Significado de João 6

João 6

João 6 inclui vários eventos e ensinamentos significativos. O capítulo começa com a alimentação de cinco mil, onde Jesus milagrosamente alimenta uma grande multidão de pessoas com apenas cinco pães e dois peixes. Este evento demonstra o poder e a compaixão de Jesus para com os famintos e necessitados. No entanto, também causa confusão entre a multidão, que não entende totalmente o significado do que aconteceu. Este evento serve como um prelúdio para os ensinamentos de Jesus sobre o pão da vida, que seguem mais adiante no capítulo.

Além da alimentação de cinco mil, João 6 também inclui os ensinamentos de Jesus sobre o pão da vida. Ele afirma que é o pão da vida e que aqueles que vêm a ele nunca mais terão fome ou sede. Este ensinamento enfatiza a importância da fé em Jesus como o meio para a vida eterna, bem como a satisfação e realização final que vem de um relacionamento com ele. Os ensinamentos de Jesus sobre o pão da vida desafiam seus seguidores a buscar uma compreensão mais profunda de sua fé e a se comprometerem totalmente com ele.

João 6 inclui os ensinamentos de Jesus sobre a importância do discernimento espiritual. Ele afirma que seus ensinamentos são espirituais e que requerem uma compreensão espiritual. Este ensinamento enfatiza a importância do discernimento na interpretação das Escrituras e na compreensão da natureza de Deus. Os ensinamentos de Jesus sobre discernimento espiritual desafiam seus seguidores a abordar sua fé com humildade e franqueza, buscando a orientação do Espírito Santo na compreensão das verdades mais profundas da Bíblia.

Em conclusão, João 6 é um capítulo significativo no Evangelho de João, pois inclui vários eventos e ensinamentos importantes. A alimentação de cinco mil pessoas demonstra o poder e a compaixão de Jesus, enquanto seus ensinamentos sobre o pão da vida enfatizam a importância da fé nele como meio para a vida eterna. Os ensinamentos de Jesus sobre discernimento espiritual desafiam seus seguidores a abordar sua fé com humildade e franqueza, buscando a orientação do Espírito Santo na compreensão das verdades mais profundas da Bíblia. Os ensinamentos de João 6 continuam a inspirar e desafiar os cristãos a buscar uma compreensão mais profunda de sua fé e um relacionamento mais próximo com Jesus.

Comentário de João 6

6:1 Depois disso, partiu Jesus. Cerca de seis meses se passaram desde o versículo anterior. Herodes Antipas havia matado João Batista e estava à procura de Jesus. Os discípulos estavam pregando em toda a Galileia e muitas pessoas estavam curiosas sobre Jesus (v. 5). João mais tarde identifica o mar da Galileia como o de Tiberíades, mostrando que esse Evangelho estava sendo escrito para aqueles que não moravam na Palestina. O povo judeu chamava essa porção de água de lago de Genesaré. Os romanos a chamavam de Tiberíades, pois a cidade que foi construída por Herodes Antipas na costa oeste recebeu o nome do imperador Tibério.

6:2, 3 Esse era um local de cura conhecido no mundo inteiro por causa de suas fontes termais. Ao que parece, Jesus nunca foi àquele lado do Tiberíades para curar. Mas, se Ele quisesse ficar famoso por Suas curas, aquele seria o lugar perfeito. Não obstante, Sua missão tinha outro propósito.

6:4 Essa é a segunda vez que João fala especificamente da Páscoa (Jo 2.23). Na ocasião em que os judeus lembravam do maná e do pão sem fermento, Jesus declarou ser o pão da vida (v. 35).

6:5, 6 Mas dizia isso para o experimentar [Filipe]. Isso fazia parte do programa educacional de Deus (Tg 1.3, 13-15; 1 Pe 1.7). Jesus fez isso para moldar a fé de Filipe, não para tentá-lo a fazer o mal.

6:7 Um denário era o salário de um dia de trabalho de um trabalhador comum ou do campo (Mt 20.2). Duzentos dinheiros, denários (ARA), era quase um terço do salário de um ano.

6:8, 9 Cinco pães de cevada e dois peixinhos eram um alimento barato das pessoas comuns e os pobres.

6:10 Os homens em número de quase cinco mil. Mulheres e crianças não foram contadas aqui (Mt 14.21). A multidão talvez fosse de mais de dez mil pessoas. Eles se sentaram em grupos de 50 ou 100 (Mc 6:40), e, assim, foi mais fácil contar.

6:11 O milagre da multiplicação dos pães mostrou a divindade de Jesus, pois somente Deus pode criar algo. Esse é o único milagre de Jesus que é contado nos quatro Evangelhos.

6:12, 13 Ainda sobraram doze cestos (Mc 6:43), um para cada discípulo talvez. Essas sobras nos revelam como é suficiente o alimento dado por Jesus.

