Significado de Jó 41

Jó 41

Jó 41 dá continuidade aos discursos de Deus a Jó, desafiando-o a considerar o poder e a majestade do Leviatã, um monstro marinho frequentemente interpretado como um crocodilo ou uma criatura mítica.

No capítulo 41, Deus faz uma série de perguntas retóricas que destacam a força e o poder do Leviatã, enfatizando o fato de que ele faz parte de sua criação e está sob seus cuidados. A descrição de Deus do Leviatã é repleta de imagens vívidas e linguagem poética, destacando a força aterrorizante da criatura e a natureza inspiradora da criação de Deus. Essa ênfase serve para reforçar a ideia de que toda a criação está sob o controle de Deus e que a compreensão humana é limitada em comparação.

O discurso de Deus no capítulo 41 é notável por sua ênfase no poder e majestade do Leviatã e por seu desafio a Jó de considerar seu lugar no universo. Ao destacar a força e o poder da criatura, Deus enfatiza sua própria sabedoria e autoridade e desafia Jó a se submeter ao seu controle. Essa ênfase serve para reforçar a ideia de que o sofrimento pode ser um meio de testar e refinar nossa fé e que, em última análise, Deus está no controle de todas as coisas.

No geral, Jó 41 é um poderoso lembrete da grandeza e do poder de Deus e dos limites da compreensão e do conhecimento humanos. O discurso de Deus serve como um desafio para Jó considerar seu lugar no universo e se submeter ao controle e autoridade de Deus. O capítulo enfatiza o fato de que toda a criação está sob os cuidados de Deus e que a compreensão humana é limitada em comparação.

Comentário de Jó 41

41.1 A identidade do leviatã, basicamente uma transliteração da palavra hebraica para monstro do mar é controversa. A visão tradicional é de que seria um grande crocodilo. Como no caso do beemote (Jó 40.15-24), a descrição do leviatã começa com uma grandiosa imagem poética de um animal extraordinário. Mas quando a descrição termina (v. 18-21), o leviatã virou um dragão cuspidor de fogo, um símbolo do caos, do mal e da destruição. Em última análise, a figura desse monstro retrata o caos no início da criação divina e também Satanás no fim dos dias (SI 74-2-17; Is 27.1; 51.9). Somente Deus pode controlar e destruir o leviatã. Jó poderia apenas recolher-se à sua insignificância e temor. Fazendo perguntas irônicas, o Senhor questiona a incapacidade de Jó de confrontar, imagine subjugar, o leviatã.

41.2, 3 A corda é feita de cana ou juncos torcidos, talvez para enredar o leviatã como um peixe. Mas a frase com um espinho furarás a sua queixada pode sugerir a imagem do leviatã como um prisioneiro de guerra, com um gancho ou argola em seu queixo ou nariz (2 Cr 33.11). Esta interpretação é favorecida pelo contexto do versículo 4- Essa metáfora também é usada em Ezequiel 29.3,4, que descreve como o Senhor capturou o inimigo como a um crocodilo, colocando ganchos em sua queixada.

41.4-9 O Senhor continua a confrontar Jó com uma série de perguntas retóricas. Será que Jó fez do leviatã um escravo ou vassalo eterno? A menção do Senhor a concertos (alianças) deixa implícito que talvez Jó pudesse negociar um tratado de paz com o animal, como um rei maior subjugando o menor em batalha (v. 34).

41.10 Quando o Senhor diz que ninguém seria tolo a ponto de despertar o leviatã, está respondendo ao desejo de Jó de que este monstro fosse despertado (Jó 3.8). De fato, o Senhor questiona Jó: “o que você faria, Jó, caso ele fosse provocado?” (v. 8,9)

41.11 A frase quem primeiro me deu...? também poderia ser traduzida como quem primeiro me confrontou? Na sequência da frase para que eu haja de retribuir-lhe, o verbo retribuir no hebraico significa pagar uma dívida ou indenizar por algo perdido ou roubado. O Senhor confronta Jó por ter insinuado que Ele lhe devia alguma coisa por Jó ser virtuoso (Jó 34-5-8), ou que devia indenizá-lo pela perda de sua posteridade e de suas propriedades (Jó 10.3). Portanto, o Senhor contesta totalmente a concepção errônea de Jó de que Deus tem obrigação de recompensar a pessoa obediente. A ideia de que o Senhor não tem de recompensar-nos por aquilo que julgamos boas obras é uma parte essencial da doutrina bíblica da salvação pela graça, e não pelas obras (Ef 2.8-10).

41.12-34 Na expressão suas forças, o Senhor reforça o argumento nos versículos 1-11 assinalando a invencibilidade e o terrível esplendor do corpo do leviatã.

41.19-21 Exagerando poeticamente (v. 18), o Senhor pouco a pouco transforma o leviatã corpóreo no dragão mitológico (Jó 7.12), que bafeja fogo e fumaça.

41.22-34 A expressão todo o alto vê (v. 34) também poderia ser traduzida como ele olha com desprezo tudo o que é altivo. O rei leviatã, que está sobre todos os altivos, lança um olhar superior sobre os soberbos. Assim, Jó, cujo orgulho fora denunciado, nunca conseguiria subjugar o leviatã poderoso nem legitimar sua alegação de poder governar o mundo melhor do que Deus.

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