João 19 — Comentário Devocional

João 19

Título: A Crucificação e Morte de Jesus.

Introdução:
João 19 continua a narrativa da Paixão de Jesus Cristo, detalhando Sua crucificação e morte final na cruz.

Seção 1: Açoite e zombaria de Jesus (João 19:1-16a)
Pilatos, embora não encontrando culpa em Jesus, ordena que Ele seja açoitado. Os soldados zombaram dele, vestindo-o com um manto roxo e colocando uma coroa de espinhos em sua cabeça. Pilatos apresenta Jesus à multidão, na esperança de libertá-lo, mas a multidão exige Sua crucificação. Pilatos relutantemente entrega Jesus para ser crucificado.

Seção 2: A crucificação (João 19:16b-30)
Jesus é levado ao Gólgota, o Lugar da Caveira, e crucificado ao lado de dois criminosos. Pilatos ordena que uma placa seja colocada na cruz, onde se lê "Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus". Enquanto está na cruz, Jesus fala à sua mãe e à discípula que Ele amava, confiando-a aos seus cuidados. Ele pronuncia as palavras: “Está consumado”, e então inclina a cabeça e morre.

Seção 3: Lado perfurado e sepultamento de Jesus (João 19:31-42)
Enquanto os líderes judeus solicitavam que os corpos fossem retirados das cruzes antes do sábado, os soldados quebram as pernas dos dois criminosos, mas encontram Jesus já morto. Em vez disso, um soldado perfura o lado de Jesus e sangue e água escorrem. José de Arimateia e Nicodemos, ambos seguidores secretos de Jesus, solicitam Seu corpo para sepultamento. Eles envolveram o corpo de Jesus em panos de linho e O colocaram em um novo túmulo.

João capítulo 19 narra o relato comovente da crucificação e morte de Jesus Cristo. Salienta o cumprimento das Escrituras, a rejeição de Jesus pelos líderes religiosos e pela multidão, e o sacrifício final de Jesus para o perdão dos pecados. A Sua morte na cruz marca o clímax da Sua missão terrena e a expiação pelos pecados da humanidade. Este capítulo serve como um lembrete profundo da extensão do amor de Deus e do custo da redenção através da morte de Seu Filho, Jesus Cristo.

Devocional

19.1ss Para compreender o quadro completo da crucificação de Jesus, leia o relato sob a perspectiva de João e dos outros três evangelistas (Mt 27; Mc 15; Lc 23). Cada escritor adicionou detalhes significativos, mas cada um ressaltou a mesma mensagem: Jesus morreu na cruz em cumprimento às profecias do AT, para que pudéssemos ser salvos dos nossos pecados e ter a vida eterna. 

19.1-3 O acoite poderia ter matado Jesus. O procedimento usual era descobrir a parte superior do corpo da vítima e amarrar suas mãos a um pilar, antes de açoitá-la com um chicote de três pontas. Estas pontas continham pedaços de chumbo. O número de açoites era determinado pela severidade do crime; a lei judaica permitia no máximo 40 chibatadas (Dt 25.3). Depois de ser açoitado. Jesus também sofreu outras agonias, registradas aqui e nos outros Evangelhos. 

19.2-5 Os soldados foram além da ordem de açoitar Jesus, também zombaram da majestade dEle, ao colocarem uma coroa em sua cabeça e um manto real em seus ombros. 

19.7 A verdade finalmente apareceu; os líderes religiosos não tinham levado Jesus a Pilatos por Ele ter causado alguma rebelião contra Roma, mas porque pensavam que havia infringido suas leis religiosas. A blasfêmia, um dos crimes mais sérios na lei judaica, merecia a pena de morte. A acusação de blasfêmia contra Jesus poderia dar credibilidade aos líderes religiosos aos olhos dos judeus; a acusação de traição contra Jesus poderia dar-lhes credibilidade aos olhos dos romanos. Para os líderes religiosos, não importava a qual das acusações Pilatos daria atenção, contanto que pudesse cooperar com eles, matando Jesus. 

19.10 Ao longo de todo o julgamento, vemos que Jesus tinha o controle da situação, e não Pilatos ou os líderes religiosos. Pilatos vacilou, os líderes judaicos reagiram com ódio e ira, mas Jesus permaneceu sereno. Ele conhecia a verdade, sabia do plano de Deus e a razão de seu julgamento. Apesar da pressão e da perseguição. Jesus permaneceu inabalável. Na verdade, Pilatos e os líderes religiosos é que estavam sendo julgados, não Jesus. Quando você ó questionado ou ridicularizado por causa de sua fé, lembre-se de que embora possa estar em um julgamento diante de seus acusadores, eles é que de fato estão sendo julgados por Deus. 

