Interpretação de Lucas 1

Lucas 1

Lucas 1 centra-se principalmente nos eventos que antecederam o nascimento de João Batista e a anunciação do nascimento de Jesus Cristo. 

1. Anúncio do nascimento de João Batista (Lucas 1:5-25): O capítulo começa com a história de Zacarias e Isabel, um casal de idosos que eram justos diante de Deus, mas não tinham filhos. Zacarias, um sacerdote, foi escolhido por sorteio para entrar no templo e oferecer incenso. Enquanto ele estava no santuário, o anjo Gabriel apareceu-lhe e anunciou que ele e sua esposa teriam um filho chamado João. Esta criança, João Baptista, desempenharia um papel crucial na preparação do caminho para o Messias.

Esta história enfatiza que os planos e promessas de Deus não estão limitados pelas limitações humanas, como Isabel concebeu apesar da sua idade avançada. A dúvida inicial de Zacarias e a subsequente mudez até o nascimento do filho também destacam a importância da fé e da confiança na palavra de Deus.

2. A Anunciação do Nascimento de Jesus (Lucas 1:26-38): A narrativa muda para a história de Maria, uma jovem virgem noiva de José. O anjo Gabriel aparece a Maria e anuncia que ela conceberá um filho pelo Espírito Santo e dará à luz o Filho de Deus, Jesus. A resposta de Maria é de humildade e entrega à vontade de Deus, quando ela diz: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

A disposição de Maria em ser o vaso do plano de Deus é um tema central desta passagem. A sua submissão ao plano de Deus contrasta com a dúvida inicial de Zacarias. O papel de Maria como mãe de Jesus e a sua fé na promessa de Deus destacam a sua posição única e significativa na história da salvação.

3. Visita de Maria a Isabel (Lucas 1:39-56): Maria visita sua parente Isabel, que está grávida de seis meses de João Batista. Enquanto Maria cumprimenta Isabel, o bebê no ventre de Isabel salta e Isabel fica cheia do Espírito Santo. Ela elogia Maria pela sua fé e pelo papel especial que desempenhará em trazer o Salvador ao mundo. Em resposta, Maria oferece o Magnificat, um cântico de louvor que enfatiza a misericórdia, a justiça e a fidelidade de Deus às Suas promessas.

Esta seção destaca a alegria e a interconexão dos eventos que levaram ao nascimento de João e de Jesus. O cântico de Maria também reflete temas de justiça social e do cuidado de Deus pelos marginalizados.

4. O nascimento e o nome de João Batista (Lucas 1:57-66): Isabel dá à luz um filho e as pessoas ao seu redor se alegram. Quando chega a hora de dar um nome à criança, Zacarias confirma o nome “João” conforme o anjo havia instruído, e sua capacidade de falar é restaurada. Esta restauração da fala de Zacarias significa a sua obediência à ordem de Deus e a sua afirmação da mensagem do anjo.

5. A Profecia de Zacarias (Lucas 1:67-80): O capítulo termina com um cântico profético falado por Zacarias, muitas vezes referido como Benedictus. Nesta canção, Zacarias louva a Deus por cumprir Suas promessas e levantar um Salvador da casa de Davi. Ele fala do papel que seu filho, João, desempenhará na preparação do caminho para o Senhor e na entrega do conhecimento da salvação ao povo.

A profecia de Zacarias destaca a ligação entre a missão de João e a missão de Jesus e sublinha o tema da fidelidade de Deus à Sua aliança com Israel.

No geral, Lucas 1 prepara o cenário para os eventos milagrosos que cercam o nascimento de João Batista e de Jesus Cristo. Apresenta temas de fé, obediência, soberania de Deus e o cumprimento das profecias do Antigo Testamento na vinda do Messias.

Interpretação

1:1-4 O Evangelho de Lucas é o único que conta qual o método que o autor usou na sua composição. O conteúdo da introdução tem a intenção de fortalecer a confiança do leitor naquilo que o Evangelho contará a respeito de Cristo.