6:14 Esse é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo. Trata-se de uma alusão a Deuteronômio 18.15. Tal declaração não significa, entretanto, que eles criam que Jesus era o Messias. Alguns faziam diferença entre o profeta e o Messias (compare com Jo 1.20, 21). Os pães (v. 11) podem ter feito com que eles se lembrassem de Moisés e do maná. Por isso, eles concluíram que Jesus era o profeta acerca de quem Moisés havia profetizado.

6:15 Para o fazerem rei. Moisés não apenas proveu miraculosamente alimento para os israelitas, como também os libertou da escravidão no Egito. Essas pessoas devem ter pensando que Jesus as libertaria da escravidão dos romanos. Jesus estava no auge de Sua popularidade e a tentação para tomar o Reino sem ter de passar pela cruz deve ter sido muito grande (Mt 4.8-10). Passagens semelhantes registram que Jesus foi a um monte sozinho para orar (Mt 14-23; Mc 6:46).

6:16-18 Os seus discípulos desceram para o mar. Em Marcos 6:45, vemos que os discípulos foram para o mar porque Jesus os mandou fazer isso. Já se fazia escuro quando eles foram para o lago. O vento rijo que soprava preparou o cenário para que Jesus se revelasse a eles de outra forma.

6:19-21 Esse milagre, o quinto sinal descrito por João, aponta para a divindade de Jesus. Somente Deus poderia caminhar sobre as águas, acalmar o mar e, de modo sobrenatural, fazer com que os discípulos chegassem ao destino.

6:22-71 Depois desses dois milagres, Jesus falou novamente à multidão (Jo 6:22-40), aos judeus que o questionaram (Jo 6:41-59), aos discípulos (Jo 6:60-66), e, finalmente, aos doze (Jo 6:67-71).

6:22-25 A multidão notou que ali não havia senão um pequeno barco e que Jesus não embarcara nele com seus discípulos. Presumiram, então, que Jesus ainda estava ali e começaram a procurá-lo.

6:26 Vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Jesus repreendeu a todos por causa da verdadeira intenção que guardavam no coração. Ele disse que, embora tenham visto sinais, eles não entendiam o que significavam realmente (a prova de que Jesus era verdadeiramente o Messias), mas, ao contrário, só estavam interessados nos benefícios materiais.

6:27 Trabalhai não pela comida que perece. A impressão que se tem aqui de que é preciso trabalhar pela vida eterna é logo corrigida por Jesus quando Ele assegura: o Filho do homem vos dará. O Filho nos dá a vida eterna como um dom (Jo 4-10). Ele nos faz lembrar do servo que disse: Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade (Mc 9.24). Nós vivemos em um mundo cheio de religiões que exigem obras para a salvação; por isso é tão difícil acreditar que é preciso crer apenas. A declaração porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo significa que o Pai autorizou e ratificou o Filho como o Doador da vida.

6:28, 29 Essa obra (gr. ergon) é de Deus, e não do homem para Ele (v. 28). A salvação vem exclusivamente do favor imerecido de Deus.

6:30 Quando Jesus disse, que creiais naquele que ele enviou (v.29), as pessoas devem ter entendido que Jesus estava dizendo ser o Messias. Foi por isso que elas pediram um sinal embora todos já tivessem visto o milagre que alimentou a multidão.

6:31 Segundo uma tradição, o Messias faria cair maná do céu como Moisés (Ex 16:4, 15). As pessoas também pensavam que esse “milagreiro” supriria sempre suas necessidades físicas, em vez de as espirituais.

6:32 Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. A multidão interpretara a verdade de forma equivocada; por isso Jesus a corrigiu. O maná não veio de Moisés; foi Deus quem o enviou. Além disso, Deus também nos deu o verdadeiro pão ou seja, a vida eterna (v. 33).

6:33 O pão agora é chamado de o pão de Deus, indicando que Ele é o pão que vem de Deus ou do próprio Cristo.

6:34 A expressão Senhor é uma referência à divindade de Cristo; o que sem dúvida alguma é o sentido aqui (Jo 4.11, 15).

6:35 Pão da vida significa o pão que dá a vida. O maná supriu as necessidades físicas por algum tempo; Jesus supre nossas necessidades espirituais para sempre (Jo 4.13, 14).

6:36 Vós me vistes e, contudo, não credes. Ver necessariamente não implica crer (v. 30; 11.46-57), embora algumas vezes isso aconteça (Jo 11.45; 20.29). Todavia, Jesus abençoa aqueles que creem sem terem visto sinais (Jo 20.29).

6:37 Tudo o que o Pai me dá é uma palavra de Jesus alusiva à eleição divina. A eleição vem antes da resposta do homem (At 13.48).

6:38 A exemplo da nota sobre João 5.26, 27, a conjunção porque indica que esse versículo explica o anterior: e o que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora. Jesus jamais desprezará alguém porque Ele veio fazer a vontade do Pai.

6:39, 40 A vontade do Pai é: (1) que todos que vierem ao Filho sejam aceitos e não se percam; (2) que todos que virem o Filho e crerem nele recebam a vida eterna.

6:41 Os judeus aqui são os representantes do Sinédrio. Eles começaram a criticar (NVI) Jesus por Ele ter dito ser o pão que desceu do céu. Embora não tenha sido exatamente o que Jesus havia declarado, essa frase é um resumo perfeito do que Ele disse (v.33, 35, 38). Jesus de fato declarou que descera do céu.

