Interpretação de Zacarias 11

Zacarias 11 dá continuidade às mensagens proféticas de Zacarias, usando imagens simbólicas para transmitir mensagens sobre a condição espiritual de Israel, a liderança e a rejeição do Bom Pastor.

O capítulo começa com uma representação dos cedros do Líbano sendo destruídos, simbolizando a devastação dos líderes de Judá. Os pastores responsáveis pelo povo eram negligentes e egoístas, levando ao declínio espiritual do povo.

Zacarias 11 descreve então a quebra de dois bastões chamados “Favor” e “União”, representando a aliança entre Deus e o povo. Esta quebra significa a anulação da aliança devido à infidelidade de Israel.

O capítulo prossegue descrevendo o destino do Bom Pastor, que representa o Messias. O povo O rejeita, e Ele é avaliado por apenas trinta moedas de prata, que era o preço de um escravo nos tempos antigos. Esta imagem prenuncia a traição de Jesus Cristo por Judas Iscariotes por trinta moedas de prata.

O texto continua com a descrição de um pastor tolo que toma conta do rebanho. A liderança deste pastor é caracterizada pela opressão e crueldade, refletindo as consequências negativas da rejeição do verdadeiro Pastor (Messias).

Zacarias 11 transmite mensagens sobre a condição espiritual de Israel, as consequências da liderança negligente e a rejeição do Messias. O capítulo serve de alerta contra a infidelidade e de lembrete da importância de reconhecer e seguir o Bom Pastor, que oferece salvação e restauração.

Interpretação

A Rejeição do Bom Pastor. 11:1-17.
Os acontecimentos deste capítulo estão colocados no período do ministério terrestre do Pastor de Israel, e sua rejeição pelos israelitas, com suas consequências em 70 d.C. Falam da hora negra da história nacional de Israel.

11:1. Que o fogo consuma os teus cedros. Zacarias, de forma dramática, descreve o juízo de Deus cabido sobre Israel como uma imensa conflagração, tragando, em primeiro lutar, os gigantescos cedros do Líbano ao norte.

11:3. Jordão. O Líbano, Basã e o Jordão representam a terra em toda a sua extensão. É dato que o povo seria envolvido na destruição de sua terra; ele não podia escapar ao castigo. Tal é o pronunciamento do juízo.

11:4. Apascenta as ovelhas destinadas para a matança. Primeiro dá-se o efeito, depois a causa. O motivo do juízo é a rejeição do Messias. O profeta representativamente toma o lugar do futuro Pastor. Eles são chamados de ovelhas destinadas para a matança, porque foram oprimidos e ainda estavam por experimentar as piores perseguições (cons. Sl. 44:22).

11:5. Aqueles que as compram matam-nas. As nações em cujas mãos tiveram permissão de cair fizeram mau uso deles, enriqueceram às suas custas e insensivelmente não tinham nenhum sentimento de culpa por causa disso. Seus pastores não se compadecem delas. Os próprios líderes de Israel não se apiedavam mais que seus senhores e opressores estrangeiros.

11:6. Já não terei piedade. O clímax de sua miséria estava por vir com a decisão de Deus de não se apiedar deles. Eu não os livrarei. Quer eles caiam pela mão de um vizinho em luta destrutivas ou sob o golpe mortal de um rei estrangeiro, o Senhor não interferirá.

11:7. Apascentei as ovelhas. Literalmente, Assim apascentei as ovelhas destinadas para a matança. Zacarias executou fielmente sua obrigação no papel de futuro Messias, e o seu ministério foi recebido pelo remanescente, especialmente, pelos pobres do rebanho. Duas varas. Para execução de sua tarefa o pastor no Oriente usava uma vara para repelir as feras (Graça ou Favor), e a outra para ajudar as ovelhas a vencer lugares difíceis, mantendo o rebanho intacto (União ou Laços).

11:8. Três pastores. Um escritor contou quarenta diferentes interpretações destas palavras. Tão poucas são as evidências para qualquer interpretação que o dogmatismo fica excluído. A referência talvez seja a três classes de líderes em Israel – o profeta, o sacerdote e o magistrado civil. E também elas estavam cansadas de mim. O aborrecimento era mútuo, e eles se rejeitavam mutuamente.

11:9. Não vos apascentarei. O Pastor resolveu interromper seu ministério junto a elas; sua paciência se esgotara. Elas seriam abandonadas à sua própria sorte, até mesmo à destruição mútua.

11:10. E a quebrei. Para simbolizar a interrupção de seu relacionamento com elas, o Messias quebrou sua primeira vara. Esta interrupção da aliança com todas as nações (povos, não povo) fê-las presa fácil a todos os seus inimigos. A mão de Deus que os controlava fora removida.

11:11. As pobres do rebanho. Só a minoria piedosa percebia os acontecimentos que transpiravam diante de todos.

11:12. Dai-me o meu salário. O Messias procurou então revelar a profundeza da rejeição de Israel para com ele e o seu ministério; por isso pediu que avaliassem o seu trabalho. Mas não houve compulsão. Indicou que eles podiam abster-se de responder se quisessem. Trinta moedas de prata. Esta é uma das transações mais espantosas registradas na Bíblia. Eles o avaliaram ao preço de um escravo escornado (cons. Êx. 21:32). Isso era muito pior que rejeição declarada (cons. Mt. 26:15). Colocaram o Messias no nível de um escravo sem valor.

11:13. Arroja isso ao oleiro. Deus ordenou que Zacarias mostrasse o desprazer divino por causa da estimativa feita com o Seu Filho. O preço insignificante e miserável devia ser lançado ao oleiro, cujo estoque valia uma ninharia e podia ser facilmente substituído. Na casa do SENHOR. O avultado (com grande sarcasmo) preço devia ser jogado fora no lugar mais solene e mais público de todos (cons. Mt. 27:3-7).

11:14. Então quebrei a minha segunda vara. Agora os laços internos da nação foram soltos, e esta foi lacerada por muitas divisões. Os historiadores seculares confirmam amplamente esta profecia que se cumpriu no período da guerra romano-judia, que culminou em 70 d.C.

11:15. Os petrechos de um pastor insensato. Depois de rejeitar a Cristo, o verdadeiro Pastor, o povo de Israel foi disperso pelo mundo. Quando o Senhor reassumir Sua posição junto deles, será do modo aqui estabelecido. Eles rejeitaram o verdadeiro Pastor; terão a orientação do pastor falso ou insensato. Moralmente, refere-se a qualquer dos muitos líderes perversos que assolaram Israel através dos séculos. O ponto culminante será atingido na contrafação de Cristo que se levantará no fim dos tempos. (Veja Dn. 11:36-39; II Ts. 2:1-12; Ap. 13:11-18).

11:16. Eis que suscitarei um pastor. Por permissão divina este homem perverso perpetrará suas atrocidades para com o infeliz Israel. Ele não executará as funções de um bom pastor, mas servirá a si mesmo, negociando com o rebanho.

11:17. O braço. O juízo divino recairá sobre ele com golpe irremediável, especialmente sobre o órgão do poder e da inteligência (braço e olho).

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