1:1. Houve... empreenderam. Uma tradução literal do verbo grego, quer dizer, “tentaram” ou “iniciaram”. A narração. A palavra implica em uma narrativa formal que é um sumário conciso dos fatos. Fatos que... se realizaram tem o sentido de “as coisas que foram aceitas por certas ou verdadeiras”, ou “os reconhecidos fatos do caso”.

1:2. Transmitiram. Paulo usa esta mesma palavra com referência à transmissão oral do conteúdo do Evangelho (I Co. 11:23; 15:3). Os que... foram deles testemunhas oculares ... e ministros da palavra. Os que foram deles testemunhas oculares, implica em que os informantes de Lucas viram Jesus em pessoa e por causa de seu compromisso com ele tornaram-se ministros da palavra. Ministros não tem um significado profissional no sentido atual da palavra; usava-se em relação aos que prestavam serviços na sinagoga (Lc. 4:20).

1:3. Também a mim. Lucas estava tão bem qualificado a escrever um Evangelho quanto qualquer outro. Acurada investigação. Paulo usa a mesma expressão para dizer que Timóteo “seguia de perto” as experiências da sua carreira (II Tm. 3:10). Esse conhecimento é a familiaridade que um homem tem com os fatos contemporâneos seus. Desde sua origem (gr., anothen). Em um outro lugar Lucas usa a mesma palavra (Atos 26:5). Lucas declara-se completamente familiarizado com a vida de Jesus. Excelentíssimo. Um título que Lucas usa em outros lugares apenas com referência à autoridades ou à nobreza (Atos 23:26; 24:3; 26:25).

1:4. Tenhas plena certeza. A palavra grega significa ter conhecimento perfeito. Instruído pode subentender-se informação oral geral ou instrução formal. Lucas estava escrevendo para confirmar o que Teófilo tinha aprendido através da palavra falada.

Os dois primeiros capítulos do Evangelho preocupam-se com as circunstâncias do nascimento de Jesus e indicam claramente que a vinda do Salvador foi uma intervenção direta de Deus nos negócios humanos.

1:5. Herodes, rei. Herodes, o Grande, edomita pelo sangue e judeu de religião, era rei da Judeia desde 37 A.C. até 4 A.C. Era um governante capaz, mas cruel e corrupto. Turno de Abias. Havia vinte e quatro “ordens” ou divisões do sacerdócio, com base nas famílias dos descendentes de Arão, das quais a família de Abias era uma (I Cr. 24:10).

1:7. E não tinham filho. Uma calamidade numa família judia.

1:8. O sacerdócio. Cada membro da ordem tinha a sua vez de servir no altar do Templo durante um determinado período do ano.

1:9. Por sorte. A oportunidade de ministrar no altar era determinada tirando-se a sorte, e quase sempre acontecia só uma vez na vida.

1:10. Toda a multidão do povo permanecia orando. Quando a fumaça do incenso subia do altar, o povo unia-se em oração silenciosa.

1:11. Um anjo do Senhor. No N.T. não há descrição de anjos, mas eles deviam ter algum aspecto que os distinguia dos homens. Seu aparecimento costuma relacionar-se com alguma comunicação divina especial.

1:12 Zacarias turbou-se com o aparecimento inesperado de outra pessoa no Lugar Santo e ficou apreensivo com o que poderia anunciar.

1:13. Disse-lhe, porém, o anjo. Observe o paralelo entre a anunciação do nascimento de João e de Sansão (Juízes 13: 3-5). Nos dois casos os pais já não esperavam mais ter filhos, e o filho prometido recebeu poder desde o nascimento para uma tarefa especial.

1:17. No espírito e poder de Elias. Elias foi o severo profeta do arrependimento que repreendeu Acabe, o idólatra rei de Israel (I Reis 21:17-24). João convocou a nação, despertando-a e preparando-a para a vinda de Cristo (Ml. 4:5,6).

1:19. Eu sou Gabriel. O nome do anjo significa homem de Deus. Ele aparece aos homens para fazer avisos especiais sobre os propósitos divinos (cons. Dn. 8:16; 9:21; Lc. 1:26).

1:21. Admirara-se de que tanto se demorasse. Uma vez que o rito da oferta do incenso levava pouco tempo, a demora de Zacarias poderia ter causado alarme. O povo podia pensar que o sacerdote tinha morrido.

