Interpretação de Êxodo 26

Êxodo 26

Êxodo 26 continua com as instruções de Deus a Moisés com relação à construção do tabernáculo, detalhando especificamente o projeto e o layout da estrutura do tabernáculo e seus vários componentes. Aqui estão os pontos-chave de Êxodo 26:

1. A Estrutura do Tabernáculo (Êxodo 26:1-6): Deus instrui Moisés sobre como fazer as cortinas que formarão a cobertura externa do tabernáculo. Estas cortinas serão feitas de linho fino, com fios azul, púrpura e escarlate, e querubins bordados nelas. Serão um total de dez cortinas para criar o revestimento externo.

2. A Tenda Interna (Êxodo 26:7-14): Deus fornece instruções para a criação de uma tenda interna, que será feita de pêlo de cabra. Esta tenda será composta por onze cortinas, que serão colocadas sobre a estrutura e o mobiliário interior do tabernáculo.

3. A Estrutura (Êxodo 26:15-30): Deus descreve a construção da estrutura de madeira para o tabernáculo, incluindo tábuas verticais feitas de madeira de acácia, cada uma com duas bases de prata. As placas serão mantidas unidas por travessas e soquetes. A entrada do tabernáculo terá um reposteiro feito de fios azul, púrpura, escarlate e linho fino.

4. O Véu e a Arca (Êxodo 26:31-34): Deus instrui a confecção de um véu para separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (o Santo dos Santos), que deve ser adornado com querubins. A Arca da Aliança, contendo as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos, será colocada no Lugar Santíssimo.

5. O Altar do Incenso e as Tapeçarias (Êxodo 26:35-37): Deus fornece instruções para a criação do Altar do Incenso, que será localizado no Lugar Santo. Também são descritas as cortinas de entrada do pátio e do próprio pátio.

6. O Pátio e Suas Dimensões (Êxodo 26:38-39): Deus especifica as dimensões e os materiais para o pátio que circunda o tabernáculo. O pátio terá uma tela na entrada, feita de fios azul, púrpura, escarlate e linho fino.

Êxodo 26 continua as instruções detalhadas para a construção do tabernáculo, concentrando-se na sua estrutura física, coberturas, estrutura e mobiliário. Vários temas e lições principais podem ser extraídos deste capítulo:

1. Projeto Preciso e Atenção aos Detalhes: O capítulo ressalta a natureza meticulosa das instruções de Deus, destacando a importância da precisão e do trabalho artesanal cuidadoso na construção do tabernáculo. Cada detalhe tem significado e pretende refletir a santidade de Deus.

2. Simbolismo e Significado: O uso de materiais, cores e imagens específicas, como os querubins, serve para transmitir verdades espirituais mais profundas e simbolizar a natureza celestial da habitação de Deus entre o Seu povo.

3. Separação e Acesso: A divisão do tabernáculo em Lugar Santo e Lugar Santíssimo, separados pelo véu, representa a separação entre a presença de Deus e a humanidade. Somente o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, e apenas em ocasiões específicas.

4. Consagração e Reverência: As instruções enfatizam a santidade do tabernáculo e dos seus componentes. A Arca da Aliança, em particular, simboliza a relação de aliança entre Deus e os israelitas e a necessidade de obediência e reverência.

5. Adoração e Sacrifício: A construção do Altar do Incenso e do pátio aponta para a centralidade da adoração e do sacrifício na vida da comunidade israelita. Estas estruturas físicas facilitam a sua aproximação a Deus e a oferta de sacrifícios.

Êxodo 26 serve como uma continuação dos planos arquitetônicos e estruturais do tabernáculo, fornecendo um projeto para a habitação sagrada onde a presença de Deus residiria entre os israelitas. As instruções detalhadas enfatizam o significado do tabernáculo como local de adoração, sacrifício e comunhão com Deus.

Interpretação

O Tabernáculo 26:1-37.

26:1-6. As Cortinas Ornamentais que Formavam o Tabernáculo Propriamente Dito. Eram dez cortinas, cada uma com 12,80 ms de comprimento por 1,83 ms de largura. Quando reunidas, formavam uma só grande cortina de 18,29 ms por 11,80 ms. As cortinas eram tapeçarias lindamente tecidas em linho branco e fazenda azul, roxa e vermelha. com figuras de querubins tecidas ou bordadas nelas. Armadas sobre a estrutura de madeira (vs. 15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente dito. A não ser que entendamos que este lindo trabalho, ficasse completamente escondido, devemos supor que as tábuas da estrutura formavam quadrados vazios e não uma cerca sólida (Kennedy, “Tabernacle”, HDB), ou então que as cortinas ficavam do lado de dentro da estrutura (James Strong, The Tabernacle). Strong crê que elas não eram usadas como uma tenda, mas que pendiam como cortinas do lado de dentro da estrutura.