19.11 Quando Jesus disse que o homem que o entregou a Pilatos era mais culpado do que este, não estava desculpando Pilatos por reagir à pressão política a que foi submetido. Pilatos foi responsável por sua decisão a respeito do Jesus. Caifás e os outros líderes religiosos foram culpados de um pecado ainda mais grave, porque premeditaram o assassinato de Jesus. 

19.12, 13 Essas palavras pressionaram Pilatos a permitir que Jesus fosse crucificado. Como governador romano daquela região. Pilatos era o encarregado de manter a paz. Pelo fato de Roma não poder manter um grande número de tropas nas regiões mais afastadas, mantinha o controle reprimindo as rebeliões imediatamente com a força bruta. Pilatos temia que César fosse informado de alguma insurreição na Judeia, o que poderia custar-lhe a perda de sua posição e talvez até da vida. Quando somos obrigados a tomar uma decisão difícil, podemos encontrar uma saída fácil, ou agir corretamente a despeito do que isto possa custar-nos. Se conhecemos o bem que devemos fazer e não o fizermos, pecamos (Tg 4.17). 

19.13 Litóstrotos era um pavimento ou uma calçada de pedra da torre de Antônia, que fazia fronteira com a extremidade do complexo do Templo. 

19.15 Os líderes judeus estavam tão desesperados para livrarem-se de Jesus que, apesar do intenso ódio que sentiam por Roma, gritaram: “Não temos rei, senão o César”. Que ironia: Fingiam submissão a Roma, enquanto rejeitavam o seu Messias! As palavras dos judeus os condenaram, porque Deus deveria ser o único e verdadeiro Rei deles, e haviam abandonado a lealdade a Ele. Os sacerdotes tinham perdido verdadeiramente a sua função, em vez de conduzirem o povo a Deus, afirmavam submissão a Roma, a fim de matarem o seu Messias. 

19.17 O lugar chamado Gólgota era provavelmente uma montanha fora de Jerusalém. Ao longo deste lugar havia uma estrada principal. Muitas execuções eram realizadas ali: os romanos as utilizavam como um exemplo para o povo, a fim de que não se insurgisse contra Roma. 

19.18 A crucificação era uma forma romana de execução. O condenado era forçado a carregar sua cruz pela rua principal até o lugar da execução, como uma advertência ao povo. Os tipos de cruzes e os métodos de crucificação variavam. Jesus foi pregado; algumas pessoas eram amarradas com cordas. A morte advinha por asfixia, porque o peso do corpo tornava a respiração difícil a medida que a vítima perdia suas forças. A morte por crucificação era terrivelmente lenta e dolorosa. 

19.19 Esse título foi colocado sobre a cruz por ironia. Um rei despido, quase nu. executado publicamente, tinha obviamente perdido o seu reino para sempre. Mas Jesus, que transtorna a sabedoria do mundo, ao morrer, tomava posse do seu reino. Sua morte e ressurreição destituiriam o poder de Satanás com um golpe mortal, e estabeleceriam a eterna autoridade de Jesus sobre a terra. Poucas pessoas que leram o título naquela triste tarde compreenderam o significado real; mas ele era absoluta mente verdadeiro. Não estava tudo perdido, Jesus ó o Rei dos judeus e dos gentios, de todo o universo! 

19.20 O título estava escrito em três idiomas: hebraico, latim e grego, a fim de que fosse entendido pelos judeus nativos, pelas forças de ocupação romanas e pelos estrangeiros e judeus que visitavam a cidade. 

19.23, 24 Os soldados romanos encarregados da crucificação habitualmente tiravam as roupas dos condenados. Repartiram as vestes de Jesus, lançando sortes para determinar quem fica ria com a túnica que era sem costura, a peça mais valiosa da roupa. Isto aconteceu em cumprimento à profecia em Salmos 22.18. 

19.25-27 Mesmo enquanto morria na cruz, Jesus se mostrou preocupado com a sua família. Ele instruiu João a cuidar de Maria, sua mãe. Nossa família 6 um presente precioso de Deus; de vemos valorizá-la e cuidar dela sob todas as circunstâncias. Nem a obra crista nem as responsabilidades relacionadas a qualquer atividade profissional ou posição isentam-nos de cuidar de nossa família. O que você pode fazer hoje para demonstrar o seu amor por sua família? 

19.27 Jesus pediu a seu amigo mais chegado, João, que cuidasse de sua mãe, Maria, cujo marido, José, já era falecido naquela ocasião. Por que Jesus não designou esta tarefa a seus irmãos? Como o filho mais velho, Jesus confiou sua mãe a alguém que estava com Ele durante a crucificação, João. 

19.29 Este “vinagre” era um vinho amargo e barato que os sol dados romanos bebiam enquanto esperavam pela morte daqueles que eram crucificados. 

