, 8 Acabe aparentemente teve pouca esperança de que resistiria a uma tão vasta hoste inimiga. Os seus anciãos (v.8) aconselharam-no a não consentir com a situação.

20.9 Tudo o que primeiro mandaste pedir a teu servo farei, porém isto. A distinção pode estar na admissão do status subserviente de Israel a Aram, contra a rendição de pessoas e bens à nação suserana.

20.10 O orgulho de Ben-Hadade era que o seu poder avassalador reduziria Samaria a pó, de maneira que nem as mãos de seus soldados se encheriam com porções dele.

20.11 A resposta proverbial de Acabe lembrou a Ben-Hadade de que o orgulho por si só não realiza a obra.

20.12 O fato de Ben-Hadade ter bebido durante a situação em que ele deveria estar preparando- se para a peleja mostra a sua arrogância. Ele estava celebrando a vitória antes mesmo de começar a batalha (v.16).

20.13 Não se sabe o nome desse profeta. Havia muitos profetas verdadeiros do Senhor naquela época (1 Rs 18.13; 20.35). Eis que hoje ta entregarei nas tuas mãos, para que saibas que eu sou o SENHOR (v. 20c). Assim como Deus demonstrara a Sua pessoa e o Seu poder no monte Carmelo (cap. 18), Ele, neste momento, far-se-ia conhecido a Acabe nesta batalha.

20.14, 15 O profeta revelou as estratégias das quais Acabe iria utilizar-se. Então, Acabe obedeceu a Deus, contando todo o povo.

20.16 Essa era uma aliança de 32 reis de pequenas áreas de Aram e de territórios circunvizinhos. Mas eles estavam todos se embebedando — um ato de arrogância antes mesmo de a batalha começar.

20.17-21 Acabe prosseguiu com a guerra com o seu pelotão mais forte. Dela, Ban-Hadade, o rei dos siros, escapou por pouco (v. 20). O grande estrago (v.21) resultante foi uma tremenda vitória do exército de Acabe.

20.22 Este é provavelmente o mesmo profeta por intermédio do qual Deus tinha dado uma mensagem encorajadora (versículo 13, contraste com o 35). Acabe, no final das contas, confiou na sabedoria humana em vez de nos padrões divinos (v. 42). O período compreendido entre o fim da primavera e o início do verão foi uma das duas maiores estações para expedições militares. Provisões eram prontamente disponíveis para os homens e para o gado. O fim das chuvas facilitou bastante a locomoção das tropas e das provisões.

20.23-25 Os conselheiros sírios refletiam conceitos teológicos tradicionais do antigo Oriente Médio. Os poderes dos seus deuses, bem como os seus deuses dos montes, limitavam-se a lugares específicos. Mas o Deus vivo não se limita ao tempo (SI 90.2) ou ao espaço (SI 139.7-12). Isso é um fato que aqueles conselheiros nunca compreenderiam.

20.26-30 Esta Afeca não é a cidade filistina onde a arca foi perdida (1 Sm 4.1), mas outra localidade a leste do rio Jordão, no norte de Gileade. Aparentemente, os siros estavam lançando a sua segunda campanha no vale do Jordão. Os siros aprenderiam que o Deus vivo pode dar livramento ao Seu povo no vale, assim como nas montanhas (SI 23.4; Jl 3.12-14).

20.31 Ben-Hadade, neste instante, apelou à natureza misericordiosa de Acabe. O rei sírio mandou os seus servos a Acabe em seus trajes de submissão e de arrependimento.

20.32-34 O termo irmão era comumente usado quando as relações entre os reis eram cordiais (1 Rs 9.13). Ben-Hadade devia querer deixar claro que ambos eram reis.

20.35-41 Este certo homem é provavelmente um outro profeta (não mencionado no início desta história, v.13,22).

Filhos dos profetas. Apesar de este termo ocorrer aqui, associações proféticas eram conhecidas pelo menos a partir do tempo de Samuel. Obadias tinha sido recentemente instruído acerca do resgate de tais grupos de profetas somente quando Acabe tinha sido purgado (1 Rs 18.13-16).

20.42-43 A dramática história do profeta é simbólica; assim como Acabe tinha julgado o caso, ele seria julgado (1 Rs 22.29-37).

20.43 Indignado aqui denota teimosia, bem como um espírito humilhado. Em vez de ser grato a Deus pelas vitórias alcançadas, Acabe permanece na razão humana e duramente se recusa a mudar os seus caminhos.

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