Interpretação de Lucas 8

Lucas 8

Lucas 8 continua a narrativa do ministério de Jesus, concentrando-se em Seus ensinamentos, parábolas e demonstrações de autoridade. Este capítulo contém várias parábolas e eventos bem conhecidos que destacam temas de fé, a Palavra de Deus e o poder transformador de Jesus. 

A Parábola do Semeador (Lucas 8:4-15): Jesus conta a parábola do semeador, ilustrando como a recepção da Palavra de Deus varia entre os diferentes tipos de coração ou solo. As sementes que caem no caminho, o solo pedregoso, os espinhos e a terra boa representam diferentes respostas à mensagem. A parábola sublinha a importância de corações receptivos que permitem que a Palavra crie raízes e produza frutos.

Esta parábola ensina o significado da fé genuína, os desafios que os crentes podem enfrentar e o papel da condição do coração na recepção e retenção da Palavra de Deus.

A lâmpada em um candeeiro (Lucas 8:16-18): Jesus ensina que assim como uma lâmpada não deve ser escondida, mas colocada em um candeeiro para fornecer luz, a mensagem de Deus deve ser compartilhada abertamente. Ele enfatiza a ideia de que quem tem mais entendimento receberá mais revelação, enquanto quem não dá ouvidos à Palavra pode até perder o que tem.

Este ensino incentiva os crentes a viver de uma forma que reflita abertamente a verdade da Palavra de Deus e a continuar buscando compreensão e crescimento em sua fé.

A Verdadeira Família de Jesus (Lucas 8:19-21): A família biológica de Jesus vem buscá-Lo, mas Ele usa esta situação para ensinar que aqueles que fazem a vontade de Deus são Sua verdadeira família. Esta afirmação sublinha a ideia de que os laços espirituais são tão significativos, se não mais, do que os relacionamentos biológicos.

Este ensinamento destaca a unidade espiritual entre os crentes e a importância de seguir a vontade de Deus na vida.

Acalmando a Tempestade (Lucas 8:22-25): Jesus e Seus discípulos são pegos por uma forte tempestade enquanto cruzavam o Mar da Galileia. Jesus acalma a tempestade com uma palavra, demonstrando Sua autoridade sobre a natureza e Sua capacidade de trazer paz em meio ao caos.

Este evento enfatiza o poder divino de Jesus e a necessidade dos discípulos de ter fé mesmo em circunstâncias desafiadoras.

Curando o Homem Possuído por Demônios (Lucas 8:26-39): Jesus encontra um homem possuído por uma legião de demônios. Ele expulsa os demônios em uma manada de porcos, e o homem é restaurado ao seu juízo perfeito. Porém, a população da região fica com medo e pede para Jesus ir embora. O homem curado quer seguir Jesus, mas Jesus o instrui a compartilhar seu testemunho com seu próprio povo.

Esta história ilustra a autoridade de Jesus sobre o reino espiritual e Sua compaixão até mesmo pelos indivíduos mais marginalizados. Também destaca as diferentes respostas que as pessoas podem ter às Suas obras milagrosas.

Curando uma Mulher e Ressuscitando a Filha de Jairo (Lucas 8:40-56): Jesus cura uma mulher com um problema de sangramento de longa data, e então Ele ressuscita a filha de Jairo dentre os mortos. Esses milagres demonstram o poder de Jesus sobre a doença e a morte.

Esses eventos de cura mostram a compaixão de Jesus, Sua capacidade de trazer cura e vida, e Seu desejo de conexão pessoal com aqueles que vêm a Ele com fé.

Em resumo, Lucas 8 apresenta Jesus como o curador e professor poderoso e compassivo. O capítulo apresenta parábolas que abordam a condição do coração, ensinamentos sobre a importância de compartilhar a Palavra de Deus e vários eventos milagrosos que demonstram a autoridade de Jesus sobre a natureza, as doenças e as forças espirituais. Ao longo destes relatos, os temas da fé, da transformação e da primazia das relações espirituais são evidentes.

