Significado de Isaías 13

Isaías 13

Isaías 13 é uma profecia do julgamento de Deus contra a Babilônia. O capítulo começa com uma introdução à profecia, explicando que era uma mensagem de Deus a respeito da Babilônia. O profeta Isaías descreve a Babilônia como uma nação orgulhosa e arrogante, e Deus avisa que trará destruição sobre eles.

Isaías então passa a descrever os detalhes específicos da destruição que virá sobre a Babilônia. O Senhor reunirá um exército de nações para atacar a Babilônia, e elas virão de terras distantes. A destruição será rápida e completa, sem misericórdia para com os babilônios. O capítulo descreve o horror e o caos que se seguirão à queda da Babilônia, com o povo fugindo aterrorizado e a cidade se tornando um deserto.

O capítulo termina com uma declaração de que a destruição da Babilônia é certa e não pode ser evitada. A profecia serve como advertência ao povo da Babilônia e um lembrete do poder e da justiça de Deus.

Comentário de Isaías 13

Isaías 13.1—27.13 O livro de Isaías dá uma grande virada em 13.1. O foco nessa extensa seção é o primeiro juízo do Senhor contra as nações (cap. 13—23). Babilônia e Assíria (Is 13.1— 14.27), Filístia (Is 14.28-32), Moabe (Is 15.1—16.14), Damasco (Is 17.1-14),Etiópia (Is 18.1-7), Egito (Is 19.1—20.6), Babilônia (Is 21.1-10), Edom (Is 21.11,12), Arábia (Is 21.13-17), Jerusalém (Is 22.1-25) e Tiro (Is 23.1-18). Essa profecia de juízo é acompanhada por uma profecia a respeito do fim dos tempos que, às vezes chamada o pequeno apocalipse de Isaías (cap. 24—27).

Isaías 13.1 O oráculo contra a Babilônia consiste de sete partes: (1) agrupamento do exército do Senhor dos Exércitos (Is 13.1-5); (2) anúncio do dia do Senhor (Is 13.6-18); (3) aniquilação da Babilônia (Is 13.19-22); (4) salvação de Israel (14.1,2); (5) ofício fúnebre de Israel, em tom irônico, pelo rei da Babilônia (Is 14-3-21); (6) destruição da Babilônia (Is 14.22,23); (7) destruição da Assíria (Is 14.24-27).

Isaías 13.1, 2 A palavra peso provém da raiz que significa soerguer ou suportar. E como se o profeta estivesse carregando uma mensagem de Deus e precisasse passá-la adiante por causa do enorme peso (Na 1.1; Hc 1.1). A Babilônia era a joia da coroa do Império Assírio. Esse oráculo pode estar se referindo à sua destruição (por volta de 689 a.C., quando Senaqueribe esmagou uma rebelião no local). Ainda assim, a derrota da Babilônia, o ornamento dos reinos (v. 19), imposta pelo Senhor simboliza Seu triunfo sobre todo o mundo (v. 11). A Babilônia era a expressão máxima da religião e da cultura do antigo Oriente Médio. Assim, o oráculo se posiciona indiretamente contra todas as nações, especialmente a Assíria (Is 14.24-27). Pedro emprega o termo Babilônia simbolicamente no Novo Testamento (1 Pe 5.13). O mesmo faz João (Ap 14.8; 18.2,10-21) para se referir a qualquer inimigo do Reino de Deus.

Isaías 13.3, 4 Santificados são os exércitos vitoriosos da terra que exultam, sabendo ou não disso, diante da majestade do Senhor (Is 45.1-7; J1 2.11). Um grande povo representa todas as nações que serão instrumentos nas mãos de Deus para julgar nações pecadoras, embora sejam também pecadoras.

Isaías 13.5 De longe e a extremidade do céu são expressões que dizem respeito a toda a terra (Is 11. 11, 12). Os instrumentos da sua indignação. As nações são as ferramentas que Deus empregará para dar vazão à Sua ira contra a Babilônia.

