Interpretação de Oseias 12
(Interpretação da Bíblia)
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a) A controvérsia do Senhor (Os 12.1). Em 12.1, a
mentira e falsidade de Israel estão descritas de modo mais abrangente. Sua
vaidade é como correr atrás do crestante vento leste (1), o qual, caso
ocorresse, destruiria o que atingisse. Ao se tornarem infiéis ao Senhor, os
israelitas fazem aliança com a Assíria e exportam azeite ao Egito.
Com isto, esperavam comprar proteção contra a Assíria. No esforço de
jogar uma nação contra outra, Israel foi pego entre as duas.
b) Uma palavra ao Reino do Sul (Os 12.2-6). Judá (2) não é inocente. Jacó (todas
as doze tribos) receberá o castigo que merece. O profeta cita o exemplo de Jacó
que era enganador, foi condenado porque era hipócrita, mas se arrependeu de seu
pecado. Pela sua força (3) é traduzido “já homem feito, Jacó lutou com
Deus” (NTLH; cf. BV). Como Jacó prevaleceu e suplicou (4), assim
Israel pode se achegar a Deus. O versículo 4 alude a Gênesis 32.24-32,
passagem que narra a luta de Jacó com Deus em oração. Foi ali que o nome de
Jacó foi mudado para Israel, “Príncipe de Deus”, no sentido de ter poder.
Vemos, pois, que foi somente por luta sincera que Jacó se tornou Israel.'
O SENHOR é o seu memorial (5) pode ser traduzido por “Jeová (Yahweh) é o
seu nome comemorativo” (cf. NVI). A palavra expressa como Deus desejava ser
lembrado — o Eterno, o Imutável, o Deus do concerto de Israel. É a este Deus
que, no fim, Israel voltaria; assim o profeta apela: Tu, pois, converte-te
a teu Deus (6). “Volta-te agora para mim”, é o chamado melancólico. Note
como Moffatt traduz a última parte do versículo: “Sê sempre amável e justo e em
teu Deus põe tua confiança infalível”. Como em Miquéias 6.8, Jeová chama uma
vez mais o seu povo. O estudante do livro de Oséias não pode deixar de ficar
impressionado com a compaixão e paciência de Deus nas suas repetidas ofertas de
perdão e restauração.
c) O orgulho de Israel (12.7-9). O versículo 7 menciona que Israel é como um
mercador (canaan) que busca vantagens, quando engana e oprime.
Como comerciante fraudulento, Efraim não acha que este procedimento é pecado,
porque ele ficou enriquecido (8), como se a riqueza fosse sinal de
inocência. Mas seus ganhos foram adquiridos desonestamente e o castigo está
perto.
Mas eu sou o SENHOR, teu Deus, desde a terra do
Egito; eu ainda te farei habitar em tendas, como nos dias da reunião solene (9). Isto é castigo ou restauração? A tônica do
texto está na última opção, contudo, ambas as idéias podem estar presentes. A
nação será afastada do luxo e sedução do culto a Baal para a simplicidade e
severidade do deserto, que conheceu apenas por tradição. Se esta se tornar
ocasião de preparar as pessoas para o serviço do Senhor, terá sido a
conseqüência do castigo e não o propósito da punição.”
d) A culpa de Israel (12.10-14). Jeová lembra Israel de quem Ele é e do
que fez. Falou aos profetas, deu visão para revelar sua vontade e
símiles (10; “parábolas”, ECA; NVI) pelo ministério de seus servos. Mas,
apesar disso, toda a terra está impregnada de iniqüidade (11);
especificamente, a adoração ao bezerro de ouro. Dois famosos centros
idolátricos são inspecionados: Gileade e
Os versículos 12 a 14 falam do
merecido castigo: Jacó fugiu para o campo da Síria, e Israel serviu por uma
mulher e por uma mulher guardou o gado (12). Estas palavras destacam a
situação penosa que Jacó suportou (Gn 29-31) como fugitivo de Canaã. Na Síria
(Ara), ele serviu como criado comum para obter sua esposa.' O propósito do
contraste entre os versículos 12 e 13 é ajudar Israel a se lembrar dos poucos
bens com os quais os israelitas foram chamados quando estavam no Egito. Era
este fato que tinham de reconhecer a cada ano na Festa das Primícias (Dt
26.5-10). Mas o SENHOR, por meio de um profeta (Moisés), fez subir a
Israel do Egito (13) e por um profeta, foi Israel guardado. Diante
de tais procedimentos providenciais, Efraim mui amargosamente provocou (14)
o Senhor. Em vez de mostrar gratidão, sua ingratidão incitou a ira do Senhor.76
Portanto, deixará ficar sobre ele o seu sangue e o seu Senhor fará cair sobre
ele o seu opróbrio (14). O sangue ou “culpa de sangue” diz respeito
a Efraim e não a Jeová. Talvez se refira especificamente à culpa de sacrifícios
humanos, que estavam associados com a adoração de Moloque. Deus os deixou com a
culpa do pecado e o conseqüente castigo.
No capítulo 12, encontramos: 1) A loucura do pecado,
1; 2) A medida da punição — de acordo com os pecados, 2; 3) A negligência do
pecador, 2-4. Também temos: 1) O caráter de Deus, 5,10; 2) A longanimidade
de Deus, 9; 3) A ira final de Deus, 14.