Interpretação

8:1. Andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia. Jesus fez uma campanha sistemática por toda a Galileia, buscando as massas populares e preparando-as para o seu apelo final. E os doze iam com ele. Esta declaração não dá a entender que anteriormente eles não viajaram sempre com ele? Talvez passassem parte do seu tempo ganhando o sustento.

8:2. E também algumas mulheres. Parece que Lucas as conheceu pessoalmente. Joana (v. 3) não foi mencionada fora deste Evangelho. As quais lhe prestavam assistência. Sua gratidão para com Jesus em virtude das curas inspirava as ofertas que ajudavam a sustentá-lo e aos discípulos nas viagens missionárias.

8:4. Disse Jesus por parábola. Esta parábola foi narrada e interpretada por todos os três Evangelhos Sinóticos (Mt. 13:3-23; Mc. 4:3-25). É um exemplo notável do método de ensino do Senhor. Geralmente conhecida como a Parábola do Semeador, poderia antes ser chamada de Parábola das Terras.

8:5. O semeador saiu a semear. A agricultura mecanizada era coisa que não existia na Palestina. Um dos quadros mais familiares nas comunidades rurais era a do lavrador semeando sobre o solo tombado. À beira do caminho. Com exceção de algumas poucas estradas principais, não havia estradas pavimentadas, apenas picadas através dos campos. Os viandantes endureciam o chão com os pés caminhando entre as aldeias.

8:6. Pedra (gr. ten petran, a pedra). A Palestina é um país muito pedregoso. A semente não caiu sobre a rocha nua, mas sobre uma fina camada de terra sobre a pedra. O calor da rocha fez a semente brotar rapidamente mas a terra secou depressa, e os brotinhos murcharam.

8:7. Espinhos. Os espinhos crescem em touceiras e são difíceis de se erradicar. Mesmo se a parte superior dos arbustos for cortada, as raízes permanecem no solo.

8:8. Boa terra. O solo da Palestina é rico, e quando devidamente irrigado produz grandes colheitas.

8:9. Que parábola é esta? O problema dos discípulos era descobrir a aplicação dos fatos apresentados; os fatos propriamente ditos eram simples e familiares.

8:10. Os mistérios do reino de Deus. “Mistério” (gr. mysterion) é um fato ou verdade revelada apenas aos iniciados. A verdade divina não pode ser entendida por aqueles que não têm discernimento espiritual (I Co. 2:14). Os discípulos veriam verdades novas através das parábolas; os outros as considerariam apenas como histórias interessantes.

8:11. Este é o sentido da parábola. A Parábola das Terras foi uma das poucas que Jesus interpretou. Ela nos dá uma chave tanto para os seus métodos de ensino quanto para o processo mental que havia por trás delas. A palavra de Deus é a verdade de Deus, quer falada quer escrita. Nesta parábola Jesus estava pensando sobre os seus ensinamentos conforme apresentados às multidões.

8:14. Os seus frutos não chegam a amadurecer. Pode haver fruto, mas as espigas serão minguadas e mirradas.

8:15. De bom e reto coração. Duas palavras gregas (kalos e agathos), as duas com o significado de “bom” foram usadas. A primeira tem a sugestão de beleza; a última, de nobreza e honestidade.

8:16. Candeia (gr. lychnon), uma pequena vasilha de barro com azeite de oliva e um pavio. Dava uma luz muito fraca. Colocada debaixo de um vaso ou móvel, não daria iluminação. Geralmente era colocada sobre um velador (haste de madeira) para que a sua luz se irradiasse em todas as direções.

8:17. Nada há oculto, que não haja de manifestar-se. A verdade é como a luz; não pode ser mantida em segredo se vai ser útil.

8:18. Vede, pois, como ouvis. O ouvinte é tão responsável pela eficiência da mensagem quanto o orador.

8:19. Sua mãe e seus irmãos. Pouco se diz nos Evangelhos sobre a família de Jesus. Seus irmãos não criam em suas reivindicações (Jo. 7:5). A natureza do seu propósito não foi revelada. Possivelmente achavam que as declarações de Jesus eram extravagantes e que ele os deixava em má situação por causa de suas alegações de autoridade.