Isaías 13.6 O dia do Senhor refere-se a uma época em que Deus exercerá influência fora do comum na vida das pessoas, seja julgando-as, seja perdoando-lhes. Está perto costuma ser traduzido por ao alcance da mão, que expressa a ideia não da chegada de uma data específica, mas de que o dia do Senhor está prestes a irromper no mundo daquelas pessoas. O dia do Senhor é iminente — pode ocorrer a qualquer momento — não porque as pessoas já estejam perto dele como de um local de chegada, mas porque pode desabar sobre o mundo sem aviso. O título Todo-poderoso, no hebraico, é Shadai (Êx 6.3; SI 91.1).

Isaías 13.7, 8 Debilitarão [...] desanimará[...] assombrar-se-ão. Esse verbos evocam imagens que retratam o pavor sentido pelo povo. Mulher parturiente é uma figura comum nos textos poéticos da Bíblia.

Isaías 13.9,10 Não deixarão brilhar a sua luz simboliza o aspecto sombrio do juízo de Deus. E como se o céu se ruborizasse ao pensar na fúria implacável do Senhor contra a perversidade. As imagens dos versículos 10,13 podem ser derivadas ou acrescentadas à destruição definitiva do cosmos (Is 34.4).

Isaías 13.11 Iniquidade [...] arrogância [...] atrevidos [...] soberba [...] tiranos. O elemento em comum é o orgulho, causa da derrocada das nações (Is 2.6-22).

Isaías 13.12 Homem é uma palavra que, em hebraico, denota da fragilidade inerente à raça humana (Sl 8.4).

Isaías 13.13, 14 Céus [...] terra. O abalo do cosmos, que atingirá o Sol, a Lua e as estrelas, reverenciados pelos pagãos, simboliza a derrota de tudo que os descrentes exaltam no lugar de Deus (Is 2.12-18).

Isaías 13.15, 16 Todo [...] suas crianças [...] casas [...] mulheres. No antigo Oriente Médio, a brutalidade da guerra se estendia a todos, sem acepção de idade, gênero ou posição social.

Isaías 13.17, 18 Os medos, que habitavam o atual noroeste do Irã, eram inimigos ferrenhos dos israelitas. Um fato significativo para datar essa profecia é o fato de que a Pérsia, que conquistou a Média em 550 a.C. e junto com os medos conquistou Babilônia em 539 a.C., não é mencionada. Prata e ouro indicam que os medos não desistirão dos ataques nem que se tente comprá-los.

Isaías 13.19 Em Isaías 4-2, a palavra hebraica traduzida aqui por glória é traduzida por beleza, na descrição do Renovo do Senhor. As atribuições de beleza à Babilônia não são exageradas. A cidade, nos seus dias de glória, era simplesmente esplendorosa.

Isaías 13.20 Nunca mais será habitada. Essa profecia não se cumprirá apenas uma vez: ela estabelece um princípio geral para os reinos efémeros deste mundo. Lugares antes famosos por sua admirável estrutura tornar-se-ão tão devastados, que nem os povos do deserto se animarão a armar ali a sua tenda.

Isaías 13.21, 22 A linguagem desses versículos lembra as maldições tais como eram pronunciadas no antigo Oriente Médio. Os animais citados nessa passagem representam, obviamente, tudo que é sujo, profano, selvagem e precário (Is 34-14,15; Ap 18.2). As pessoas honradas do antigo Israel não queriam parte com esses animais.

Isaías 13:1 (Devocional)

Deus e as nações

Visão geral parte principal 1.2 – Isaías 13-27

A segunda parte da primeira parte principal (Isaías 1-35) contém Isaías 13-27 e pode ser dividida da seguinte forma:

1. Profecia sobre a Babilônia (Isaías 13:1-14:23)
2. Profecia sobre a Assíria (Isaías 14:24-14:27)
3. Profecia sobre a Filístia (Isaías 14:28-32)
4. Profecia sobre Moabe (Isaías 15:1-16:14)
5. Profecia sobre Damasco e Efraim (Isaías 17:1-14)
6. Profecia sobre Cuxe (Isaías 18:1-7)
7. Profecia sobre o Egito (Isaías 19:1-25)
8. Profecia sobre o Egito e Cush (Isaías 20:1-6)
9. Profecia sobre a Babilônia (Isaías 21:1-10)
10. Profecia sobre Edom (Isaías 21:11-12)
11. Profecia sobre a Arábia (Isaías 21:13-17)
12. Profecia sobre Jerusalém (Isaías 22:1-25)
13. Profecia sobre Tiro (Isaías 23:1-18)
14. A terra (profética) é julgada (Isaías 24:1-23)
15. Salmos e predições de julgamento e libertação (Isaías 25:1-12)
16. Louvor, oração e profecia (Isaías 26:1-21)
17. A restauração de Israel (Isaías 27:1-13)

