Interpretação de Esdras 6

Esdras 6 continua o relato da reconstrução do templo em Jerusalém. O rei Dario confirma o decreto que permite a reconstrução após sua descoberta nos arquivos. Ele não apenas apóia o projeto, mas também garante o fornecimento de recursos para sacrifícios. O templo é concluído e dedicado em meio a celebrações e oferendas, refletindo a gratidão do povo pela orientação de Deus. A Páscoa é celebrada com devoção renovada, destacando a restauração das práticas religiosas. O capítulo destaca a intervenção divina, o favor real e a determinação do povo enquanto o templo é restaurado, simbolizando a renovação de seu relacionamento com Deus e o restabelecimento de seu centro de adoração.

Decretos de Ciro e Dario. 6:1-12.
Além de Dano encontrar o decreto de Ciro relativo aos judeus e seu templo, também criou um próprio, ordenando a Tatenai que ajudasse os judeus em sua Obra e ameaçando aqueles que alterassem seu decreto.

6:1, 2. Nos arquivos reais em Babilônia... em Acmetá. Keil destaca que a vasta complexidade do Império Persa e a confusão geral que acompanhou a mudança do poder real da linhagem de Cito para a linhagem de Dario em 521 A.C., ajudam a explicar por que alguns decretos anteriores teriam sido esquecidos. Mas é um tributo à eficiência da administração persa que os registros estivessem seguramente arquivados em uma elaborada rede de arquivos centralizada em Babilônia e estendendo-se por filiais distantes como a de Acmetá (Ecbatana), capital do antigo império meda. Os arquivos (v. 1) são arquivos mesmo, mas o rolo (v. 2) quer dizer um rolo de papiro ou couro (outra palavra hebraica) e não a costumeira tabuinha de barro. Possivelmente todos os antigos rolos estavam arquivados na biblioteca de Ecbatana por causa doar que não era tão quente e úmido como o da Babilônia.

6:3. Para uma explicação da diferença entre este decreto de Cito e o de Esdras 1, veja E. J. Young (op. cit., pág. 372). Enquanto um consistia de proclamação pública, o outro era um complemento oficial mais detalhado para os arquivos. A sua altura de sessenta côvados. O pórtico do Templo de Salomão tinha duas vezes essa altura (II Cr. 3:4).

6:8. Também por mim se decreta. Além de Dario advertir Tatenai que deixasse os judeus em paz por causa do decreto de Cito, também acrescentou um decreto próprio que deve ter assombrado Tatenai e seus companheiros. Da tesouraria real... dos tributos dalém rio, se pague pontualmente a despesa a estes homens. Cons. 6:4. Isto provavelmente prejudicou o bolso de Tatenai, pois ele tinha a sua parte nos tributos.

6:10. Para que ofereçam sacrifícios... ao Deus dos céus, e orem pela vida do rei e de seus filhos. Dario podia pronunciar estas palavras facilmente sem abandonar o seu politeísmo. Orar pelos reis está implícito na ordem de Jeremias aos judeus exilados (Jr. 29:7). Carl F. Keil (The Books of Ezra, Nehemiah, and Esther, pág. 87) mostra que isto foi feito nos séculos posteriores também (1 Macabeus 7:33; 12:11; Js. Antiq. 12. 2. 5).

6:11. Uma viga se arrancará... e que seja ele levantado e pendurado nela. Keil cita Heródoto (III. 159) que conta que Dano empatou 3.000 babilônios depois de tomar a cidade. Portanto esta não era uma ameaça infundada! E que da sua casa se faça um monturo. Cons. Dn. 2:5; 3:29; II Reis 9:37.

O Templo é Terminado. 6:13-22.
Com a ajuda de governadores seculares e profetas piedosos, os judeus terminaram o seu templo dentro de cinco anos e o dedicaram a Jeová com grande alegria. Um mês mais tarde, multidões se ajuntaram em Jerusalém para celebração da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos.

6:14. Segundo o decreto de Ciro, de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia. Esdras tomou o cuidado de acrescentar o nome de seu próprio rei, Artaxerxes, porque este ajudou na manutenção do Templo (7:15, 16, 21).

6:15. No dia terceiro do mês de adar. Foi em 12 de março de 515 A.C., quatro anos e meio depois de começada a obra com perseverança. Enquanto o Templo estava sendo construído sucederam-se os acontecimentos de Zacarias 7.

6:17. Salomão ofereceu duzentas vezes mais novilhos e carneiros por ocasião da dedicação do seu Templo! lI Reis 8:63).

6:19. A páscoa. Isto aconteceu em 21 de abril de 515 A.C., exatamente cinco semanas depois da dedicação do Templo. Começando com este versículo, o texto volta novamente ao hebraico.

6:20. Os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem. Como um, sem exceções. Os levitas substituíram os chefes de famílias (Êx. 12:6) e mataram os cordeiros pascais para os leigos (que poderiam estar imundos) e os sacerdotes i que estavam ocupados demais). Cons. II Cr. 35:11, 14, 15.

6:21. Dois grupos de judeus foram mencionados aqui, aqueles que retornaram da Babilônia e aqueles que ficaram na terra, misturando-se com os pagãos (II Reis 17:33).

6:22. O rei da Assíria. Uma vez que os pensas agora governavam os antigos territórios da Assíria, pode se dizer que Dario era o rei da Assíria, tal como Ciro fora rei da Babilônia.

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