Interpretação de Romanos 5

Romanos 5

2 Coríntios 5 faz parte de sua correspondência contínua com a comunidade cristã da cidade de Corinto. Em 2 Coríntios 5, Paulo investiga vários temas teológicos importantes e aborda vários aspectos da fé, esperança e ministério cristão.

Aqui está uma introdução aos principais temas e conteúdo de 2 Coríntios 5:

1. A Esperança de um Novo Corpo: Paulo começa discutindo o conceito de crentes receberem um novo corpo celestial. Ele compara o atual corpo terreno a uma morada temporária e expressa o anseio pelo corpo eterno e celestial que Deus preparou para aqueles que pertencem a Ele.

2. O Gemido da Vida Terrena: Paulo reconhece as lutas e dificuldades da vida terrena, descrevendo-as como uma forma de “gemido”. Ele destaca que enquanto os crentes estão em seus corpos terrenos, eles anseiam por seu lar celestial e pela transformação que virá com ele.

3. O Ministério da Reconciliação: Paulo enfatiza o ministério da reconciliação confiado aos crentes. Ele explica que através de Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo mesmo, e agora os crentes são embaixadores de Cristo, representando a mensagem de reconciliação de Deus para os outros. Isto sublinha a missão central de difundir o Evangelho e convidar as pessoas a reconciliarem-se com Deus.

4. O Papel da Fé: Ao longo do capítulo, Paulo sublinha a importância da fé em Cristo. Ele sublinha que os crentes devem andar pela fé e não pela vista, reconhecendo que a sua esperança e propósito últimos são encontrados no seu relacionamento com Cristo.

5. O Tribunal de Cristo: Paulo aborda a ideia do tribunal de Cristo, onde todos os crentes aparecerão para prestar contas de suas ações e feitos. Ele enfatiza que este julgamento não se trata de condenação, mas de recebimento de recompensas com base em como alguém viveu sua vida como seguidor de Cristo.

6. Uma Nova Criação: Paulo conclui o capítulo enfatizando o conceito de ser uma nova criação em Cristo. Ele destaca que as coisas velhas já passaram e todas as coisas se tornaram novas através da obra reconciliadora de Cristo.

Em 2 Coríntios 5, Paulo explora temas teológicos profundos relacionados à esperança do cristão na ressurreição, ao ministério da reconciliação e ao poder transformador da fé em Cristo. O capítulo enfatiza a tensão entre a presente vida terrena com seus desafios e a esperança futura de uma existência nova e eterna na presença de Deus. Também sublinha o papel do crente como embaixador de Cristo e a necessidade de viver uma vida que reflita a mensagem de reconciliação e o poder transformador do Evangelho.

Interpretação

5:1-21 Na primeira parte deste capítulo, Paulo examina o significado da justificação pela fé para os crentes. O que eles têm? O que eles deveriam fazer? Como Deus se relaciona com eles e qual é o seu futuro? Depois ele volta para uma comparação dos efeitos do afastamento de Deus, por parte de Adão, com os efeitos da obra reconciliatória de Cristo. A importância da justificação na última metade do capítulo foi esclarecida pela repetição do termo em 5:17, 18, 19, 21.

5:1 O particípio fala da ação que foi realizada. Justificados, pois, mediante a fé. Este tem sido o tema desde 3:21 até 4:25. Partindo deste tema, seguem-se certas condições e reações.

As principais formas verbais em 5:1, 2, 3 podem ser traduzidas: “Temos paz ... nos gloriamos...”. Ou esses verbos podem ser traduzidos como exortações: “Desfrutemos da paz que temos ... gloriemo-nos na esperança... gloriemo-nos nas aflições...” Os verbos estão todos no tempo presente, e expressam atividade constante. A paz que um crente tem é a paz com Deus. Este é um estado objetivo para aquele que é declarado justificado. Ele é por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. A obra redentora de Cristo forneceu uma expiação, uma cobertura para. o pecado daquele que foi declarado justificado pela fé. Esse tal foi reconciliado com Deus. Portanto a hostilidade e animosidade entre Deus e os crentes já se foi. Em lugar disso há uma bendita paz.