1:23. Os dias de seu ministério. Os sacerdotes serviam na sua vez por um tempo limitado e então ficavam livres para voltarem para sua casa. A casa de Zacarias ficava na região montanhosa, provavelmente não muito longe de Jerusalém (1:39).

1:27. A uma virgem desposada com certo homem... cujo nome era José. A lei judaica considerava o compromisso do noivado tão válido quanto o casamento. O noivado era completado depois de negociações realizadas pelo representante do noivo e depois de pago o dote ao pai da moça. Depois de assumido o noivado, o noivo podia reclamar a noiva a qualquer momento. O aspecto legal do casamento estava incluído no compromisso de casamento; o casamento propriamente dito era apenas um reconhecimento do compromisso que já fora estabelecido. José tinha todo o direito de viajar com Maria a Belém. Da casa de Davi. Pelos direitos de adoção, considerado como filho de José, Jesus podia reclamar a herança real da casa de Davi.

1:28. Favorecida. A palavra pode ser traduzida para cheia de graça, mas refere-se a quem é o recipiente da graça e não a fonte da mesma.

1:29. Que significaria esta saudação? Ser escolhida dentre todas as outras mulheres para receber uma bênção era perturbador. Maria não entendeu por que ela fora escolhida para esta honra.

1:31. A quem chamarás pelo nome de Jesus. Jesus é a forma grega para o Josué hebreu, que significa Jeová é salvação. Compare a narrativa de Mateus da anunciação feita a José (Mt. 1:21).

1:32. O trono de Davi, seu pai. Os descendentes de Davi reinaram sobre Judá desde o Reino Unido até o Exílio numa dinastia ininterrupta. O anjo predisse que Jesus completaria essa sucessão.

1:33. Reinará para sempre sobre a casa de Jacó. Esse reino será tanto temporal quanto espiritual.

1:34. Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? A pergunta de Maria confirma a declaração de sua virgindade no versículo 27. José ainda não a tomara por mulher.

1:35. Descerá sobre ti o Espírito Santo. Em contraste com as lendas pagãs da antiguidade relacionadas com reputada descendência de deuses e homens, não houve nenhuma intervenção física. O Espírito Santo, por meio de um ato criador no corpo de Maria, providenciou os meios físicos para a Encarnação.

1:36. Isabel, tua parenta. Se Maria e Isabel eram primas em primeiro grau, Jesus e João Batista eram em segundo grau.

1:38. Aqui está a serva do Senhor. A pronta aceitação de Maria demonstrou seu caráter devoto e obediente. Ela estava pronta para se arriscar a cair em desgraça e divórcio para cumprir a ordem de Deus.

1:43. A mãe do meu Senhor. A saudação de Isabel mostra que ela estava pronta a reconhecer o Filho de Maria como o seu Senhor.

1:46. A minha alma engrandece ao Senhor. Os versículos de 46 a 56 são chamados O Magnificate, que tem origem na primeira palavra da tradução latina. Compare à oração de Ana (I Sm. 2:1-10).

1:47. Deus, meu Salvador. Maria não era sem pecado; ela reconhecia a sua necessidade de um Salvador.

1:48. Serva (gr. doulê). Literalmente, uma escrava.

1:49. Porque... me fez grandes coisas. Melhor: fez grandes coisas em meu favor.

1:51 No coração alimentam pensamentos soberbos. Pensamento (cons. I Cr. 29:18) tem o significado de “presunção” ou as perspectivas jactanciosas de que se orgulhavam.

1:59. Circuncidar o menino. Os meninos judeus eram circundados oito dias após o nascimento, ocasião em que costumavam receber o seu nome.

1:60. Chamado João. João, do hebreu Yohanan, que significa “Deus é gracioso”.

1:61 Ninguém há na tua parentela que se chama por este nome. As crianças costumavam ter nomes de família. Neste caso a escolha de um nome diferente significa a expectativa de algo especial para a criança.

1:63. Pedindo ele uma tabuinha, escreveu. Tabuinhas recobertas de cera eram usadas nos tempos antigos para fazer anotações temporárias.