Introdução em Isaías 13

Em Isaías 1-12 a mão do SENHOR está estendida contra o Seu povo (Is 5:26), mas na parte de Isaías 13-23 a mão do SENHOR está estendida “contra todas as nações” (Is 14: 26). A parte de Isaías 13-23 contém os ‘oráculos a respeito’ ou os ‘fardos das’ nações no oriente próximo. A palavra “oráculo” ou “fardo” aparece aqui com frequência e deixa claro que esses capítulos formam um todo. “Fardo” significa que a Palavra como julgamento de Deus, que primeiro “cai” sobre Israel (Is 9:8), agora também cai sobre todas as nações como um peso pesado.

Esses capítulos são a resposta ao chamado: “Dar a conhecer as suas obras entre os povos” (Is 12,4). Antes que as nações possam louvar ao Senhor (Is 12:4), elas devem primeiro ser purificadas pelo julgamento de Deus, assim como o povo de Israel. A próxima parte, Isaías 24-27, diz respeito a toda a terra.

Existe o perigo de pularmos esses capítulos se lermos o livro de Isaías porque acreditamos que há pouco ganho espiritual para nós nele. Mas toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para nós (2Tm 3:16). As nações que cercam Israel são vistas em suas relações com Israel. Os fardos desses povos conectam os eventos ocorridos nos dias de Isaías com o fim dos tempos.

Eles são uma sequência apropriada para o grande assunto das profecias messiânicas em Isaías 7-12. Nela está predito que a autoridade do Messias será exercida sobre todos os reinos do mundo. Eles também contêm mensagens de conforto para a bênção e glória final de Israel. De acordo com isso, a queda dos poderes pagãos é predita. Um poder após o outro cai, para que haja espaço para o estabelecimento do reino da paz.

Mais uma vez, deve-se lembrar que muitos oráculos sobre um poder têm um significado que vai além do julgamento iminente desse poder. Isto é, muito na descrição da queda de um poder também é – e às vezes apenas – cumprido no tempo do fim e especialmente no final da ‘grande tribulação’. Neste livro este período é chamado de “a indignação” (do SENHOR) (Is 10:5; Is 10:25; Is 26:20).

Isaías 13-14 é a introdução a este período, enquanto no final de Isaías 27 é brevemente referido ao reino da paz. A parte de Isaías 14:28-27:13 é uma descrição dos eventos no mundo desde os últimos dias da grande tribulação até o início do reino milenar de paz. Israel também é mencionado novamente, mas como parte do mundo.

As nações que sucessivamente são julgadas são julgadas por causa de sua idolatria e de sua atitude para com Israel. A razão pela qual eles são mencionados, enquanto muitas outras nações não são mencionadas, é a maneira como eles se comportaram em relação ao povo de Deus no passado e como eles os agrediram. O povo de Deus é “a menina dos seus olhos” (Zacarias 2:8). Portanto, quem toca em Seu povo atinge o Senhor em Seu coração.

Os outros dois grandes profetas, Jeremias e Ezequiel, também profetizam sobre este julgamento sobre as nações vizinhas (Jeremias 46-51; Ezequiel 25-32). Isaías e Jeremias falam em suas profecias sobre as nações principalmente sobre a destruição da Babilônia, embora também falem sobre outras nações, enquanto Ezequiel fala principalmente sobre o julgamento de Deus sobre o Egito.

Profecia Sobre a Babilônia

Após o julgamento de Judá e Jerusalém que foi apresentado nos capítulos anteriores, Isaías 7-12, vem agora, em Isaías 13-27, o julgamento das nações do mundo. Como uma introdução a isso, Deus começa com o julgamento da Babilônia (Isaías 13-14). Começa com “o oráculo a respeito de Babilônia” ou “o fardo de Babilônia” (Is 13:1), pois Babilônia destruirá o domínio mundial da Assíria e o sucederá.

