Significado de João 18

João 18

João 18 contém vários eventos significativos em torno da prisão e julgamento de Jesus. O capítulo inclui a traição de Jesus por Judas, sua prisão por soldados romanos, a negação de Jesus por Pedro e sua aparição diante de Pôncio Pilatos.

O capítulo começa com a traição de Jesus por Judas, que lidera um grupo de soldados e oficiais para prendê-lo no Jardim do Getsêmani. Este evento ressalta a realidade da traição e da oposição que Jesus enfrentou durante seu ministério terreno. Também destaca a importância de permanecer fiel a Deus diante da adversidade e da traição.

O capítulo também inclui a negação de Jesus por Pedro, na qual ele nega conhecer Jesus três vezes antes que o galo cante. Este evento ressalta a fragilidade e fraqueza humana dos seguidores de Jesus, bem como a necessidade de humildade e dependência da graça de Deus. Também destaca a importância da confissão e do arrependimento diante do pecado e do fracasso.

Finalmente, o capítulo inclui a aparição de Jesus diante de Pôncio Pilatos, na qual ele é questionado sobre seus ensinamentos e acusado de afirmar ser um rei. Este evento ressalta as tensões políticas e religiosas que cercaram o ministério de Jesus, bem como a natureza de sua missão como Filho de Deus. Também destaca a importância de permanecer firme em suas crenças e convicções, mesmo diante de perseguições e oposições.

No geral, João 18 apresenta um quadro poderoso e profundo da oposição e traição que Jesus enfrentou durante seu ministério terreno, bem como a fragilidade humana e a fraqueza de seus seguidores. O capítulo enfatiza a necessidade de fé, humildade e dependência da graça de Deus, bem como a importância de permanecer firme em suas crenças e convicções. A mensagem de João 18 continua a ser relevante hoje, lembrando-nos dos desafios e oportunidades que surgem ao seguir Jesus e da importância de permanecer fiel a Deus diante da adversidade e oposição.

Comentário de João 18

João 18:1, 2 O ribeiro de Cedrom era um pequeno córrego entre Jerusalém e o monte das Oliveiras.

João 18:3 Um destacamento (NVI) era uma companhia com cerca de 600 soldados, um terço de uma legião romana. No entanto, às vezes essa palavra era usada para um terço de uma companhia, ou seja, 200 homens. Esses soldados deviam fazer parte da experiente tropa romana estabelecida na Fortaleza Antônia, próxima ao templo. Os oficiais que vieram com o destacamento eram membros da guarda do templo que atuava sob o comando do conselho judaico, o Sinédrio.

João 18:4, 5 Sabendo, pois, Jesus todas as coisas. Jesus sabia que ia ser preso, então podia ter escapado, mas não o fez. Ele se submeteu voluntariamente à missão que Deus lhe havia designado.

João 18:6 Caíram por terra. Por um momento, Jesus manifestou Seu poder. Ao declarar Sua divindade, Sou eu, tamanha foi a manifestação da Sua glória que os soldados literalmente caíram por terra.

João 18:7-9 Pela terceira vez nesta passagem, Jesus diz som eu (v. 5, 6), fazendo ecoar a declaração do próprio Deus em Êxodo 3.14. Deixai ir estes. Mesmo sendo preso, Jesus demonstrou Seu amor pelos apóstolos.

João 18:10, 11 Veja a diferença entre Pedro e Jesus. Ao atacar o guarda, Simão Pedro colocou impetuosamente em prática sua própria vontade; Jesus, ao contrário, submeteu-se voluntariamente à vontade de Deus. Um desembainhou a espada da sua própria vontade, o outro bebeu o cálice da vontade de Deus. Veja em Mateus 16.22, 23 outra tentativa de Pedro de “mudar” os planos de Deus na vida de Jesus. Cortando-lhe a orelha direita. Jesus, usando de misericórdia, restaurou a orelha (Lc 22.51) do servo do sumo sacerdote que Pedro havia cortado. Frequentemente Jesus faz o mesmo em nossa vida quando agimos precipitadamente. Ele cumpre Seus propósitos a despeito de nós.

