Panorama do Livro de Habacuque

Panorama do Livro de Habacuque

Panorama do Livro de Habacuque

O profeta clama a Yahweh (1:1-2:1)

A falta de fé, em Judá, tem suscitado perguntas na mente de Habacuque. “Até quando, ó Yahweh, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás?”, pergunta ele. “Por que há assolação e violência diante de mim?” (1:2, 3) A Lei fica entorpecida, o iníquo está em torno do justo, e a justiça sai pervertida. Por causa disso, Yahweh realizará uma atividade que causará espanto, algo que as ‘pessoas não acreditarão, embora seja relatado’. Ele está realmente ‘suscitando os caldeus’! É deveras temível a visão que Yahweh dá sobre esta nação feroz, ao passo que ela avança velozmente. Está devotada à violência, e ajunta cativos “como areia”. (1:5, 6, 9) Nada resistirá a ela, nem mesmo reis e dignitários, pois ela se ri de todos eles. Captura toda praça forte. Tudo isso é para um julgamento e uma repreensão da parte de Yahweh, o “Santo”. (1:12) Habacuque aguarda atentamente que Deus fale.

A visão dos cinco ais (2:2-20)

Yahweh responde: “Escreve a visão e assenta-a de modo claro em tábuas.” Mesmo que pareça demorar, cumprir-se-á sem falta. Yahweh consola Habacuque com as palavras: “Quanto ao justo, continuará a viver pela sua fidelidade.” (2:2, 4) O arrogante inimigo não atingirá seu objetivo, mesmo que continue ajuntando para si nações e povos. Ora, estes são os que proferirão contra ele o dito proverbial dos cinco ais:

“Ai daquele que multiplica o que não é seu.” Ele mesmo se tornará objeto de saque. Será despojado “por causa do derramamento de sangue do gênero humano e da violência feita à terra”. (2:6, 8) “Ai daquele que obtém lucro vil para a sua casa.” Cortar ele muitos povos fará com que as próprias pedras e o madeiramento de sua casa clamem. (2:9) “Ai daquele que constrói uma cidade com derramamento de sangue.” Seus povos labutarão apenas para o fogo e para nada, declara Yahweh. “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória de Yahweh assim como as próprias águas cobrem o mar.” — 2:12, 14.

‘Ai daquele que em ira embebeda seu companheiro, com o objetivo de olhar para as suas vergonhas.’ Yahweh o fará beber do copo de Sua mão direita, trazendo-lhe ignomínia em lugar de glória “por causa do derramamento de sangue do gênero humano e da violência feita à terra”. De que serve a imagem esculpida para quem a fez — não são mudos tais deuses inúteis? (2:15, 17) “Ai daquele que diz ao pedaço de pau: ‘Oh! acorda!’ à pedra muda: ‘Oh! desperta! Ela mesma dará instrução’!” Em contraste com tais deuses sem vida, “Yahweh está no seu santo templo. Cala-te diante dele, toda a terra!” — 2:19, 20.

Yahweh no dia da batalha (3:1-19)

Em oração solene, Habacuque relembra em linguagem vívida a temível atividade de Yahweh. Com o aparecimento de Yahweh, “sua dignidade cobriu os céus; e do seu louvor encheu-se a terra”. (3:3) Sua claridade era igual à luz, e a peste andava diante dele. Ele ficou parado, sacudindo a terra, fazendo com que as nações pulassem e as montanhas eternas fossem despedaçadas. Yahweh saiu como poderoso guerreiro, com arco descoberto e com carros de salvação. Os montes e as águas de profundeza foram agitados. O sol e a lua ficaram parados, e havia a luz de suas flechas e o relâmpago de sua lança, à medida que Ele marchava através da terra, trilhando as nações em ira. Saiu para a salvação do seu povo e do seu ungido, e para expor o alicerce do iníquo, “até o pescoço”. — 3:13.

O profeta fica atônito com esta visão do poder da obra anterior de Yahweh e de sua iminente atividade de sacudir o mundo. “Ouvi, e meu ventre começou a ficar agitado, meus lábios tremeram diante do som; a podridão começou a penetrar-me nos ossos; e eu estava agitado na minha situação, de aguardar tranquilamente o dia da aflição, a sua vinda sobre o povo, para que ele os acometesse.” (3:16) Contudo, Habacuque está decidido, independente dos maus tempos que terão de ser enfrentados — a figueira não florescer, não haver produção nas videiras, nem rebanho no redil — a ainda assim exultar em Yahweh e alegrar-se com o Deus de sua salvação. Conclui seu cântico de êxtase com as seguintes palavras: “Yahweh, o Soberano Senhor, é minha energia vital; e ele fará os meus pés semelhantes aos das corças e me fará pisar nos meus altos.” — 3:19.