Significado de Esdras 7

Esdras 7

Esdras 7 introduz uma nova fase na narrativa, centrando-se na figura de Esdras e seu papel na restauração da comunidade judaica em Jerusalém.

O capítulo começa com um contexto histórico, afirmando que durante o reinado do rei Artaxerxes da Pérsia, Esdras, um escriba e sacerdote descendente de Aarão, chega a Jerusalém. Esdras é descrito como um escriba habilidoso “versado na lei de Moisés”, indicando seu profundo conhecimento da Torá.

Esdras recebe permissão do rei Artaxerxes para ir a Jerusalém. O rei emite um decreto que permite que Esdras e outros que desejem acompanhá-lo viajem para Judá e Jerusalém. O decreto autoriza Ezra a nomear magistrados e juízes para administrar a justiça entre a comunidade judaica de acordo com a Lei de Deus. Além disso, o rei Artaxerxes fornece apoio financeiro significativo para o templo e suas ofertas, indicando seu favor para com o povo judeu e suas práticas religiosas.

A missão de Esdras é ensinar a Lei de Moisés à comunidade judaica e promover sua observância. A ele é confiada a tarefa de instruir o povo nos estatutos e mandamentos de Deus. Isso reflete a importância da educação religiosa e da liderança espiritual na restauração da comunidade judaica.

Esdras expressa gratidão pelo favor e proteção do rei e atribui isso à providência de Deus. Ele reconhece que a mão de Deus estava sobre ele, guiando-o em sua jornada e garantindo o apoio do rei.

O capítulo conclui observando que Esdras reúne um grupo de levitas, sacerdotes e outros que desejam acompanhá-lo a Jerusalém. Eles partiram em sua jornada com ofertas para o templo.

Em essência, Esdras 7 enfoca a introdução de Esdras, um sacerdote e escriba, e seu papel na restauração da comunidade judaica em Jerusalém. O capítulo destaca a importância de ensinar e cumprir a Lei de Moisés, bem como o favor que Esdras recebe do rei persa. Ele prepara o terreno para os esforços de Esdras em promover reavivamento espiritual, educação e observância dos mandamentos de Deus entre os exilados que retornaram.

Significado

7.1-5 E, passadas essas coisas. Os acontecimentos do capítulo 6 se deram durante o reinado de Dario. Mais especificamente, o templo ficou pronto e foi dedicado em 515 a.C. O capítulo 7 pula vários anos para o reinado de Artaxerxes (464-424 a.C.), já que Esdras regressou por volta de 458 a.C. Desse modo, entre os capítulos 6 e 7 existe um intervalo de, aproximadamente, 60 anos. Durante esse período, ocorrem os acontecimentos descritos no livro de Ester. Esdras, o líder do segundo retorno para Jerusalém, é apresentado com uma expressiva genealogia, demonstrando que ele pertencia a uma família de sacerdotes — a de Arão. Seraías presenciou a queda de Jerusalém (2 Rs 25.18), e seu filho, Jeozadaque, foi para o exílio (1 Cr 6.15). A designação filho de Zeraías indica a linhagem de Esdras, e não o nome de seu pai.

7.6, 7 Esdras não era apenas um descendente de sacerdotes; ele também era um escriba hábil, aquele que copiava e estudava a Lei. Depois do exílio, o ofício de escriba tornou-se fundamental, às vezes substituindo o de profeta em importância e, com o tempo, obscurecendo o papel até mesmo do sacerdote. A Lei de Moisés, na verdade, refere-se à Lei de Deus. Moisés pode ter sido o homem mais associado com a Lei, mas a Lei era a que o Senhor Deus de Israel havia concedido. O que veio depois é, sem dúvida, a designação mais significante (Jo 1.17). A frase segundo a mão do Senhor é usada repetidamente durante todo esse capítulo e no próximo (Ed 7.9,28; 8.18,22,31; Ne 2.8,18). A frase descreve a graça divina trabalhando a favor de Esdras.

