Jó 31 — Comentário de Matthew Henry

Jó 31 — Comentário de Matthew Henry



Jó 31 — Comentário de Matthew Henry


Jó 31

Versículos 1-8: Jó declara a sua retidão; 9-15: A sua integridade; 16-23: Jó é misericordioso; 24-32; Jó não é culpado de cobiça e idolatria; 33-40: Não é culpado de hipocrisia nem de violência.

Vv. 1-8. Jó não diz as coisas que aqui estão registradas por orgulho, mas em resposta à acusação que era hipócrita. Ele entendia a natureza espiritual dos mandamentos de Deus, que alcança os pensamentos e intenções do coração. É melhor deixar que os nossos atos falem por nós, porém, em alguns casos, por nós mesmos e pela causa de Deus, devemos protestar solenemente a nossa inocência pelos delitos dos quais somos acusados falsamente. Os deleites da carne e o amor ao mundo são duas rochas fatais, e muitas pessoas se chocam contra elas.

Jó protesta que sempre esteve cuidadosamente atento contra elas. Deus registra os fatos que estão relacionados a nós de uma forma mais precisa do que nós mesmos o fazemos; portanto, andemos com prudência. Jó evitava com cuidado todo o meio pecaminoso de se obter riquezas, e temia todos os ganhos que fossem alcançados ilicitamente, assim como todo o prazer proibido. O que possuímos neste mundo pode-se usar com conforto ou perder-se rapidamente, mesmo obtido honestamente. sem honestidade e felicidade estrita em todos os nossos tratos, não podemos ter uma evidência de verdadeira santidade. contudo, muitos religiosos são incapazes de permanecer neste fundamento!

Vv. 9-15. Todas as contaminações da vida procedem de um coração impuro. A luxúria é um fogo na alma, e queima os que a agradam. consome tudo o que há de bom e desola a consciência. Acende o fogo da ira de Deus, o qual, se não for sufocado pelo sangue de Cristo, consumirá até a destruição eterna. consome o corpo; destrói a essência. As luxúrias ardentes acarretam graves juízos. Jó tinha uma família numerosa e a administrava bem. Ele considera que tem um Senhor no céu; como seríamos desfeitos se Deus fosse severo conosco? Devemos ser mansos e amáveis com quem nos relacionamos.

Vv. 16-23. A consciência de Jó testifica sobre a sua conduta caridosa para com o pobre. Ele se estende muito neste tema, porque foi particularmente acusado a respeito. Foi terno com todos e jamais prejudicou a alguém. Observe os princípios pelos quais Jó se abstinha de agir sem misericórdia e caridade. Ele considerava que, se fizesse mal ao pobre, seria o mesmo que ir contra o Senhor, ao qual temia. o respeito aos interesses mundanos pode segurar um homem na prática de delitos; porém, somente a graça de Deus pode fazer com que odeie, tema e evite os pensamentos e todos os desejos pecaminosos.

Vv. 24-32. Jó afirma que: 1. Nunca colocou o seu coração na riqueza deste mundo. Quão poucos são os religiosos ricos que recorrem ao Senhor como testemunha de que não se regozijam em seus grandes ganhos! Devido à determinação inconsequente de tornar-se ricos, há muitos que arruínam as suas almas, ou as machucam com muitos pesares; Nunca foi culpado de idolatria. A fonte da idolatria está no coração, corrompe os homens, e provoca a Deus para que envie juízos contra uma nação; Nunca desejou o sofrimento para o seu pior inimigo. se outros nos fazem mal, isto não justifica que nós o façamos a eles; Nunca deixou de ser amável com os forasteiros. A hospitalidade um dever do cristão (1Pe 4.9).

Vv. 33-40. Jó defende-se da acusação de que era hipócrita. custa-nos muito confessar nossas faltas, pois estamos dispostos a escusá-las e a lançar a culpa sobre outras pessoas. Porém, quem assim encobre os seus pecados, não prosperará (Pv 28. lá). Ele fala de seu valor em relação ao que é bom, como prova de sua sinceridade nisto. Quando os homens obtêm propriedades injustamente, são despojados justamente do consolo delas; semeou-se trigo, porém brotarão cardos. o que os homens não obtêm honestamente, nunca lhes fará bem algum.

Terminam as palavras de jó, com a ousada afirmação de que ele pode apelar a Deus, a respeito da acusação contra seu caráter moral e religioso como fonte de seus sofrimentos. Contudo, por mais confiado que fosse Jó, veremos que estava equivocado (40.4,5; Jo 1.8).

Que todos nos julguemos a nós mesmos; naquilo que sejamos culpados, busquemos o perdão no sangue que limpa de todo o pecado; que o Senhor tenha misericórdia de nós, e escreva as suas leis em nossos corações!

Índice: Jó 1 Jó 2 Jó 3 Jó 4 Jó 5 Jó 6 Jó 7 Jó 8 Jó 9 Jó 10 Jó 11 Jó 12 Jó 13 Jó 14 Jó 15 Jó 16 Jó 17 Jó 18 Jó 19 Jó 20 Jó 21 Jó 22 Jó 23 Jó 24 Jó 25 Jó 26 Jó 27 Jó 28 Jó 29 Jó 30 Jó 31 Jó 32 Jó 33 Jó 34 Jó 35 Jó 36 Jó 37 Jó 38 Jó 39 Jó 40 Jó 41 Jó 42