Interpretação de Romanos 3

Romanos 3

Romanos 3 continua a explorar conceitos teológicos-chave relacionados à pecaminosidade humana, à justiça de Deus e aos meios de justificação. Aqui está uma interpretação dos pontos-chave em Romanos 3:

1. Pecaminosidade Universal: Paulo começa reiterando a pecaminosidade universal da humanidade. Ele declara enfaticamente que tanto judeus como gentios estão sob o poder do pecado, citando várias passagens do Antigo Testamento para apoiar o seu argumento. Isto reforça a ideia de que todas as pessoas necessitam da graça e da redenção de Deus.

2. A Futilidade da Hipótese: Paulo aborda o equívoco de que alguém pode alcançar a justiça através de suas próprias obras ou da observância da lei. Ele afirma que ninguém é justificado diante de Deus pelas obras da lei porque todos pecaram. Isto inclui tanto aqueles que tinham a Lei Mosaica (judeus) como aqueles que não a tinham (gentios).

3. O Papel da Lei: Paulo esclarece o propósito da lei. Embora a lei revele o pecado e defina os padrões de justiça de Deus, ela não pode justificar ninguém. Em vez disso, traz conhecimento do pecado e serve para condenar. Isto destaca as limitações da lei em proporcionar a salvação.

4. Justificação pela Fé: Paulo introduz o conceito de justificação pela fé em Jesus Cristo. Ele explica que a justiça de Deus vem através da fé em Jesus para todos os que creem. Este é um tema teológico central no Livro de Romanos. Justificação significa ser declarado justo diante de Deus, não pelos próprios méritos, mas através da fé na expiação de Cristo.

5. A Universalidade da Salvação: Paulo enfatiza que a justiça de Deus está disponível para todos, independentemente da sua etnia ou origem. Não há distinção entre judeus e gentios; todos pecaram e todos podem ser justificados gratuitamente pela graça de Deus através da fé em Cristo.

6. Justiça e Misericórdia de Deus: Paulo apresenta Deus como justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Esta reconciliação da justiça e da misericórdia de Deus é um aspecto fundamental da mensagem do Evangelho. Através do sacrifício de Cristo, Deus pode permanecer justo enquanto perdoa e justifica os pecadores.

7. A jactância é excluída: Paulo conclui afirmando que a jactância está excluída na esfera da justificação pela fé. Ninguém pode gabar-se da sua própria justiça ou realizações porque a justificação é um dom de Deus. Isto sublinha a importância da humildade e da confiança na graça de Deus.

Em Romanos 3, Paulo fornece um argumento claro e abrangente para a universalidade do pecado, a inadequação da justiça própria e a necessidade de justificação pela fé em Jesus Cristo. Ele enfatiza o papel da fé no recebimento da justiça de Deus e destaca a natureza graciosa da oferta de salvação de Deus a todos os que creem. Este capítulo estabelece a base teológica para o restante do livro, onde Paulo continuará a explorar esses temas com mais detalhes.

Interpretação

3:1-8 Paulo fala principalmente das objeções oriundas dos judeus. Mas a ideia de que a justiça de Deus é exaltada pelo pecado do homem, vem de qualquer oponente dos ensinamentos paulinos.

3:1-4 Qual é a vantagem do judeu? Qual a utilidade da circuncisão? Essas perguntas parecem extraídas da experiência de Paulo na pregação do Evangelho. A resposta de Paulo é: “Muita, em toda maneira” (v. 2). Ele faz seu interrogante se lembrar que aos judeus foram confiados os oráculos de Deus. No grego clássico a palavra logion (“oracle”) usa-se principalmente em relação às frases curtas pronunciadas por alguma divindade. (Arndt, pág. 477). Em Atos 7:38 a palavra é usada falando-se das revelações que vieram a Moisés. Em Hb. 5:12 é usada em relação com os elementos iniciais pertencentes aos oráculos ou palavras de Deus.