5:2a. Há uma comunhão – por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso. A maravilha de ser declarado justificado consiste neste acesso aberto à presença de Deus. Prosagoge pode ser traduzido por “aproximação”, “acesso” ou “introdução” (veja LSJ, pág, 1500). Mas a ideia de “introdução” vai de mãos dadas com “acesso” ou “aproximação”. Alguém que vai falar com um rei precisa de ambas as vias de acesso – o direito de ir e uma introdução – a devida apresentação. O direito de acesso é. fundamental, a introdução mais uma questão de protocolo. Portanto o destaque aqui tem de ser dado ao acesso. O acesso é a esta graça na qual estamos firmes. Esta graça é o favor não merecido de Deus, que declara justificados aqueles que colocaram a sua confiança em Jesus.

5:2b. A tradução gloriemo-nos na esperança deixa de esclarecer ao leitor que o mesmo verbo foi usado aqui, e em 5:3 – “nos gloriamos nas tribulações”. Portanto 5:2 realmente significa: E nos gloriemo-nos na esperança da glória que Deus há ele manifestar ou exibir. A esperança exerce parte vital na vida dos crentes, pois ela se relaciona com tudo o que Deus tem prometido fazer por eles em Cristo.

5:3, 4. Mas esta esperança se torna mais clara na pressão que dia à dia exerce na vida. O crente se gloria nas tribulações, porque sabe que elas produzirão uma visão mais clara do que está à frente – esperança contendo convicção. A ordem destes versículos é significativa – tribulação, perseverança, experiência, e então esperança. As provações despertam a paciência. A paciência produz o caráter. E o resultado disso tudo é a esperança.

5:5. Ora, a esperança não confunde. Mesmo se a esperança se centraliza na futura ação de Deus (8:24, 25), ela tem uma importante possessão presente – o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. A abundância deste amor no coração dos homens justificados, e o seu alcance, Cristo diz ser a qualidade distintiva dos cristãos (Jo. 13:34, 35). Este amor, derramado em nossos corações, com a esperança que não desaponta, tem o seu exemplo supremo no amor de Deus por nos (Rm. 5:6-8).

5:6. Realmente, quando nós ainda éramos fracos (fraqueza mortal), (Cristo) morreu a seu tempo pelos ímpios. Raros são os exemplos de uma pessoa morrendo por um homem justo. Que alguém possa se aventurar a morrer por um homem bom, por causa do impacto de sua vida, é muito plausível. Mas, que Deus demonstrada o seu amor por nós em Cristo, morrendo por nós enquanto éramos ainda pecadores, não é apenas espantoso, mas quase incrível. Quatro vezes nesta seção ocorre a preposição hyper (vs. 6, 7, 8). Ela tem um sentido tão amplo que Romanos nenhuma palavra pode transmiti-la. Ela realmente envolve em uma só unidade as ideias de “em benefício de”, “em favor de” e “em lugar de”. Se estas ideias forem colocadas dentro da palavra “por”, então todo o significado da morte de Cristo “por” nós começa a despontar.

5:9. Mas Paulo rapidamente muda o cenário do nosso anterior estado de pecadores para o agora. Se Deus nos amava quando éramos pecadores, se Cristo morreu por nós então, muito mais agora, tendo sido declarados justificados por Seu sangue, seremos salvos através dEle (Cristo) da futuro ira de Deus. Observe que a base para a justificação é o sangue de Cristo. Esta futura salvação é do castigo da ira de Deus, do qual se fala em lI Ts. 1:9, “eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder”.

5:10. Os que agora estão justificados, diz-se, que foram reconciliados com Deus, quando inimigos. A base dessa reconciliação ficou explicitamente declarada – mediante a morte de seu Filho. Fomos reconciliados por Sua morte enquanto ainda éramos inimigos. Sendo isto verdade, conclui o apóstolo, muito mais verdade é que seremos salvos pela sua vida. Em outro lugar, Paulo destaca que aquele que é ligado ao Senhor é um espírito com Ele (I Co. 6:17), isto é, participa da vida ressurreta e poder espiritual de Cristo. Ele também diz: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Cl. 3:4). Seremos salvos pela vida de Cristo porque participamos desta vida. Pertencemos a Cristo. O escritor aos Hebreus destaca que Cristo vive para interceder por nós (Hb. 7:25). A vida intercessória de Cristo na glória, tem um desempenho vital na salvação dos crentes. Mas o contexto aqui parece destacar a participação dos crentes na morte e vida ressurreta de Cristo. Os crentes serão salvos (futuro) pela sua presente e futura participação na vida de Cristo.

