Interpretação de Esdras 9

Esdras 9 descreve a angústia de Esdras ao saber que alguns homens judeus, incluindo sacerdotes e levitas, casaram-se com os habitantes locais da terra, uma violação da lei de Deus. Ele rasga suas roupas de luto e ora, reconhecendo a desobediência do povo e expressando sua culpa. Ele implora pela misericórdia de Deus e lamenta a continuação de seus pecados ancestrais. Em sua oração, Esdras reconhece a graça de Deus em poupá-los durante o exílio. O capítulo destaca a importância da obediência aos mandamentos de Deus, bem como a profunda preocupação de Esdras em manter a integridade espiritual da comunidade. Ele prepara o terreno para a resposta do povo e a ação tomada para abordar a questão do casamento misto.

A Trágica Notícia e a Oração de Esdras. 9:1-15.
Quando Esdras foi consultado pelos governadores judeus em relação aos casamentos mistos contraídos nos últimos anos, ele foi tomado de tristeza, e sua profunda angústia trouxe a convicção do pecado a muitos corações.

Sua grandiosa oração não continha pedidos de perdão, mas forneceu a devida atmosfera para a confissão e abandono do pecado da parte da congregação. Ele contrastou a lealdade divina com a desobediência de Israel, pela qual a nação merecera extinção.

9:1. Acabadas, pois, estas coisas. Provavelmente passaram diversos meses depois dos acontecimentos de 8:36, pois estamos agora no mês de dezembro (10:9). Vieram ter comigo os príncipes. Todas as classes sociais da nação estavam envolvidas neste recente pecado; mas uma vez que foram os príncipes que deram o exemplo (9:2), foram eles e não os sacerdotes que primeiro vieram ter com Esdras. Cinco das sete nações cananitas foram aqui relacionadas (Dt. 7:1; Atos 13:19), além de três outras. Esses povos pagãos da terra escaparam à deportação de Nabucodonosor.

9:2. Assim se misturou a linhagem santa. Cons. Êxo. 19:5; Is. 6:13.

9:3. Arranquei os cabelos da cabeça. Rasgar a roupa era sinal de profunda aflição (Lev. 10:6; Is. 7:6); mas arrancar uma porção dos cabelos e barba era expressão de ira violenta e indignação moral (Is. 50:6; Ne. 13:25). Esdras percebeu claramente que por causa da santidade de Deus, pecado tão grave só poderia resultar em outro período de cativeiro.

9:4. Os que tremiam das palavras do Deus de Israel. Cons. 10:3; Is. 66:2, 5; Sl. 119:120, 161. A atitude de um homem para com a Palavra de Deus é um dos critérios definitivos para se medir a sua espiritualidade.

9:8. Agora por breve momento. Literalmente. Oitenta anos na Terra Santa pareciam um curto espaço de tempo quando comparados com os séculos de sofrimentos sob os assírios e babilônios (cons. Ne. 9:32).

Estabilidade no seu santo lugar. Cons. Is. 22: 23. O templo era como um ponto de referência que mantinha a comunidade unida. Para nos alumia os olhos, ó Deus nosso. Cons. Sl. 13: 3; I Sm. 14:27, 29.

9:9. Porque somos servos. Nenhum judeu bem instruído pensava que o Milênio já tivesse despontado quando o remanescente de Zorobabel retornou à Palestina (cons. Is. 14:1-3). Para que nos desse um muro de segurança em Judá e em Jerusalém. “Muro” aqui é figurativo. A palavra no hebraico gader significa muro ou cerca de vinha, construída para sua proteção (Is. 5:2,5). Uma vez que os reis da Pérsia os protegiam, eles eram num certo sentido um “muro” entre Judá e seus inimigos.

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