1:65. Foram divulgadas estas coisas. Talvez Lucas soubesse dos fatos conversando com algumas das pessoas que moravam na região montanhosa.

1:67. Cheio do Espírito Santo. Esta foi usada oito vezes nos escritos de Lucas incluindo duas ocorrências anteriores neste mesmo capítulo (1:15, 41). Em todos os oito exemplos está relacionada como capacidade de falar e pregar. Subentende-se um controle especial e preparação efetuada pelo Espírito para se transmitir uma mensagem vinda de Deus. Profetizou. Esta palavra não se aplica exclusivamente à predição do futuro, mas pode se referir também à transmissão da mensagem de Deus aos homens, quer se relacione com o passado, o presente, ou o futuro.

1:68. Bendito seja o Senhor Deus de Israel. Lucas, embora gentio, relaciona o ponto central da mensagem como Deus do V. T. Visitou e redimiu o seu povo. Zacarias reconheceu no nascimento de João o princípio do cumprimento da vinda do Messias.

1:69. Poderosa salvação (chifre da salvação). Os chifres do boi eram símbolo de poder. Muitas passagens do V. T, usam esta figura de linguagem, especialmente nos Salmos (cf. Sl. 18:2; 89:24; 132:17; 148:14).

1:70. Seus santos profetas. Deus tem os seus representantes em todas as épocas e em todos os lugares. Enoque, que foi mensageiro de Deus antes do Dilúvio, foi chamado de profeta (Judas 14).

1:73. Juramento. O Senhor jurou a Abraão que os seus descendentes seriam preservados através da escravidão no Egito, e que eles possuiriam a terra prometida (Gn. 15:13, 18). O sol nascente das alturas. Nascente, um termo que se refere ao nascer do sol e, neste caso, ao nascer do “Sol da Justiça” (veja Ml. 4:2). Toda esta passagem contém ecos do último capítulo das profecias de Malaquias.

Notas Adicionais:

1:1–4 Usando uma linguagem semelhante ao grego clássico, Lucas começa com um prefácio formal, comum às obras históricas da época, no qual ele declara seu propósito de escrever e identifica o destinatário. Ele reconhece outros relatos sobre o assunto, mostra a necessidade desse novo trabalho e afirma seu método de abordagem e fontes de informação.

1:1 coisas... cumprida entre nós. Coisas profetizadas no AT e agora totalmente cumpridas.

1:2 proferida. Um termo técnico para passar informações como tradição autorizada (veja 1Co 15:3 e nota). testemunhas oculares e servos da palavra. Lucas, embora não fosse testemunha ocular, recebeu testemunho daqueles que foram testemunhas oculares e se dedicaram a espalhar o evangelho. Pregação apostólica, tradições orais e entrevistas com outras pessoas associadas ao ministério de Jesus estavam disponíveis para ele.

1:3 cuidadosamente investigado. O relato de Lucas é caracterizado por um forte interesse na exatidão histórica. O relato remonta ao início da vida terrena de Jesus. Tem um arranjo ordenado e significativo (embora não necessariamente cronológico). mais excelente. Paulo usou este termo respeitoso para os governadores Félix (At 24:3) e Festo (At 26:25). Teófilo. Consulte Introdução: Destinatário e Propósito.

1:4 para que você saiba. Cf. O propósito de João para escrever (Jo 20:31; veja nota lá).

1:5—2:52 Lucas compara e contrasta os nascimentos de duas crianças especiais, João Batista e Jesus, em grego altamente “semita” – segundo o estilo da Septuaginta (a tradução grega pré-cristã do AT; ver Introdução: Estilo). Ao contrário de Mateus, ele se concentra principalmente na perspectiva das duas mães, Isabel e Maria. Talvez algumas ou todas essas informações já tenham sido escritas em um documento de origem, cujo estilo ele segue de perto, ou talvez ele tenha entrevistado a própria Maria durante seu tempo em Israel enquanto Paulo estava preso lá (At 22:23-26:32) .