19.30 Até aquele momento, a expiação dos pecados era feita por meio de um sistema sacrificial complicado. O pecado separa as pessoas de Deus; somente pelo sacrifício de um animal, um substituto do pecador, este poderia ser perdoado e ser considerado limpo diante de Deus. Mas as pessoas pecavam continua mente; assim os sacrifícios eram frequentemente exigidos. No entanto. Jesus se tornou o supremo e derradeiro sacrifício pelo pecado. A palavra “consumado” significa “completamente acabado”, nossa divida foi paga. Jesus veio para consumar a obra de Deus, a salvação (4.34; 17.4), a fim de pagar o preço, cumprir a pena total por nossos pecados. Por meio de sua morte, o com plexo sistema sacrificial teve fim. porque Jesus levou todos os pecados sobre si. Desde então, podemos aproximar-nos livre mente de Deus por causa do sacrifício que Jesus fez por nós. Aqueles que creem na morte e ressurreição de Jesus podem vi ver eternamente com Deus e escapar da punição pelo pecado. 

19.31 Era contra a lei de Deus deixar exposto durante a noite o corpo de uma pessoa morta (Dt 21.23); também era ilegal trabalhar depois do pôr-do-sol na sexta-feira, quando começava o sábado para os judeus. Por esta razão, os líderes religiosos que riam tirar o corpo de Jesus urgentemente da cruz o sepultá-lo antes do pôr-do-sol. 

19.31-35 Esses soldados romanos eram experientes. Já tinham participado de muitas crucificações. Sabiam identificar, com toda a certeza, se um homem estava morto ou vivo. Não tiveram dúvida de que Jesus estava morto; por esta razão, decidiram não quebrar as pernas dEle. como fizeram aos outros condenados. Ao perfurarem-no e verem o rápido fluxo de sangue e água (o que indicava que a cavidade em volta do coração e o próprio coração haviam sido perfurados) consideraram que já possuíam mais uma prova da morte de Jesus. Alguns procuram negar a ressurreição, dizendo que Jesus não morreu, somente desmaiou e, mais tarde, voltou a si. Mas nos temos a prova de que Jesus morreu na cruz pelo testemunho de um grupo imparcial, os soldados romanos (ver Mc 15.44.45). 

19.32 Os soldados romanos poderiam quebrar as pernas das vitimas para acelerar o processo da morte. Quando uma pessoa é pendurada na cruz, morre por asfixia; mas a vítima pode empurrar a cruz com as pernas para apoiar o corpo e manter-se respirando. Com as pernas quebradas, uma pessoa crucificada é quase imediatamente sufocada. 

19.34, 35 Os detalhes da morte de Jesus são especialmente importantes no relato de João, porque ele foi uma testemunha ocular da crucificação. 

19.36, 37 Jesus morreu como os cordeiros que eram sacrifica dos para a refeição da Páscoa. Nenhum osso destes cordeiros sacrificiais poderia ser quebrado (Êx 12.46; Nm 9.12). Jesus, o Cordeiro de Deus, foi um sacrifício perfeito pelos pecados do mundo (1 Co 5.7). 

19.38, 39 - Quatro pessoas foram transformadas no processo da morte de Jesus: o criminoso que. crucificado ao lado de Jesus, pediu-lhe que o incluísse em seu Reino (Lc 23.39-43); o oficial romano que proclamou que Jesus era, sem dúvida, o Filho de Deus (Mc 15.39); José e Nicodemos, membros do Sinédrio e secretos seguidores de Jesus (7.50-52), que saíram do anonimato. Estes homens foram impactados pela morte do que pela vida de Jesus. Perceberam quem Jesus era e esta percepção deu-lhes coragem para expor sua crença. Quando somos confrontados com Jesus e sua morte, somos transformados para crer, proclamar e agir. 

19.38-42 José de Arimateia e Nicodemos eram secretos segui dores de Jesus. Provavelmente temiam revelar sua fé devido à posição que ocupavam na comunidade judaica. José era um líder religioso e um membro honrado do Sinédrio. Nicodemos, que também era membro deste conselho, tinha encontrado Jesus de noite (3.1) e mais tarde tentou defendê-lo diante de outros líderes religiosos (7.50-52). Eles arriscaram sua reputação para proporcionar um enterro a Jesus. E você? é crente em secreto? Esconde sua fé de seus amigos e companheiros de trabalho? Este e um Tempo apropriado para parar de esconder-se e deixar que os outros saibam quem você segue. 

19.42 Esse sepulcro provavelmente era uma caverna escava da na montanha. Era suficientemente grande para que uma pessoa pudesse andar no interior dele. Assim, José e Nicodemos carregaram o corpo de Jesus para dentro. Depois, uma grande pedra foi colocada na entrada. 

Ao enterrar o corpo de Jesus, Nicodemos e José tiveram que se apressar, para evitarem trabalhar no sábado, que começava no pôr-do-sol de sexta-feira.

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