Interpretação de Êxodo 8

Êxodo 8

Êxodo 8 continua a narrativa do confronto entre Moisés, Arão e Faraó nos seus esforços para garantir a libertação dos israelitas do Egito. Neste capítulo, vemos a escalada das pragas enviadas por Deus para persuadir o Faraó a libertar os israelitas. Aqui estão os pontos-chave de Êxodo 8:

1. A Segunda Praga: Sapos (Êxodo 8:1-15): Deus instrui Moisés a ir ao Faraó e exigir a libertação dos israelitas. Se o Faraó recusar, Deus enviará uma praga de rãs sobre a terra. O Faraó inicialmente recusa, e as rãs infestam o Egito, enchendo casas, camas, fornos e muito mais. Os mágicos do Faraó replicam o milagre, mas a presença esmagadora de sapos obriga o Faraó a invocar Moisés e Arão para intercederem junto a Deus. O Faraó concorda em deixar o povo ir se as rãs forem removidas. Moisés ora a Deus e as rãs morrem, mas o Faraó endurece o coração novamente, recusando-se a libertar os israelitas.

2. A Terceira Praga: Mosquitos ou Piolhos (Êxodo 8:16-19): Moisés e Arão são instruídos a tirar o pó do chão e, quando o fazem, transformam-se em mosquitos ou piolhos que infestam pessoas e animais. Os mágicos tentam replicar este milagre, mas falham, reconhecendo-o como “o dedo de Deus”. Contudo, o coração do Faraó permanece duro e ele não liberta os israelitas.

3. A Quarta Praga: Enxames de Moscas (Êxodo 8:20-32): Deus envia enxames de moscas sobre o Egito, causando grande angústia. Desta vez, a terra de Gósen, onde vivem os israelitas, é poupada da praga. O Faraó, mais uma vez, procura negociar com Moisés e concorda em permitir que os israelitas adorem no deserto, mas insiste que eles devem permanecer dentro da terra. Moisés recusa esta concessão, exigindo que lhes seja permitido fazer uma viagem de três dias pelo deserto. O Faraó cede, mas muda de ideia depois que as moscas são removidas. Ele endurece o coração, recusando-se a deixar os israelitas irem.

Êxodo 8 continua a enfatizar vários temas e lições importantes:

1. O Poder e a Autoridade de Deus: As pragas demonstram vividamente o poder e a autoridade de Deus sobre a criação. Cada praga tem como alvo aspectos específicos da vida e da cultura egípcia, desafiando os seus deuses e ilustrando a supremacia de Deus.

2. A teimosia do Faraó: A repetida recusa do Faraó em libertar os israelitas destaca a sua teimosia e o endurecimento do seu coração. Apesar das pragas e negociações cada vez mais severas, ele permanece desafiador, o que prepara o terreno para novos julgamentos.

3. O Papel de Moisés e Arão: Moisés e Arão servem como representantes de Deus, entregando Suas mensagens e realizando milagres para autenticar sua comissão divina.

4. A Escalada Gradual: As pragas aumentam progressivamente em severidade, ilustrando a paciência de Deus e o Seu desejo de dar ao Faraó inúmeras oportunidades para ceder e libertar os Israelitas.

5. O papel do compromisso: Faraó tenta repetidamente negociar com Moisés, oferecendo compromissos que ficam aquém da ordem original de Deus de deixar o povo ir totalmente. Estas negociações destacam o desejo do Faraó de manter o controlo e mitigar o impacto das pragas.

Êxodo 8 faz parte da narrativa mais ampla que mostra o julgamento divino contra a idolatria do Egito, a luta entre a autoridade de Deus e a resistência do Faraó, e o processo contínuo de libertação dos israelitas. Prenuncia as pragas mais devastadoras que virão à medida que o confronto entre Moisés e Faraó se intensifica.

Interpretação

A Segunda Praga – Rãs. 8:1-15.

Sempre houveram rãs enchendo os brejos à beira do Nilo. No entanto, sob a ordem de Moisés, elas apareceram aos milhares e invadiram de tal maneira todos os lugares concebíveis, que tomaram-se uma perturbação insuportável.

8:7. Então os magos fizeram o mesmo. Embora de algum modo fizessem aparecer mais rãs, foram completamente incapazes de as remover.

8:8. Faraó ficou tão transtornado com esta situação repulsiva que estava pronto a prometer qualquer coisa. Ele já fora forçado a reconhecer o Deus que desdenhara.

8:9. Digna-te dizer-me. Tenha a honra de dizer (Moffatt).

8:15. Alívio (lit., espaço livre). “Logo que ele pôde respirar aliviado, endureceu o seu coração” (KD).

A Terceira Praga – Piolhos. 8:16-19.

Piolhos (E.R.A.), piuns (Moffatt), bicho-de-pé (E.R.V.) e mosquitos (Moffatt), todos têm sido sugeridos como instrumentos desta praga. Embora o significado exato da palavra hebraica não seja conhecido, os mosquitos, que são muito comuns no Egito, parecem ser especialmente apropriados. Deve-se notar que esta foi novamente a intensificação de uma experiência natural. As pragas estavam também se intensificando de uma inconveniência para uma aflição dolorosa.

8:17. O pó da terra. “Exatamente como as fertilizadoras águas do Egito tomaram-se uma praga duas vezes, assim, por meio do poder de Jeová, o solo tão ricamente abençoado tomou-se uma praga para o rei e seu povo” (KD).

8:19. O dedo de Deus. Os mágicos derrotados reconheceram que isto era um acontecimento sobrenatural. Não o atribuíram a Jeová, mas confessaram que estava além dos seus poderes mortais. O fato de terem imitado de algum modo as pragas anteriores, torna a sua capitulação mais extraordinária. Uma vez que não há limite de tempo expresso para esta praga, podemos deduzir que prolongou-se por algum tempo.

A Quarta Praga – Enxames de Moscas. 8:20-32.
A segunda tríade de pragas fez distinção entre Israel e os egípcios. A confissão dos mágicos de que “um deus” causara essas perturbações, tinha agora de ser reforçada e era preciso esclarecer o fato de que fora o Deus Jeová que as causara.

8:21. Moscas. A palavra indica algum tipo de inseto particularmente irritante, ou moscas ou mosquitos. A palavra hebraica para “enxames” significa “uma mistura” e pode ser que indique o desenvolvimento de todo o tipo de parasitas.

8:22. Separarei. Porei de lado. Por causa do fato de Israel ser protegida de todas as futuras pragas, ficaria claro cujo Deus estava no poder.

8:23. Distinção (lit., redenção). A separação era uma libertação para Israel.

8:24. Arruinada. Corrompida; destruída. As pragas continuavam aumentando em gravidade; já não eram um simples contratempo, mas um perigo. O povo sofria, o trabalho era prejudicado e toda a economia estava transtornada.

8:26. Abomináveis aos egípcios. Quer Moisés tenha se referido à maneira do sacrifício ou à vitima, que os egípcios consideravam sagradas, o povo do Egito considerada o ato “como uma manifestação de desrespeito contra eles e seus deuses” (Calvin's Commentaries).

8:28. Pela segunda vez Faraó deu a sua permissão para os israelitas partirem; mas removida a praga, apesar da advertência de Moisés (v. 29), e banido o medo, ele tornou a negar o pedido.

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