Interpretação de Zacarias 6

Zacarias 6 é o sexto e último capítulo do Livro de Zacarias no Antigo Testamento da Bíblia. Este capítulo conclui a série de mensagens visionárias dadas ao profeta Zacarias e apresenta temas de simbolismo, restauração e a futura era messiânica.

O capítulo começa com uma visão de quatro carruagens emergindo entre duas montanhas de bronze. Essas carruagens são conduzidas por cavalos de cores diferentes e enviadas pelo Senhor para patrulhar a terra. Esta visão provavelmente simboliza a providência divina e o controle de Deus sobre as nações.

O foco de Zacarias 6 muda então para uma ação simbólica envolvendo Josué, o sumo sacerdote, e um “Renovo”. Josué é instruído a usar uma coroa e é descrito como uma figura simbólica do “Ramo” vindouro, representando papéis sacerdotais e reais. Esta imagem prenuncia o Messias, que combinará estes dois papéis numa só pessoa – Jesus Cristo.

O capítulo termina com uma mensagem de restauração e esperança. Fala de pessoas que vieram de terras distantes para ajudar a construir o templo do Senhor, indicando um tempo de unidade e cooperação entre as nações na adoração a Deus. O “Renovo” é mencionado novamente como aquele que “construirá o templo do Senhor” e “reinará no seu trono”, destacando a promessa messiânica.

Zacarias 6 conclui o livro com um sentimento de antecipação pelo futuro cumprimento das promessas de Deus através da vinda do Messias. Destaca os papéis duplos de sacerdote e rei que Jesus Cristo cumpre e sublinha a restauração e unidade definitivas que ocorrerão através do Seu reinado.

Interpretação

A Visão das Carruagens. 6:1-8.

6:1. Eis que quatro carros saíam. A visão dos carros completa a série vista por Zacarias em uma só noite. Conclui a idéia do que foi apresentado na primeira visão. Os carros evidentemente punham em ação o juízo decretado pelo Senhor. Considerando que os carros eram empregados na guerra, o propósito deles na visão está claro. O número quatro não se refere aos quatro poderes mundiais de Daniel, pois as quatro observações geográficas nesta passagem não se aplicam às monarquias de Daniel 2 e 7. Antes, representam os agentes divinos através dos quais ele está para derramar o juízo sobre os adversários de Israel. Dentre dois montes. O original emprega o artigo definido, os dois montes; isto é, o Monte Moriá e o Monte das Oliveiras. Os carros corriam pelo Vale de Josafá.

6:2. Cavalos... vermelhos. Representam a guerra. Cavalos... pretos. Calamidade é provavelmente o que se pretende indicar.

6:3. Brancos. Vitória e alegria estão simbolizadas por esta cor. Baios. Possivelmente pragas e pestes estão indicadas por esta cor.

6:5. Que saem donde estavam perante o SENHOR. Cada agente saía para realizar a vontade de Deus relativamente ao seu objetivo particular.

8. Fazem repousar o meu Espírito na terra do norte. A ira de Deus foi aquietada na terra do norte, ou Babilônia. (Embora não fosse realmente ao norte de Israel, a Babilônia era alcançada viajando-se em direção norte.) O remanescente fora libertado do governo babilônico através do juízo de Deus pela instrumentalidade de Ciro. Mas, embora a Babilônia fosse subjugada por Ciro, revoltou-se no quinto ano de Dado, que a devastou e despovoou sumariamente.

I. A Coroação de Josué. 6:9-15.
6:10. De Heldai, de Tobias e de Jedaías.
Como uma espécie de pós-escrito às visões noturnas, o profeta conclui com um ato simbólico. Três homens vieram como uma delegação da Babilônia à casa de Josias, o filho de Sofonias, com um presente dos exilados para a construção do Templo que ora se processava. No mesmo dia. Este é o dia de 1:7; naquela noite o profeta recebeu a série de visões.

6:11. Coroas. O original indica uma coroa esplêndida feita de diversas argolas, pois destinava-se apenas para a cabeça de Josué. Como no capítulo 3 ele é um tipo do Messias, tanto no seu nome como no seu ofício. O sacerdócio levítico estipulava que não houvesse coroação do sumo sacerdote. Uma coroa não faz parte do seu ministério ou ofício. Uma mitra pertencia ao ofício sacerdotal, uma coroa ao ofício real.

6:12. Cujo nome é Renovo. A figura do Messias em 6:12, 13 tem sido aclamada como a mais inclusiva do V.T. A ideia contida em Renovo é a de humildade e simplicidade. Do seu lugar. Ele se originará quanto à sua humanidade, de sua terra natal; ele não será de origem estrangeira. O templo do SENHOR. Este não é o Templo restaurado daquele tempo, pois Zorobabel recebeu a promessa de completá-lo (cons. cap. 4). É o Templo Milenial de Ezequiel 40 a 48.

6:13. Será sacerdote no seu trono. À verdadeira maneira de Melquisedeque (cons. Hb. 5:10). Ele será um Rei-Sacerdote (cons. Sl. 110:4). Os conceitos de permanência, segurança e expiação consumida encontram-se todos aqui. Reinará perfeita união entre ambos os ofícios. Em uma só pessoa haverá reunião das dignidades sacerdotais e reais; essas duas funções se mesclarão na Pessoa do Messias.

6:14. Como memorial. A coroa devia ser guardada como memorial da piedosa preocupação da delegação (e daqueles que representava) pelas coisas de Deus.

6:15. Aqueles que estão longe. Zacarias vê agora a delegação que veio da Babilônia como representante dos gentios que virão no reino do Messias para construir o Templo do Senhor (cons. Is. 60:10, 11).

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