8:21. Minha mãe e meus irmãos são aqueles. Ele declarou que o parentesco com ele é espiritual, não primordialmente físico.

8:22. Passemos para a outra margem do lago. O lado oriental do lago era pouco habitado. Jesus queria escapar às multidões a fim de descansar e conversar com os seus discípulos.

8:23. Adormeceu. O Salvador estava sujeito às limitações humanas, e o cansaço devido ao seu ministério esgotou-o. Tempestade de vento não era coisa incomum na Galileia. O lago fica a 224 m abaixo do nível do mar e está cercado de colinas. Quando o ar nas elevações resfria ao fim do dia, ele desce pelos declives das montanhas até o lago e o agita violentamente. Correndo eles o perigo de soçobrar. As ondas revoltas batiam no barco aberto, de modo que estava em perigo de afundar.

8:24. Perecendo. A tempestade devia ser fora do comum para amedrontar pescadores experimentados que conheciam todos os aspectos do lago. Despertando-se Jesus, repreendeu o vento. Jesus tinha autoridade sobre as forças da natureza. Se a tempestade passasse naturalmente, a calmaria não teria se seguido instantaneamente.

8:26. A terra dos gerasenos. O milagre não poderia ter acontecido em Gadara, que ficava a sete milhas distante do lago. Manuscritos mais antigos comprovam que deveria ser Gergesa ou Gerasa. Havia uma aldeia do lado oposto a Cafarnaum, no sítio hoje marcado por ruínas que recebem o nome de Khersea, perto das quais existem declives escarpados nas rochas e sepulturas abandonadas. O território pertencia a Gadara, e por isso talvez se chamasse “a terra dos gadarenos”. A variação nos textos dos manuscritos pode refletir a confusão dos escribas do passado sobre a identidade do lugar, ou até mesmo pontos de vista diferentes da parte dos Evangelistas. O território ao longo do lago era deserto.

8:27. Um homem possesso de demônios. O endemoninhado era tão perigoso que fora afastado da civilização e se refugiara nas tumbas abandonadas.

8:28. Que tenho eu contigo? Reconhecendo Jesus como o Filho de Deus, o demônio foi tomado de medo do juízo que Cristo poderia pronunciar contra ele.

8:29 Procuravam conservá-lo preso com cadeias e grilhões. O endemoninhado exigia controle eficaz. Com força sobrenatural ele quebrava as correntes e escapava.

8:30 Uma legião romana compunha-se de 6.000 homens. A expressão aqui pode significar apenas um grande número.

8:31 O abismo da destruição para o qual todos os espíritos malignos estão destinados (Ap. 9:1; 11:7; 20:1,3).

8:32. Grande manada de porcos. Os porcos eram criados para serem vendidos nos mercados gentios de Decápolis. Os judeus não deviam negociar com eles, nem fazer uso dos mesmos.

8:33. A manada precipitou-se... no lago, e se afogou. A praia oriental do lago é tão escarpada que se os animais começassem a correr, não poderiam mais parar. Os porcos não nadam bem, e assim todo o rebanho se perdeu.

8:35. Vestido em perfeito juízo. Há quem questione sobre o direito que Jesus tinha de permitir a destruição da propriedade de outros. Estava envolvida uma escolha de valores. O que valia mais – o homem, ou os porcos?

8:37. Rogou-lhe que se retirasse deles. Evidentemente o povo dava mais valor aos porcos do que ao homem, temendo mais problemas. Insistiram que Jesus partisse.

8:38. O homem... rogou-lhe que o deixasse estar com ele. A atitude do endemoninhado curado foi exatamente oposta da atitude dos seus antigos vizinhos. Jesus, porém, o despediu. Jesus não o repudiou, mas deu-lhe uma tarefa a realizar. Ele se tornou uma testemunha eficiente do poder do Salvador.

8:41. Eis que veio um homem chamado Jairo. Não se menciona o lugar da ressurreição da filha de Jairo, mas Cafarnaum parece ser o local mais provável. O versículo 40 diz que Jesus voltou, o que dá a entender que ele voltou ao lugar que tinha deixado. Jairo devia ser um dos anciãos que veio a Jesus interceder pelo servo do centurião (7:3).