Obra de artista (v. 1). Trabalho de desenhista ou projetista. As cortinas (vs. 3-6) eram reunidas em dois conjuntos de três cada, por meio de alças de fazenda azul com colchetes de ouro. Os dois conjuntos eram, então, reunidos da mesma maneira, formando assim uma grande cortina. Considerando que a estrutura do Tabernáculo era de 13,72 ms x 4,57 ms x 4,57 ms, as cortinas de 18,29 ms deviam pender até o chão na parte de trás (entendendo-se que a frente ficava descoberta), e os 12,80 ms de largura alcançariam até quase 47 cms do chão.

26:7-14. As Cortinas Externas. A tenda sobre a habitação era feita de pelo de cabra, como as tendas dos beduínos ainda são feitas hoje, e provavelmente como as dos israelitas eram feitas naquele tempo. Enquanto as cortinas de linho formavam um findo interior, o pelo das cabras formavam uma cobertura resistente do lado de fora. Esta coberta era feita de onze cortinas, cada uma com 13,72 ms x 1,83 ms, reunidas por colchetes de bronze (vs. 10,11), do mesmo modo como as cortinas de linho; isto formava uma grande coberta de 20,12 ms x 13,72 ms. Uma vez que as cortinas de pelo de cabra eram 91 cms mais largas do que as de linho, estas últimas deviam ficar completamente ocultas dos lados (v.13). Eram 1,83 ms mais compridas que a tapeçaria, e este excedente era usado para fazer uma dobra (v. 9) que pendia sobre a abertura, como uma espécie de dossel para proteger a cortina da entrada. O restante do excesso provavelmente pendia no lado de trás. Qualquer folga desta cobertura seria aproveitada, como nas demais tendas, pelas cordas e estacas que a mantinham firme e estendida. Alguns acham que devia haver um pau de cumeeira que formava uma espécie de telhado, mas não podemos determiná-lo pela leitura do texto. Mais duas cobertas externas de couro (v. 14; cons. 25: 5) vinham por cima do pelo de cabra e protegiam do mau tempo.

26:15-30. A Estrutura de Madeira. Uma estrutura feita de tábuas de acácia cobertas de ouro, cada tábua tendo 4,57 ms de comprimento e 69cms de largura. Kennedy defende que esta estrutura era aberta e não fechada (“Tabernacle”, HDB). Não sabemos a espessura das tábuas, mas Josefo diz que era de 7,62 cms (Antiq. III 6.3), o que tornaria a cerca muito sólida e excessivamente pesada, em lugar da estrutura resistente exigida. Também, como já mencionamos acima, se não imaginarmos a tapeçaria como um cortinado, a beleza ficaria completamente escondida por uma estrutura sólida. As Escrituras não nos fornecem detalhes suficientes para termos uma ideia de como era a estrutura exatamente. Cada tábua tinha duas saliências (lit., mãos) projetadas para baixo (v.17) que se encaixavam em concavidades nas bases de prata (v. 19). As bases de prata pesavam um talento (43,18 kgs) cada uma, peso suficiente para manter a firmeza da estrutura (38:27). A estrutura formava os lados e o fundo do Tabernáculo. Vinte tábuas formavam cada lado, 13,72 ms de comprimento, e seis tábuas formavam os lados. Nos dois cantos onde os lados se encontravam com os fundos, duas tábuas extras foram acrescentadas para bem da firmeza. Embora a maneira exata da formação dos cantos seja obscura (v. 24), sabemos que as tábuas extras serviam para de alguma forma reforçar a estrutura. Para maior firmeza, cinco travessas passavam horizontalmente ao longo de cada lado e dos fundos, encaixando-se em argolas de ouro nas tábuas. A travessa do meio ia de ponta à ponta (v. 28); as outras presumivelmente eram mais curtas, cada uma talvez a metade da central.

Tábuas (v. 15). Armação vertical (RSV). Dois encaixes, travados um com o outro (v. 17). Dois pinos presos à base (Moffatt). Cada uma dessas duas armações formando um suporte duplo e estando presas à argola de cima (v. 24; Moffatt).

26:31-35. O Véu do Santo dos Santos. A “Habitação” era dividida em duas seções chamadas de “o Santo Lugar” e “o Santo dos Santos” ou “Lugar Santíssimo”. O véu era feito da mesma tapeçaria ricamente tecida das cortinas internas. Pendia de ganchos de ouro presos a quatro colunas de madeira dourada, as quais estavam fixas em soquetes de prata, .tal como as tábuas da estrutura. Colchetes (v. 33). Ganchos ou fechos.

26:36, 37. O Véu da Entrada. A entrada estava coberta por um véu de acabamento menos elaborado do que o do Santo dos Santos, que pendia, como os outros, sobre colunas fixas em soquetes de bronze.

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