Significado de Esdras 6

Esdras 6

Esdras 6 começa com o decreto do rei Dario sendo encontrado nos arquivos, confirmando o direito dos judeus de reconstruir o templo. O decreto é lido em voz alta para os funcionários que questionaram a legitimidade do projeto. Ele não apenas reitera a permissão concedida pelo rei Ciro, mas também fornece instruções detalhadas para o apoio à construção do templo. O decreto enfatiza a importância de ajudar os judeus em seus esforços para oferecer sacrifícios e orações no templo, pedindo a bênção de Deus sobre o rei e seu reino.

Ao receber esta confirmação, a comunidade judaica se alegra e continua seu trabalho com renovada dedicação. O capítulo observa que o templo foi reconstruído “de acordo com o comando do Deus de Israel e os decretos de Ciro, Dario e Artaxerxes, reis da Pérsia”.

À medida que a construção do templo avança, o povo comemora sua conclusão com grande alegria. Eles observam a dedicação do templo com sacrifícios e ofertas, refletindo sua gratidão pela fidelidade e provisão de Deus durante todo o processo de reconstrução. Os levitas e sacerdotes recebem suas funções no templo, conforme descrito na Lei de Moisés.

O capítulo termina descrevendo a alegre observância da festa da Páscoa. A comunidade judaica, unida em sua devoção a Deus, celebra com entusiasmo a festa da Páscoa, marcando sua ligação com suas tradições ancestrais e a redenção que Deus trouxe a seus antepassados.

A narrativa em Esdras 6 destaca a culminação do projeto de reconstrução do templo. O capítulo destaca a importância da intervenção divina, dos decretos reais e da determinação da comunidade judaica em cumprir seu objetivo de restaurar o templo. Enfatiza os temas de obediência, adoração e gratidão diante de desafios e adversidades. A conclusão e dedicação do templo são um testemunho da fidelidade de Deus e do cumprimento de Suas promessas ao povo judeu.

Significado

6.1, 2 Como sugerido por Tatenai e seus ajudantes (5.17), o rei Dario ordenou que sua equipe procurasse os registros oficiais na chancelaria — ou casa dos livros — para ver se Ciro havia autorizado a reconstrução do templo em Jerusalém. Aparentemente, nada foi encontrado na Babilônia; então, a busca passou a ser feita em Acmetá, a residência de verão dos reis persas.

6.3-5 O rei Dario iniciou a sua resposta a Tatenai citando o decreto do rei Ciro. A proclamação pública de Ciro pode ser encontrada no capítulo 1.2-4.

A sua altura, de sessenta côvados, e a sua largura, de sessenta côvados. Embora as dimensões completas não sejam fornecidas, parece que o segundo templo foi construído sobre as pedras fundamentais que ainda estavam no lugar desde a época de Salomão (1 Rs 6.2).

As três carreiras de grandes pedras e uma carreira de madeira nova. Assim é descrita a construção do muro do pátio interno (1 Rs 6.36). As pesadas pedras, com as quais Tatenai ficou intrigado (Ed 5.8), foram explicitamente autorizadas.

6.6, 7 Agora, pois. Com base na descoberta dos decretos de Ciro, o rei Dario emitiu uma ordem: concluindo que os judeus estavam agindo de forma legal, ordenou que o governo regional cessasse de opor-se a eles.

6.8-10 Também por mim. O rei Dario endossou a ordem de Ciro e adicionou seu próprio decreto. Dos tributos dalém do rio: Tatenai não só foi impedido de interromper a obra do templo, como também teve de financiar o seu término.

6.11,12 Também por mim se decreta. Para garantir obediência, Dario decretou que a violação de sua ordem seria punida com a morte. O termo pendurado não significa pendurado pelo pescoço com uma corda, mas refere-se ao cadáver do condenado estar preso em um madeiro para exibição pública e como um aviso cruel às outras pessoas.

6.13 Tatenai, apressuradamente, cumpriu as ordens do rei. Não existe indicação de que ele tenha maltratado o povo judeu de forma alguma.

6.14 Eles iam prosperando. O Altíssimo abençoou o povo porque este ouviu os profetas e a pregação da Palavra de Deus. Artaxerxes (464—424 a.C.) ajudou a reconstrução do templo, embora ela tenha sido concluída alguns anos antes que ele assumisse o poder. Artaxerxes contribuiu para a prosperidade do templo ao editar um decreto relativo à sua manutenção (Ed 7.15,21).

6.15 O templo ficou pronto em 515 a.C., no mês de Adar, correspondente a fevereiro/ março do nosso calendário.

6.16 Celebraram com alegria. Algumas pessoas sugerem que os Salmos 145—148 foram usados para festejar o término da reconstrução do templo.

6.17 Como aconteceu na consagração do primeiro templo, esta foi também celebrada com uma abundância de sacrifícios. Ainda que o número de carneiros e bois oferecidos na consagração do templo de Salomão tenha sido 200 vezes maior (1 Rs 8.63), deve-se observar que, além disso, havia mais gente — e mais ricos — participando dela.

6.18 A Lei estabelecia as funções dos sacerdotes e levitas (Nm 18). Tempos depois, as divisões deles foram instituídas por Davi.

6.19 É provável que essa celebração da Páscoa tenha sido excepcionalmente memorável. Desde o cativeiro, essa era a primeira vez que o povo conseguia comemorar de acordo com a Lei.

6.20 Os sacerdotes e levitas se tinham purificado para que pudessem realizar as obrigações de seu ofício. Os levitas mataram o cordeiro da Páscoa por todos e por si mesmos. Originalmente, o cordeiro pascoal era morto pelo chefe de cada família (Ex 12.6). Na época de Ezequias, esse sacrifício era feito pelos levitas por todos que não estivessem purificados (2 Cr 30.17). Na época de Josias, os levitas matavam todos os cordeiros da Páscoa por todos (2 Cr 35.10-15). Desse modo, a observância pascal foi ligeiramente modificada com o passar dos anos, embora ainda fosse observada em seu dia original (compare Ex 12.6 com Ed 6.19).

6.21 A designação nações da terra, evidentemente, refere-se ao povo que tinha sido levado para a Palestina pelos assírios (Ed 4-4) Os que a eles se apartavam eram os israelitas que haviam permanecido na terra durante o cativeiro. A imundícia da qual eles se tinham separado era a idolatria praticada pelos pagãos e, talvez, os casamentos com os estrangeiros.

6.22 A Festa dos Pães Asmos acontecia imediatamente após a Páscoa. O rei da Assíria é uma referência a Dario, pois, mesmo que, de fato, fosse o governante da Pérsia, ele podia ser chamado de rei da Assíria porque era o rei do antigo reino da Assíria. Talvez o título Deus de Israel tenha sido eficaz em ajudar o povo judeu a adquirir, mais uma vez, o senso de sua verdadeira herança e reacender sua real esperança.

Índice:
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