Interpretação de Gênesis 22

Gênesis 22

Gênesis 22 narra a história da disposição de Abraão de sacrificar seu filho Isaque em obediência à ordem de Deus. Este capítulo é rico em temas teológicos, incluindo fé, obediência, sacrifício substitutivo e provisão de Deus. Aqui estão alguns temas-chave e interpretações de Gênesis 22:

1. Teste da fé de Abraão: Gênesis 22 começa com Deus testando Abraão, ordenando-lhe que levasse seu único filho, Isaque, para a terra de Moriá e o oferecesse como holocausto. Este teste foi concebido para revelar a profundidade da fé de Abraão e a sua vontade de obedecer a Deus mesmo diante da ordem mais desafiadora e dolorosa.

2. A Obediência de Abraão: Abraão responde à ordem de Deus com obediência imediata e inabalável. Ele se levanta de manhã cedo, leva Isaque e parte para o lugar que Deus designou. Sua obediência é uma prova de sua fé e confiança em Deus.

3. Isaac como participante voluntário: É importante notar que Isaac não é um participante passivo nesta história. Ele acompanha seu pai de boa vontade, carrega a lenha para a oferta e pergunta sobre o cordeiro sacrificial. A obediência e submissão de Isaque também são destacadas nesta narrativa.

4. Sacrifício Substitutivo: Enquanto Abraão se prepara para sacrificar Isaque, um anjo do Senhor intervém e fornece um carneiro preso num matagal como substituto de Isaque. Este acontecimento prefigura o conceito de sacrifício substitutivo, onde uma vida inocente é oferecida no lugar de uma culpada. Aponta para a oferta sacrificial final de Jesus Cristo pelos pecados da humanidade.

5. Significado Teológico: Gênesis 22 tem profundo significado teológico nas tradições judaica e cristã. Enfatiza a importância da fé, obediência e confiança na providência de Deus. Também prenuncia a obra redentora de Jesus Cristo, que seria o sacrifício final pelos pecados da humanidade.

6. A Provisão de Deus: Abraão nomeia o lugar onde Deus providenciou o carneiro como “O Senhor Proverá” ou “Jeová Jireh”. Este nome reflete a ideia de que Deus é o provedor e sustentador final de Seu povo. É um lembrete da fidelidade de Deus em atender às necessidades daqueles que confiam Nele.

7. Promessa de Bênção: Após a intervenção do anjo, Deus reafirma Sua aliança com Abraão e reitera Sua promessa de abençoá-lo e tornar numerosa sua descendência. Esta garantia sublinha a ideia de que a aliança de Deus permanece intacta e que as Suas promessas serão cumpridas.

8. Prenunciando Cristo: Muitos cristãos interpretam Gênesis 22 como um prenúncio de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que voluntariamente se ofereceu como sacrifício pelos pecados da humanidade. Assim como Isaque carregou a lenha para o seu sacrifício, Jesus carregou a cruz de madeira na qual foi crucificado. Ambos os eventos demonstram o amor e a obediência do Pai e do Filho.

Em resumo, Gênesis 22 é um capítulo poderoso e instigante que investiga temas de fé, obediência, sacrifício substitutivo e provisão de Deus. Desafia os leitores a considerar a profundidade da sua própria fé e confiança em Deus, ao mesmo tempo que aponta para o sacrifício e a redenção finais encontrados em Jesus Cristo.

Interpretação

22:1-19 O supremo teste da fé e obediência de Abraão veio depois da partida de Ismael, quando todas as esperanças para o futuro estavam alojadas em Isaque.

22:1 Pôs Deus Abraão à prova. O nissa hebraico, provar (E.R.C., tentar), significa um teste que revelaria a fé de Abraão como nada ainda o conseguira fazer. Ele tinha de dar prova de obediência absoluta e incontestada fé em Jeová, obedecendo até mesmo de olhos fechados, passo a passo, até que a fé se destacasse clara como o sol do meio-dia. Abraão passou pelo fogo mais ardente, permaneceu firme sob as maiores pressões e suportou a mais difícil tensão, para emergir da prova em completo triunfo.

22:2 Nenhum teste seria mais severo do que aquele que agora Deus lhe impunha. E nenhuma obediência seria mais perfeita do que a de Abraão. Quando Deus o chamou, o patriarca respondeu imediatamente. Mesmo sabendo que estava à sua frente, disse calmamente aos seus servos: “Esperai aqui... eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (v. 5). Sua fé em Deus que vê e se encarrega de tudo, garantiu-lhe que tudo estava bem. Ele confiou em Jeová para a execução de Suas promessas. “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar. E daí também em figura ele o recobrou” (Hb. 11:17-19). A fé via além do sacrifício e estava pronta a obedecer.

Moriá. O lugar do sacrifício não pode ser positivamente identificado. II Crônicas 3:1 parece localizá-lo no local do Templo de Salomão. A tradição tem-se apegado a esta opinião, e seria difícil encontrar um local mais aceitável. A viagem a pé de Berseba deve ter levado a maior parte dos três dias. Oferece-o ali em holocausto. A palavra hebraica usada aqui, 'eila, literalmente, levante-o, significa oferecer a vitima como um todo em holocausto, em sinal de completa dedicação. Não se faz nenhuma referência a matar o rapaz. A intenção original de Jeová, ao que parece, foi a de garantir a oferta completa, mas interferir antes que a vitima fosse morta. O propósito de Deus, em parte, foi o de apresentar uma lição objetiva sobre a Sua aversão aos sacrifícios humanos que eram abertamente praticados pelos pagãos por todos os lados.

22:7, 8 Conforme os dois lentamente subiam a encosta da montanha, o jovem observador perguntou: Onde está o cordeiro para o holocausto? Que cena patética! A resposta do pai foi dada sem delongas: Deus proverá para si... o cordeiro para o holocausto. O verbo significa “ver”. Na verdade, Abraão dizia que Jeová era capaz de ver e providenciar à Sua maneira. Ele tinha em seu coração uma segurança calma de que Deus seria capaz de cuidar dos detalhes. Abraão não sabia que o rapaz seria poupado da experiência da morte. Mas tinha a fé para crer que o Onipotente providenciaria o necessário à Sua maneira e na hora exata. Paulo penetrou nas profundezas desta verdade quando disse: “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas cousas?” (Rm. 8:32).

22:9, 10 Tudo estava em seu devido ligar sobre o altar. O filho amado das promessas estava amarrado e prostrado sobre a lenha que ele mesmo trouxera sobre os ombros. O fogo estava pronto. Tudo estava calmo e quieto. A faca afiada foi desembainhada e levantada.

22:12, 13 De repente a voz do céu quebrou o silêncio. Deus ordenou que Abraão deixasse a faca de lado, desamarrasse as correias que prendiam o rapaz e que trouxesse o carneiro preso entre os arbustos. Essa foi a hora suprema de Abraão. Deus experimentara o seu coração e estava satisfeito. Novamente Isaque se colocou ao lado de seu pai, uma testemunha da misericórdia, da graça e da provisão do Senhor (cons. v 14). Foi por isso que Jesus disse. “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia e viu-o, e alegrou-se” (Jo. 8:56). O homem de Deus retornou a Berseba iluminado com o senso da presença de Deus. Jamais tornaria a ser o mesmo. As grandes promessas foram renovadas, e foi-lhe assegurado que as bênçãos da aliança seriam dele e e de seus descendentes.

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