A passagem em Hebreus refere-se a um todo coletivo. Pedro diz que se alguém falir, tendo recebido graça, deve falar os oráculos .ou palavras de Deus (I Pe. 4:11). Em Rm. 3:2 o destaque foi dado às promessas de Deus, aos judeus. Em todos os contextos os “oráculos” envolvem proclamação oral, e referem-se à voz viva de Deus e às verdades que Deus falou aos homens. Deus confiou essas verdades aos judeus durante longos períodos de tempo. Os judeus as colecionaram, e elas foram registradas no V.T. Mas a palavra logion propriamente dita destaca o pronunciamento particular de Deus. O fato de que todos esses pronunciamentos vieram aos judeus foi certamente para vantagem deles.

Paulo começa o versículo 3 com uma pergunta: E daí? Qual é pois a situação? Os judeus tinham essas verdades divinas vitais. Mas como reagiram?

Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma. Paulo responde rapidamente (longe disso). A palavra alguns não significa, necessariamente, uma pequena parte. O contraste está entre “parte” e “todo”. Além de Deus ser fiel, Ele também é verdadeiro. Para reforço de suas palavras o apóstolo cita Sl. 51:4: “De maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar”. Deus é fiel, verdadeiro e vitorioso, embora os judeus na grande maioria, tenham se tornado infiéis.

3:5-8 A tradução de synistemi para recomenda não é satisfatória. A palavra realmente significa demonstra ou traz a lume. Se a nossa injustiça – a do judeu e gentio – demonstra a justiça de Deus, então que diremos?

Porventura será Deus injusto por aplicar a sua ira? Paulo nos diz que está falando sob o ponto de vista humano. Então ele replica, De maneira nenhuma (v. 6). Paulo é tão conciso no começo do versículo 6 que o peso de sua resposta se perde. Certo que não, se o Senhor não trouxer o castigo da ira, como julgará Deus o mundo? O fato de que a justiça divina brilha fortemente contra as trevas do cenário da injustiça do homem, nada tem a ver com a justiça do Senhor no juízo e na condenação que devem vir. Deus tem de julgar, condenar e punir porque é um ser santo. Sendo um ser santo tem de lidar com qualquer violação da santidade. Paulo assegura aqui que deve, sem entrar no por quê.

No versículo 7 ele coloca a objeção de seu interpelador em uma forma um pouco diferente. E, se por causa da muna mentira fica em relevo a verdade de Deus para a sua glória (cons. perisseuo, Arndt, pág. 656), por que sou eu ainda condenado como pecador? Antes examinou o argumento de que a justiça de Deus sobressai contra o cenário do pecado humano. Aqui ele ataca o argumento de que a verdade de Deus torna-se mais clara, quando em contraste com a falsidade do homem.

A esta altura, Paulo menciona a caricatura corrente dos seus ensinamentos referentes à salvação pela graça: Pratiquemos males, para que venham bens (v. 8). Para aqueles que respondem assim, o único comentário de Paulo é: A condenação destes é justa. Estes dois argumentos falsos baseiam-se sobre a ideia de que o Senhor precisa do pecado a fim de demonstrar que Ele é Deus. Ele não precisa nada disso. Sendo Deus, na presença do pecado demonstrará quem Ele é. Mas como é muito mais glorioso ver o que, e quem Ele é na esfera da eterna comunhão com Ele, do que no banimento de Sua presença, com todas as consequências provenientes.

3:9-20 Paulo conclui que este ensinamento concorda com o V.T. e a função da Lei, que é despertar a consciência do pecado.

3:9 Que se conclui? Deveria ser desenvolvido em: O que devemos, pois, concluir? Antes de tirar esta conclusão, Paulo faz mais uma pergunta. Se esta pergunta – Temos nós qualquer vantagem? relaciona-se aos judeus com os quais Paulo esteve lidando na primeira parte do capítulo 3, o verbo proekometha tem de ser traduzido: Temos nós (os judeus) qualquer vantagem? Isto é, nós os judeus estamos em posição pior do que os gentios? Ao que Paulo responde, de forma nenhuma. Mas se a pergunta refere-se a todo o argumento começado em 1:18, então tomando proekometha na voz média, a tradução seria: Podemos nós (os leitores) manter algo diante de nós para proteção? O verbo proeko no meio significa “manter diante de alguém” (veja LSJ, pág. 1479). A pergunta então seria: Temos nós, em nós mesmos, algo que nos proteja contra a ira de Deus? Paulo responde: De forma nenhuma, pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado. O pecador não tem meios em si mesmo de lidar com o pecado. Ele está debaixo do pecado, isto é, debaixo do poder, governo, comando, controle do pecado. Ele precisa de ajuda de fora. Seus próprios recursos não podem libertá-lo.