8:43. Certa mulher que havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. Lucas esclarece que o seu caso era incurável, um desafio à capacidade de todos os médicos.

8:44. Tocou na orla da veste. A orla era na realidade uma borla (gr. kraspedon) que os rabis usavam em suas vestes. O manto era um pedaço grande e quadrado de lã pesada, drapejado sobre as costas da pessoa de tal maneira que a borla de um dos cantos caía entre os seus ombros. No meio da multidão a mulher aproximou-se de Jesus pelas costas e tocou a borla.

8:45. Quem me tocou? Jesus sentiu que um fluxo de poder saía dele, e percebeu que alguém o tocara. A pergunta pareceu tola aos discípulos, uma vez que ele estava sendo empurrado por todos os lados pela multidão. Mas o Senhor podia discernir a diferença entre o casual contato físico acidental e a fé que busca.

8:47. Vendo a mulher que não podia ocultar-se. Ela tinha procurado ser curada em segredo para evitar qualquer possível constrangimento, mas quando foi descoberta, ficou com medo.

8:48. Filha. O tato e a gentileza de Jesus deu-lhe confiança renovada. Ele confirmou a cura e a despediu aliviada.

8:49. Falava ele ainda. A demora fora fatal. A notícia deve ter abatido Jairo, e talvez até criou nele algum ressentimento contra a mulher que interrompera os planos do Mestre.

8:50. Não temas; crê somente. O poder e a compaixão de Cristo eram ilimitados.

8:51. A ninguém permitiu que entrasse. Depois da notável cura da mulher, Jesus não queria mais publicidade.

8:52. Não está morta, mas dorme. Falou da morte como se fosse sono porque pensava nela como num estado do qual as pessoas vão acordar. Os pranteadores encaravam-na como o fim da vida (cons. Jo. 11:11-14).

8:55. E Ele mandou que lhe dessem de comer. Ele tinha consciência das necessidades práticas corriqueiras, além das emergências.

8:56. E Ele lhes advertiu que a ninguém contassem o que havia acontecido. Ele não queria que a população usasse os seus milagres como motivo para transformá-lo em uma figura política. Seu poder tinha a intenção de aliviar o sofrimento e ajudar os necessitados; ele queria fugir ao mero exibicionismo.

Notas Adicionais:

8:1 Reino de Deus. Veja a nota em 4:43.

8:2 e também algumas mulheres. Juntamente com os Doze, estas mulheres estavam “com ele” (Jesus), uma designação para o discipulado (cf. Mc 3,14 e nota). Maria (chamada Madalena). Sua cidade natal era Magdala. Ela não deve ser confundida com a mulher pecadora do cap. 7 ou Maria de Betânia (Jo 11:1).

8:3 Joana. Seria uma testemunha ocular da ressurreição (ver nota em 24:10). Susana. Nada mais se sabe sobre ela, mas ela provavelmente era um tanto rica, como as outras. ajudando a sustentá-los. Jesus e seus discípulos não se sustentavam por meio de milagres, mas eram sustentados pelo serviço e meios de pessoas gratas como essas mulheres.

8:4 parábola. A partir deste ponto no Evangelho de Lucas, Jesus usa parábolas (ver notas em Mt 13:3; Mc 4:2; ver também Introdução: Características) mais extensivamente como meio de ensino. Eles eram particularmente eficazes e fáceis de lembrar porque ele usava cenas familiares. Embora as parábolas esclarecessem o ensinamento de Jesus, elas também incluíam significados ocultos que precisavam de mais explicações. Esses significados ocultos desafiavam os interessados sinceros a uma investigação mais aprofundada e ensinavam verdades que os incrédulos rejeitariam (ver v. 10 e nota). Nas parábolas, os inimigos de Jesus não conseguiram encontrar declarações diretas para usar contra ele. A parábola do semeador é uma das três parábolas registradas em cada um dos Evangelhos Sinóticos (Mt 13:1–23; Mc 4:1–20). As outras são as do grão de mostarda (13:19; Mt 13:31–32; Mc 4:30–32) e da vinha (20:9–19; Mt 21:33–46; Mc 12:1– 12).

