Estudo sobre Oseias 3

O resgate de Gômer (3.1-5)

Após a digressão sobre a aplicação mais ampla das dificuldades matrimoniais de Oseias, recebemos agora uma impressão final de Gômer. Cf. comentários de 1.2-9 acerca do ponto de vista geral com respeito à relação entre os capítulos.

Assim como o Senhor havia ordenado o casamento, agora ele exige que o relacionamento seja retomado, v. 1. O termo novamente pode ser associado a disse, ou a Vá ou trate [...] com amor, com diferentes nuanças de significado, mas, com base no ponto de vista adotado aqui (assim também sugere a formulação da NVI), Oseias descobre que a sua esposa está à venda, talvez por conta de dívidas, e ele a resgata. Isso revela o amor inalienável de Deus por Israel. O título que G. A. Smith dá ao capítulo é digno de nota: “A história da esposa pródiga”.

Em lugar de ser amada por, a LXX traz “amando” (ativo), que faz melhor sentido. bolos sagrados de uvas passas: eram usados na adoração a falsos deuses (cf. Is 16.7; Jr 7.18). Assim, o amor do Senhor não é extinto nem mesmo pela pior apostasia, eu a comprei-, é a tradução de um verbo de significado incerto; a formulação da NEB “eu a tomei de volta” confirma a interpretação que estamos seguindo aqui. O e após “de prata” no v. 2 pode ser considerado um aposto (“igual”, “ou seja”), indicando que a cevada era o equivalente a “15 siclos” ou, como está no texto, cento e oitenta gramas. E mais atraente, no entanto, considerá-lo um simples “e”, sugerindo que Oseias não tinha prata suficiente para comprar Gômer, mas teve de arranjar a diferença em espécie, mostrando assim que ele fez o máximo esforço para poder comprá-la. O período de disciplina (v. 3) necessário antes da retomada da relação marital completa significa o exílio que Israel teria de sofrer antes da restauração nos últimos dias. v. 5. voltarão, é uma palavra-chave, usada 22 vezes nessa profecia. A verdadeira alegria de Israel, como a de Gômer, estava na reconciliação com o seu legítimo marido. Que o caminho da volta ainda estava aberto era um milagre da graça. Davi, seu rei é o seu monarca legítimo, assim como o Senhor é o seu verdadeiro Deus. Oseias espera assim que o Reino do Norte se comprometa novamente com a lealdade à dinastia rejeitada sob Jeroboão I. A sua objeção não é ao reinado em Sl, mas à monarquia do norte, que está em rebeldia para com o homem que Deus escolheu; cf. também 8.4; 9.9; 10.3,9,10; e 13.10,11. Alguns estudiosos consideram o v. 5 um acréscimo de um redator de Judá, mas isso é infundado.

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