3:10-18 Nestes versículos Paulo cita um número de passagens do V.T.: 3:10-12 do SI. 14:1-3; 3:13 a, b do SI. 5:9; 3:13 c do Sl. 140:3; 3:14 do Sl. 10:7; 3:15-17 de Is. 59:7, 8; 3:18 do SI. 36:1. O apóstolo não cita do texto hebraico mas da versão grega do V.T., a Septuaginta (LXX). Às vezes ele a cita exatamente; outras, parafraseia ou abrevia; ocasionalmente ele se sente bastante livre para manipular as palavras (veja Sanday e Headlam, The Epistle to the Romans, ICC, págs. 77-79). Mas o pensamento do V.T. é adequadamente comunicado. Todas essas citações são dos Salmos com exceção de uma passagem – Is. 59:7. Em seu contexto original nem todos esses versículos destacam a universalidade do pecado. O primeiro (Sl. 14:1-3) sim. Os três seguintes (Sl. 5:9; 140:3; 10:7) tratam da condição, atitude e conduta dos maus. A passagem de Isaías (59:7, 8) trata da injustiça de Israel. O Salmo 36:1 apresenta a falta de respeito do homem mau para com Deus. Essa coleção de citações do V.T., portanto, ilustra as diversas formas do pecado, as indesejáveis características dos pecadores, o efeito de suas ações e a atitude deles para com Deus. É o mesmo quadro que Paulo estivera pintando.

3:19, 20 Tudo (todas as coisas) que a lei diz. A palavra lei aqui deve se referir às diversas citações que Paulo acabou de fazer. Uma vez que foram extraídas dos Salmos, com exceção da passagem de Isaías, Paulo aqui não se refere à lei mosaica. Essas citações vieram dos “Escritos” e dos “Profetas” – as duas maiores divisões do V.T. – indicando que Paulo chama de lei a todo o V.T. Uma vez que o V.T, fala aos que estão debaixo da lei (Arndt, en, 5, d., pág. 259). Isto inclui tanto judeus como gentios – qualquer um que leva a sério a mensagem do V.T. O ensinamento do V.T. é tal que para que se cale toda boca – não tem defesa a apresentar – e todo o mundo seja culpável perante Deus. No versículo 20 Paulo parece retornar ao conceito mais estreito e mais frequente da lei - a lei mosaica. Pelas obras que a lei mosaica prescrevia, ninguém será justificado. Paulo demonstrou o fracasso de ambos, judeu e gentio. Portanto, o veredito de não absolvição é uma importante parte do quadro.

Se a Lei e o que ela prescreve não produz absolvição, o que é que produz? Pela lei vem o pleno conhecimento (cons. Arndt, epignosis, pág. 291) do pecado. A palavra pecado está no singular. A Lei faz o homem cônscio dos efeitos de sua natureza, caráter ou ser. Em virtude do que ele é, o homem age como age. A Lei torna o homem cônscio que ele não é o que deve ser. Levar o homem a reconhecê-lo é uma grande tarefa. Uma vez que Paulo atribui à Lei essa tarefa, ele certamente não desmerece a lei.

3:21-31 Se um homem fracassou na obtenção da justificação, e se a justificação é necessária diante de Deus, então como pode o homem obter essa justificação? Como Deus pode ser justo quando Ele absolve um homem e o declara justo? Paulo acabou de tornar o problema mais agudo provando que todos os homens são pecadores. Assim, se Deus declara todo homem justificado, está declarando que o injusto é justo. A resposta de Paulo mostra a sabedoria e o envolvimento de Deus na questão do pecado humano.