O que Isaías viu é chamado de “fardo” porque é uma palavra de Deus que é imposta ao profeta como um fardo (Jr 23:33-40). A maioria das profecias nos capítulos seguintes começa com esta palavra “oráculo” ou “fardo”. Novamente, “Isaías” é chamado pelo nome. O fato de ele ter ‘visto’ esse fardo enfatiza que é uma profecia real, que foi falada antes da queda de Babilônia, porque no tempo de Acaz, quando Isaías escreve isso, Babilônia está longe de ser uma potência mundial. Também deixa claro que com Isaías 13 começa uma nova parte.

Quando a Escritura fala da Babilônia, pode se referir tanto à cidade quanto ao país. Babilônia é o mesmo que Babel. Babilônia é o nome grego e Babel o nome hebraico. O leitor deve então ver se isso significa a cidade ou o país. O primeiro reino mencionado nas Escrituras é o de Babel. É fundada por um homem que é um tirano, um homem violento e um caçador, ou seja, um homem que derrama sangue (Gn 10:8-10).

Na Babilônia, a sociedade primordial da humanidade após o dilúvio está reunida em unidade. Quando toda a terra ainda usa a mesma linguagem e as mesmas palavras, o homem na Babilônia quer construir uma torre que chegue até o céu para aumentar seu poder na terra. Deus impede isso e em Babel espalha a humanidade pela confusão da linguagem (Gn 11,1-9). Por causa disso, a humanidade está dividida nos cinco continentes.

A derrubada do poder da Assíria é descrita no livro de Naum. Ali lemos sobre a queda de Nínive, capital da Assíria. No momento em que Isaías profere esta profecia, não há muito a ser visto sobre a Babilônia como uma potência mundial. O fato de Isaías poder começar com a Babilônia como a primeira nação é apenas porque ele vê profeticamente a ascensão da Babilônia e também a ascensão dos próximos impérios. Babilônia é o poder que julgará Judá porque Judá vive em idolatria e rebelião contra o SENHOR. A Babilônia também é o poder que no fim dos tempos fará uma aliança com o apóstata Israel sob o anticristo.

A descrição da captura da Babilônia mostra que ela ocorre de forma muito violenta, ao contrário da captura da Babilônia um século e meio depois, em 539 aC, pelos medos e persas, que ocorre quase silenciosamente. Isso ocorre porque a ênfase aqui está na destruição da Babilônia profética no futuro, ou seja, a da primeira besta, com os dez chifres, o líder do Império Romano restaurado, os estados unidos da (ex-cristã) Europa (Rev 13:1-10).

A propósito, a Assíria é uma espécie do futuro rei do Norte, o líder da aliança árabe islâmica (xiita?), apoiada por Gog e Magog (Rússia). Notavelmente, o Salmo 83 também menciona uma aliança composta por dez países (Sl 83:5-8).

Finalmente, encontramos o rei do Sul – não mencionado aqui, mas em Daniel 11 (Dan 11:40) – pelo qual podemos entender uma aliança de povos árabes islâmicos (sunitas?). Eles serão os primeiros a atacar Israel, seguidos pelo rei do Norte. Se o rei do norte destruiu Israel e especialmente Jerusalém, ele atacará e dominará o rei do sul. Então ele retornará a Israel por causa da vinda do exército da besta (Europa) e será destruído por Cristo (Dan 11:41-45).

Isaías 13:2-5 (Devocional)

Ferramentas da Ira de Deus

A profecia começa com um chamado ou comando triplo. Na “colina nua”, ou seja, uma montanha sem arborização, ou seja, sem nada que obstrua a visão, primeiro um sinal, “um estandarte” como símbolo de batalha, deve ser levantado para que fique bem visível (Is 13: 2). O padrão é seguido, em segundo lugar, por um grito, “levante a voz”, e, em terceiro lugar, por um gesto, “acenda a mão”, a fim de chamar os exércitos de Deus à ação. A chamada destina-se a colocar os exércitos em estado de prontidão.

O aceno da mão é o sinal para deixá-los subir para entrar pelos portões da Babilônia. Esses portões ainda contêm os nobres que formam o governo da cidade, mas é hora dos conquistadores assumirem o poder. Não há menção de qualquer oposição. Babilônia também foi tomada sem oposição.

