Significado de Esdras 3

Esdras 3

Esdras 3 começa com o povo judeu reunido em Jerusalém, unificado em seu propósito de reconstruir o templo. Eles montaram o altar em seu local original e começaram a oferecer holocaustos de acordo com a Lei de Moisés. Isso marca um passo significativo na restauração das práticas religiosas que foram interrompidas durante o exílio.

Em seguida, o povo celebra a Festa dos Tabernáculos (Sucot), tradicional festa judaica que comemora a jornada dos israelitas pelo deserto. Eles constroem abrigos temporários, ou barracas, como um lembrete da experiência de seus ancestrais e da provisão de Deus. Esta celebração destaca a continuidade dos costumes judaicos e a renovação de seu relacionamento com Deus em sua pátria restaurada.

Após a Festa dos Tabernáculos, os exilados que retornam iniciam o processo de reconstrução dos alicerces do templo. Eles fazem uma generosa contribuição em dinheiro e materiais para a construção, e trabalhadores qualificados são contratados para supervisionar o trabalho. Apesar dos desafios e da oposição das nações vizinhas, as pessoas estão comprometidas com a tarefa em questão.

Em meio à construção, ocorre um fato marcante: são lançados os alicerces do novo templo. O povo celebra este marco com grande alegria e louvor, usando instrumentos musicais e canções de agradecimento para adorar a Deus por Sua fidelidade e pela oportunidade de reconstruir Sua morada.

No entanto, emoções confusas também estão presentes. Alguns dos sacerdotes e levitas mais velhos que viram o templo original construído sob o reinado de Salomão choram ao testemunhar a fundação do novo templo. Suas lágrimas são um misto de alegria pelos progressos realizados e tristeza pela lembrança da grandeza do antigo templo.

O capítulo termina enfatizando a continuidade do culto. Os sacerdotes e levitas são designados para suas respectivas funções, seguindo os regulamentos descritos na Lei de Moisés. Apesar da escala relativamente modesta do novo templo em comparação com seu antecessor, a dedicação do povo em restabelecer a adoração adequada e manter sua fé é evidente.

Esdras 3 retrata a determinação e resiliência dos exilados que retornam ao iniciarem o processo de reconstrução do templo e restabelecimento de suas práticas religiosas. O capítulo destaca o significado emocional e espiritual dessa empreitada e o reconhecimento da fidelidade de Deus ao longo de sua história.

Significado

3.1 O sétimo mês era sagrado para o povo judeu: em seu primeiro dia, era realizada a Festa das Trombetas (Nm 29.1-6); no décimo, comemorava-se o Dia da Expiação (v.7-11), e, no décimo quinto dia, a Festa dos Tabernáculos (v.12- 38). A expressão como um só homem significa que o povo chegava com o desejo comum de adorar a Deus (Ed 3.9).

3.2, 3 Jesua era o sacerdote Josué (Ag 1.1; Zc 3.1); o nome de seu pai, Jozadaque, também recebia a seguinte grafia: Jeozadaque (1 Cr 6.14; Ag 1.1).

3.4 Em obediência à Palavra de Deus, os israelitas observavam a Festa dos Tabernáculos, ou das Tendas, que comemorava a viagem da primeira geração no deserto (Nm 29.13-38).

3.5, 6 O holocausto contínuo era o sacrifício diário, da manhã e da tarde (Ex 29.38-42). Os sacrifícios das luas novas não faziam parte das festas narradas em Levítico 23, mas faziam parte da adoração de Israel (2 Rs 4.23; Am 8.5). As solenidades descritas em Levítico 23 incluíam: (1) o Sábado (v.3); (2) a Páscoa (v. 5), seguida pela Festa dos Pães Asmos (v.6-8); (3) a Festa das Primícias (v.9-14); (4) o Pentecostes (v. 15-22); (5) a Festa das Trombetas (v.23-25); (6) o Dia da Expiação (v.26-32) e a Festa dos Tabernáculos (v.33-44). De acordo com 2 Crônicas 8.13, anualmente, havia três grandes festas solenes: a Festa dos Pães Asmos (junto com a da Páscoa), o Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos. Provavelmente, esta é a lista que se pretende aqui. As ofertas voluntárias eram doadas nos dias festivos (Dt 16.10, 16-17) e a qualquer hora que o povo judeu desejasse (Nm 15.3).

3.7 Salomão, quando construiu o primeiro templo, comprou materiais de Sidom e Tiro, embarcou-os para Jope e pagou por eles com grãos, vinho e azeite (2 Cr 2.10-16).

3.8, 9 A construção do templo de Salomão começou no segundo mês do quarto ano de seu reinado (1 Rs 6.1). Da mesma forma, a construção do segundo templo começou no segundo mês. De vinte anos e daí para cima: A Lei exigia que os levitas tivessem pelo menos 30 anos de idade antes de entrarem para o serviço no templo (Nm 4-1-3). Tempos depois, a idade mínima foi reduzida para 25 anos (Nm 8.24). Finalmente, Davi a diminuiu para 20 anos (1 Cr 23.24, 27). A idade mínima exigida permitiu que mais levitas entrassem para o serviço no templo. Essa provisão foi vital devido ao pequeno número de levitas que fizeram a viagem de volta para Jerusalém (Ed 2.40).

3.10, 11 Os que regressaram para Jerusalém celebraram a colocação do alicerce do templo quase do mesmo modo como a geração anterior tinha celebrado o primeiro templo (2 Cr 5.13). Em duas vozes cantava o coral. Um grupo cantava: Porque Ele é bom; e o outro respondia: Porque a sua misericórdia dura para sempre (Ne 12.31).

3.12, 13 O templo de Salomão foi destruído em 586 a.C., e o acontecimento narrado nesta passagem bíblica se deu cerca de 50 anos depois. Os velhos puderam lembrar-se da grandeza do primeiro templo e choraram.

Índice:
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