8:5 semear sua semente. Na prática oriental, às vezes a semente era semeada primeiro e o campo arado depois. Estradas e caminhos passavam diretamente por muitos campos, e o tráfego tornava grande parte da superfície muito dura para que as sementes criassem raízes. pássaros. O diabo (v. 12).

8:6 em terreno rochoso. Em uma fina camada de solo que cobria rocha sólida. Qualquer umidade que caiu ali logo evaporou, e a semente em germinação murchou e morreu (Mt 13:5-6).

8:8 cem vezes mais. A versão de Lucas é mais abreviada que a de Mateus (13:8) e de Marcos (4:8), mas o ponto é o mesmo: a quantidade de aumento depende da qualidade do solo. deixe-os ouvir. Um desafio para os ouvintes entenderem a mensagem e se apropriarem dela.

8:9 Seus discípulos. Eles incluíam “os Doze e os outros” (Mc 4:10).

8:10 segredos do reino de Deus. Verdades que podem ser conhecidas apenas pela revelação de Deus (cf. Ef 3:3 e nota; 1Pe 1:10–12). Veja a nota em Marcos 4:11. embora vendo, eles podem não ver. Esta citação de Isaías (6:9) não expressa um desejo que alguns não entenderiam, mas simplesmente declara a triste verdade de que aqueles que não estão dispostos a receber a mensagem de Jesus encontrarão a verdade escondida deles. Seu destino final está implícito na citação mais completa em Mt 13:14-15 (ver nota em Mc 4:12).

8:11 a palavra de Deus. A mensagem que vem de Deus.

8:12 pode não acreditar. O propósito do diabo é que as pessoas não ouçam com entendimento e, portanto, não se apropriem da mensagem e sejam salvas.

8:13 Eles acreditam por um tempo. Esse tipo de crença é superficial e não salva. Os agricultores não se importam se as plantas em seus campos crescem caules e folhas, mas apenas se produzem uma colheita ou dão frutos. Somente esses tipos de plantas representam discípulos genuínos. A fé salvadora persevera e produz uma colheita (v. 15).

8:16 acende uma lâmpada. Embora Jesus expressasse muito de sua mensagem em parábolas, ele pretendia que os discípulos tornassem as verdades conhecidas o mais amplamente possível (ver nota em 11:33). Veja a luz. Veja Mt 5:14–16 e notas.

8:17 Este versículo explica o v. 16. É o destino da verdade ser conhecida (cf. 12:2 e nota). Os discípulos deveriam iniciar um anúncio que se tornaria universal.

8:18 considere cuidadosamente como você ouve. Os discípulos ouviram não apenas por si mesmos, mas também por aqueles a quem ministrariam (veja Mc 4:24; cf. Tg 1:19–22). A verdade que não for compreendida e apropriada será perdida (ver 19:26; Fp 3:16 e notas), mas a verdade que for usada será multiplicada.

8:19 A mãe e os irmãos de Jesus vieram. Veja Mc 3:21 e observe. Marcos fornece o motivo dessa viagem: A família pensou que Jesus estava “fora de si” e queria tomar conta dele (Mc 3:31). João nos diz que os irmãos de Jesus não acreditaram nele neste momento (Jo 7:5; veja nota em Jo 7:4). Várias interpretações sobre o relacionamento deles com Jesus surgiram na igreja primitiva: eles eram filhos de José de um casamento anterior (de acordo com Epifânio) ou eram primos (de acordo com Jerônimo). A conclusão mais natural (sugerida por Helvídio) é que eles eram filhos de José e Maria, meios-irmãos mais novos de Jesus. Quatro desses irmãos são mencionados em Marcos 6:3, onde também são mencionadas irmãs. Como Joseph não é mencionado aqui, é provável que ele tenha morrido.