7.8, 9 O primeiro mês corresponde a março/ abril do nosso calendário; o quinto mês, a julho/ agosto. O trajeto percorrido por Esdras era perigoso, pois uma rebelião havia começado no Egito e a primavera era a época em que os exércitos antigos iniciavam suas campanhas.

7.10 Durante toda a sua vida, Esdras concentrou-se inteiramente no estudo, na prática e na transmissão da Palavra de Deus. O coração indica todo o ser de alguém. Esdras buscou diligentemente as Escrituras a fim de que pudesse viver de acordo com elas e ensiná-las a Israel. Para isso, a graciosa mão do Senhor o capacitou (Ed 7.9).

7.11 Sacerdote e escriba. Essas palavras descrevem Esdras com excepcional louvor. Ele é citado como o escriba dos escribas ou o mestre dos escribas.

7.12 Os monarcas do antigo Oriente Médio geralmente se auto engrandeciam com títulos como rei dos reis (Ez 26.7; Dn 2.37). Os reis da Pérsia, literalmente, reinavam sobre vários reis porque o império persa incluía vários reinos conquistados. Paz perfeita descreve uma relação de tratado entre o imperador persa e o estado vassalo de Judá.

7.13-19 Antes, Esdras havia pedido permissão para retornar para Jerusalém (Ed 7.6). Agora, os detalhes são fornecidos.

7.14 Esdras desejava retornar para Jerusalém a fim de certificar-se de que a Lei estava sendo cumprida. Seu dever era ensinar ao povo a Lei de Deus (Ed 7.10).

O rei e os seus conselheiros. A autorização para Esdras chegou com pompa e circunstância adequadas; porém, o que o governante persa não sabia era que existia a mão de um Rei muito maior interferindo naquela situação.

7.15-19 São listadas três fontes de oferta para o templo: (1) a prata e o ouro do rei e dos seus conselheiros; (2) toda a prata e o ouro da Babilónia, e (3) as ofertas voluntárias do povo judeu que permaneceu na Babilónia. Observe que Deus aceita as ofertas daqueles que não o conhecem nem servem a Ele verdadeiramente. No entanto, o Todo-poderoso rejeita a oferta de quem aparenta conhecê-lo, mas, na realidade, tem o coração distante do Altíssimo (Is 1.10-15). A habitação do Senhor em Jerusalém é uma referência ao templo.

7.20 E o resto do que for necessário. Esdras tinha o equivalente a um cheque real em branco para a realização da obra.

7.21-23 O decreto de Artaxerxes incluía uma ordem para os tesoureiros das províncias: que concedessem a Esdras os suprimentos extras que ele reivindicasse. Esdras podia pegar não mais do que 100 talentos de prata (aproximadamente quatro toneladas), cem coros de trigo (ou tonéis, n v i ) e até cem batos (ou dez barris, n v i ) de vinho e cem de azeite.

7.24 Todos os oficiais do templo eram isentos de qualquer tipo de imposto. Artaxerxes, como Ciro (Ed 1.2-4) e Dario (Ed 6.1-10) antes dele, queria obter benevolência e evitar a ira dos deuses que eram adorados em todo o império.

7.25, 26 Esdras recebeu autoridade para estabelecer um sistema judicial com poder para punir. Embora os regedores e juízes tivessem autoridade apenas sobre o povo judeu, ela se estendia para além de Jerusalém até Síria, Fenícia e Palestina. Tempos depois, Esdras usou sua autoridade para punir o pecado na comunidade (Ed 10.8).

7.27, 28 Para ornarmos a Casa do Senhor é uma referência ao restabelecimento da vida moral, espiritual e religiosa.

Assim, me esforcei. Com vigor renovado, Esdras reuniu dentre Israel alguns chefes a fim de regressarem com ele para Jerusalém.

Índice:
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