Significado de Jó 11

Jó 11

Jó 11 é uma resposta do amigo de Jó, Zofar, que oferece sua própria interpretação da situação de Jó. Zofar argumenta que Jó deve ter pecado de alguma forma para merecer tal punição de Deus e o exorta a se arrepender e buscar a misericórdia de Deus.

As palavras de Zofar refletem uma crença comum nos tempos antigos de que o sofrimento sempre foi uma punição pelo pecado e que os justos seriam recompensados com prosperidade e sucesso. No entanto, a história de Jó desafia essa visão simplista do mundo e levanta questões mais profundas sobre a natureza do sofrimento e a justiça de Deus. Os amigos de Jó tentam encontrar uma explicação simples para seu sofrimento, mas seus esforços apenas aprofundam sua angústia e confusão.

Em última análise, Jó 11 nos lembra que o sofrimento é uma experiência humana universal e que nem sempre é uma punição pelo pecado ou um sinal da ira de Deus. Desafia-nos a olhar para além da nossa compreensão limitada do mundo e a confiar na sabedoria e justiça supremas de Deus, mesmo no meio da nossa dor e confusão. O capítulo 11 é apenas uma pequena parte dessa história maior, mas serve como um poderoso lembrete da complexidade e profundidade das questões levantadas pelo Livro de Jó e da esperança que temos em Deus, que é a fonte suprema de toda sabedoria, bondade e justiça.

Comentário de Jó 11

11.1-20 Zofar, o naamatita (Jó 2.11) foi ainda mais rude que Bildade (v. 2-6; Jó 8.1-13). Ele era um legalista ferrenho que baseava seus argumentos em teologia mal aplicada e a raciocínios simplistas.

11.2-6 Zofar exagera o que Jó havia dito a respeito de sua inocência (Jó 9.14-21) para fazê-lo parecer um tolo. Jó jamais afirmou que sua doutrina era pura.

11.7-9 Quando Zofar interroga Jó sobre a impossibilidade de compreender os caminhos de Deus, ele emprega associado ao verbo alcançarás o mesmo termo que Jó empregara para descrever as maravilhas de Deus como além do esquadrinhar (Jó 9.10). Assim, Zofar tenta voltar as palavras de Jó contra ele próprio, dizendo que os atos de Jó são incoerentes com sua teologia. Como estes versículos antecipam parte do que o Senhor fala depois (Jó 38.16-18, 34-38), a doutrina de Zofar está correta, mas a sua aplicação não. Portanto, empregada de modo incorreto, a verdade bíblica perverte o propósito das Escrituras e leva ao mau caminho. As boas obras sem caridade não são do agrado do Senhor (Ap 2.2-5).

11.10-12 A pergunta retórica que Zofar faz a respeito de Deus — quem o impedirá..? — ecoa exatamente sobre o que Jó sente no versículo 12, do capítulo 9. No entanto, Zofar nega a alegação de Jó de que Deus não sabe a diferença entre os honrados e os pervertidos (v. 11; Jó 9.22). Para revidar à pergunta de Jó (6.5), em que ele comparou seus gritos ao zurrar de um jumento, Zofar emprega o que pode ser uma declaração proverbial sobre o jumento. Ele insinua que as mentiras (v. 3) de Jó são um indício de que ele é um homem vão (v. 12).

11.13, 14 Estende as tuas mãos faz referência à postura de oração e de louvor (SI 134-2). Presumindo que Jó sofria por causa de sua iniquidade, Zofar repudia cruamente a sua afirmação de que o amigo não tem pecado em sua língua (Jó 6.30), alegando que, na verdade, são as tendas de Jó que estão cheias de injustiça. Talvez seja uma insinuação caluniosa de que Jó adquirira sua riqueza por meios escusos ou tolerara o mal em sua casa.

11.15, 16 A expressão águas que já passaram é similar à nossa águas passadas.

11.17-20 A frase olharás em volta corresponde à tradução de uma raiz hebraica que pode significar olhar cuidadosamente ao redor, com a atenção de um olhar de águia (uso do mesmo termo hebraico em Jó 39.29).

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