Gênesis 42 — Estudo Bíblico

Gênesis 42

42:1 Jacó disse a seus filhos: A essa altura, Judá havia retornado a Jacó (cap. 38).

42:2–4 Benjamin: Jacó ainda tinha favoritos (37:3). No entanto, não há menção de ciúme entre os outros irmãos como havia antes (37:8).

42:5, 6 prostrou-se diante dele: Deus cumpriu os sonhos que deu a José aos dezessete anos (37:5–11).

Armazéns de pedra

Os egípcios mantinham grandes armazéns de pedra, principalmente para grãos (Gn 41:48). Isso os protegeu da fome e ajudou a estabilizar os preços. Os celeiros eram frequentemente associados aos templos. O governante era considerado divino, e o departamento dedicado ao cultivo e distribuição de grãos era um dos mais importantes no governo fundamentalmente religioso do Egito.

42:7, 8 agiu como um estranho: Estes homens que estavam diante de José o venderam como escravo vinte anos antes; no entanto, eles eram seus irmãos! Agora, de repente, aqui estavam eles, curvando-se diante dele, exatamente como ele havia sonhado! A vida de José agora era totalmente egípcia. Na verdade, ele havia chamado seu primeiro filho de “Esquecimento”, como um sinal de seu distanciamento das memórias dolorosas de sua família (41:51). O que passou pela cabeça de José ao reconhecer seus irmãos? Sem dúvida choque, confusão e raiva. José pode ter falado rudemente para controlar suas emoções.

42:9–12 José lembrou-se dos sonhos e liberou seus sentimentos reprimidos. Ele acusou seus irmãos de algo que sabia que eles não fizeram. Dessa forma, José decidiu saber se seus irmãos haviam mudado para melhor. Eles trairiam um ao outro quando estivessem sob pressão?

42:13 o mais novo: À menção de seu irmão mais novo, Benjamin, José deve ter tido grande dificuldade em esconder seus sentimentos. e um não existe mais: Essas palavras devem ter sido insuportáveis para José. Embora seus irmãos pensassem que ele estava morto, ele estava bem diante de seus olhos!

42:14, 15 Duas vezes, José os acusou de serem espiões. Os irmãos devem ter sido dominados pelo medo. Eles estavam diante de um homem que tinha poder absoluto e autocrático. Com sua palavra, eles poderiam ser executados.

42:16, 17 José exigiu que Benjamim, seu irmão legítimo, fosse trazido a ele. Na ocasião, Benjamim estava com Jacó (v. 4).

42:18–20 Aqui, José deu a seus irmãos uma pista sobre quem ele era. Com efeito, José lhes disse: “Temo o único Deus” (41:32). Durante todos os seus mais de vinte anos no Egito, José não havia perdido sua crença no verdadeiro Deus.

42:21 verdadeiramente culpados: Os irmãos perceberam que estavam sendo punidos pelo que haviam feito a José tantos anos atrás. quando ele nos implorou: O primeiro relato (37:18–28) não inclui esse detalhe.

42:22 Apenas Rúben tentou salvar José naquele dia terrível (37:22). Seu plano para resgatar José foi frustrado quando os irmãos decidiram vendê-lo aos mercadores midianitas em vez de abandoná-lo em uma cova para morrer. seu sangue: De acordo com Rúben, os irmãos seriam punidos por matar José.

42:23 José estava falando em egípcio e um intérprete estava traduzindo para os irmãos. Os irmãos não suspeitavam que esse oficial egípcio entendia o que eles diziam em sua própria língua.

42:24 chorou: Por fim, as emoções de José fugiram de seu controle. ele levou Simeão: Como Rúben, o filho primogênito, havia sido o principal defensor de José anos atrás, José tomou Simeão, o filho seguinte, como refém (35:23–26).

