Cidade de Babel na Bíblia

Cidade de Babel na Bíblia

Cidade de Babel na Bíblia

Por Frank M. Cross

No hebraico, prata de deus. Nome de um a das principais cidades fundadas por Ninrode, em Sinear (Suméria), antiga Babilônia. — O nome figura juntamente com Ereque e Acade, em Gên. 10:10. A tradição babilônica diz-nos que foi originalmente fundada pelo deus Marduque, e que foi destruída por Sargão, em cerca de 2350 A.C. Ele levou terra do lugar a fim de fundar uma nova capital, a saber, Agade (ver o artigo sobre Acade). A história bíblica desse lugar, juntamente com sua torre, é relatada em Gên. 11:1-11. Ali, o termo Babel é explicado pela etimologia popular com o sentido de CONFUSÃO ou mistura. Isso é feito através de uma referência a um termo hebraico similar, balai, porque babel e essa palavra são parecidas, embora dotadas de significado diverso. 

Por meio dessa associação verbal, as duas palavras tornaram-se sinônimas, com o sentido de confusão, especificamente por causa do relato da torre de Babel, onde lemos que houve a confusão de línguas. A expressão torre de Babel não se encontra no A.T., mas, em Gên. 11:4 aparece a palavra “torre”. A própria torre foi feita de tijolos e asfalto, e não de pedras. É provável que a construção tivesse o intuito de ser um elevado sinal demarcatório. E visto que os antigos não faziam ideia da vastidão do espaço—pois somente na história recente da astronomia os homens chegaram a fazer boa ideia disso—talvez se pensasse que uma torre poderia atingir a habitação de um deus ou dos deuses. Contudo, a expressão “até aos céus” não indica necessariamente tal coisa. 

Poderia indicar apenas até bem alto no firmamento. A intenção, pois, pode ter sido simplesmente a ostentação. Eles teriam uma grande cidade, assinalada por altíssima torre, que poderia ser vista de longa distância, aumentando assim o prestigio da cidade. Naturalmente, essa torre seria usada com propósitos astrológicos, ficando assim envolvida nas suas práticas religiosas. Portanto, seria um monumento da religião pagã. Alguns supõem que a construção era um zigurate. (Ver o artigo a respeito). Em outras palavras, um templotorre com terraços, cada andar um tanto menor que o outro. Porém, a arqueologia não tem descoberto qualquer edifício dessa natureza antes de 4000 A.C. (a proposta d ata da torre de Babel), em bora tais construções possam ser encontradas nas ruínas da Assíria e da Babilônia, pertencentes a datas posteriores. Por essa razão, alguns intérpretes negam que esteja em foco um zigurate, afirmando que alguma outra forma de torre deve ter sido construída. A descrição do livro de Gênesis corresponde ao que se sabe a respeito das construções usuais da Babilônia. 

O épico babilônico da criação, ao descrever a construção da Babilônia celestial (Tablete 6, linhas 58-61), diz: “Durante um ano inteiro eles fabricaram tijolos. Ao chegar o segundo ano, eles levantaram alto a cabeça de Esagila”. Tijolos cozidos ao sol e no forno foram usados, e foi empregado asfalto como massa de ligação. A combinação de um templo torre com uma cidade era típica na construção de cidades, na Mesopotâmia. Os próprios templos eram impressionantes, tanto m ais por causa de ereção de um a elevada torre, na área do templo. Porém, essas torres sempre eram zigurates, até onde a arqueologia tem sido capaz de determinar. A palavra Esagila, na citação acima, era o santuário de Marduque, e significa casa cuja cabeça foi levantada. E a própria torre foi chamada Etemenanki, que significa casa do alicerce do céu e da terra. Arqueologia. 

O primeiro zigurate construído na Babilônia pode ser datado em cerca de 3000 A.C., ou quando muito, na última metade do século XL A.C. O m ais antigo zigurate existente é o da antiga Uruque, que a Bíblia chama de Ereque (ver Gên. 10:10), moderna Warka. M ais de duas dúzias de zigurates são conhecidos pela arqueologia, todos os quais, naturalmente, vieram à existência depois do de Ereque. A construção usual tinha três andares, mas pelo menos um dos zigurates tinha sete andares. Tais construções têm sido encontradas em Borsipa, a dezesseis quilômetros a sudoeste da Babilônia, em Ur, em Uruque (na Bíblia, Ereque), e em outras cidades da Mesopotâmia. Alguns supõem que o modelo original dessas construções foi a torre de Babel, que serviu de arquétipo para todas as outras torres. Mas isso é apenas uma suposição. A arqueologia não tem encontrado quaisquer evidências desse tipo de construção em um período tão antigo como aquele proposto para a torre de Babel. Outros supõem que o julgamento divino sobre a torre foi tão completo que coisa algum a restou para ser descoberta pela arqueologia. 

