Significado de Atos 17

Atos 17

Em Atos 17, Paulo continua sua jornada missionária e viaja para várias cidades para pregar o evangelho. Ele começa em Tessalônica, onde encontra aceitação e oposição de judeus e gregos. Ele então segue para Berneia, onde as pessoas são mais receptivas e pesquisam as Escrituras para verificar os ensinamentos de Paulo.

Mais adiante no capítulo, Paulo vai a Atenas, um centro de debates intelectuais e filosóficos. Lá, ele se envolve com vários pensadores e proclama a mensagem de Cristo para judeus e gentios. Ele até faz um sermão no Areópago, usando a própria cultura e crenças da cidade para explicar a natureza do único Deus verdadeiro.

No geral, Atos 17 mostra a capacidade de adaptação e abordagem estratégica de Paulo na divulgação do evangelho para diferentes públicos e contextos. Também demonstra a importância de pesquisar e verificar as Escrituras, como faziam os bereanos, para garantir a veracidade dos ensinamentos. Finalmente, destaca a universalidade da mensagem do evangelho, que é relevante e aplicável a pessoas de todas as culturas e origens.

Comentário de Atos 17

17:1-4 Disputou com eles sobre as Escrituras. Havia muitas evidências nas Escrituras que Paulo podia usar para defender seus argumentos. Por exemplo, Salmos 22, escrito por Davi mais de mil anos antes, descreve a crucificação do Messias. Paulo também podia citar Isaías 53 e Zacarias 12 para falar do sofrimento, da morte e da ressurreição do Messias, cuja vinda foi predita pelos profetas. O Antigo Testamento está repleto de evidências sobre a natureza e a vida do Messias que conferem perfeitamente com Jesus (Lc 14-25-27).

17:5, 6 Os judeus aqui são os líderes da sinagoga que se sentiram ameaçados pelo evangelho, pois contrariava os ensinamentos deles.

17:7, 8 Procedem contra os decretos de César. Em 49 a. C., o imperador romano Cláudio expulsou todos os judeus de Roma por causa de tumultos causados por um grupo de judeus radicais. Esses revolucionários defendiam uma insurreição contra Roma e eram contra a instituição de um novo rei. Os acusadores de Paulo queriam que ele fosse visto como um revolucionário que estava levando um motim em Tessalônica.

17:9-10 Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram. Receber satisfação é o mesmo que pagar fiança hoje em dia. Era uma segurança de que o apóstolo Paulo não causaria mais problemas e não voltaria mais a Tessalônica. Depois disso, Paulo e Silas viajaram 80 km a sudoeste para a cidade de Bereia.

17:11-14 Estes judeus examinavam cada dia nas Escrituras para descobrir a verdade. E é isso que Deus deseja de todos os cristãos hoje também; foi por isso que Ele nos deu a sua Palavra.

17:15 Chegando a Atenas, Paulo percebeu que precisaria da ajuda de Silas e Timóteo. Então, ordenou-lhes que viessem para ficar com ele.

17:16 O seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. Paulo sentiu-se muito incomodado ao ver tantos altares e templos pagãos em Atenas. Em sua carta aos coríntios, ele explica por que ficou tão indignado com aquela situação (1 Co 10.20). Os sacrifícios das pessoas eram oferecidos aos demônios. E, ao fazerem isso, os gentios estavam tendo comunhão com os poderes das trevas. Paulo ficou muito conturbado porque aquelas pessoas estavam sendo enganadas pelo diabo.

17:17 Paulo não era turista. Ele estava na praça pregando aos que passavam por ali.

17:18 Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Alguns filósofos em Atenas zombaram de Paulo, chamando-o de “pardal”, um pequeno pássaro que junta migalhas. Paulo estava sendo acusado de reunir vários pensamentos, sem antes ter analisado ou meditado mais sobre o que estava ensinando. Por não falar de modo eloquente (1 Co 2.1), alguns filósofos soberbos de Atenas ridicularizaram Paulo, dizendo que não podiam levar a sério alguém tão simplório. Outros acharam que ele estava falando de deuses estrangeiros chamados Jesus e Ressurreição, incorretamente compreendidos como uma deidade masculina e feminina.

17:19-21 O Areópago. A sudoeste da Acrópole em Atenas ficava uma colina chamada Colina de Ares (Marte), deus da guerra. Era li que se reunia o tribunal que tratava de assuntos relacionados a questões religiosas e morais. Em Atenas, a mensagem do evangelho foi examinada pelos supostos mestres em filosofia e religião.

17:22-31 Já que as pessoas em Atenas não tinham conhecimento das Escrituras hebraicas, Paulo começou seu discurso dando um panorama geral sobre a criação. No sexto século a. C., havia uma história de que um poeta de Creta chamado Epimênides livrou o povo de Atenas de uma terrível praga clamando a um deus que o povo nunca tinha ouvido falar. Um altar foi construído a esse deus então, e os atenienses passaram a chamá-lo de o deus desconhecidos. Paulo certamente conhecia a história de Epimênides; é desse poeta que ele fala em Tito 1.12. Deste modo, Paulo começou sua apresentação do evangelho falando sobre a revelação natural e dizendo certas verdades aos poetas atenienses. E de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra. Em Sua soberania, Deus criou um homem, Adão. E, embora os descendentes de Adão tenham se multiplicado e se tornado nações, é Deus quem está no controle deles (Dn 2.20, 21). Para que buscassem ao Senhor. Deus pôs dentro de cada um de nós o desejo de adorá-lo e buscá-lo. E, muitas vezes, o homem o busca criando imagens para adorar, sejam ídolos de cera sejam seus próprios desejos. Sem uma revelação definitiva de Deus, nós continuaríamos adorando esses deuses. Mas Paulo afirma que Deus não está longe; nós podemos ter comunhão com Ele. Na verdade, nós dependemos dele todos os dias para viver. Nosso amado Criador enviou Seu Filho, Jesus Cristo, para nos mostrar o Seu amor. O que precisamos fazer é aceitar Jesus como Salvador e segui-lo.

17:32, 33 Ao falar sobre a ressurreição dos mortos, Paulo fez com que os atenienses reagissem na mesma hora. Os gregos repudiavam a ideia da uma ressurreição física. Embora acreditassem no conceito de que a alma vive para sempre, eles negavam a ideia de uma ressurreição física porque consideravam o corpo maligno, algo a ser descartado. Esse conceito, conhecido como dualismo, advinha dos filósofos gregos Sócrates e Platão. Eles afirmavam que tudo que é físico é maligno e tudo que é espiritual é bom, não fazendo diferença alguma o que alguém faz com seu corpo, contanto que seu espírito seja bom. Infelizmente, a crença dos atenienses nessa filosofia os cegou para a verdade do evangelho.

17:34 Alguns [...] creram. O sermão de Paulo não foi um fracasso, embora ele tenha pregado de outro modo para um público diferente em Corinto (1 Co 2.1, 2). Havia entre os cristãos de Atenas pessoas muito influentes, inclusive um juiz chamado Dionísio.

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