Gênesis 14 — Estudo Bíblico

Gênesis 14

14:1, 2 A maioria dos estudiosos não acha mais provável que Anrafel, rei de Sinar, fosse o famoso Hammurabi da Babilônia.

14:3 O Vale de Sidim provavelmente está submerso nas águas do Mar Morto.

14:4 eles serviram: Ou seja, os reis da Mesopotâmia obrigaram os reis das cidades do vale de Sidim a pagar tributo.

14:5–9 O ataque punitivo da aliança estrangeira levou pelo menos um ano para ser organizado. O ataque deve ter sido formidável, dada a lista de cidades que atacaram enquanto se dirigiam para o encontro com os reis rebeldes.

14:10 poços de asfalto: O termo hebraico para poços é escrito duas vezes (“poços de poços”), significando que poços de betume estavam por toda parte.

14:11, 12 todos os bens... Ló: Ló não só foi capturado, mas agora também vivia na cidade de Sodoma, uma cidade “extremamente perversa e pecadora” (13:11-13). Isso prepara o cenário para os eventos dos caps. 18; 19.

14:13 Aqui está o primeiro uso da palavra hebraico na Bíblia. Vem do nome Eber, mencionado pela primeira vez na tabela das nações no cap. 10 . A palavra (Heb. ibri) está relacionada a um verbo que significa “atravessar” ou “passar” (Heb. abar), talvez nos lembrando que Abrão “passou” ou “atravessou” de outro lugar para obedecer ao ordem do Senhor. Abrão mudou-se para Hebron nos terebintos de Manre (13:18, 24).

14:14, 15 O fato de Abrão poder reunir 318 guerreiros dentre seus próprios servos é uma indicação da grande riqueza e honra que o Senhor lhe dera (12:2, 3).

14:16 O ataque de Abram foi um sucesso completo. Ele recuperou todos os bens roubados pelo grupo invasor da Mesopotâmia e resgatou seu sobrinho Ló.

14:17 Quando Abrão voltou de seu ataque bem-sucedido ao grupo invasor da Mesopotâmia, ele foi recebido por dois reis, um de Sodoma e outro de Salém. Abram se volta primeiro para o rei de Salem.

14:18 Melquisedeque significa “Meu Rei é Justo”. Melquisedeque foi contemporâneo de Abrão que adorava o Deus vivo. rei de Salém: Salém é um nome mais antigo e mais curto para Jerusalém. A palavra é baseada na raiz da qual obtemos a palavra shalom, “paz”. pão e vinho: embora fossem alimentos básicos da vida cotidiana nos tempos antigos, seu uso aqui tinha um propósito diferente — celebrar a libertação de Abrão e suas tropas por Deus. o sacerdote do Deus Altíssimo: O termo para Deus usado aqui expressa o poder de Deus sobre as nações. A grande surpresa sobre Melquisedeque é que ele aparece do nada, sem menção de pais ou antecedentes, sem qualquer introdução de laços com o Senhor. Essa misteriosa qualidade de Melquisedeque permite ao escritor de Hebreus compará-lo com outro sacerdote, o Senhor Jesus Cristo (Heb. 5–9; Sl. 110:4).

14:19 E ele o abençoou: Melquisedeque é o primeiro a abençoar Abrão; assim ele está sob a provisão especial da promessa de bênção de Deus (12:3). Abençoado seja Abrão: As palavras da bênção estão em duas linhas de poesia, tornando-as mais memoráveis, além de acrescentar uma sensação de poder e eficácia. A frase Deus Altíssimo é usada em ambas as linhas da bênção para dar ênfase especial. Possuidor também pode significar “Criador” (Pv 8:22).

14:20 bendito seja o Deus Altíssimo: Quando bendizemos a Deus, nós O reconhecemos como a fonte de todas as nossas bênçãos (Sl 103:1, 2). Melquisedeque declarou a verdadeira natureza da vitória de Abrão - Deus o livrou . Aqui está a primeira menção do dízimo na Bíblia (Dt 14:22). A dádiva de Abrão indica que ele considerava Melquisedeque um verdadeiro sacerdote do Deus vivo; ao dar este presente, Abrão estava dando ao Senhor.

14:21 Abrão parece ter ignorado o rei de Sodoma (v. 17) até que ele adorou com o rei de Salém. Agora ele ouve as exigências deste rei, que pediu seu povo, mas não seus bens.

14:22 Abrão levantou a mão como um símbolo de um forte juramento. Em outras passagens é um sinal de desafio. Abrão identificou Yahweh, traduzido aqui como o SENHOR, com o Deus Altíssimo. Esta é uma declaração clara de que ele e Melquisedeque adoravam o Deus vivo e verdadeiro.

14:23 Não aceitarei nada... cinta: Com estas palavras, Abrão repreendeu fortemente Sodoma e seu rei (13:12, 13). Abrão estava em forte contraste com seu sobrinho Ló, que havia se mudado para a cidade perversa (14:12). 14:24 Aner, Escol e Manre: os aliados de Abrão (v. 13) não foram obrigados por sua própria resolução. O termo Manre também é um nome de lugar associado a Hebrom (18:1; 23:17).