42:25–27 enchem seus sacos: as ações de José aqui são graciosas e perturbadoras. O dinheiro devolvido permitiria que os irmãos voltassem em outra ocasião para outra compra. Por outro lado, eles podem ser acusados de roubá-lo. dinheiro: Esta palavra refere-se a um certo peso de prata. A cunhagem ainda não havia sido inventada.

42:28 A descoberta de parte do dinheiro deles assustou os irmãos (mas veja v. 35). Eles acusaram a Deus por seus problemas.

42:29–34 Os irmãos relataram com sinceridade a seu pai Jacó tudo o que havia acontecido.

42:35 A descoberta do dinheiro no saco de um dos irmãos (vv. 27, 28) pode ter sido explicada como um erro. Mas agora eles aprenderam que o dinheiro de cada homem estava em seu saco!

42:36 Você me enlutou: a dor de Jacó aumentou. Um filho estava morto; outro estava na prisão; e agora um terceiro foi ameaçado por um oficial egípcio.

42:37 Matar meus dois filhos: Reuben assumiu a liderança. Ele tentou confortar seu pai, assim como havia tentado impedir que seus irmãos machucassem José (37:22). O voto imprudente que Reuben faz a respeito de seus próprios filhos é uma tentativa de mostrar como ele estava determinado. No entanto, tais votos às vezes traziam desastres nos tempos bíblicos (leia a história da filha de Jefté, Juízes 11:29–40). Melhor seguir a instrução de Jesus para “Sim” e “Não” em Mateus. 5:33–37.

42:38 Meu filho não irá: Jacó estava decidido. Ele havia perdido filhos suficientes; ele não queria arriscar Benjamin, seu favorito. com tristeza: Ele garantiu a seus filhos que arriscar a perda de Benjamin, além de já ter perdido José, o levaria à depressão e causaria sua morte prematura.

Notas Adicionais:

A seca levou a família de Jacó a sair para comprar alimentos fora de Canaã e o único lugar em que havia mantimentos à venda era o Egito. Mas quando os filhos de Jacó foram para o Egito, passaram por inesperadas dificuldades. Por alguma razão, o primeiro-ministro fez acusações logicamente injustas contra eles e exigências que de­safiavam pronta explicação. Mas o primeiro-ministro sabia com quem estava lidando e achava-se determinado a extrair vantagem extrema do fato de os filhos de Jacó não o terem reconhecido.

O caso terminou de modo inesperado e dramático. Foi um fim que convenceu José da mudança interior dos irmãos; surpreendeu-os revelando que o irmão que eles venderam era a autoridade que estava diante deles; e encheu de alegria um oprimido e agoniado pai que ouviu maravilhado que o rapaz que ele julgava morto estava vivo.

Em vista da seca, Jacó censurou os filhos: Por que estais olhando uns para os outros? (1, tradução apoiada por Moffatt). Em consequência disso, dez filhos foram despachados para comprar alimentos no Egito (3). O mais novo ficou em casa, pois Jacó se opunha a deixar Benjamim (4) ir, para que lhe não suceda, porventura, algum desastre. A relutância do pai revela sua lembrança dolorosa do desaparecimento de José e um medo permanente e corrosivo de que os outros mostrassem profundo desafeto pelos filhos de Raquel.

Para comprar mantimentos, eles tinham de obter visto da pessoa encarregada pelo programa, sobretudo se fossem estrangeiros. Imediatamente, José conheceu-os (7) e decidiu mostrar-se estranho para com eles, fazendo um interrogatório hostil. Acusou-os de serem espias (9), mas eles protestaram que eram homens de retidão (11). A nudez da terra (9) fica melhor como “até que ponto a terra é indefesa” (Moffatt; cf.ARA). Consideravam-se honestos, afirmação que deve ter feito José rir consigo mesmo. Visto que José persistia nas acusações, fizeram um relato preciso da situação da família. O fato de Benjamim não estar com eles deu a José a oportunidade de fazer mais pressão. Não impôs vingança, mas se serviu de sua autoridade para prová-los severamente e fazê-los revelar quem realmente eram. Isso é (14) significa “é como já vos disse: sois espiões” (ARA).

