Significado de Atos 13

Atos 13

Atos 13 marca uma virada significativa no livro, pois detalha o início das viagens missionárias de Paulo. O capítulo começa com Paulo e Barnabé sendo comissionados pelo Espírito Santo e enviados pela igreja em Antioquia para evangelizar em outras regiões.

O capítulo então descreve suas viagens por Chipre e Pisídia, onde encontram audiências receptivas e resistentes. Os judeus na Antioquia da Pisídia, por exemplo, rejeitam a mensagem de Paulo e expulsam ele e Barnabé da cidade. No entanto, os gentios da mesma região recebem o evangelho com entusiasmo e muitos são salvos.

O capítulo termina com Paulo e Barnabé retornando a Antioquia, onde relatam à igreja e continuam a pregar a palavra de Deus.

No geral, Atos 13 destaca a importância do trabalho missionário e o papel do Espírito Santo em guiar e capacitar os crentes a compartilhar o evangelho com os outros. Também mostra como a mensagem do evangelho pode ser recebida ou rejeitada, dependendo do público, e enfatiza a importância da perseverança diante da oposição.

Comentário de Atos 1

Atos 13.1 Os profetas atuavam na Igreja primitiva como proclamadores das revelações de Deus. Os doutores explicavam o significado das revelações e ajudavam as pessoas a aplicá-las em sua vida. N a Igreja primitiva, os profetas eram pregadores — aqueles que comunicavam as revelações diretamente do Espírito de Deus. Evangelistas, pastores e doutores (Ef 4.11) valiam-se de tudo que era ensinado ou revelado e tornava aplicável à edificação da vida das pessoas.

Pastores e mestres são tidos hoje como sendo a mesma pessoa, e não como pessoas distintas. Em Atos, existem vários exemplos (veja profetas e doutores, Atos 13.1, e apóstolos e anciãos, Atos 15.6-22) em que esses dois títulos referem-se à mesma pessoa, ainda que ambos estejam ligados por uma conjunção. Parece que há dois serviços (anciãos ou bispos e diáconos); cinco funções ministeriais — apóstolos e profetas, que são o fundamento (Ef 2.20), evangelistas, pastores e doutores, que lideraram a edificação da superestrutura da fundação; dezesseis dons espirituais (quatro dons de sinais, cinco dons fonéticos e sete dons de serviço). Antioquia era a base de operação de Saulo.

Atos 13.2 Servindo eles ao Senhor. Conforme as pessoas cumpriam aquilo que Deus lhes tinha dado para fazer, como as funções de profetas e mestres, o ministério pessoal tornava-se o ministério para o Senhor. Sempre que servimos aos outros é como se estivéssemos servindo a Deus (Mt 25.31-46).

Jejuando. O jejum era uma prática da Igreja primitiva, algo que vinha do judaísmo. A abstinência de alimento e de outras distrações era feita em prol da oração. O jejum também era feito para ajudar os cristãos a se concentrarem naquilo que eles estavam levando a Deus em suas petições. O intuito do jejum era o de se consagrar mais ao Senhor, evitando toda distração e focando as coisas espirituais.

Atos 13.3 A imposição de mãos era a forma pela qual a Igreja primitiva reconhecia e confirmava a missão de alguém chamado por Deus.

Atos 13.4, 5 João era João Marcos, sobrinho de Barnabé (At 12.25).

Atos 13.6-12 Lucas relata que Sérgio Paulo foi o primeiro monarca gentio a crer no evangelho. A ilha de Chipre era uma província senatorial, 0 que significa que era controlada pelo Império Romano. Então, como oficial romano, Sérgio era gentio. Ao contrário de Cornélio (At 10.2), não há prova alguma de que Sérgio ia ao templo ou temia a Deus. O oficial gentio do governo ficou maravilhado com o poder de Deus e creu na verdade.

Atos 13.9-11 Saulo, que também se chama Paulo. Era comum uma pessoa ter dois nomes. Paulo usou o nome Saulo junto aos judeus. Mas, em sua missão junto aos gentios, ele usou seu nome romano, Paulo. O nome Paulo significa pequeno. Deixando de ser chamado de Saulo, que em hebraico também significa Saul, o primeiro rei de Israel, ele passa a usar o nome de Paulo, aquele que é pequeno em estatura e humilde de espírito.

