Significado de Esdras 5

Esdras 5

Esdras 5 começa com os profetas Ageu e Zacarias, que são inspirados por Deus para encorajar Zorobabel e Jesua (também conhecido como Josué) a retomar a construção do templo. Ageu entrega uma mensagem de Deus, desafiando o povo a priorizar a reconstrução da casa de Deus em vez de se concentrar apenas em suas próprias casas. Essa inspiração divina reacendeu seu entusiasmo pelo projeto e eles retomaram o trabalho no templo.

Os adversários que anteriormente se opunham à construção questionavam a autoridade de Zorobabel e da comunidade judaica para reconstruir o templo. Eles enviam uma carta ao rei Dario da Pérsia, que havia sucedido Artaxerxes, solicitando esclarecimentos sobre se os judeus têm permissão para prosseguir com a construção. Em sua carta, eles fornecem um relato histórico das rebeliões passadas do povo judeu contra o domínio babilônico, retratando a reconstrução do templo como uma ameaça potencial ao império persa.

O rei Dario responde ordenando uma busca nos arquivos reais para determinar a exatidão das afirmações dos judeus. Nos arquivos, descobre-se um decreto do rei Ciro, autorizando a reconstrução do templo e até fornecendo apoio financeiro para a empreitada. Ao verificar a autenticidade desse decreto, o rei Dario reafirma o direito dos judeus de reconstruir o templo.

O rei Dario não apenas confirma a legitimidade do projeto, mas também emite um decreto severo para apoiar os esforços de reconstrução. Ele ordena que os judeus recebam total assistência do tesouro real para fornecer animais, grãos, vinho e óleo para os sacrifícios diários, bem como para cobrir quaisquer outras despesas relacionadas à construção do templo. Além disso, ele adverte que quem atrapalhar esse trabalho enfrentará severas penalidades, inclusive tendo uma viga de sua casa removida e sendo empalado nela.

Como resultado do decreto do rei Dario, a construção do templo ganhou reconhecimento e apoio oficiais. A comunidade judaica continua a trabalhar diligentemente na reconstrução do templo, apesar da oposição e das interrupções anteriores.

Em resumo, Esdras 5 retrata a retomada da construção do templo em Jerusalém após a inspiração divina dos profetas e uma confirmação clara da permissão do rei Dario. O capítulo destaca a importância da fé, perseverança e intervenção divina na superação de desafios e oposição. Também enfatiza o papel de Deus em orientar os assuntos da comunidade judaica e o cumprimento de Seu plano para a restauração de seu centro de adoração.

Significado

5.1 O profeta Ageu, o qual escreveu o livro do Antigo Testamento que leva seu nome, começou seu ministério no ano 520 a.C. (Ag 1.1). Zacarias, profeta que escreveu outro livro do Antigo Testamento, iniciou seu ministério profético meses depois no mesmo ano (Zc 1.1). Os judeus haviam sido forçados a parar a obra que estava sendo feita no templo (Ed 4.24). Agora, anos mais tarde, Deus restabeleceu o trabalho. Ao instruir Seus profetas a profetizar, Ele esperava que Seu povo respondesse com fé e ação. A frase em nome do Deus de Israel lhes profetizaram é um lembrete da origem e autoridade das profecias, bem como da soberania de Deus; afinal, nenhum rei, a não ser o próprio Senhor, tem domínio da história da humanidade.

5.2 Zorobabel, o governador civil, e Jesua — também conhecido como Josué, o sumo sacerdote — lideraram o povo mais uma vez na reconstrução do templo. Os profetas Ageu e Zacarias uniram-se a eles nesse chamado para a ação.

5.3 Quando a reconstrução do templo foi reiniciada, houve, mais uma vez, resistência por parte dos estrangeiros que habitavam em Israel. Tatenai, um sátrapa (Ed 8.36), era um governador regional — posição que, no império persa, era ocupada por apenas 20 pessoas. Por esse motivo, presume-se que Tatenai era um homem muito poderoso. Zorobabel, como governador de um pequeno distrito de Judá, estava sob a autoridade dele. A posição de Setar-Bozenai não é informada, mas, provavelmente, ele era um ajudante ou secretário de Tatenai. O governador regional e sua equipe pessoal visitaram Jerusalém.

5.4 A delegação oficial de Tatenai indagou quem havia autorizado a realização do trabalho no templo (Ed 5.3). A resposta nesse versículo apresenta os nomes dos homens que construíram este edifício, mas não informa quem tinha permitido a obra.

5.5 A expressão os olhos de Deus é uma maneira de falar da soberania e providência divinas (Ed 5.1): o Altíssimo estava protegendo cuidadosamente aqueles que obedeciam aos Seus mandamentos. O governador decidiu que não interromperia os trabalhos no templo até que recebesse uma resposta do rei. Em outras palavras, Tatenai checou a versão dos líderes judeus sobre o que estava acontecendo.

5.6 O governador enviou sua carta inquisidora ao rei Dario (que reinou de 521—486 a.C.). O fato de Tatenai entrar em contato com o imperador mostra que ele, apesar de seu considerável poder, ainda tinha de agir conforme os costumes e as leis persas.

5.7, 8 As paredes que estavam sendo edificadas com pedras, conforme a descrição nessa carta de Tatenai, eram as do templo, e não os muros da cidade. Os judeus usaram madeira para as vigas do telhado e para o chão do templo. A maior parte da construção do templo foi feita de pedras maciças, mas vigas e ripas também foram utilizadas.

5.9, 10 Os oficiais tinham feito duas perguntas (Ed 5.4): eles queriam saber quem era responsável pela construção, e não apenas os nomes dos que estavam realizando o trabalho.

5.11 Em seu relatório para Dario, Tatenai demonstrou que tinha aprendido muito com os judeus sobre sua história e seu destino, incluindo uma referência ao grande rei, ou seja, Salomão.

5.12 Embora os judeus reconhecessem que Nabucodonosor havia destruído o primeiro templo, não determinavam a causa ao seu poder, mas aos seus pecados e, em última análise, ao juízo de Deus. Talvez, o uso por Tatenai do título o Deus dos céus seja um reconhecimento inconsciente da realidade e da soberania do Senhor.

5.13-16 Essa parte da carta de Tatenai ao rei Ciro descreve os acontecimentos que ocasionaram o decreto oficial persa para a reconstrução do templo (Ed 1.1-4). Observe que o atraso descrito no cap. 4 não é mencionado aqui. Sesbazar pode ter sido o nome persa para Zorobabel. Por outro lado, pode ter sido o príncipe judeu que foi, em primeiro lugar, indicado para liderar os esforços de reconstrução do templo, mas que morreu e foi substituído por Zorobabel (1.8). (5.17 — Aparentemente, a casados tesouros do rei continha os registros oficiais e — como o próprio nome diz — os tesouros. O pedido de Tatenai, que achassem o decreto original emitido pelo rei Ciro, atrasou a reconstrução. A viagem de Jerusalém para a Babilônia levou oito meses (Ed 7.9), e a procura pelos documentos oficiais também demorou. O processo inteiro pode ter levado por volta de um ano.

Índice:
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