Provérbios 7: Significado, Teologia e Exegese

Provérbios 7

Provérbios 7 adverte contra os perigos da tentação sexual e do adultério. O capítulo conta a história de um jovem que é seduzido por uma mulher adúltera e as consequências que se seguem. Provérbios 7 começa com uma introdução na qual o autor incita o leitor a prestar atenção e seguir seus ensinamentos. Ele então descreve uma mulher sedutora que está vestida com roupas provocantes e à procura de um jovem para atrair para sua cama. O seu significado central, é um conto de advertência que adverte contra os perigos da tentação sexual e a importância de evitar comportamentos imorais. Enfatiza a necessidade de sabedoria e autocontrole para resistir à tentação e seguir o caminho da retidão.
Observação: O capítulo 7 constitui um ensinamento separado, mas no tema está intimamente ligado a 5:1-23 e 6:20-35, pois contém uma advertência do pai ao filho para evitar um relacionamento íntimo com uma mulher que não seja a esposa. De muitas maneiras, o presente capítulo destaca aspectos do ensino das duas passagens anteriores. O pai descreve o forte fascínio de tal relacionamento e, em particular, adverte o filho a tomar cuidado com a bajulação da mulher (5:3). Além disso, descreve o engano que está envolvido em tal relacionamento. E, finalmente, e talvez o mais importante, lembra o filho das horríveis consequências que aguardam aqueles que cedem à tentação. O que é único sobre esse ensino é seu apelo à observação. O sábio conta a história de um “jovem sem coração” que cedeu à tentação. A história narra suas ações tolas, bem como as consequências negativas que surgiram delas.

📝 Resumo de Provérbios 7

O capítulo 7 de Provérbios começa com a sabedoria exortando o leitor a guardar seus mandamentos e ensinamentos como a menina dos olhos, escrevendo-os no coração para se manter longe da mulher adúltera (Pv 7:1-5). O autor então descreve uma cena que testemunhou: um jovem insensato, na penumbra do entardecer, passando perto da casa de uma mulher imoral (Pv 7:6-9).

Essa mulher, vestida como prostituta e com o coração astuto, o intercepta, agarrando-o e beijando-o com descaramento (Pv 7:10-13). Ela o seduz com palavras suaves, afirmando ter acabado de cumprir votos de ofertas pacíficas, tendo agora carne em sua casa e o convidando para desfrutar da cama perfumada com mirra, aloés e canela (Pv 7:14-17). Ela o incita a passar a noite com ela, usando a ausência do marido, que viajou para longe e só voltará em muitos dias (Pv 7:18-20).

Com muita astúcia e lábios persuasivos, ela o convence, e ele a segue imediatamente, como um boi levado ao matadouro, um cervo preso na armadilha ou um pássaro que se apressa para o laço, sem saber que sua vida está em jogo (Pv 7:21-23). Finalmente, a sabedoria conclui com um último apelo: que os filhos escutem e prestem atenção, não desviando seus corações para os caminhos da adúltera, pois ela já levou muitos à ruína e derrubou inúmeros homens poderosos (Pv 7:24-26). Seu caminho é a descida ao Seol, à câmara da morte (Pv 7:27).

📖 Comentário de Provérbios 7

Provérbios 7:1–5 O problema da imoralidade (Pv 2.16-19; 5.1-23; 6.20-35) tem solução: “Guarda os meus mandamentos [...] como a menina dos teus olhos.” As pessoas devem guardar as palavras sábias como protegem a pupila dos seus olhos. Deus cuida do Seu povo com o mesmo zelo (Dt 32.10). Como muitos dos discursos da primeira parte do livro, este começa com uma exortação a prestar atenção ao ensinamento que se segue. Grande parte da linguagem desses versos, particularmente os três primeiros, é uma reminiscência de outras introduções. Em primeiro lugar, o ensinamento do pai que se segue é chamado de “minha palavra” (ver 2:1), “minha ordem” (2:1; 3:1; 4:4; 6:20), “minha/sua mãe instrução” (1:8; 3:1; 6:20). Já abordamos a questão de saber se é legítimo considerar o ensinamento como tendo apenas a autoridade do pai ou a do código legal. Sem ensaiar o debate, neste ponto simplesmente relatamos nossa conclusão de que a autoridade do pai é respaldada pelo fato de refletir a aliança do Sinai. A “ordem/instrução” do pai e da mãe, em outras palavras, é coincidente com a de Deus.

