Interpretação de Zacarias 13

Zacarias 13 é o décimo terceiro capítulo do Livro de Zacarias no Antigo Testamento da Bíblia. Este capítulo dá continuidade às mensagens proféticas de Zacarias, abordando temas de purificação, julgamento e refinamento do povo de Deus.

O capítulo começa com a visão de uma fonte aberta para a casa de Davi e os habitantes de Jerusalém, “para purificá-los do pecado e da impureza”. Esta imagem simboliza a oferta de purificação e perdão de Deus através de Sua graça.

Zacarias 13 também fala de um dia em que os falsos profetas e os espíritos imundos serão removidos da terra. A profecia prevê um tempo em que o povo não tolerará mais ensinamentos falsos e práticas idólatras, destacando uma mudança em direção à adoração verdadeira e ao arrependimento genuíno.

O capítulo então descreve uma figura única conhecida como “Desperta, ó espada, contra meu pastor, contra o homem que está perto de mim!” Esta passagem pode ser interpretada como um prenúncio messiânico, referindo-se aos sofrimentos de Cristo e ao Seu papel como Pastor que é abatido para a redenção do Seu povo.

Zacarias 13 conclui com a descrição de um processo de refinamento pelo qual o povo de Israel será submetido, semelhante ao processo de refinamento da prata ou do ouro. O propósito deste refinamento é purificar e fortalecer o remanescente fiel, garantindo que permaneçam leais a Deus.

No geral, Zacarias 13 aborda temas de purificação, remoção de falsas influências, sofrimento do Messias e refinamento do povo de Deus. Reflete o desejo de Deus por uma nação arrependida e purificada e aponta para o cumprimento final destes temas através do sacrifício e da redenção trazidos por Jesus Cristo.

Interpretação

A Terra e o Povo Purificados. 13:1-6.
13:1. Haverá uma fonte aberta.
Este capítulo segue em pensamento imediatamente após os acontecimentos da porção anterior. A fonte do Calvário, aberta potencialmente há tantos séculos atrás, fará a sua obra na nação, removendo o pecado e a impureza (cons. Rm. 11:26, 27; Is. 65:19; Ez. 36:25). A nação será moralmente purificada.

13:2. Eliminarei da terra os nomes dos ídolos. A idolatria será desarraigada de maneira tão completa do meio da nação, quando ela for purificada do pecado, que até a lembrança dos ídolos se perderá. O espírito imundo. Este é o espírito de imundícia por trás de toda a idolatria e adoração de demônios – isto é, Satanás. Ele contrasta com o espírito de graça e súplicas, o Espírito Santo (cons. Mt. 12:43-45; Ap. 13:11-18).

13:3. Não viverás. A falsa profecia que acompanhava a idolatria não será facilmente removida da nação. Mas se alguém reivindicar a posição de profeta, até os seus pais o condenarão à morte por amor a Deus.

13:4. Sentirão envergonhados os profetas. Os falsos profetas antes se gloriavam em sua supostamente exaltada posição; no dia da purificação de Israel nenhum profeta se gloriará em seu ofício.

13:5. Não sou profeta. Se um falso profeta for preso e interrogado, ele repudiará qualquer relacionamento com a profecia. Antes reivindicará pertencer à humilde classe dos lavradores.

13:6. Que feridas são essas nos teus braços? Mas o inquisidor do falso profeta não poderá ser facilmente despedido. No peito do falso profeta se verão sinais reveladores (cons. I Reis 18:28) que levarão à conclusão de que esse homem é um falso profeta. Na casa dos meus amigos. O profeta declarará que os sinais são devidos a castigos recebidos dos pais ou parentes na juventude. De forma nenhuma esta passagem pode se referir a Cristo. Cristo nunca foi um lavrador, nem reivindicou ser. Ele jamais teria afirmado que não era profeta. Sob que condições Ele teria sido interrogado depois de subir à cruz e receber seus benditos ferimentos por causa de nossos pecados?

O Pastor Ferido e o Remanescente. 13:7-9.
13:7. Desperta, ó espada, contra o meu pastor. Deus está se dirigindo à espada para ferir o seu Pastor, que não pode ser outro que o Senhor Jesus Cristo (cons. Mt. 26:31). A morte de Cristo se vê aqui como um ato do Pai. A espada representa o mais alto poder judicial (cons. Rm. 13:4) e pode ser usada simbolicamente para qualquer forma de morte. Como no capítulo 11, o Messias aqui está sob a figura de um pastor. Meu companheiro. Deus fala do seu Pastor como do seu companheiro, seu Igual. A palavra usada em Levítico (6:2; 18:20; 25:14, 14, 15, 17; e outras) significa irmão. Não existe no V.T. nenhuma declaração mais forte relativamente à incontestável divindade do Messias de Israel, o Filho de Deus. Fere o pastor. Esta foi a experiência da cruz. Acarretou a dispersão do povo de Israel, que provocou o golpe romano pela rejeição do seu Rei. Para os pequeninos. Com cuidado amoroso ele reunirá o remanescente e o atrairá.

13:8. Dois terços dela serão eliminados. Embora o horrível feito do Calvário fosse perpetrado muitos anos atrás, quando Deus reassumir sua posição com Israel em juízo, terá de eliminar dois terços do povo, os incrédulos; a fim de purificar o remanescente para sua glória.

13:9. É meu povo. Uma vez purificado o remanescente, este reconhecerá Deus, e Ele reconhecerá o remanescente como Seu povo.

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