5:11. Jactar-se ou gloriar-se em Deus, ato esse por meio do qual o crente afirma sua devoção a Deus, é feito através do Senhor Jesus Cristo. Através dEle acabamos agora de receber a reconciliação. Deus é Aquele que age na reconciliação (II Co. 5:18, 19), e os homens diz-se que são reconciliados (Rm. 5:10; II Co. 5:20), isto é, Deus age sobre eles. Assim, os crentes, diz-se, recebem reconciliação. São os recipientes de um relacionamento de paz e harmonia realizado por Deus.

5:12-21 Esta é uma das passagens mais difíceis do livro de Romanos, porque Paulo é tão conciso. A aparente repetição, é apenas por causa de frequente menção de Adão e Cristo – e aqueles que foram influenciados por suas ações. Na verdade, Paulo desenvolve seu argumento com todo o cuidado. Ele usa o argumento a fortiori (mais conclusivamente, com razões mais fortes): Se o pecado de Adão resultou nisso, quanto mais a obra redentora de Cristo fará. Embora a obra redentora de Cristo seja muito mais potente do que a transgressão de Adão, como mostra o apóstolo, isto não significa que todos os homens serão salvos. Pois os homens, para reinar em vida, devem receber a abundância da graça e a justiça que Deus põe à disposição deles (v. 17).

5:12. Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte. O homem é Adão. O tempo do verbo indica uma entrada histórica distinta. Mundo refere-se à humanidade (uso comum da palavra em Romanos (cons. 1:8; 3:6; 3:19; 5:12, 13).

A morte passou a todos os homens porque todos pecaram. A morte física sobreveio a todos os homens, mas não porque estivessem todos no processo do pecado individual. Todos os homens pecaram (com exceção das criancinhas que morrem na infância) experimentalmente. Mas Paulo não está falando sobre isso aqui. O pecado de todos centraliza-se no de um só homem, Adão. Porque todos pecaram. Paulo declara que todos os homens pecaram quando Adão pecou, mas ele não explica como. Todavia muito se tem escrito sobre a questão do como.

O conceito paulino da solidariedade racial, parece ser uma universalização do conceito hebreu da solidariedade da família. Uma figura trágica da solidariedade familiar vê-se em Josué 7:16-26, quando Acã foi descoberto ser a causa da derrota de Israel em Aí. Apropriara-se de despojos de Jericó, contrariando ordem específica do Senhor (Js. 6:17, 18). Acã não acusou ninguém mais – “Eu vi... cobicei-os e tomei-os” (Js. 7:21). Mas na administração do castigo, não foi somente Acã, mas também toda sua propriedade, seus filhos, suas filhas, seus bois, seus jumentos, suas ovelhas, sua tenda, foram destruídos. Tudo o que tinha ligação com Acã foi erradicado de Israel.

Outro exemplo de solidariedade familiar encontra-se no incidente de Abraão, pagando dízimos a Melquisedeque (Gn. 14:18-20). O escritor aos Hebreus diz que Levi deu dízimos a Melquisedeque, embora não nascesse antes de aproximadamente 200 anos mais tarde. Ele diz que Levi estava ainda nos lombos de seu pai, quando este se encontrou com Melquisedeque (7, 9, 10). No mesmo sentido, Adão era o indivíduo e a raça. Sua posteridade é considerada agindo com ele porque é a sua descendência. Como filhos de Adão constituem a raça de Adão.

5:13 Dos tempos de Adão até os da lei mosaica, o pecado estava no mundo. Estava presente nos atos dos homens e na sua natureza (isto é, no princípio da rebeldia que se encontrava neles).

