Jó 34 — Comentário de Matthew Henry

Jó 34 — Comentário de Matthew Henry



Jó 34 — Comentário de Matthew Henry


Jó 34

Versículos 1-9: Eliú acusa a Jó por este culpar Deus de ser injusto; 10-15: Deus não pode ser injusto; 16- 30: O poder e a providência de Deus; 31-37: Eliú repreende Jó.

Vv. 1-9. Eliú pede aos presentes que decidam com ele sobre as palavras de Jó. O cristão mais sensível, cuja mente esteja iluminada, o coração santificado pelo Espírito de Deus e seja versado nas Escrituras, poderá dizer até que ponto concorda com a fé verdadeira nos assuntos, palavras ou ações, melhor que qualquer um que se apóie em seu próprio entendimento. Jó falara como se quisesse se justificar totalmente. O que diz: "Eu tenho limpado as minhas mãos em vão", não ofende somente aos filhos de Deus (sl 73.13-15), mas também gratifica os seus inimigos e fala como eles.

Vv. 10-15. Eliú mostrara a Jó que Deus não tinha intenções de causar-lhe dano ao afligi-lo; mas que procurava o seu beneficio espiritual. se anteriormente ele não ficara satisfeito, agora isto deveria calá-lo. Deus não pode fazer mal, nem o Todo-poderoso pode cometer erros. se as obras ficam sem recompensa no momento, e os pecados ficam igualmente sem castigo, contudo, há um dia vindouro no qual Deus tratará os homens conforme as suas obras. Além do mais, ainda que a condenação final seja anulada através do resgate feito pelo Salvador, de todo modo merece coisas piores que as aflições externas; assim, não lhe foi feito mal algum, por mais que tenha sido provado.

Vv. 16-30. Eliú apela diretamente a Jó. Poderia ele supor que Deus era como estes príncipes terrenos, que odeiam o que é bom, inaptos para reinar e algozes da humanidade? Uma presunção atrevida é condenar os procedimentos de Deus, como fez Jó através de seu desgosto. Eliú sugere várias considerações a Jó para produzir nele pensamentos elevados a respeito de Deus, e assim persuadi-lo a submeter-se. Jó desejara por várias vezes defender a sua causa diante de Deus, e Eliú pergunta com que propósito. Tudo o que Deus faz é bom, o que será confirmado pelos homens. O que pode inquietar aqueles cujas almas habitam tranquilas em Deus? Os sorrisos do mundo todo não podem trazer paz àqueles contra os quais Deus se ira.

Vv. 31-37. Quando repreendemos alguém pelo que está mal, devemos nos orientar pelo que é bom. Os amigos de Jó preferiram que este reconhecesse a sua própria maldade. Eliú somente o obrigava a reconhecer que usara os seus lábios imprudentemente. Não pioremos mais as coisas através de reprovações. Eliú leva Jó a humilhar-se diante de Deus por seus pecados, e a aceitar o castigo. Também o leva a orar a Deus, para que lhe mostre os seus erros. O homem bom está disposto a reconhecer o pior de si mesmo; particularmente, quando se submete a aflições, deseja que se lhe mostre porque Deus contende com ele. Não basta lamentar-se pelos pecados, mas deve parar de pecar. E, se somos filhos afetuosos, teremos prazer em falar com o nosso Pai e dizer-lhe tudo o que pensamos.

Eliú argumenta com Jó acerca de seu descontentamento, por causa de sua aflição. Estamos sempre prontos para pensar que tudo o que nos concerne deve ser justo, como queremos; porém, não é racional esperar isto. Eliú pergunta se as palavras de Jó foram ou não néscias e pecaminosas. Deus é justo em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras (Sl 145.17). O crente deve dizer: "Que meu Salvador, meu sábio e amoroso Senhor, escolha tudo por mim. Tenho a segurança de que será o mais sábio e o melhor para a sua glória e para o meu bem".