1:5 Herodes rei da Judeia. Herodes, o Grande, reinou de 37 a 4 aC, e seu reino também incluía Samaria, Galiléia, Pereia e Traconite (ver gráfico; ver também nota em Mt 2:1). O tempo referido aqui é provavelmente c. 7-6 a.C. Zacarias... Isabel. Ambos eram descendentes de sacerdotes da linhagem de Arão. divisão sacerdotal de Abias. Desde o tempo de Davi os sacerdotes foram organizados em 24 turmas, e Abias era um dos “chefes das famílias sacerdotais” (Ne 12:12,17; veja 1Cr 24:4,10 e notas).

1:6 justo... sem culpa. Eles não eram sem pecado, mas eram fiéis e sinceros em guardar os mandamentos de Deus. Simeão (2:25) e José (Mt 1:19) recebem elogios semelhantes.

1:7 sem filhos. Veja nota no v. 25.

1:9 Era um dos deveres do sacerdote manter o incenso aceso no altar em frente ao Lugar Santíssimo. Ele forneceu incenso fresco antes do sacrifício da manhã e novamente após o sacrifício da tarde (Êx 30:6-8). Como havia mais de 10.000 sacerdotes no Israel do primeiro século, normalmente qualquer um deles teria esse privilégio muito raramente, e às vezes nunca, já que as designações de deveres eram determinadas por sorteio. escolhido por sorteio. Veja notas em Ne 11:1; Pr 16:33; João 1:7; At 1:26.

1:11 anjo do Senhor. Ver v. 19; veja também Gn 16:7 e observe.

1:12 medo. Uma reação comum a tal evento, como com Gideão (Jd 6:22-23) e Manoá (Jd 13:22).

1:13 Não tenha medo. Esta palavra de segurança é dada muitas vezes tanto no AT como no NT (ver, por exemplo, v. 30; 2:10 e nota; 5:10; 8:50; 12:7,32; Gn 15:1; 21:17 ; 26:24; Dt 1:21 e nota; Jos 1:9; 8:1 e nota). João. O nome (derivado do hebraico) significa “O SENHOR é misericordioso” ou “O SENHOR mostra graça”.

1:14 alegria. Uma nota-chave desses capítulos iniciais (vv. 44,47, 58; 2:10); este Evangelho também termina com uma expressão de “grande alegria” (24,52).

1:15 vinho ou outra bebida fermentada. Parece provável que João estivesse sujeito ao voto nazireu de abstinência de bebidas alcoólicas (ver Núm 6:2-12 e notas). Nesse caso, ele foi um nazireu vitalício, assim como Sansão (Jz 13:4-7) e Samuel (1Sa 1:11). cheio do Espírito Santo. Consistente com sua ênfase em seu Evangelho e em Atos (veja nota em 4:1), as narrativas do nascimento de Lucas enfatizam a atividade do Espírito Santo (vv. 35,41,67; 2:25-27). mesmo antes de nascer. No AT o Espírito Santo veio sobre indivíduos temporariamente para alguma tarefa especial (veja, por exemplo, Juízes 3:10 e nota), mas João deveria ser cheio do Espírito durante toda a sua vida.

1:17 Elias. João não era Elias retornando em carne (veja Jo 1:21 e observe), mas ele funcionou como aquele pregador de arrependimento do AT (ele veio “no espírito e poder de Elias”) e, portanto, foi um cumprimento de Mal 4:5 –6 (veja notas em Mal 4:5; Mt 11:14; 17:10). para voltar o coração dos pais para seus filhos. Veja Mal 4:6 e observe. O verdadeiro arrependimento resulta em reconciliação com os outros (ver 3:8–9 e nota em 3:9). pessoas preparadas para o Senhor. João ajudou a cumprir a profecia de Isaías (ver Is 40:3–5 e notas), como Lucas mostra em 3:4–6.

1:18 Como posso ter certeza...? Como Abraão (veja Gn 15:8 e nota), Gideão (veja Jd 6:17 e nota) e Ezequias (2Rs 20:8), Zacarias pediu um sinal (cf. 1Co 1:22).

1:19 Gabriel. O nome pode significar “Deus é meu herói” ou “Poderoso homem de Deus”. Apenas dois anjos são identificados pelo nome nas Escrituras: Gabriel (Da 8:16; 9:21) e Miguel (veja Da 10:13,21 e nota em 10:13; Judas 9; Ap 12:7 e nota).

