Significado de Jó 40

Jó 40

Jó 40 marca uma continuação dos discursos de Deus a Jó, ao desafiá-lo a considerar seu lugar no universo e os limites de seu próprio entendimento.

No capítulo 40, Deus desafia Jó a considerar o poder e a majestade do Behemoth, uma criatura frequentemente interpretada como um hipopótamo ou elefante. Deus faz uma série de perguntas retóricas que destacam a força e o poder do Behemoth, enfatizando o fato de que ele faz parte de sua criação e está sob seus cuidados. Essa ênfase serve para reforçar a ideia de que toda a criação está sob o controle de Deus e que a compreensão humana é limitada em comparação.

O discurso de Deus no capítulo 40 é notável por sua ênfase no poder e majestade do Behemoth, e por seu desafio a Jó de considerar seu lugar no universo. Ao destacar a força e o poder da criatura, Deus enfatiza sua própria sabedoria e autoridade e desafia Jó a se submeter ao seu controle. Essa ênfase serve para reforçar a ideia de que o sofrimento pode ser um meio de testar e refinar nossa fé e que, em última análise, Deus está no controle de todas as coisas.

No geral, Jó 40 é um poderoso lembrete da grandeza e do poder de Deus e dos limites da compreensão e do conhecimento humanos. O discurso de Deus serve como um desafio para Jó considerar seu lugar no universo e se submeter ao controle e autoridade de Deus. O capítulo enfatiza o fato de que toda a criação está sob os cuidados de Deus e que a compreensão humana é limitada em comparação.

Comentário de Jó 40

40.1-3 Respondeu mais o Senhor a Jó. O Senhor reforça o Seu desafio temático inicial (Jó 38.2,3) com uma pergunta dinâmica de terminologia jurídica. A palavra contender significa entrar com uma ação judicial (Jó 9.3). Deus reverte a acusação de Jó de que Ele o colocou no banco dos réus (a mesma palavra hebraica é encontrada em Jó 10.2). Na verdade, Jó é quem havia acusado Deus de não favorecê-lo, e não o contrário. O Senhor repreende Jó pelo seu erro. Quem seria Jó para julgar Deus? O Senhor está deixando implícito que Jó vinha tentando ser seu próprio justificador (Jó 40.14).

40.4 O contexto dos versículos 4 e 5 sugere que a palavra hebraica para vil signifique não merecedor. O fato de Jó colocar a mão sobre a sua boca deve ser um gesto de respeito (Jó 29.9) como subordinado de Deus.

40.5-7 A expressão cinge agora demonstra que Deus não havia terminado de falar. As palavras do versículo 7 são as mesmas de Jó 38.3; porém agora muito mais está em jogo.

40.8 O Senhor confronta Jó com falhas graves no que ele falou. Jó se atreveu a fazer vão o juízo de Deus. O contexto do que Eliú falou, usando a mesma palavra para se referir ao reinado de Deus sobre o universo (Jó 24.17; 37.23), sugere que Jó perverteu a justiça divina alegando que o Senhor reina sem estabelecer ordem moral ou social no universo (Jó 24.1-17). Como Jó presumira que a lei de retribuição era inflexível, o que justificaria o sofrimento neste mundo como castigo de Deus, ele teve de reprovar Deus para sustentar que era inocente.

40.9-14 O absurdo da crítica insolente de Jó à maneira como Deus governa o universo (ver Jó 29.2-17, onde ele alega ser justo) é apontado a ele por Deus, quando o Senhor ironicamente “convida” Seu servo para ver as coisas, por um dia, como se fosse o “Rei” de todo o universo. Se Jó tivesse o poder e os atributos de Deus, abateria o soberbo e o ímpio que há no mundo? Jó criticara Deus por não fazer isso com perfeição (Jó 21.30,31; 24.1-17).

40.15-24 A identidade do beemote, que significa grande animal, é controversa. Sugere-se o hipopótomo [ARA] , algum tipo de dinossauro ou simplesmente um monstro mitológico. A princípio, o animal poderia ser identificado como o hipopótamo, que parece encaixar-se melhor nas circunstâncias bíblico-culturais. Contudo, conforme prossegue a descrição do animal, os adjetivos ultrapassam qualquer possibilidade de tratar-se de um hipopótamo, apresentando uma besta que é símbolo de caos. Identifica-se o mesmo padrão na apresentação do leviatã da próxima seção (cap. 41). A ideia principal é que, assim como Jó não poderia aproximar-se, muito menos subjugar, o enorme animal, não poderia comparecer à presença do Todo-poderoso e exigir que ele julgasse sua causa (Jó 40.15—41.34).

40.24 A oração caçar à vista de seus olhos é uma tradução possível do texto hebraico. Mas pode também ser interpretada como pergunta: “pode-se tomar alguém pelos seus olhos?” A expressão pelos seus olhos pode referir-se à dificuldade de capturar um animal tão grande e perigoso [como o hipopótamo ou o beemote] quando ele está submerso, somente com os olhos para fora d’água. Além disso, a couraça dele é muito grossa, e a maioria das armas seria inútil contra ele, a não ser que o atinja nos olhos.

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