Estudo sobre Apocalipse 6:3-4

Estudo sobre Apocalipse 6:3-4

Apocalipse 6:3-4

O primeiro seguidor do anticristo está montado num cavalo vermelho da cor do fogo. As indicações sobre a espada e a matança claramente relacionam a cor ao derramamento de sangue. A cor sangrenta estabelece uma conexão de pensamento com o “dragão vermelho”, o assassino desde o princípio (Ap 12.3; cf. o exposto sobre Ap 2.2), em cujo espírito e serviço ele atua. Sua ação consiste em tirar a paz da terra. “Para os perversos, todavia, não há paz” (Is 48.22). Por isto eles não podem trazê-la e a expulsam de onde existe. O anticristo, porém, é o ímpio propriamente dito. Ele faz com que os homens se matassem (“chacinassem”) uns aos outros. Este assassinato mútuo entre os seres humanos (cf. Ez 38.21; 2Cr 15.6; Zc 11.9; 14.3), no qual nenhuma força é suficientemente grande para triunfar realmente sobre a outra, pode referir-se a povos e países, e não tanto a pessoas isoladas. O termo “chacinar” é uma palavra muito concreta e rude. Mata-se praticamente assim como se alguém estivesse sendo sacrificado, em frenesi e possessão, insensatamente, porque ninguém conquista uma vantagem real. No fundo são todos vítimas sacrificadas sobre o altar de Satanás. Com irracionalidade total investem tudo no armamento, e “desconhecem o caminho da paz” (Is 59.8). A humanidade que não quer viver sob a cruz, vive sob a grande espada como que debaixo de uma grande faca de sacrifícios (nota 161).

O que as igrejas da Ásia Menor estavam lendo neste texto de João não coincidia sem mais nem menos com a impressão causada pelo seu mundo em redor. O helenismo visava formação e bem-estar para todos, e os imperadores romanos utilizavam-se com afinco do anseio de paz das nações. Contudo o profeta já havia alertado as igrejas em Ap 2.10,13 para as amostras do submundo assassino. “Paz, paz; quando não há paz” poderia ele exclamar com as sentinelas do AT (Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10,16). Atrás do cavaleiro branco surge o cavaleiro vermelho (quanto à questão da guerra, cf. ainda o versículo de síntese, v. 8b).