1:20 Zacarias saberia como Deus interveio com Sarai em circunstâncias muito semelhantes (Gn 17:15-22) e assim deveria ter confiado na obra de Deus no presente.

1:21 o povo estava esperando por Zacarias. Eles estavam esperando que ele saísse do Santo Lugar e pronunciasse a bênção Aarônica (ver Núm 6:24–26 e notas).

1:23 seu tempo de serviço. Cada sacerdote era responsável por uma semana de serviço no templo uma vez a cada seis meses. casa. Veja v. 39.

1:24 permaneceu em reclusão. Talvez em devoção e gratidão que o Senhor tivesse tirado sua esterilidade.

1:25 O Senhor... mostrou seu favor e tirou minha desgraça. Não só a falta de filhos privava os pais de felicidade e cuidados pessoais na velhice, mas era geralmente considerado um desfavor divino e muitas vezes trazia reprovação social (ver Gn 16:2, Sarai; 25:21, Rebeca; 30:23 , Raquel; 1Sa 1:1–18, Ana; ver também Lv 20:20–21; Sl 128:3; Jr 22:30).

1:26-35 Esta seção fala claramente da concepção virginal de Jesus (vv. 27,34-35; veja Mt 1:18-25 e notas). A concepção foi obra do Espírito Santo. Jesus, a eterna segunda pessoa da Trindade, embora permanecendo Deus, também “se fez carne” (Jo 1:14; veja nota lá). Desde a concepção, ele era totalmente Deus e totalmente homem.

1:26 Nazaré. Veja nota em Mt 2:23.

1:27 prometeu se casar. Veja notas em Joel 1:8; Mt 1:18.

1:31 Jesus. Veja Mt 1:21 e nota de texto NIV para o significado deste nome.

1:32 o Filho do Altíssimo. Este título tem dois sentidos: (1) o divino Filho de Deus e (2) o Messias nascido no tempo. Sua messianidade é claramente mencionada no seguinte contexto (vv. 32b-33). Mais alta. Um título frequentemente usado por Deus tanto no AT como no NT (ver vv. 35,76; 6:35; 8:28; Gn 14:19 e nota; 2Sa 22:14; Sl 7:10,17). trono. Prometido no AT ao Messias descendente de Davi (ver 2Sm 7:13, 16; Sl 2:6–7; 89:25–27; Is 9:6–7 e notas). seu pai Davi. Maria pode ter sido descendente de Davi, assim como José (ver Mt 1:16 e nota); para que Jesus pudesse corretamente ser chamado de “filho” de Davi.

1:33 para sempre. Veja 2Sa 7:16; Sal 45:6 e notas; Ap 11:15. seu reino nunca terminará. Embora o papel de Cristo como mediador um dia seja concluído (ver 1Co 15:24–28 e notas), o reino do Pai e do Filho, como um, nunca terminará.

1:34 Como será isso...? Maria não tinha precedente de uma concepção virginal (ver v. 20 e nota). Veja v. 45.

1:35 santo. Jesus nunca pecou (ver 2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26 e notas; ver também 1Pe 2:22; 1Jo 3:5).

1:36 Elizabeth sua parente. Não se sabe se ela era prima, tia ou outro parente.

1:44 de alegria. De alguma maneira misteriosa, o Espírito Santo produziu essa resposta notável no bebê ainda não nascido (veja nota no v. 14).

1:46–55 Um dos quatro hinos preservados em Lc 1–2 (ver vv. 68–79; 2:14; 2:29–32 e notas). Este hino de louvor é conhecido como Magnificat porque na tradução da Vulgata latina a palavra de abertura é Magnificat, que significa “glorifica”. Este cântico é como um salmo e tem notáveis semelhanças com o cântico de Ana (1Sa 2:1-10; veja nota em 1Sa 2:1). Seu tema principal é a inversão dos poderosos e dos humildes na sociedade e entre os grupos de pessoas, especialmente onde Israel foi humilhado (para este tema em todo o Evangelho de Lucas, ver 1:68-79; 4:16-21; 6:20- 26; 16:19-31).