Porém, o A.T. nada diz sobre tal destruição, dando a impressão de que, quando as línguas se multiplicaram, o povo simplesmente desistiu da ideia de uma grande cidade, com sua torre magnificente. Em outras palavras, o projeto foi abandonado. (Ver Gên. 11:8). O zigurates na Babilônia. Se a torre de Babel foi, realmente, um zigurate, deve ter sido projetada antes de 4000 A.C. Esse tipo de construção pode ser encontrado no terceiro milênio A.C. A restauração de um zigurate, na Babilônia, teve lugar em 681-665 A.C., por Esaradom. O zigurate reconstituído, como é óbvio, era mais antigo que o tempo desse monarca, m as por quanto tempo, não sabem os dizer coisa algum a. Heródoto (460 A .C .) viu e descreveu um zigurate construído por Nebopolassar (625-605 A.C.) e por Nabucodonosor II (605-562 A.C.). Esses reis repararam um zigurate quase destruído. Um zigurate foi demolido por Xerxes, na Babilônia, em 472 A.C. Outros zigurates. Em Ur. Esse tinha uma base de 61 m por 43 m, cujo primeiro terraço ficava a pouco mais de 15 m de altura. Um templo dotado de torre, na cidade de Borsipa, atualmente chamada Birs-Ninrode, tem sido identificado pelas tradições judaica e árabe como a torre de Babel; mas provavelmente essa opinião não é correta. Tinha sete andares, com 43 m de altura. Em Durkurigalzu (moderna ’Agar Quf), a 32 km de Bagdá, para oeste, com 57 m de altura, é o mais alto zigurate que se conhece. A confusão das línguas. Um dos grandes mistérios da origem dos idiomas.

1. A Bíblia fornece-nos uma resposta teológica:
Adão e Eva foram naturalmente criados com a capacidade de falar uma língua, um a língua adredemente preparada para eles. A grande variedade de idiomas é explicada pela mesma teologia com base no relato sobre a torre de Babel. Subitamente, por decreto e ato divinos, as pessoas começaram a falar em diversas línguas; e foi então que abandonaram o projeto de construir uma cidade com uma torre, na Babilônia.

2. Intérpretes liberais, céticos e científicos rejeitam ambos os relatos, como sendo mitológicos, como lendas para dar resposta a questões difíceis.

3. Uma sugestão alternativa é que assim como surgiram humanóides provenientes do reino animal inferior, assim também um a parte do processo evolutivo proveu essas criaturas com a habilidade de produzir sons que podem ser organizados em idiomas. Os substantivos teriam aparecido primeiro. As pessoas deram nomes às coisas. Então surgiram os verbos. As pessoas deram nomes às ações. Contra isso, deve-se dizer que as línguas antigas que conhecemos são extremamente complexas e matemá­ticas. Isso dificilmente poderia dar-se no caso de uma língua desenvolvida por esse processo ao acaso, através da simples nomeação das coisas. Qual selvagem ou semi-selvagem teria podido inventar o complexo sistema verbal e o sistema de casos que caracterizam muitas línguas antigas, e que funcionam com uma precisão matemática?

4. Outros estudiosos sugerem que a complexidade das línguas deve ser explicada por um longo período de desenvolvimento, antes mesmo da raça adâmica. Isso dá a entender que A dão e seus descendentes representam um novo começo, mas não um começo absoluto. Assim, a complexidade dos idiomas tem atravessado um a história que nos é totalmente desconhecida, e que já existia (por meio de um longo desenvolvimento), quando começou a raça adâmica. Contra essa ideia podemos dizer simplesmente que não há qualquer evidência em seu favor, a menos que aceitemos as declarações dos psíquicos que sustentam tal teoria. Em seu favor, pode ser declarado que, na realidade, há evidências de raças pré-adâmicas. Ver os artigos sobre os antediluvianos, a agricultura e a astronomia.

5. A resposta dos cientistas é que simplesmente não temos respostas para todas as perguntas. Portanto, as respostas dadas acima são as melhores conjecturas e mitos de que dispomos.