Atos 13.12 O procônsul [...] creu. A intenção de Lucas é fazer com que saibamos que Sergio Paulo foi o primeiro monarca gentio a crer. E chegamos a essa conclusão por causa do título dado a Sérgio. A ilha de Chipre era uma província senatorial, governada diretamente por Roma. E já que Sérgio era um oficial romano, ele era gentio — ao contrário de Cornélio (At 10.2), não há prova alguma de que Sérgio ia ao templo ou temia a Deus. As raízes religiosas do procônsul não tinham nada a ver com o judaísmo. Esse oficial do governo, totalmente voltado para as tradições pagãs, ficou maravilhado com o poder de Deus e creu na verdade.

Atos 13.13 Mas João, apartando-se deles. Qualquer que tenha sido o problema ocorrido entre Paulo e João Marcos, foi suficiente para Paulo não quer mais a sua companhia na viagem (At 15.36-39). Mas João Marcos provou ser fiel ao ministério de Paulo tempos depois (2 Tm 4-11).

Atos 13.14 Por que Paulo e os que estavam com ele passaram por Perge, mas não pregaram o evangelho ali? Paulo deve ter tido algum problema de saúde que o forçou a passar direto pelas terras baixas de Perge e ir para Antioquia da Pisídia, um lugar mais alto, cerca de 3.600 m acima do nível do mar, e de clima mais agradável. Mais tarde, quando Paulo escreveu às igrejas da Galácia, ele falou sobre uma fraqueza da carne (Gl 4.13 ARC) ou enfermidade física (Gl 4.13 ARA) , que pode ter afetado seus olhos de alguma forma. Alguns acham que Paulo teve malária, e isto o deixou com terríveis dores de cabeça e febre, que o impediram momentaneamente de pregar. Talvez, isto seja o que Paulo queria dizer quando se referiu ao seu espinho na carne

Atos 13.15 Era costume os principais da sinagoga convidarem alguém para falar à congregação.

Atos 13.16-19 Levantando-se Paulo. Os rabinos geralmente ensinavam sentados; Paulo talvez tenha-se levantado para que todos o ouvissem melhor (Lc 4-20-21).

Atos 13.20, 21 Alguns manuscritos antigos consideram os quase quatrocentos e cinquenta anos como o período antes dos juízes, citado dos versículos 17 a 19. Em ambos os casos, a referência ao período é algo muito vago.

Atos 13.22-35 Davi [...] varão conforme o meu coração. O que Deus viu em Davi foi um grande desejo de fazer Sua vontade. E isso jamais mudou durante toda a vida dele. Ao contrário do rei Saul, que era um homem guiado pela própria vontade, Davi confessou seus pecados e arrependeu-se na mesma hora (SI 51).

Atos 13.36, 37 Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu. Paulo afirmou que Davi não podia estar falando de si mesmo em Salmos 16.10 (v. 35). Quando Davi morreu, seu corpo voltou ao pó como todas as outras pessoas (veja o que Pedro diz sobre isso em At 2.29-31). Davi estava falando do Messias, que ressuscitaria dos mortos como a derradeira prova de que era o Filho de Deus (Rm 1.4).

Atos 13.38-44 Por ele é justificado todo aquele que crê: justificação é um termo legal que significa declarado inocente. E uma declaração legal de que a pessoa foi absolvida e não deve mais nada. È pela justificação que alguém se torna justo e é aceito por Deus. A morte de Cristo foi o pagamento pelo nosso pecado, o que fez com que nossos pecados fossem perdoados.

Atos 13.45 Quando Lucas fala dos judeus, ele não está referindo-se a todos os judeus. Os judeus citados no versículo 43, aqueles que os exortavam a que continuassem na graça de Deus, queriam mesmo conhecer a verdade. Os judeus desse versículo eram os líderes, aqueles que tinham autoridade religiosa. Quando os líderes judeus viram que as multidões estavam seguindo Paulo, eles mudaram de opinião e ficaram cheios de ciúme, principalmente porque muitos do que o seguiam eram judeus.

Atos 13.46-50 Vos não julgais dignos da vida eterna. Aquele que está convencido de que não precisa de perdão do Deus santo já condenou a si mesmo.

Atos 13.51, 52 Os judeus sacudiam o pó dos pés quando saíam de uma cidade gentia. Esses judeus que rejeitaram o evangelho em nada eram diferentes dos gentios ímpios.

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