8:21 Veja Tg 1:22; 2:17. A resposta de Jesus não pretendia rejeitar sua família natural, mas enfatizar a maior prioridade de seu relacionamento espiritual com aqueles que criam nele (ver 11:28 e nota). Dos escritores do Evangelho, apenas Lucas fala aqui da “palavra de Deus” ao completar uma seção (vv. 4–21) unificada pelo tema de ouvir a palavra de Deus (ver vv. 11–13, 15).

8:26 região dos gerasenos. Os Evangelhos descrevem a localização deste evento de duas maneiras: (1) a região dos gerasenos (ver nota em Mc 5:1); (2) a região dos gadarenos (ver nota em Mt 8:28). Alguns manuscritos de Mateus, Marcos e Lucas trazem “Gergesenes” (veja a nota do texto da NVI aqui), mas essa grafia pode ter sido introduzida em uma tentativa de resolver as diferenças.

8:27 homem possuído por demônios. Veja a nota em 4:33. Mateus (8:28) refere-se a dois homens endemoninhados, mas Marcos (5:2) e Lucas provavelmente mencionam apenas aquele que era proeminente e falava. túmulos. Um cemitério isolado evitado pela maioria das pessoas (mas veja nota em Mc 5:3).

8:28 Filho do Deus Altíssimo. Cfr. 1:32 e nota; 4:34. O título “Deus Altíssimo” era comumente usado pelos gentios (ver Gn 14:19 e nota; At 16:17); seu uso aqui talvez indique que esse homem não era judeu (mas veja nota em Marcos 1:24). não me torture! Veja Mc 1:24 e observe.

8:30 Qual o seu nome? Saber o nome de alguém era considerado crucial na guerra espiritual para ganhar domínio sobre eles (veja nota em 4:34). Legião. Veja a nota em Marcos 5:9.

8:31 Abismo. Um lugar de confinamento para espíritos malignos e para Satanás (ver nota em Ap 9:1).

8:32 porcos. Os porcos eram impuros para os judeus, e comê-los era proibido (Lv 11:7-8), mas esta era a Decápolis, um território predominantemente gentio. ele lhes deu permissão. Veja a nota em Mt 8:32.

8:35 sentado aos pés de Jesus. Contraste v. 29. vestido. Contraste v. 27. em sã consciência. Contraste v. 27–29.

8:37 eles foram dominados pelo medo. Veja notas em Mt 8:34; Mc 5:17.

8:39 Volte para casa e conte o quanto Deus fez por você. Embora o homem quisesse seguir a Jesus, ele foi instruído a tornar o milagre conhecido em seu próprio território nativo. Não havia perigo aqui de interferência no ministério de Jesus (ver nota em Marcos 5:19).

8:41 líder da sinagoga. O líder era responsável por conduzir os cultos, selecionar os participantes e manter a ordem (ver nota em Mc 5:22).

8:43 sangramento. Possivelmente um distúrbio menstrual que a tornou cerimonialmente impura (ver Lv 15:19-30 e nota em 15:25) ou uma hemorragia que nunca sarou completamente.

8:45 Quem me tocou? Para o bem da mulher e para testemunho à multidão, Jesus insistiu para que o milagre fosse conhecido.

8:46 a energia acabou. Veja a nota em Marcos 5:30.

8:48 Filha. Nos relatos do Evangelho, esta mulher é a única pessoa a quem Jesus se dirige com este termo terno (cf. 23:28). sua fé o curou. O poder que veio do corpo de Jesus não salvou ou curou magicamente a mulher; sua fé a curou. Vá em paz. Cfr. 7:50 e nota.

8:50 será curado. Veja a nota em Marcos 5:34.

8:52 lamento e luto. Veja a nota em Marcos 5:38. não morto, mas adormecido. Jesus quis dizer que ela não estava permanentemente morta (veja João 11:11-14 para uma declaração semelhante sobre Lázaro).

8:56 ordenou que não contassem. Veja as notas em Mt 8:4; Mc 5:43. Mais publicidade nessa época sobre a ressurreição dos mortos teria sido contraproducente para o ministério de Jesus.

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