3:21 A justiça de Deus. Paulo quer dizer a justiça concedida por Deus. Essa justiça é sem lei no sentido de que não é uma justiça merecida ou adquirida pela guarda da Lei. Sem a Lei a justiça de Deus se manifestou. Eis aí a justiça enviada por Deus e revelada por Deus. Embora distinta de qualquer justiça buscada pela guarda da Lei, ela é testemunhada pela lei e pelos profetas. A última frase significa todo o V.T. (Mt. 5:17; 7:12; 11:13; 22:40; Lc. 16:16; Atos 13:15; 24:14; 28:23). Que Deus possa aceitar a fé por justiça não é pensamento estranho ao V.T. (veja Rm. 4).

3:22-24 Se a justiça é concedida, a quem ela é concedida? Esta justiça é realizada através da causa eficiente – a fé, que tem por seu objetivo, Cristo. É uma justiça sobre todos os que creem. O particípio presente toma claro que este é um compromisso com Cristo para toda a vida, comprovado na reação diária da confiança (veja 1:16). A única coisa exigida é a confiança e apenas confiança.

Não há distinção entre judeu e gentio no que se refere ao pecado (3:23). Pois todos pecaram (veja 2:12). Este pecado refere-se ao envolvimento de todos os homens – tanto judeus como gentios – em transgressão. O tempo coloca junto as transgressões pessoais em um todo coletivo.

Todos os homens manifestam seu envolvimento no afastamento de Adão do que era justo, carecendo continuamente da glória de Deus. Carecem significa estar carecendo ou em falta. Do que é que o homem carece ou tem falta?

A glória de Deus inclui o esplendor ou radiância de Deus – a manifestação externa do que Deus é. Majestade e Sublimidade também fazem parte da glória de Deus. Majestade envolve poder. Sublimidade envolve uma posição superior e elevada – daquele que é supremo. A glória de Deus, todavia, não é apenas para ser vista por aqueles que creem (Jo. 11:40), mas é para ser aceita ou fazer parte daqueles que crêem (II Co. 3:18) e é o seu destino (I Ts. 2:12; II Ts. 2:14). Ela não é apenas atribuída a Deus pela grande multidão celeste por causa de sua vitória sobre o pecado (Ap. 19:1), mas também caracteriza a Cidade Santa, o eterno lugar de habitação de Deus com o seu povo (Ap. 21:11, 23). Os homens estão sempre carecendo da glória de Deus porque a prática contínua do pecado nega tudo o que a glória de Deus significa.

A justiça de Deus que foi revelada, e a qual Deus concede a todos aqueles que estão crendo ou confiando significa que eles estão absolvidos ou justificados gratuitamente (Rm. 3:24).

Como pode ser? É por meio da graça de Deus. Deus está favoravelmente disposto a fazê-lo, não por causa de algum mérito nos homens, mas porque Ele é gracioso e resolveu manifestar a Sua graça para com os homens. Mas pode Deus fazê-lo simplesmente por uma decisão de Sua vontade, sem qualquer ação objetiva de Sua parte? Paulo responderia “não”. Portanto, ele acrescenta a frase, redenção que há em Cristo Jesus. O homem pode ser absolvido (justificado) porque Deus agiu. Ele providenciou a redenção. Originalmente a palavra significa tornar a comprar um escravo ou cativo, libertando-o pelo pagamento de um resgate (Arndt, apolytrosis, pág. 95). Aqui a redenção se refere à libertação providenciada por Cristo, libertação do pecado e suas consequências. Esta redenção ou libertação é em Cristo Jesus. Estar em Cristo é pertencer-Lhe e ser uma parte de tudo o que Ele tem feito e realizado por meio de Sua obra redentora. Paulo agora prossegue mostrando exatamente o que esta obra envolveu.

