Interpretação de Cânticos 2
(Interpretação da Bíblia)
Índice: Cânticos 1
Cânticos 2
Cânticos 3
Cânticos 4
Cânticos 5
Cânticos 6
Cânticos 7
Cânticos 8
Continua o Diálogo Entre a Esposa e o Esposo.
2:1-7.
1. Eu sou a rosa de Sarom. A esposa continua falando. É difícil
determinar qual a flor a que a esposa está se referindo. A única outra vez em
que esta palavra aparece no V.T. é em Is. 35:1. Açafrão parece que é a
melhor das traduções. Sarom é a planície costeira do Mediterrâneo neo entre
Jope e Cesareia. Nos dias de Salomão era lugar de grande fertilidade.
2. O lírio entre os espinhos. Fala o esposo. Na sua humildade a esposa
se considera apenas como um belo mas humilde açafrão; ela se considera um lírio
entre os espinhos. Assim como o lírio se sobressai entre os espinhos, assim ela
se sobressai entre as outras virgens.
3. Qual a macieira. A esposa responde da mesma maneira. Assim como a
macieira que produz frutos deliciosos se sobressai entre as outras árvores da
floresta, assim o seu esposo se sobressai entre os outros jovens.
4. O rei a levou, uma simples camponesa, para o salão dos banquetes. Mas
ela não precisa temer nem se acanhar na presença das jovens senhoras de
Jerusalém, pois com o seu amor ele a protege e a põe à vontade. (Quanto à ideia
de proteção, veja Êx. 17:15.)
5. Tomada do amor e da admiração pelo seu amado, a esposa pede bolos de
passas e maçãs para fortalecê-la fisicamente.
6. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça.
Este versículo pode ser traduzido
expressando um desejo ou declarando um fato. Ambas as traduções se encaixam bem
no contexto igualmente. A primeira tradução faz deste versículo outra
exclamação de socorro feita pela esposa. De acordo com a segunda tradução
possível, o fato declarado neste versículo é a resposta do esposo ao pedido da
esposa; ou talvez indique como os dois estão juntos no salão de banquetes.
7. Conjuro-vos. Não se pretende nenhum juramento verdadeiro, pois a
jovem faz a adjuração em nome de animais. Porque esses animais foram
escolhidos, não o sabemos. Talvez porque se achasse que melhor simbolizavam o
caráter do verdadeiro amor. Colocando o seu pedido na forma de um juramento,
ela enfatiza seu muito urgente pedido de não despertar o amor prematuramente,
pois o amor é muito delicado e fácil de se ferir. No seu devido tempo
despertará por si mesmo.
II. A Esposa Fala do Seu Esposo. Seu Primeiro Sonho
Sobre Ele. 2:8 – 3:5.
A. O Hino de Amor da Esposa para o Esposo. 2:8-17.
8. A voz do meu amado. De maneira muito especial a esposa fala da vinda do
seu amado. Embora esta seção possa muito bem ter algum antecedente histórico na
vida do rei, seu propósito é expressar o profundo amor da esposa pelo seu
esposo. As figuras foram extraídas da natureza. As gazelas e os gamos escalam
montanhas e saltam pelas colinas com leveza e graça.
9. Detrás da nossa parede deve ser uma referência à parede da casa
na qual a sulamita mora. Diante desta parede o esposo, como gazela ou gamo
tímido que desconfia dos homens, espia pela janela através das cortinas. Ele
não se aproxima de sua esposa rudemente, nem mesmo com atrevimento, mas como
alguém que a respeita profundamente.
10, 11. Parou o inverno, cessou a chuva. Ele a chama para acompanhá-lo. Aqui o
simbolismo da gazela e do gamo foi deixado de lado, introduzindo-se a figura
das estações. Elas dão a entender que a esposa e o esposo alcançaram o devido
estado de maturidade para desfrutarem do seu mútuo amor (contraste com o v. 7).
12-14. A figura da chegada da primavera desta vez é mais detalhada com a
enumeração das mudanças que acontecem na natureza durante esta estação. A
urgência da chamada do esposo para a esposa a que se lhe junte está evidente na
repetição das palavras do versículo 10: Levanta-te, querida minha . . . e
vem. Ela o chamou de gazela e jovem gamo; agora ele a chama de pomba minha,
uma expressão de carinho. A esposa aqui reproduz as palavras do seu esposo.
15. Estas são as próprias palavras da esposa. As raposas. Tal como
os aborrecimentos e preocupações que podem interferir e prejudicar o amor. Seu amor está
desabrochando em sua plenitude, e nada deve ter permissão de perturbá-lo.
16,
17. O meu amado é meu, e eu sou dele. A
esposa está confiante de que ela e o seu esposo pertencem um ao outro. Ela o
descreve aqui como um pastor que durante o dia alimenta o seu rebanho e por
isso fica longe dela. Na linguagem devocional, estas palavras têm com frequência
sido aplicadas ao relacionamento de Cristo e Seu povo bem-amado. Entre os
lírios sugere que o esposo desempenha suas obrigações diárias num ambiente
que está de acordo com o seu caráter e dignidade. Antes que refresque o dia.
Literalmente, até que o dia respire, isto é, até que chegue a brisa
da tarde. A referência é ao fim do dia quando o calor, geralmente escaldante, é
substituído por um frescor revigorante. A tarde também é o período quando as
sombras, que só existem durante o dia, desaparecem. O versículo 17 é a resposta
final, nesta seção, da esposa ao seu esposo. Através de toda a seção ambos
expressaram o desejo anelante que sentem um pelo outro. Montes de Beter, E.R.C.
Ou, possivelmente, montes escabrosos. O verbo hebraico vem de uma raiz
que significa “cortar em pedaços” (cons. Gn. 15:10; Jr. 34:19). Se esta
etimologia for aceita, as palavras podem ser traduzidas para montes “escabrosos”
ou “montes da separação “, isto é, montes que nos separam (Berkeley).