Mas o pecado não é levado em conta quando não há lei. Adão foi acusado do seu pecado e do pecado de sua descendência, porque ele quebrou uma ordem explicitamente dada por Deus. Os homens, de Adão até Moisés, sem tais leis explícitas, não poderiam ser acusados do pecado na forma em que Adão foi. Eles não tinham estatutos definidos e específicos, como os que foram mais tarde dados na lei mosaica.

5:14 Mas esses homens participaram dos efeitos do pecado de Adão, porque a morte reinou de Adão a Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão. Olhando para esses homens do ponto de vista da solidariedade humana, Paulo vê os homens de Adão a Moisés, todos envolvidos no pecado inicial de Adão e suas consequências. Aqueles, neste grupo, que não pecaram quebrando uma ordem especificamente dada, também morreram. Adão foi chamado neste versículo de o qual prefigura aquele que havia de vir. Paulo não está dizendo, que não houveram ordens dadas por Deus conhecidas pelos homens entre Adão e a Lei (cons. Gn. 26:5). Ele afirma que uma ausência de um código legal – de uma norma divinamente concedida – afeta a maneira como o pecado é colocado contra os homens.

5:15 A transgressão de um (Adão) contrasta-se como a graça de Deus e o dom na esfera da graça que um homem, Cristo, concede.

Morreram muitos por causa da transgressão de Adão. Uma vez que a morte passou a todos os homens (v. 12), está claro que a expressão muitos refere-se a “todos os homens”.

Muito mais. A graça de Deus e o dom que está lia esfera da graça, que Cristo concede afluiu para muitos. “Os muitos” é o mesmo grupo que foi afetado pela transgressão de Adão, e consequentemente morreram. A graça de Deus e o dom na esfera da graça de Cristo abundou para todos os homens. O dom é a justificação (veja v. 17). O ato de Adão trouxe a morte. A graça divina abunda para aqueles que foram afetados pelo ato de Adão.

5:16 O veredito da condenação proveniente da transgressão, contrasta com o dom gracioso que veio à existência por causa das muitas transgressões.

Porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação. O juízo (veredito) refere-se à sentença de Deus. A palavra condenação envolve ideias de “castigo” e “ruína”. Perguntamos: a quê? A resposta é, ao castigo e à ruína. A seriedade desta condenação não pode ser exagerada.

Mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. O resultado da transgressão de Adão foi a condenação. Muitas transgressões produziram a operação do gratuito dom de Deus, e o seu resultado ou alvo é a absolvição. Como deve ser poderoso este dom gratuito quando dirigido para tal fim!

5:17 O reino da morte, por causa da transgressão de um, contrasta com o reino da vida – uma parte daqueles que recebem a abundância da graça e o dom da justiça.

Por meio de um só, reinou a morte. Adão transgrediu o mandamento de Deus, que dizia, que não devia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2:17). Esta ordem foi um teste da obediência do homem a Deus. Com a entrada do pecado na experiência do homem, a morte também entrou. A morte passou a reinar. Reinava de maneira suprema. A atitude de Adão provocou o reino da morte.

Muito mais. Eis aí novamente a ação de um homem; mas desta vez é a ação de um homem simplesmente em resposta ao que Deus fez.

Os que receberam a abundância da graça, e do dom da justiça. Vemos aqui o homem obrigado a tomar uma atitude para com a ação de Deus. A abundância da graça relaciona-se com tudo o que Deus realizou e prometeu fazer em Cristo. O dom foi definido aqui como a justiça. É a justiça concedida por Deus com base na fé (Rm. 1:17; 3:21, 22, 26; 5:17, 21; 9:30; 10:3). Aqueles que estão recebendo o favor abundante de Deus para com os que estão em Cristo, e a justificação que Ele concede, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Por causa da obra de um só homem, Jesus Cristo, a morte não reina mais, mas os homens reinarão em vida por meio de um só. Por que não são tantos, os que reinam em vida, quantos os que estavam sob o reino da morte? Porque a abundância da graça e o dom da justiça, foram rejeitados por um número maior do que os que os receberam.

5:18, 19 Todos os homens foram afetados pela transgressão (de Adão) e o ato da justiça (a morte expiatória de Cristo e a Sua ressurreição). Pois (como resultado então). Paulo está pronto para resumir o seu argumento brevemente.

Assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens. O sujeito aqui, o juízo, tem de ser suprido do versículo 16. O verbo veio é uma tradução satisfatória do verbo grego egeneto, que deveria ser fornecido.

Assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação que dá vida. Em relação a um só ato de justiça veja Arndt, dikaioma, 2, pág, 197. Romanos 4:25 dá evidência de que Paulo considerava a morte e a ressurreição de Cristo como um todo unificado. O sujeito, a graça (dom gratuito), deve ser procurado em 5:16. Esta graça vem a todos os homens com o propósito de (para) justificação que dá vida (veja Arndt, dikaiosis, pág, 197). Em ambas as partes deste versículo, ocorre a mesma frase – todos os homens. Por meio de uma transgressão o veredito ou sentença de juízo veio sobre todos os homens. Da mesma maneira, por meio de um só ato de justiça veio o dom gratuito da redenção (veja Arndt, karisma, 1, pág. 887) sobre todos os homens com o propósito da absolvição que produz vida. Paulo declara que o efeito do ato de justiça de Cristo, estende-se exatamente até onde se estendeu o efeito da transgressão de Adão.

5:19 Como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos. A desobediência de Adão contrasta com a obediência de Cristo. No versículo precedente Paulo emprega o vocabulário e a estrutura de um tribunal de justiça – condenação de um lado e absolvição de outro. Ele conserva esta linguagem legal também neste versículo. O verbo kathistemi, traduzido como se tornarão, faz parte dessa linguagem legal. Em que sentido os muitos se tornaram pecadores e em que sentido os muitos se tornarão justos? A linguagem legal sugere o seguinte significado: “apontar” “colocar na categoria de”, “constituir”, “estabelecer”. Por causa da desobediência de Adão, os muitos foram apontados por Deus como sendo pecadores. Foram colocados na categoria de, e constituídos pecadores. Por causa da obediência de Cristo, os muitos serão apontados como justos. O verbo está no futuro porque Paulo estava pensando na futura geração de crentes, que confiando em Cristo seriam declarados justos. Teria o apóstolo mudado o alcance dos muitos em cada lado desta comparação? Não, porque ele está mostrando em que categoria Deus coloca os homens quando ele os encara em termos do efeito real da desobediência de Adão, e do efeito potencial da obediência de Cristo. Paulo não está ensinando, como em 5:17, que todos os homens serão salvos. Mas no versículo 19, ele declara que, a obediência de Cristo abrange todos aqueles afetados pela desobediência de Adão.

5:20, 21 O Reino do Pecado Versus o Reino da Graça. Aqui Paulo conclui a argumentação que começou em 5:12 sobre a pergunta: Qual dos dois é o mais poderoso – o pecado ou a graça?.

5:20 O escritor nos faz lembrar que embora a justificação pela fé seja o ponto central da história humana, a Lei tem um lugar importante. A Lei veio para que avultasse a ofensa (aumentasse, multiplicasse). Mas, onde abundou o pecado. As palavras ofensa e pecado foram ambas personificadas aqui, fazendo do mal um inimigo distinto e não uma mera abstração. Superabundou a graça. Ou, esteve presente em abundância ainda maior. A graça é muito mais poderosa que o pecado. Todavia quando os crentes veem o tremendo poder do pecado, esquecem-se desta verdade.

5:21 Como o pecado reinou pela morte, a graça abundou para que reinasse... pela justiça. O pecado está relacionado com a morte neste versículo, assim como no versículo 5:12. A graça reina através da justiça que Deus concede. O fato de que a justiça de Cristo foi concedida àqueles que creem, significa que, além de serem declarados justos, pertencem também ao reino e ao triunfo da graça.

Para vida eterna, mediante Jesus Cristo nosso Senhor. A graça reina com um alvo em vista – a vida eterna. A vida eterna é uma qualidade de vida; é viver segundo a vida de Deus e para Deus. Os crentes, agora, têm esta vida. Mas vida eterna significa, além de viver por Deus e para Ele, viver em um ambiente que Ele tornou perfeito - livre de todo pecado. Portanto a vida eterna é o destino do crente, como também a realidade imediata. Como esta vida será alcançada? Por meio de uma pessoa – mediante Jesus Cristo nosso Senhor.

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