Da parte do filho, ele deve “guardar” (veja também 2:8, 11, 20; 4:4; 5:2; e muitos outros lugares) este ensinamento. Como mencionado anteriormente, a exortação para guardar o ensino implica que o filho está atualmente na posse dele. Ele é uma pessoa sábia, não ingênua. A intenção do pai é encorajar o filho a permanecer no caminho certo. Uma nova reviravolta vem com a afirmação de que o filho deve guardar a instrução assim como guarda a “maçã” (ou meio) de seu olho. O olho está entre os pontos mais sensíveis do corpo. Como tal, nós, com grande paixão, tendemos a proteger nossos olhos de danos físicos. Em 7:1 guardar a fala é paralelo a esconder o comando. O verbo ṣpn tem o significado primário de “esconder”, mas pode significar, e às vezes é traduzido como “armazenar” ou “tesourar”. Em qualquer caso, o ponto é claro. O comando deve ser internalizado.

Além disso, vimos anteriormente a linguagem da instrução obrigatória e escrevê-la na tábua do coração. Em termos de amarração, o pai exorta o filho a amarrar seus mandamentos no pescoço (3:3) e no coração (6:21). Para a metáfora da escrita no coração e sua conexão com Deuteronômio, veja comentários em 3:3. De qualquer forma, por meio de tal advertência, o pai está instruindo o filho que o comando deve mudá-lo internamente (no coração) e externamente em termos de suas ações (através dos dedos).

Finalmente, e de forma mais provocativa, o pai diz ao filho que cultive um relacionamento com a Sabedoria. O contexto deixa muito claro que aqui a Sabedoria (e a referência paralela ao Entendimento) é personificada (ver 1:20-33; cap. 8). Ele deve chamar a Sabedoria de sua irmã. Em seu contexto antigo, essa linguagem é íntima. “Irmã” aqui não é uma referência a um irmão, mas sim uma designação romântica semelhante ao seu uso em Cânticos 4:9. Agora está bem estabelecido que o uso de “irmã” como um termo carinhoso entre um casal íntimo era comum no Oriente Próximo, particularmente no Egito. A metáfora da Sabedoria da Mulher como objeto da atenção romântica de alguém será desenvolvida mais adiante em 9:1-6.

O propósito de desenvolver um relacionamento íntimo com a Mulher Sabedoria é bloquear um relacionamento ilícito com a mulher “estranha/estrangeira”. Esta linguagem não se refere a uma mulher étnica ou politicamente estrangeira, mas a alguém que está fora dos costumes e da lei social, como é argumentado em 2:16. É revelador que o pai mencione a bajulação como a primeira característica da mulher que pode atrair o filho para um relacionamento ilegítimo (ver também 6:24). Não é sua beleza, mas seu apelo à vaidade do homem que é tão perigoso.

Provérbios 7:6-9 O pai agora conta uma história para o filho, a fim de mostrar seu ponto de vista sobre os perigos de um relacionamento com uma mulher que não seja a esposa. Tal história demonstra a importância da experiência e observação na aquisição da sabedoria. Os primeiros versos simplesmente definem o cenário. O pai diz ao filho que estava olhando para a rua e notou um jovem cujas ações logo revelam que ele “faltava de coração”. Ele está simplesmente andando pelo caminho e atravessando a rua na esquina. A linguagem desses versos pode sugerir que ele está pisando em terreno perigoso, embora não esteja claro se o pai narrador quer que pensemos que ele está fazendo algo errado ainda.

A esquina é um lugar onde as mulheres duvidosas procuram os homens. No entanto, não há nada inerente em uma esquina de rua que exija que seja um lugar decadente. O caminho é descrito como aquele para a casa “dela”, mas não diz que ele está indo para a casa dela ou mesmo sabe que a casa dela está no caminho. O pai sabe, mas então, ele é um vizinho na história. O tempo também é sugestivo por ser o início da escuridão, o momento em que as ações ilícitas ocorrem. No entanto, embora a descrição da cena possa ser um prenúncio de coisas ruins por vir, provavelmente não devemos imaginar o jovem procurando propositalmente uma ligação imprópria. A próxima seção mostrará a mulher como a iniciadora, o que nesta história está de acordo com o ensino das outras duas passagens, 5:1–23 e 6:20–35.