3:25, 26 Esta obra é uma transação objetiva, um ato particular de Deus que envolveu a pessoa do Seu Filho. Foi um ato necessário. A necessidade não foi imposta a Deus de fora, pois então Ele não seda Deus. Foi-Lhe imposta no Seu interior, em virtude de Sua própria natureza. A Quem (Cristo Jesus) Deus propôs, no seu sangue, como propiciação. Aqui Paulo reúne Deus e Cristo, a obra realizada, e a reação do homem diante desta obra. Deus expôs Cristo publicamente como meio de propiciação em ou pelo Seu sangue. A morte de Cristo foi um fato que deve ser observado por todos. Mas o aspecto propiciatório – esse que propiciou o pecado – foi o de desistir de Sua vida. Isto se vê no fato de que o Seu sangue foi derramado. Esses detalhes não foram apresentados para despertar simpatia, mas para mostrar a realidade desta morte. Deus foi o ofertante. Cristo foi o sacrifício. O pecado humano foi coberto, isto é, apagado para sempre. Todavia para esta propiciação se tornar efetiva na vida da pessoa, é preciso que haja fé. A fé ou confiança está em Deus, em primeiro lugar, mas também envolve o que Ele fez. Ele tomou o pecado em Seu próprio ser (lI Co. 5:21), lidou com ele ali objetivamente, e assim fazendo, teve em vista a manifestação da sua justiça. Mas será que Deus deixou impunes os pecados anteriormente cometidos, isto é, antes da morte de Cristo? A morte de Cristo, objetiva e pública no Calvário, prova que o Senhor não deixou impunes esses pecadores. Sabemos que Ele estava ali resolvendo o problema do pecado humano – os pecados do passado da humanidade e também os que estavam sendo praticados no presente, e aqueles ainda a serem cometidos – porque ele o declarou através dos Seus apóstolos e profetas. Esses pecados do passado foram cometidos na sua tolerância (Rm. 3:25). O Senhor não se esqueceu desses pecados, embora não os resolvesse imediatamente. A ação de Deus na cruz foi mais do que uma autovindicação à vista da história humana do passado. Ela foi também a manifestação da sua justiça no tempo presente (3:26). O Senhor tem de ser justo agora quando declara justificado aquele que crê em Jesus. Ele não passou uma lei dizendo, que aquele que crê em Jesus, seria declarado justificado simplesmente porque Ele o disse. Antes, Ele agiu. O Pai, o Filho e o Espírito Santo entraram na arena do pecado humano. O Todo-Poderoso colocou a base sobre a qual poderia perdoar o pecado, e sobre a qual declara os pecadores justificados, ainda assim permanecendo justo.

3:27-31 Agora Paulo prossegue com os resultados da obra salvadora de Deus em Cristo na cruz. Ele sustenta que a jactância está excluída. Como? Por que lei? Por que tipo de sistema, princípio, código, ou norma poderia a jactância ficar excluída? Das obras? Oh, não. Tal sistema engendra o orgulho. Antes, é pela lei da fé. Uma vida centralizada nas obras é uma vida centralizada no ego. Mas a lei ou código da fé produz uma vida centralizada em Deus. O Cristianismo está sendo considerado aqui como uma nova lei – um código de vida com a fé no seu centro. Esta ideia da palavra lei se encontra em Rm. 3:27; 8:2; Tg. 1:25; 2:8, 9; 2:12.

A essência da lei da fé é que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei (Rm. 3:28). O Senhor é aquele que declara os homens justificados. Ele é o Deus, tanto de judeus como de gentios (v. 29). Ele declara que os judeus são justificados por causa da (ek) fé, e os gentios mediante a (diá) fé. Nos dais exemplos a fé é a causa da declaração de Deis. Assim ambos, judeu e gentio, encontram aceitação com Deus da mesma maneira - através de uma submissão pessoal a Ele, uma confiança pessoal nEle. Este fato não significa que a Lei seja anulada Antes, confirmamos a lei, ou estabelecemos. Ela é confirmada no seu papel de tornar os homens cônscios do pecado (v. 20). A lei confronta os homens não apenas com o seu próprio pecado, mas também com o Doador da Lei. Quando os homens confiam em Deus, o Doador da Lei, estão exatamente no lugar onde a lei tinha a intenção de colocá-los.

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