1:50 aqueles que o temem. Aqueles que reverenciam a Deus e vivem em harmonia com sua vontade (veja notas em Gn 20:11; Pv 1:7).

1:51 seu braço. Uma descrição figurativa dos atos poderosos de Deus. Deus não tem um corpo; ele é espírito (ver Jo 4:24 e nota).

1:53 com fome. Tanto fisicamente como espiritualmente (ver Mt 5:6 e nota; Jo 6:35). A vinda do reino de Deus trará mudanças que afetarão todas as áreas da vida.

1:54 lembrando de ser misericordioso. O cântico termina com a garantia de que Deus será fiel às suas promessas ao seu povo (ver v. 55; Gn 22:16-18 e notas).

1:56 três meses. Maria evidentemente permaneceu com Isabel até o nascimento de João e depois voltou para sua casa em Nazaré (v. 36).

1:57–66 O nascimento de João Batista marca o cumprimento da profecia nos vv. 5-25.

1:59 nomeá-lo depois de seu pai. Uma prática aceita naquele dia, como visto em Josefo (Vida, 1).

1:62 fizeram sinais a seu pai. Aparentemente assumindo que, como era mudo, também era surdo. Ele pode muito bem ter sido ambos.

1:63 uma tabuinha de escrita. Provavelmente uma pequena tábua de madeira coberta com cera.

1:64 louvando a Deus. Um tema comum em Lucas (2:13,20,28; 5:25-26; 7:16; 13:13; 17:15,18; 18:43; 19:37; 23:47; 24:53) .

1:67 cheio do Espírito Santo... profetizou. A profecia não apenas prediz, mas também proclama a palavra de Deus. Tanto Zacarias quanto Isabel (vv. 41-45) foram capacitados pelo Espírito Santo para expressar uma proclamação inspirada.

1:68–79 Este hino é chamado Benedictus (“Louvado seja” ou “Bendito seja”) porque a palavra de abertura na tradução da Vulgata latina é Benedictus. Seu tema é a libertação de Israel de seus inimigos através da vinda do Messias. Enquanto o Magnificat (ver nota em 1:46-55) é semelhante a um salmo, o Benedictus é mais como uma profecia.

1:68 os redimiu. Não limitado à segurança nacional (v. 71), mas incluindo a salvação moral e espiritual (vv. 75,77).

1:69 chifre. Indica força (ver nota de texto NIV), como no chifre de um animal (Dt 33:17; Sl 22:21; Mq 4:13). Jesus, o Messias da casa de Davi, tem o poder de salvar (ver Sl 132:17 e nota).

1:73 juramento que ele fez... Abraão. Em Gn 22:16-18 (veja as notas lá).

1:74 para nos resgatar. Incluindo a libertação de todos os tipos de opressão e escravidão, bem como a libertação do pecado.

1:76 chamado de profeta do Altíssimo. Mas Jesus será chamado “o Filho do Altíssimo” (ver v. 32 e nota). preparar o caminho. Veja notas em 3:4; Mal 3:1.

1:78 o sol nascente. Uma referência à vinda do Messias (ver também figuras semelhantes em Nu 24:17; Is 9:2; 60:1; Mal 4:2–5 e notas). Zacarias não apenas elogiou seu próprio filho, o “profeta do Altíssimo” (vv. 76-77), mas também deu honra ao Messias vindouro (vv. 78-79). virá até nós. A vinda (ou visitação) de Deus ocorre no início (v. 68) e no final deste hino e é um tema importante no Evangelho de Lucas (7:16; 19:44).

1:79 aqueles que vivem nas trevas. Os perdidos, separados de Deus (ver Is 9:1–2; Mt 4:15–16 e notas). Paz. Veja nota em 2:14.

1:80 viveu no deserto. Os pais de João, que nasceram velhos, provavelmente morreram quando ele era jovem, e ele aparentemente cresceu no deserto da Judeia, pouco povoado, que fica entre Jerusalém e o Mar Morto. até que ele apareceu publicamente. A pregação de João e o anúncio da vinda do Messias marcaram sua aparição pública. Ele tinha cerca de 30 anos quando começou seu ministério (veja nota em 3:23).

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