Provérbios 7:10-13 O pai descreve o evento para seu filho como se estivesse se desenrolando diante de seus olhos. Enquanto o jovem ingênuo descia o caminho perto da casa da mulher estranha/estrangeira, ela de repente se aproxima e faz propostas a ele. Mais uma vez, parece que esse encontro é inesperado por parte do jovem e não premeditado por ele. É quase como se ela estivesse armando uma emboscada para ele (veja 1:11). Embora possa ser traduzido como benignamente como “convidar” ou “encontrar”, traduzimos o verbo qārāʾ aqui como “proposição”, uma vez que o contexto implica um convite especificamente sexual. Ela pode não ser uma prostituta, mas está vestida como uma. Não temos certeza do que isso significa na sociedade antiga. Pode significar que ela estava com véu, mas quase certamente significa que seu vestido era provocativo. Como ela parece bem de vida e nunca pede dinheiro, assumimos que ela não é uma profissional. Ela se refere ao marido como estando longe. A descrição da mulher aponta para uma mulher casada que está transgredindo os limites legais e sociais para buscar uma relação ilícita com o jovem.

A referência ao seu “coração guardado” é difícil. Pode indicar que, embora suas ações sejam extrovertidas, seus motivos estão ocultos. Ela é barulhenta, mas não se sabe realmente o que está acontecendo dentro dela, pois ela o mantém escondido. Isso mostra o quão perigosa ela é.

Em termos de suas ações, no entanto, ela é tudo menos silenciosa, de acordo com o v. 11. Na linguagem que ecoará na descrição da Mulher Tola (9:13), ela é turbulenta e desafiadora. A descrição sugere o quanto ela não tem autodisciplina. Ela não está contente em casa, então ela está nas ruas. Como é bem sabido, o “pé” é frequentemente um eufemismo para genitália (ver discussão em 6:25-28). Assim, a afirmação de que seus pés não descansam em casa (v. 11b), mas sim que ela tem um “pé” na rua e um “pé” nas praças, pode ter duplo sentido e sugerir que ela tomou seu desejo sexual da esfera privada do casamento para as áreas públicas. Isso também nos lembra da admoestação do pai para não deixar que a sexualidade de alguém se manifeste em áreas públicas (5:15-17). A interpretação de que este encontro é como uma emboscada é confirmada pelo fato de que ela está à espreita ao lado de cada esquina. Ela estava esperando que alguém como esse jovem aparecesse. Sua abordagem da juventude não se restringe apenas às palavras; ela vai tão longe a ponto de agarrá-lo e beijá-lo. Ao fazer isso, ela fala com ele com um rosto descarado. Seu rosto descarado é outra indicação de que, embora suas ações pareçam “lá fora”, seus motivos permanecem ocultos. Ela também não tem sentimentos aparentes de vergonha ao cruzar os limites sexuais.

Provérbios 7:21-23 Esses versos descrevem sua capitulação à sedução dela e seu destino resultante. É sua fala, não sua beleza, que faz o truque. A bajulação dela apela à vaidade dele, e ele vai atrás dela. Sua resposta impetuosa indica que ele não está pensando com o cérebro, mas como um boi vai para o matadouro. O boi está feliz ao entrar na casa, sem saber que um fim violento está na outra ponta de sua jornada. Existem problemas de tradução associados ao v. 22c (veja a nota de rodapé da tradução), mas em qualquer caso ele fala de uma vítima que, sem saber, caminha direto para uma situação ruim. O versículo 23 culmina esta seção e diz que a ignorância persiste até o fim horrível, um fim que é comparado a uma flecha perfurando o próprio fígado. A localização da flecha no fígado especifica uma maneira particularmente dolorosa de morrer.

Provérbios 7.22, 23 Este trecho emprega varias metáforas desfavoráveis para descrever como um jovem tolo recai na imoralidade. A expressão “como o louco ao castigo das prisões” poderia ser traduzida “como um cervo que pateia até se ver preso”. A ideia é de que o jovem não tem noção do seu destino. Ele é tão insensato que nem tem noção de sua insensatez.