Notas Adicionais:
Inesperadamente, o perigo proveniente do norte tornou-se realidade na forma de um ataque maldoso de quatro reis. A identificação de Anrafel (1) com Hamurábi, impor­tante monarca babilônico, exercia forte atração a certos estudiosos do Antigo Testamen­to há várias décadas. Contudo, achados arqueológicos relacionados a Hamurábi o da­tam depois do tempo de Abraão. Sinar era um nome antigo para se referir à Babilônia. Arioque é notavelmente semelhante ao antigo nome Ariukki, ao norte da Babilônia, na terra dos hurrianos ou horeus. Nada é sabido de um Quedorlaomer, mas Elão era o nome dos altiplanos a leste do rio Tigre. Tidal foi um dos reis hititas chamado Tudkhula ou Tudhaliya.

Os cinco reis que se uniram em aliança defensiva no vale de Sidim (3), região sul do mar Morto, estavam mal preparados para repelir os invasores. Eles se renderam e por doze anos (4) foram vassalos dos estrangeiros. Depois se rebelaram e o resultado foi de­sastroso. Os invasores voltaram e cruelmente mataram os habitantes do alto planalto, a leste do mar Morto (ver Mapa 2). Alguns destes povos eram lembrados como gigantes. Quanto aos refains (5), ver Gênesis 15.20 e Deuteronômio 2.11; e também Deuteronômio 3.11, onde o termo é traduzido por “gigantes”. Os zuzins eram os mesmos que os “zanzumins” de Deuteronômio 2.20. Quanto aos emins, ver Deuteronômio 2.10,11. Pelo visto, o termo horeus (6) foi usado para aludir aos habitantes aborígines de Edom (Gn 36.20; Dt 2.12,22). Estes ficavam perto dos ricos depósitos de minério de cobre na região sul do Arabá, e é lógico que era por este minério que os reis se interessavam primariamente.

Depois das vitórias descritas nos versículos 5 e 6, os reis se dirigiram para o deserto ao sul e oeste do mar Morto, pilhando o fértil oásis de Cades (7, Cades-Barnéia; ver Mapa 3) e destruindo o povoado em Hazazom-Tamar, que é a atual En-Gedi. A princi­pal batalha com os reis defensores ocorreu no vale de Sidim (8) e acabou em completa derrota e caos. Os vencedores levaram muito saque e muitos escravos, entre os quais estava Ló e a sua fazenda (12).

Um fugitivo da invasão contou a Abrão (13) o destino de Ló. O patriarca, normalmente amante da paz, reuniu uma companhia de trezentos e dezoito (14) homens. Com habilidade e coragem eles conseguiram resgatar Ló, muitos outros cativos e grande parte do saque depois de árdua perseguição de mais de 160 quilômetros em direção norte até Dã (ver Mapas 2 e 3).

Na viagem de retorno a Hebrom, Abrão e sua companhia passaram pela antiga Jerusalém, atravessando o vale de Savé (17), possivelmente o vale de Cedrom. Um grupo dos distintos e gratos líderes da terra o encontrou ali. Pela primeira vez, Abrão provara ser uma bênção aos vizinhos (ver 12.2, 3).

Melquisedeque (18), o honorável sacerdote-rei de Salém (Jerusalém), deu comi­da e bebida aos vencedores e pronunciou uma bênção a Abrão (19). O nome Deus Altíssimo (18) era, naqueles dias, designação comum da divindade no país da Palestina. Em atenção aos atos do sacerdote-rei, Abrão deu o dízimo de tudo (20) a Melquisedeque. O rei de Sodoma (21) tinha menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta, contudo foi bastante generoso em oferecer a Abrão todo saque proceden­te do combate. Abrão tinha pouco respeito por este homem e respondeu que fizera o voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma, para que, depois, isso não fosse usado contra ele por aquele indivíduo repulsivo. Abrão também deixou claro que o seu Deus tinha o título de SENHOR (22) e não era apenas outra deidade cananeia. A única coisa que Abrão pediu foi que os soldados fossem recompen­sados pelos serviços prestados e que seus aliados, Aner, Escol e Manre (24), tivessem participação no saque.

O caráter robusto de Melquisedeque e seu status como respeitado sacerdote-rei tornaram-se significativos em posteriores pronunciamentos sobre o muito esperado Messias. O Salmo 110.4 relaciona o Messias na “ordem de Melquisedeque” e o escritor da Epístola aos Hebreus cita esta porção dos Salmos para mostrar que Cristo é este tipo de ordem sacerdotal no lugar da ordem arônica (Hb 5.6,10; 6.20; 7.1-21).

O escritor de Hebreus enfatiza o significado do nome e status de Melquisedeque para assinalar que ele e Cristo eram homens de justiça e paz (Hb 7.1,2). A próxima correlação é um destaque na força e valor pessoal e não na linhagem. Seu ofício não passou automaticamente a outro. Cristo é Sumo Sacerdote e não somente sacerdote, e em vez de dar somente uma bênção, Cristo salva “perfeitamente” (Hb 7.25, 26).

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