A acusação de serem espiões tinha a intenção de revelar o verdadeiro propósito de terem ido ao Egito; o encarceramento era para impressioná-los com a amplitude do po­der que ele exercia sobre eles. A ordem de José para que enviassem alguém a buscar Benjamim escondia o intento de descobrir a verdadeira atitude que demonstravam para com seu irmão, o outro filho de Raquel. Pela vida de Faraó (15) é um tipo de juramen­to: “Tão certo quanto vive Faraó” (Moffatt).

Depois de três dias (17), mudou um pouco de tática, pois já havia engendrado novos expedientes para fazer o teste. Chamou-os à sua presença e disse que poderiam ir para casa. Mas um deles tinha de ficar como refém até que o irmão mais novo (20) fosse trazido para o Egito. Este desdobrar dos fatos revelou uma consciência coletiva que os provou e amedrontou. A memória do que fizeram a José ficou mais intensa com o passar dos anos. Não há que duvidar que Rúben (22) se agitou nessa consciência muitas vezes, e agora os lembrava que a justiça estava alcançando-os.

José conversava com eles por meio de intérprete (23), assim não tinham como sa­ber que ele entendia o que falavam na língua materna. Ao ouvir o que diziam foi tomado por tamanha comoção que teve de sair para se refazer, pois não conseguiu conter a emo­ção. Sozinho, chorou (24) provavelmente de alívio e um pouco de alegria pelo fato de a dureza e o ódio terem dado lugar à angústia de alma sobre o pecado que cometeram. A escolha de Simeão como refém pode indicar que ele foi o cabeça da trama contra José.

Sem os irmãos saberem, José deu ordens para que o dinheiro (25) pago pelos man­timentos fosse colocado no saco de cada homem. Na primeira parada a caminho de casa, descobriram o dinheiro quando abriram um saco para alimentar os animais (27). A explicação para esta reviravolta estava além do imaginável, mas com temor suspeita­ram que Deus (28) tinha algo a ver com isso.

Os irmãos tinham um relato estranho para contar ao pai (29). Ao ser informado da exigência do egípcio em ver Benjamim, da prisão de Simeão e do misterioso reembolso do dinheiro, Jacó ficou quase histérico em sua aflição e medo. Responsabilizou os filhos por todos os seus infortúnios, pela perda de José (36), de Simeão e, agora, a ameaçadora perda de Benjamim.

Rúben (37) procurou acalmar os temores de Jacó oferecendo-lhe os seus dois filhos como reféns, os quais poderiam ser mortos caso ele não voltasse com Benjamim do Egito. Mas Jacó não se convenceu. Desconfiava intensamente dos filhos mais velhos e se preo­cupava muito pelo único filho que restava de sua amada Raquel. Perder Benjamim leva­ria Jacó a descer com tristeza à sepultura (38).

Índice: Gênesis 1 Gênesis 2 Gênesis 3 Gênesis 4 Gênesis 5 Gênesis 6 Gênesis 7 Gênesis 8 Gênesis 9 Gênesis 10 Gênesis 11 Gênesis 12 Gênesis 13 Gênesis 14 Gênesis 15 Gênesis 16 Gênesis 17 Gênesis 18 Gênesis 19 Gênesis 20 Gênesis 21 Gênesis 22 Gênesis 23 Gênesis 24 Gênesis 25 Gênesis 26 Gênesis 27 Gênesis 28 Gênesis 29 Gênesis 30 Gênesis 31 Gênesis 32 Gênesis 33 Gênesis 34 Gênesis 35 Gênesis 36 Gênesis 37 Gênesis 38 Gênesis 39 Gênesis 40 Gênesis 41 Gênesis 42 Gênesis 43 Gênesis 44 Gênesis 45 Gênesis 46 Gênesis 47 Gênesis 48 Gênesis 49 Gênesis 50