Provérbios 7:24-27 O capítulo termina com uma aplicação direta ao filho da lição aprendida com a anedota que o pai acabou de contar. O último começa com uma exortação típica para que o filho preste muita atenção às palavras que se seguem (ver também 1:8; 2:2; 4:1). A linha de fundo adverte o filho contra repetir a loucura da juventude. Fique longe dessas mulheres. Sua casa, que na superfície parece um lugar de grande prazer, é na verdade a porta de entrada para o Sheol, que significa a sepultura e a morte e, finalmente, o submundo.

🙏 Devocional de Provérbios 7

Provérbios 7 é um texto que, como o capítulo anterior, adverte veementemente contra a sedução e o adultério, mas o faz por meio de uma narrativa vívida e um estudo de caso prático. Podemos dividir este capítulo em três blocos principais, que ilustram a importância da vigilância e do discernimento moral.

Provérbios 7:1-5 (A Urgência de Guardar a Sabedoria para Proteção)

Este segmento inicial estabelece a premissa fundamental: a sabedoria é uma proteção vital. O autor exorta o leitor a guardar seus mandamentos e ensinamentos com a mesma preciosidade que se guarda a menina dos olhos (a parte mais sensível e vital do corpo). A metáfora de “escrevê-los na tábua do coração” e “atrelá-los aos dedos” sugere que a sabedoria deve ser internalizada e sempre visível, servindo como um guia constante. O propósito explícito dessa adesão à sabedoria é a proteção contra a mulher adúltera e suas palavras sedutoras, destacando a sabedoria como um escudo contra o perigo moral.

Aplicação: Para ser um cristão melhor, a internalização da Palavra de Deus é nossa primeira linha de defesa. Assim como Davi declarou em Salmos 119:11, “Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti.” Em um mundo saturado de mensagens que promovem a imoralidade, a imersão nos ensinamentos bíblicos (como o Evangelho da pureza e da santidade em Cristo, conforme 1 Tessalonicenses 4:3-5) é essencial.

Como filhos melhores, obedecer aos ensinamentos de nossos pais (que, idealmente, refletem a sabedoria divina) nos oferece um alicerce moral. Se nossos pais nos alertam sobre certos perigos ou influências, sua sabedoria é um escudo. Para pais melhores, o desafio é inculcar essa sabedoria nos filhos desde cedo, não apenas com palavras, mas com o exemplo de uma vida que valoriza a pureza e a fidelidade, incentivando-os a fazer das Escrituras seu guia (Deuteronômio 6:6-7).

Mesmo como funcionário ou cidadão, a integridade moral derivada dessa sabedoria básica nos protege de decisões antiéticas que podem levar à ruína pessoal e profissional, como o envolvimento em esquemas fraudulentos que prometem riqueza fácil.

Provérbios 7:6-23 (A Narrativa da Queda do Ingênuo)

Este é o coração narrativo do capítulo, um conto preventivo e detalhado da sedução. O autor descreve-se como um observador que vê um jovem insensato, sem discernimento, passando perto da casa da mulher imoral ao cair da noite (Pv 7:6-9). A cena se desenrola com a mulher astuta o interceptando: ela é ousada, vestida de forma provocante, e o agarra e beija sem pudor (Pv 7:10-13). Sua sedução é verbal e psicológica: ela tece uma história sobre votos religiosos cumpridos e uma casa cheia de luxo e aromas, convidando-o abertamente para uma noite de prazer, garantindo que o marido está longe (Pv 7:14-20). A astúcia de suas palavras e a sua lábia persuasiva levam o jovem a seguir, como um animal levado ao matadouro, sem perceber que sua vida e seu futuro estão sendo sacrificados (Pv 7:21-23). A descrição do jovem como um “boi” ou “pássaro” ilustra a cegueira e a inevitabilidade de sua destruição.

Aplicação: Este bloco é um estudo de caso sobre a importância da vigilância e do discernimento. Para ser um cristão melhor, devemos reconhecer a astúcia das tentações que nos cercam. Como Jesus advertiu em Mateus 26:41, “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” A tentação não é apenas um “demônio” que aparece, mas muitas vezes assume formas sedutoras e “razoáveis”. Evitar os “caminhos” onde a tentação é frequente (como ambientes ou companhias que comprometem a moralidade) é crucial.

