Interpretação de Malaquias 4

Malaquias 4 conclui o diálogo profético com uma visão do dia do Senhor, destacando o destino dos ímpios e dos justos. O capítulo retrata um dia de julgamento, onde os arrogantes e malfeitores enfrentarão a destruição como restolho em uma fornalha ardente. Em contraste, aqueles que reverenciam o nome de Deus experimentarão o nascer do sol da justiça, trazendo cura e restauração. O capítulo enfatiza o papel de Elias como arauto da reconciliação e conversão dos corações. Chama a atenção para os mandamentos de Deus, invocando a lembrança da Lei de Moisés. Malaquias 4 termina com uma poderosa imagem de restauração e unidade familiar, conectando as gerações. O capítulo encapsula os temas da justiça divina, restauração e a esperança final de um povo reconciliado e renovado em antecipação ao dia do Senhor.

4:1. Eis que vem o dia. O Dia do Senhor. Fornalha. Um pote com fogo usado para assar. O fogo como símbolo de juízo é coisa comum nas Escrituras (por exemplo, Sf. 3:8). Como o restolho... nem raiz nem ramo. A figura muda. Restolho dá a ideia daquilo que será consumido num instante; a figura anterior enfatiza o pensamento de que nenhum dos ímpios escapará ao juízo.

4:2. O sol da justiça. O sol é um símbolo de justiça. No Dia do Senhor a noite da injustiça cederá caminho à uma administração de negócios na qual a justiça, como um sol que emite seus raios para desalojar qualquer resíduo de trevas, recompensará os piedosos, e os perversos já não prosperarão mais. Trazendo salvação nas suas asas. Com a aparência de asas, os raios do sol despontando dão a ideia da figura básica. Quando os raios penetrantes desfizerem as trevas, o pecado e suas más consequências se desvanecerão. Saltareis como bezerros. A palavra empregada provavelmente significa “cabriolar”. Como um bezerro solto se alegra em sua liberdade recém-adquirida, assim os justos, não mais prisioneiros oprimidos em um mundo hostil, desfrutarão da vida e experimentarão alegria.

4:3. Pisareis os perversos. O quadro é de grande alegria onde prevalece a justiça perfeita, com os perversos totalmente destruídos e os justos desfrutando de bênçãos ininterruptas do Deus da aliança. Naquele dia que prepararei (cons. 3:17).

Exortação a Guardar a Lei Mosaica. 4:4.
Malaquias acusa o povo de Israel de ter-se desviado das ordenanças divinas (3:7). Contudo, os israelitas ainda poderiam desviar o terrível juízo do Dia do Senhor se, arrependidos e convertidos, eles guardassem a Lei em letra e espírito.

4:4. Lembrai-vos da lei de Moisés. A exortação é para pecadores e santos também. Em Horebe. Sinai. Estatutos e juízos. Traduza-se: até dos estatutos e juízos.

A Promessa da Vinda de “Elias”. 4:5, 6.
Deus enviaria um profeta, chamado pelo nome de “Elias”, que prepararia o solo moral e espiritual para a vinda de Cristo, e assim desviaria a necessidade de um juízo imediato.

4:5. O profeta Elias. O pensamento é paralelo ao de 3:1. Antes do Dia do Senhor um mensageiro enviado dos céus prepararia o caminho. O paralelismo sozinho garante a identificação de Elias com João Batista. Contudo, os Evangelhos também tornam claro que este “profeta” não seria o próprio Elias, o tesbita, mas alguém com o seu espírito e o seu poder (Mt. 11:14; 17:13; Mc. 9:11-13; Lc. 1:17).

4:6. Ele converterá o coração dos pais. João Batista o fada (Lc. 1:16, 17). Através dele, os homens seriam unidos pela fé – ao arrependimento e conversão e alegre obediência à lei de Deus. A unidade de coração a ser operada por João através do Espírito seria como um solo cultivado, o qual, com a vinda de Cristo, produziria frutos a cem por um. Para que eu não venha e fira a terra com maldição. As palavras se relacionara coma exortação a guardar a lei de Moisés e ao ministério de João Batista. Quando o Senhor vierem juízo, a habitação de um povo que transgrediu a aliança, inevitavelmente ficaria sob o juízo da destruição.

Um ministério profético no espírito e no poder poderia produzir um reavivamento e assim desviar a plenitude do juízo para que os corações pudessem aceitar o Rei; e o juízo final do Dia da Ira pudesse ser adiada até que o Senhor do Templo completasse a lista dos Seus eleitos. Isto realmente aconteceu. “Elias” veio e preparou um povo para o Senhor, e o Senhor Jesus veio ao seu templo. Assim, embora o V.T, termine com uma maldição condicional, o N.T. termina com uma promessa incondicional de Cristo aos Seus: “Certamente venho sem demora”, junto com a resposta daqueles que são o seu “tesouro particular”: “Vem, Senhor Jesus”.

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