Interpretação de Zacarias 12

Zacarias 12 dá continuidade às mensagens proféticas de Zacarias, concentrando-se nos eventos futuros relativos a Jerusalém, aos seus inimigos e à transformação espiritual de Israel.

O capítulo começa com uma profecia sobre Jerusalém se tornar um “cálice cambaleante” e uma “pedra pesada” que causa angústia às nações vizinhas. Esta imagem sugere que Jerusalém será uma fonte de conflitos e problemas para aqueles que se opõem a ela.

Zacarias 12 fala então de um dia futuro em que Deus protegerá e defenderá Jerusalém contra seus inimigos. O povo de Jerusalém será fortalecido pelo Senhor e os seus adversários serão derrotados.

O capítulo também descreve um momento em que os habitantes de Jerusalém reconhecerão o significado do sacrifício do Messias. Eles chorarão por Ele como alguém chora por um filho único, significando uma compreensão profunda e sincera da sua necessidade de salvação.

O texto prossegue descrevendo um processo de purificação espiritual que ocorrerá entre o povo de Israel. Deus derramará um espírito de graça e súplica, levando ao arrependimento e a um relacionamento renovado com Ele.

Zacarias 12 aponta, em última análise, para um futuro em que Jerusalém será protegida, Israel será espiritualmente transformado e o sacrifício do Messias será reconhecido. O capítulo enfatiza a soberania de Deus sobre as nações e Seu plano redentor para Seu povo.

Interpretação

Os Poderes Mundiais Contra Jerusalém. 12:1-14.
12:1. Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel. A sentença final, compreendendo os três últimos capítulos, está cheia de verdades proféticas vitais relativas à consumação da história de Israel. Deus se apresenta na plenitude do Seu poder no reino dos céus, da terra, e da humanidade, por causa da significância dos pronunciamentos a serem feitos.

12:2. Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear. O cerco de Jerusalém pelos povos (não povo) da terra não pode ser a invasão de Nabucodonosor, nem o cerco de Tito (70 d.C.); as passagens proféticas obrigam-nos a colocá-lo antes da volta visível de Cristo à terra. O cálice é um símbolo familiar da ira de Deus. (Veja Is. 51:17, 22; Jr. 13:13; 25:15-28; 51:7). Os inimigos que sitiarão Judá e Jerusalém receberão um golpe desconcertante que os deixará cambaleantes.

12:3. Uma pedra pesada. Quando os inimigos de Israel se envolverem com ela, eles mesmos se ferirão e serão esmagados.

12:4. Ferirei... a todos os cavalos. Pânico, loucura e cegueira sobrenatural tomará conta de cavalos e cavaleiros no ataque. A cavalaria sempre constituiu uma grande parte dos exércitos orientais.

12:6. Como um braseiro ardente debaixo da lenha. Deus triunfará de maneira dupla: privando os inimigos de sua força e concedendo poder a Israel para resistir aos seus adversários. Os inimigos serão consumidos como madeira e gavelas devoradas pelo fogo.

12:7. O SENHOR salvará primeiramente as tendas de Judá. Para que o livramento seja reconhecido por todos como ando de Deus, Ele liberará as regiões da terra mais afastadas e menos defendidas, antas de libertar a capital. Nem a casa real nem os habitantes da capital poderio se gloriar sobre u mais humilde habitante da menos favorecida parte do país.

12:8. Será como Davi. Até os frágeis (lit., vacilantes ou trôpegos) entre eles serão irresistíveis como o inconquistável Davi (cons. II Sm. 17:8; 18:3). Esta é a força invencível na terra. Como o anjo do SENHOR diante deles. Os descendentes de Davi, como líderes da nação, são comparados ao Cristo pré-encamado, o mais alto nível de poder celestial (cons. Js. 5:13).

12:9. Procurarei destruir todas as nações. Aqui não há insinuação de fraqueza ou incapacidade, mas antes uma maneira de falar segundo os homens.

12:10. E sobre a casa de Davi... derramarei. Quando o inimigo invasor for destruído, Deus se voltará para as questões espirituais que devem ser acertadas em Israel. O espírito de graça e de súplicas. Basicamente, a referência é ao Espírito Santo. Deus derramará sobre a nação, sobre os importantes e humildes igualmente, o espírito da convicção que os competirá a orar (cons. Ez. 39:29; Joel 2:28, 29). Olharão para mim a quem traspassaram. Mas essa futura geração traspassará o Messias? Recusando-se a crer nEle colocar-se-ão nas fileiras dos seus antepassados que o fizeram dentro da história (cons. João 19:37). Pranteá-lo-ão. Este é o futuro Dia da Expiação de Israel. Quando aquele que é maior do que José se revelar a seus irmãos, eles serão quebrantados com tristeza e com contrição. Pelo primogênito. A mais intensa tristeza particular está indicada na morte de um filho único ou primogênito. Este versículo ensina claramente que no futuro Israel verá o Messias traspassado voltar dos céus. Será o mesmo Messias que eles rejeitaram há tanto tempo atrás, trazendo os mesmos ferimentos que eles lhe infligiram.

12:11. O pranto de Hadade-Rimom. A referência histórica é à morte do piedoso rei judeu, Josias, que foi morto por Faraó Neco do Egito, uma calamidade de grande significado público e que aconteceu em Megido. (II Reis 23:29, 30; II Cr. 35:22-27).

12:12. Cada família à parte. Todas as camadas sociais serão abatidas com uma tristeza universal, reis, profetas, sacerdotes, ou leigos. E suas mulheres à parte. Tão grande será a tristeza que nem mesmo as esposas se juntarão aos maridos na lamentação; cada um enfrentará a sua tristeza sozinho. A tristeza transcenderá os mais íntimos laços terrestres.

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