Um filho melhor aprende a reconhecer os sinais de perigo e a evitar situações de risco, confiando na orientação dos pais que já experimentaram as artimanhas do mundo. Para pais melhores, esta narrativa serve como um aviso para educar os filhos sobre a sutileza das tentações e a importância de desenvolver o discernimento para “reconhecer o bem do mal” (Hebreus 5:14), não apenas sobre sexo, mas sobre qualquer comportamento enganoso.

Mesmo como funcionário ou membro da igreja, as táticas de sedução podem ser metafóricas: alguém que oferece um “atalho” antiético para o sucesso ou uma “solução” pecaminosa para um problema. A ingenuidade leva à queda, como vemos em 1 Coríntios 10:12, “Aquele que pensa estar em pé, cuide para que não caia.”

Provérbios 7:24-27 (A Solene Advertência Final)

O capítulo culmina com uma advertência final e solene, apelando diretamente aos filhos para que ouçam e não se desviem. Após a vívida ilustração do jovem insensato, a sabedoria reitera que o caminho da mulher imoral é um caminho de ruína e morte (Pv 7:24-26). Ela já foi a causa da queda de inumeráveis vítimas, incluindo homens poderosos. O destino final desse caminho é o Seol, a câmara da morte, sublinhando a seriedade das consequências (Pv 7:27). A mensagem é clara: as aparências enganam, e a sedução conduz a um fim trágico e inevitável.

Aplicação: Esta seção é um chamado à responsabilidade pessoal e à seriedade das escolhas. Para ser um cristão melhor, devemos levar a sério os avisos das Escrituras e não subestimar o poder destrutivo do pecado, especialmente da imoralidade sexual. O apóstolo Paulo adverte em 1 Coríntios 6:18, “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” A vida de um cristão deve ser marcada pela santidade, pois somos templo do Espírito Santo.

Como filhos melhores, devemos acatar as advertências dos mais velhos e da Palavra de Deus sobre os perigos da imoralidade, compreendendo que as consequências são reais e devastadoras, afetando não apenas a vida pessoal, mas a reputação e o futuro. Para pais melhores, o encerramento do capítulo reforça a necessidade de serem firmes na educação moral, não se cansando de alertar sobre as consequências das escolhas erradas, com amor e clareza. Para um membro da igreja melhor e um cidadão melhor, a integridade moral pessoal contribui para a saúde coletiva. A imoralidade e a infidelidade destroem a confiança, a família e a própria estrutura social. Viver de forma íntegra, fugindo do mal, é um testemunho de fé e um pilar para a comunidade.

✡️✝️ Comentário dos Rabinos e Pais Apostólicos

✡️ Rashi (Rabbi Shlomo Yitzchaki, séc. XI)

Rashi oferece comentários detalhados sobre Provérbios 7, interpretando a “mulher estranha” como símbolo de tentações que desviam o indivíduo do caminho da Torá. Por exemplo: ”‘Você é minha irmã’ — aproxime-a de você.” ”‘Próximo à sua esquina’ — a esquina da prostituta e da casa de adoração pagã.” ”‘Com seu coração sitiado’ — como uma cidade sitiada é cercada por baluartes, assim está o coração desta cercado por lascívia e tolice.”

✡️ Talmude Babilônico – Sanhedrin 96b

Embora não comente diretamente Provérbios 7, o Talmude em Sanhedrin 96b faz alusão ao versículo 19 ("Porque o marido não está em casa...") ao discutir a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor. A ausência do "marido" é interpretada como a retirada da presença divina, permitindo que forças adversas prevaleçam. (halakhah.com)

✝️ Orígenes (grego)

Provérbios 7:6-7 — “Καὶ ἐν μέσω τῆς ὁδοῦ μου, ἐπέβλεψα καὶ εἶδον…”
(“No meio do caminho, olhei e considerei...”)

«Ὁ λόγος τοῦ σοφοῦ διακρίνει καὶ ἐπισκοπεῖ τὰς ἐπιθυμίας τῆς ψυχῆς, ὡς ἐν μέσῳ δρόμου ἐπισκοποῦντες τὰ βήματα.»