João 18:12 O tribuno era o oficial-chefe de uma corte romana (v. 3).

João 18:13 Anás foi sumo sacerdote do ano 7 ao 14 d.C. Ele foi destituído pelos romanos. Então, Caifás, genro de Anás, foi indicado para a posição e serviu durante os anos 18 ao 37 d.C. Todavia, segundo a Lei judaica, a função de sumo sacerdócio era vitalícia, e por isso os judeus ainda consideravam Anás sumo sacerdote. Foi por isso que eles levaram Jesus para Anás primeiro. Logo, Caifás se envolveria no caso, uma vez ser ele a autoridade para cumprir o que ele próprio planejara (v. 14).

João 18:14 João aproveita para lembrar ao leitor uma predição feita por Caifás anteriormente (Jo 11.50-52): Jesus deveria morrer por toda a nação.

João 18:15 Outro discípulo. Embora esse outro discípulo nunca seja identificado, o consenso geral é que ele era João, o autor desse Evangelho.

João 18:16-18 Não sou. Essa foi a primeira negação de Pedro profetizada por Jesus (Jo 13.38). Há uma suposta contradição entre Mateus, Lucas e João (ao registrarem que o galo cantou) e Marcos (que diz antes que o galo cante duas vezes, Mc 14.72). Johnston M. Cheney e Stanley Ellisen nos dão uma possível solução para essa questão na obra A maior de todas as histórias.

João 18:19 O sumo sacerdote aqui é Anás (compare com Jo 18:13). Esse não foi um julgamento verdadeiro, já que o Sinédrio não havia sido convocado. O objetivo desse interrogatório deve ter sido reunir provas. Anás estava interessado nos discípulos de Jesus e Sua doutrina. Ele queria saber quantos seguidores Jesus tinha.

João 18:20 Eu falei abertamente [...] e nada disso em oculto. Jesus ensinava em lugares públicos e nunca escondeu o Seu propósito. Ele não queria fundar uma sociedade secreta.

João 18:21 Pergunta aos que ouviram. Segundo a Lei, a testemunha de defesa devia ser chamada primeiro. Jesus não podia ser interrogado antes de as testemunhas serem ouvidas.

João 18:22 Um dos criados [...] deu uma bofetada em Jesus. Segundo a Lei judaica, isso também era algo ilegal. Ninguém podia ser punido antes de ser condenado.

João 18:23, 24 Dá testemunho. Jesus pediu que Seus acusadores apresentassem alguma prova de que Ele havia feito algo errado.

João 18:25 Não sou. Essa foi a segunda das três negações de Pedro profetizadas por Jesus (Jo 13.38).

João 18:26, 27 E Pedro negou outra vez. Pedro negou o Senhor pela terceira vez, como Jesus havia dito (Jo 13.38). No cenáculo, Pedro disse que seria fiel ao Senhor até o fim (Jo 13.37; Mt 26.33, 35). No Getsêmani, ele cedeu à fraqueza física e dormiu quando Jesus pediu aos discípulos que permanecessem acordados para orar com Ele (Mc 14.32-42). Aqui, ele cede à pressão do mundo, e nega o Senhor pela terceira vez.

João 18:28 O pretório (NVI) era a residência oficial do governador romano, provavelmente a Fortaleza Antônia, próxima ao templo. Pela manhã cedo se refere à quarta vigília da noite, entre três e seis da manhã. A corte romana deve ter se reunido logo após o nascer do sol, e essa cena deve ter acontecido por volta das seis da manhã. Se contaminarem. Durante a Páscoa, se um judeu entrasse em uma casa onde houvesse fermento, ele ficaria ritualmente impuro e não poderia celebrar a festa. Por isso, nenhum judeu entrava na casa de um gentio para não se contaminar. Páscoa. A principal refeição da Páscoa tinha acabado de ser celebrada. Os Evangelhos Sinóticos dizem que Jesus celebrou essa refeição uma noite antes (Mt 26.17-19; Mc 14.12-25; Lc 22.7-22). Mas havia outras refeições cerimoniais durante a Páscoa, que duravam a semana toda.