6:42 Não é este Jesus, o filho de José? Para os líderes religiosos, o fato de eles conhecerem os pais de Jesus era a prova de que Ele não viera do céu. Para eles, não havia nada de sobrenatural na origem de Jesus.

6:43, 44 Jesus volta a falar da vida aqui. Ninguém pode receber o pão da vida se o Pai não o trouxer. Esse verbo (gr. helkuo) também é traduzido por levar, no sentido de ser arrastado (At 16:19; 21.30). Ninguém pode ser salvo, a não ser que seja levado a Jesus pelo Espírito Santo.

6:45 Deus atrai as pessoas ensinando-as. Então, todo aquele que ouvir o Pai e aprender dele virá a Cristo.

6:46, 47 Ouvir e aprender (v. 45) não significa ver o Pai. João declara que Deus nunca foi visto por alguém (1.18; 5.37). Mas Jesus diz aqui que ninguém viu o Pai (n v i), a não ser o Filho. No entanto, ainda que ninguém tenha visto o Pai, é possível crer em Jesus e receber a vida eterna.

6:48, 49 Jesus é o pão da vida. Aquele que nele crê tem a vida (v. 47). O maná no deserto de modo algum podia dar a vida. Todos que o comeram um dia morreram porque ele não podia prover vida eterna.

6:50, 51 A expressão para que o que dele comer não morra é um sinônimo para fé (v.35, 48-50).

6:52 Como nos pode dar este a sua carne a comer? Aqueles homens estavam interpretando uma figura de linguagem ao pé da letra.

6:53, 54 Jesus complica ainda mais a situação ao dizer: e não beberdes o seu sangue [do Filho do Homem]. Os judeus não podiam beber sangue (Lv 7.26, 27), e essa última declaração de Jesus deve os ter insultado ainda mais. De todo modo, os judeus não entenderam o que Ele disse. Levítico 17.11 afirma claramente que a vida está no sangue. Sendo assim, aceitar o sacrifício do corpo e do sangue de Cristo é a base da vida eterna.

6:53-58 Ao dizer se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, Jesus não está se referindo à Ceia do Senhor, ordenança que Ele instituiria somente um ano depois. Por um lado, Jesus deixou bem claro nesse contexto que a vida eterna é alcançada quando se crê nele (v. 29, 35, 40, 47). Esses versículos ensinam que cada um deve tomar posse dos benefícios que a morte de Cristo traz. E só se pode tomar posse desses benefícios pela fé.

6:59 Na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. Uma pedra enorme com a gravura de um pote de maná foi encontrada nas ruínas de uma sinagoga em Cafarnaum. Alguns acreditam tratar-se do símbolo da sinagoga mencionada nesse versículo.

6:60 A palavra discípulos aqui significa alunos e é usada de várias maneiras no Novo Testamento. Pode referir-se aos que não creem (v. 64), ou aos que dão um passo maior na fé e se tornam verdadeiros discípulos (Jo 8.31), ou aos próprios apóstolos (Jo 2.11). O que define o significado é o contexto da passagem. Aqui significa simplesmente discípulos. Alguns da multidão eram discípulos; eles procuraram Jesus para aprender, embora nem todos tenham aprendido com Ele. Duro é este discurso. Não foi fácil para os judeus aceitar a ideia de comer carne e beber sangue. Os judeus não podiam sequer tocar o sangue.

6:61, 62 Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do Homem para onde primeiro estava? O que Jesus estava perguntando era se o simples fato de comer carne e beber sangue escandalizava-os. Acaso não se escandalizariam ainda mais com a Sua ascensão?

6:63, 64 Jesus queria que os líderes religiosos vissem além do aspecto físico e entendessem o verdadeiro sentido do Seu ensinamento ou seja, que se cressem nele, teriam a vida eterna. Porém, muitos desses discípulos não mais o seguiam porque não criam nele (v. 66).

6:65 Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido. As pessoas não creram (v. 64) porque isso não lhes foi concedido pelo Pai. Essa é uma comparação, que há nesse capítulo, entre a iniciativa de Deus e a resposta do homem. Jesus falou à multidão sobre a eleição do Pai (v. 37), embora todos estejam convidados a crer (v. 40). O mesmo se aplica aos líderes judeus (v. 44, 47) e aos próprios discípulos (v. 63).

6:66 Desde então, ou seja, por essa razão. Muitos daqueles discípulos deixaram de seguir Jesus por causa do ensinamento dele.

6:67 Essa é a primeira vez que os apóstolos são chamados de os doze no Evangelho de João.

6:68, 69 João disse que registrou tal relato para que todos cressem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (Jo 20.31). A similaridade entre a confissão de Pedro e o que João disse é inegável.

6:70, 71 Judas Iscariotes jamais fez uma confissão de fé em Cristo como Pedro o fizera. Embora fosse um discípulo, e um dos doze, Judas nunca disse ter crido.

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