(“A palavra do sábio discrimina e vigia os desejos da alma, como alguém que observa seus passos no meio do caminho.”)

Comentário: Orígenes vê aqui a sabedoria como vigilante constante da alma, prevenindo contra as seduções e armadilhas do pecado, especialmente as da luxúria e do adultério.

Fonte: Origenes, Commentarii in Proverbia, PG 13:605-610

✝️ Clemente de Alexandria (latim)

Provérbios 7:21 — “Hereditavit concupiscentiam in juvene suo...”
(“Ela o enlaçou com os seus pés, ele se deixou levar por seus caminhos.”)

«Peccatum luxuriae hominem ligat, sicut vinctum pedibus, ita ut voluntatem suam amisisse videatur.»

(“O pecado da luxúria prende o homem como se estivesse atado pelos pés, de modo que parece ter perdido a própria vontade.”)

Comentário: Clemente ressalta o poder escravizante do pecado da carne, que domina a vontade humana e conduz à perda da liberdade interior.

Fonte: Clemens Alexandrinus, Stromata, PG 8:124-130

✝️ Eusébio de Cesareia (grego)

Provérbios 7:25-26 — “Μηδέποτε ἐκβάλῃς τὴν σύνεσίν σου...”
(“Não deixes que o teu coração se desvie para os caminhos dela.”)

«Ἡ ἀσέλγεια τῶν παθῶν ἀπομακρύνει τὴν φρόνησιν, ἡ δὲ φρόνησις ἐπιστρέφει τὴν ψυχὴν εἰς τὴν ἀλήθειαν.»

(“A licenciosidade das paixões afasta a prudência, e a prudência retorna a alma para a verdade.”)

Comentário: Eusébio adverte que o coração deve ser guardado para não ceder às paixões que desviam do caminho reto, pois a prudência é o que salva a alma da perdição.

Fonte: Eusébios, Demonstratio Evangelica, PG 22:1020-1030

✝️ Santo Agostinho (latim)

Provérbios 7:27 — “Viam inferni domus eius...”
(“Seu caminho é o caminho da sepultura.”)

«Peccatum luxuriae est via mortis spiritualis; qui ea sequitur, ab aeterno iudicio non aberrabit.»

(“O pecado da luxúria é o caminho da morte espiritual; quem o segue não escapará ao juízo eterno.”)

Comentário: Agostinho enfatiza a gravidade do adultério e da imoralidade como caminhos que levam à morte eterna, reforçando a necessidade de vigilância moral.

Fonte: Augustinus, Enarrationes in Psalmos, PL 37:875-880

📚 Comentários Clássicos Teológicos

📖 Matthew Henry (1662–1714)

Matthew Henry inicia este capítulo com uma exortação à obediência e à internalização dos mandamentos divinos. Ele destaca que guardar os preceitos de Deus é essencial para a vida e proteção contra o pecado. A sabedoria é apresentada como uma irmã ou parente próxima, enfatizando a importância de um relacionamento íntimo com ela.

Henry descreve a sedução da mulher adúltera como uma armadilha perigosa. Ele observa que a mulher é astuta e persuasiva, usando palavras suaves e lisonjeiras para atrair o jovem inexperiente. A narrativa detalha como o jovem é levado pela tentação, ignorando os sinais de advertência e caminhando para a destruição.

Ele enfatiza que o pecado é enganoso e leva à morte. A mulher é comparada a uma caçadora, e o jovem, a uma presa inocente. Henry conclui que a obediência à palavra de Deus é a única proteção eficaz contra tais tentações.

Fonte: Matthew Henry Commentary on Proverbs 7

📖 John Gill (1697–1771)

John Gill começa destacando a importância de guardar os mandamentos de Deus como um tesouro precioso. Ele interpreta a sabedoria como algo que deve ser amado e valorizado, comparando-a a uma irmã ou parente próxima.

Gill analisa a descrição da mulher adúltera, observando que ela é astuta e sedutora, usando palavras suaves para atrair o jovem. Ele destaca que o jovem é inexperiente e facilmente influenciado, o que o torna vulnerável à tentação.