João 18:29, 30 Que acusação trazeis? Na verdade, Pilatos sabia qual era a acusação. Ele somente exigiu que ela fosse feita de modo formal. Se este não fosse malfeitor. Os acusadores de Jesus não tinham de que acusá-lo na corte romana. Foi por isso que, em outras palavras, eles simplesmente responderam: Se ele não fosse um criminoso, não o teríamos trazido a você, Pilatos.

João 18:31 Levai-vós e julgai-o segundo a vossa lei. Não cabia a Pilatos julgar Jesus por aquelas acusações. A nós não nos é lícito. Os romanos proibiram os judeus de aplicar a pena capital. Esses líderes judeus não estavam interessados em um julgamento justo; eles simplesmente queriam a permissão de Roma para executar Jesus.

João 18:32 Significando de que morte havia de morrer, Jesus disse: E eu, quando for levantado da terra (Jo 12.32, 33), indicando o método que seria usado para matá-lo, a crucificação. O método de execução judeu era o apedrejamento. Contudo, Jesus já tinha dito que seria crucificado. João está destacando aqui que os líderes judeus não tinham permissão para aplicar a pena capital, cumprindo assim a profecia de Jesus sobre Sua morte.

João 18:33 Tu és o rei dos judeus? Os judeus acusaram Jesus de ter dito ser o rei deles. Por esse ângulo, a acusação se tornou mais séria, pois isso era considerado traição pelos romanos, um crime punido com a morte. No texto grego, o pronome pessoal tu é bem enfático, indicando talvez que Pilatos não via em Jesus um rebelde que reivindicava o trono de Israel aos quais ele costumava combater.

João 18:34 Tu dizes isso de ti mesmo? Ao responder a Pilatos, Jesus não protestou com violência alegando inocência nem se mostrou autoritário diante dele. Ele foi gentil, porém direto, e perguntou a Pilatos se ele estava dizendo aquilo de si mesmo ou por conta de algo que ele ouvira. Se a pergunta de Pilatos fosse fruto de iniciativa própria, ele estaria usando o termo rei no sentido romano, de um governante político. Caso contrário, o termo rei estaria sendo usado no sentido judaico, de Rei messiânico.

João 18:35 Porventura, sou eu judeu? Em outras palavras o que Pilatos estava perguntando era: Por que eu, um governador romano, estaria interessado em um assunto dos judeus?

João 18:36 O meu Reino não é deste mundo. Jesus deixou bem claro que, embora fosse Rei, Ele não representava ameaça a Roma porque Seu Reino não era deste mundo.

João 18:37 A fim de dar testemunho da verdade. A verdade era o selo de Deus. Ouve a minha voz. Se Pilatos quisesse mesmo conhecer a verdade, ele teria entendido o que Jesus estava dizendo.

João 18:38 Que é a verdade? Essa pergunta pode ser interpretada como (1) uma negação debochada da possibilidade de se conhecer a verdade; (2) uma brincadeira desdenhosa em relação à impraticabilidade de um algo tão abstrato como a verdade; (3) um desejo de conhecer algo que ninguém o fizera saber ainda. Crime algum é um termo legal, jurídico, que significa que não havia base alguma para uma acusação criminal. Ensinar a verdade não era contra a Lei. Pilatos pronunciou que Jesus era inocente.

João 18:39 Tendes por costume. Parece que alguém em meio à multidão lembrou que fazia parte da tradição soltar um prisioneiro durante a Páscoa (Mc 15.8, 5). Pilatos ficou exultante com essa possibilidade. Ao libertar Jesus, seguindo o costume da Páscoa, em vez de declará-lo inocente, Pilatos evitaria insultar os líderes judeus, que já o consideravam culpado.

João 18:40 A multidão exigiu que Pilatos libertasse Barrabás, que era não apenas um salteador como também um rebelde (Mc 15.7) e assassino (Lc 23.19).

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