Significado de Jó 4

Jó 4

Jó 4 apresenta o primeiro de vários discursos dos amigos de Jó, que vêm visitá-lo em seu tempo de sofrimento. Neste capítulo, Elifaz, o temanita, fala com Jó e tenta explicar por que ele está sofrendo, argumentando que deve ser devido a algum pecado ou delito de sua parte. O capítulo levanta questões importantes sobre a natureza do sofrimento e as maneiras pelas quais as pessoas tentam entendê-lo.

O discurso de Elifaz no capítulo 4 é um exemplo clássico das palavras “confortáveis” que muitas pessoas oferecem aos que sofrem, mas que muitas vezes podem ser mais prejudiciais do que úteis. Elifaz argumenta que Jó deve ter feito algo para merecer seu sofrimento e o exorta a confessar qualquer erro e buscar o perdão de Deus. No entanto, suas palavras demonstram falta de empatia e compreensão pela profundidade da dor de Jó e pela complexidade de sua situação.

O capítulo também destaca os perigos de explicações simplistas para o sofrimento e as maneiras pelas quais elas podem ser usadas para justificar os maus-tratos a outras pessoas. A sugestão de Elifaz de que Jó deve ter pecado para merecer seu sofrimento é uma crença comum mantida por muitas pessoas, mas ignora a realidade de que coisas ruins podem acontecer a pessoas boas sem motivo aparente. Isso levanta questões importantes sobre a natureza da justiça divina e as maneiras pelas quais as pessoas tentam entender o mundo ao seu redor.

Em resumo, Jó 4 é uma exploração instigante da natureza do sofrimento e das maneiras pelas quais as pessoas tentam entendê-lo. A fala de Elifaz destaca os perigos de explicações simplistas para o sofrimento e demonstra a importância da empatia e da compreensão ao oferecer conforto a quem sofre. O capítulo levanta questões importantes sobre a natureza da justiça divina e as maneiras pelas quais as pessoas tentam conciliar sua fé com as difíceis realidades do mundo.

Comentário de Jó 4

4.1 Como Elifaz, o temanita, foi o primeiro a falar, ele devia ser o mais velho e, portanto, presumivelmente, o mais sábio dos três. Elifaz foi um pouco mais cortês com Jó do que seus outros dois amigos. Mas suas observações eram distorcidas. Ele acreditava, com muita convicção, que Deus jamais castigaria um justo e deixaria de punir o pecador. Por esse motivo, concluiu que, se Jó estava sofrendo, devia ser porque estava em pecado (Jó 22.4-11,21-30).

4.2-6 Embora Elifaz pareça surpreso com a resposta de Jó (cap. 3), suas observações iniciais são elogiosas e corteses. O teor dos versículos 7-11 sugere que o versículo 6 provavelmente contenha pelo menos uma pequena retaliação.

4.5, 6 A expressão te enfadas é a tradução de um só termo do hebraico original e repete a mesma raiz da palavra encontrada na oração enfadar-te-ás, no versículo 2. Esta repetição indica que Elifaz já percebera a aparente contradição entre o “Jó paciente” , do prólogo, e o “Jó impaciente”, do diálogo.

4.7-9 Elifaz, por meio de duas perguntas retóricas, destaca a lei da retribuição — [que se baseia em premissas como: “só se eu for fiel a Deus, Ele será fiel a mim”; “se eu fizer isso por Deus, Ele fará aquilo por mim” ]. Ele sustenta sua crença, apelando à sua experiência e à lei da semeadura, segundo a qual se colhe o que se planta. Como a palavra mal (v. 8) é a mesma usada por Jó para descrever sua própria situação como cheia de canseira 063.10) e seu estado miserável Qó 3.20). A postura de Elifaz dá a entender que ele está igualando Jó aos perversos que lavram iniquidade.

4.10, 11 Ao leitor pode parecer que Elifaz acrescentou de repente imagens da retribuição divina sobre os animais. Mas provavelmente são provérbios com duplo sentido. Elifaz pode ter insinuado que os gemidos Qó 3.24) de Jó podem ser comparados ao bramido do velho leão, simbolizando os homens ferinos, cujos pecados estavam sendo pagos agora com sofrimento.

4.12-18 Elifaz apela para uma visão a fim de autenticar sua teologia. Ele alega que seus ouvidos perceberam um sussurro, com uma mensagem de que o homem não pode ser mais justo do que Deus, deixando implícito que Jó não era justo. Isso contrasta com o elogio incondicional que o Senhor fez a Jó, no prólogo (Jó 1.1,8; 2.3).

4.19, 20 A descrição das pessoas como habitantes de casas de lodo com fundamento no pó ressalta a mortalidade e a fragilidade da existência humana. Como suas moradas temporárias, as pessoas podem perecer sem que ninguém tome conhecimento. Em outra parte, Jó emprega as mesmas duas palavras hebraicas [pó e lodo] para descrever a fragilidade do corpo humano. Já que o corpo foi moldado a partir da argila, Deus, o oleiro que lhe deu forma, pode reduzi-lo a pó com facilidade (Jó 10.8,9; 33.6).

4.21 A expressão hebraica para a frase a sua excelência pode significar cordame de uma tenda. Assim, o texto dá a entender que a existência da humanidade é tão precária quanto uma tenda no meio da tempestade.

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