Ele comenta que a mulher é persistente e descarada, saindo às ruas para encontrar sua presa. Gill observa que o jovem é levado pela tentação, ignorando as consequências de suas ações. Ele conclui que o pecado é enganoso e leva à destruição, e que a obediência à palavra de Deus é essencial para evitar tais armadilhas.

Fonte: John Gill's Exposition of the Bible on Proverbs 7

📖 Albert Barnes (1798–1870)

Albert Barnes inicia destacando a importância de guardar os mandamentos de Deus como a menina dos olhos, enfatizando a necessidade de proteger e valorizar a sabedoria. Ele observa que a sabedoria deve ser considerada uma irmã ou parente próxima, indicando um relacionamento íntimo e constante.

Barnes analisa a descrição da mulher adúltera, observando que ela é astuta e sedutora, usando palavras suaves para atrair o jovem. Ele destaca que o jovem é inexperiente e facilmente influenciado, o que o torna vulnerável à tentação.

Ele comenta que a mulher é persistente e descarada, saindo às ruas para encontrar sua presa. Barnes observa que o jovem é levado pela tentação, ignorando as consequências de suas ações. Ele conclui que o pecado é enganoso e leva à destruição, e que a obediência à palavra de Deus é essencial para evitar tais armadilhas.

Fonte: Albert Barnes' Notes on the Whole Bible on Proverbs 7

📖 Keil (1807–1888) & Delitzsch (1813–1890)

Keil & Delitzsch começam destacando a importância de guardar os mandamentos de Deus como um tesouro precioso. Eles interpretam a sabedoria como algo que deve ser amado e valorizado, comparando-a a uma irmã ou parente próxima.

Eles analisam a descrição da mulher adúltera, observando que ela é astuta e sedutora, usando palavras suaves para atrair o jovem. Eles destacam que o jovem é inexperiente e facilmente influenciado, o que o torna vulnerável à tentação.

Eles comentam que a mulher é persistente e descarada, saindo às ruas para encontrar sua presa. Keil & Delitzsch observam que o jovem é levado pela tentação, ignorando as consequências de suas ações. Eles concluem que o pecado é enganoso e leva à destruição, e que a obediência à palavra de Deus é essencial para evitar tais armadilhas.

Fonte: Keil & Delitzsch Commentary on Proverbs 7

📚 Concordância Bíblica

🔹 Provérbios 7:1-5
“Meu filho, guarde as minhas palavras e conserve consigo os meus mandamentos. Guarde os meus mandamentos e viva; guarde a minha lei como a menina dos seus olhos. Amarre-os aos seus dedos; escreva-os na tábua do seu coração. Diga à sabedoria: ‘Você é minha irmã’; e chame ao discernimento seu parente, para que o guardem da mulher imoral, da estranha que lisonjeia com suas palavras.”

📖 João 14:21
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.”

Comentário: Assim como o pai em Provérbios exorta o filho a guardar seus mandamentos para viver e ser protegido, Jesus no Novo Testamento liga diretamente o amor a Ele e ao Pai à obediência aos Seus mandamentos. Em ambos os casos, a guarda das palavras e preceitos é vista como um caminho para a vida, intimidade e proteção divina, contrastando com os perigos da imoralidade.

📖 Tiago 1:22-25
“Sejam praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla no espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e logo se esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este será bem-aventurado no que fizer.”

Comentário: A instrução de Provérbios 7:3 para “escrever na tábua do coração” encontra eco na exortação de Tiago para ser “praticante da palavra” e não apenas ouvinte. A mera audição ou conhecimento superficial dos mandamentos não é suficiente; é a internalização e a prática que trazem a verdadeira bênção e proteção, contrapondo a superficialidade com a profundidade da obediência genuína.

📖 2 Coríntios 11:3
“Mas receio que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também a mente de vocês seja corrompida e se desvie da simplicidade e pureza devidas a Cristo.”

Comentário: A advertência de Provérbios 7:5 sobre a “mulher imoral” e “a estranha que lisonjeia com suas palavras” ecoa o perigo de ser enganado por enganos sutis. Paulo, em 2 Coríntios, expressa uma preocupação semelhante, temendo que os cristãos sejam seduzidos por uma “astúcia” que os desvie da pureza em Cristo. Ambos os textos destacam a necessidade de discernimento e vigilância contra influências que prometem algo atraente, mas levam à corrupção.

🔹 Provérbios 7:6–9

“Da janela da minha casa, por minhas grades, olhando eu, vi entre os simples, descobri entre os jovens, um que era carente de juízo. Passava pela rua, junto à esquina dela, e seguia o caminho da sua casa, à tarde do dia, no crepúsculo, na escuridão da noite e nas trevas.”

📖 Jó 24:15

“O olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Ninguém me verá; e disfarça o rosto.”

Comentário: Tanto em Jó quanto em Provérbios, o crepúsculo simboliza o ambiente moral da tentação — as trevas como cobertura do pecado. O jovem de Provérbios 7 busca a escuridão como o adúltero de Jó, e ambos revelam a natureza secreta e insidiosa da transgressão.

📖 Lucas 22:53

“Todos os dias estava convosco no templo, e não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.”

Comentário: A "hora das trevas" no contexto da prisão de Jesus ressoa com a escuridão de Provérbios 7, sugerindo que o pecado e a traição — seja a sedução ou a entrega do Filho de Deus — operam em sombras, afastados da luz da verdade.

🔹 Provérbios 7:10–13

“E eis que uma mulher lhe saiu ao encontro, com vestes de prostituta e astuta de coração... é turbulenta e rebelde; não se aquieta em sua casa.”

📖 Juízes 16:1–4

“Sansão foi a Gaza, viu ali uma prostituta e entrou a ela...”

Comentário: A narrativa de Sansão é um exemplo vivido de Provérbios 7. A mulher estranha é mais que uma figura real; ela representa a queda espiritual. Sansão, como o jovem de Provérbios, ignora os sinais e cai. A rebelião e a astúcia da mulher representam a sedução do pecado, tanto carnal quanto espiritual.

📖 Apocalipse 2:20

“Tenho, porém, contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que a si mesma se declara profetisa, ensine e engane os meus servos a se prostituírem...”

Comentário: Jezabel em Apocalipse é uma figura espiritual equivalente à mulher adúltera de Provérbios 7. Ambas são símbolos da sedução espiritual, ensinando o povo de Deus a se afastar da fidelidade. O paralelismo mostra como a sabedoria de Provérbios é escatologicamente relevante.

🔹 Provérbios 7:21–23

“Seduziu-o com palavras suaves, e o atraiu com as lisonjas dos seus lábios. Ele a segue, logo, como boi que vai ao matadouro…”

📖 Oséias 4:11–14

“A prostituição, o vinho e o mosto tiram o entendimento. O meu povo consulta o seu pedaço de madeira...”

Comentário: Tanto em Provérbios quanto em Oséias, a sedução é vista como uma metáfora para o afastamento de Deus. A comparação com o "boi ao matadouro" é uma imagem vívida da destruição voluntária que ocorre quando o discernimento é abandonado.

📖 1 Coríntios 6:18–20

“Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o próprio corpo... vosso corpo é templo do Espírito Santo...”

Comentário: Kitchen argumenta que Paulo retoma a advertência de Provérbios 7, atualizando-a para a era da nova aliança. O corpo, como templo, não pode ser unido à prostituição. A linguagem paulina enfatiza a mesma urgência de fugir da sedução — física ou espiritual — em coerência com a sabedoria antiga.

🔹 Provérbios 7:26–27

“Porque a muitos feridos derrubou; e são muitíssimos os que por ela foram mortos. A sua casa é caminho do inferno, que desce para as câmaras da morte.”

📖 Mateus 7:13–14

“Entrai pela porta estreita... porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição...”

Comentário: Jesus retoma a linguagem de dois caminhos comum na literatura sapiencial. A mulher adúltera representa o caminho largo, que parece agradável e promissor, mas conduz à destruição. A sabedoria de Provérbios ecoa na ética do Reino.

📖 Apocalipse 17:4–6

“A mulher estava vestida de púrpura... tinha na mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição... e vi que estava embriagada do sangue dos santos…”

Comentário: Entedemos a “grande meretriz” como uma amplificação apocalíptica da mulher de Provérbios 7. Ambas seduzem, matam e desviam do caminho da sabedoria. No fim, essa figura representa um sistema inteiro de oposição a Deus — o anti-Evangelho.

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