A ordem sai do SENHOR – “eu”, com ênfase (Is 13:3). Os medos (Is 13:17) e os persas são chamados para cumprir sua tarefa. Eles foram escolhidos por Deus para acabar com o reinado da Babilônia. Por isso Deus os chama de “Meus consagrados”, pois foram separados por Ele para esse fim e com essa missão. Não tem nada a ver com as próprias pessoas, que sejam santas de caráter.

Deus também os chama de “meus guerreiros valentes”. Ele os torna guerreiros invencíveis, pois eles devem executar Sua ira. Os exércitos dos medos e dos persas cumprem “exultantemente” a sua missão. Eles têm vontade porque a Majestade de Deus os exorta. O fato de que o próprio SENHOR dá ordem pessoal para destruir a Babilônia é uma indicação de que no futuro Ele pessoalmente, e sem instrumentos humanos, destruirá o Império Romano restaurado (Dn 2:45).

O único som da voz que comanda, a voz do SENHOR, é substituído por um “som de tumulto nos montes” (Is 13,4). É o tumulto “de muitos povos”, os exércitos que o SENHOR consagrou para fazer a Sua obra. Os exércitos dos medos e persas vêm de longe como “Seus instrumentos de indignação, para destruir toda a terra” [que é o império mundial babilônico] (Is 13:5).

Sua torcida na execução desta obra não significa que eles estão cientes de que estão executando a comissão de Deus ou cooperando com o plano de Deus com consentimento. Da mesma forma, Tito e os romanos não sabem que eles, como um exército do “rei”, estão executando o julgamento sobre Jerusalém de que o Senhor Jesus fala em Sua parábola (Mateus 22:7).

É sobre a queda da terra da Babilônia (Jeremias 50-51). Babilônia é o que conhecemos hoje como o sul do Iraque até Bagdá. A Assíria é o que conhecemos hoje como o norte do Iraque, ao norte de Bagdá até o Paquistão. A mídia está mais longe do Irã, hoje o Curdistão.

Abraão vem da terra dos caldeus ou Babilônia (Gn 15:7; At 7:2-4). Ele se converteu ao verdadeiro Deus. Seus descendentes são trazidos de volta para a Babilônia no exílio porque Israel se afastou do verdadeiro Deus. Eles acabam na terra de onde vem seu ancestral e ali serviram aos ídolos da Babilônia. O tempo do domínio mundial da Babilônia dura setenta anos (Jr 25:11).

Profeticamente, esta seção sobre a Babilônia é uma sombra do julgamento futuro sobre o Império Romano restaurado ou os futuros estados unidos da Europa liderados por um homem chamado ‘a besta’ (Ap 13:1-10). Então o próprio Senhor Jesus, em pessoa, virá “de uma terra distante, desde a extremidade do céu”, com os exércitos celestiais para executar o julgamento sobre a Babilônia (Ap 19:11-21).

Isaías 13:6-13 (Devocional)

O Dia do Senhor Está Chegando

Nesses versículos, a cena profética se move da queda iminente da Babilônia como uma sombra do futuro para os futuros julgamentos de Deus sobre o Império Romano restaurado e o mundo inteiro no tempo do fim, que é a chegada do “dia do SENHOR” (Is 13:6). É um dia que não pode ser interrompido ou desviado, pois vem “como a destruição do Todo-Poderoso”. Esse dia claramente não começou em 539 aC, quando a Babilônia foi derrotada pelos medos e persas. Então aquela cidade não é destruída. Isso acontece muito mais tarde. Não, esse dia acontecerá no futuro em relação à Babilônia profética (Ap 16:19).

Aqui, diante dos olhos do profeta, o julgamento da Babilônia se funde com o julgamento final do Império Romano restaurado. No cumprimento, há muitos séculos entre os dois julgamentos, mas em essência eles são um. Um é um tipo, um prenúncio do outro. Babilônia é o primeiro dos quatro grandes impérios (Dan 2:37-40; Dan 7:1-7) e é uma sombra do último representante dos impérios, que é o Império Romano restaurado.

Em nossos dias, vemos isso se concretizar cada vez mais na Europa unida, na União Europeia. Para Deus tudo é um todo. O julgamento da Babilônia é um prelúdio para o julgamento da besta no fim dos tempos. Babilônia, representada como uma mulher, a grande prostituta e a besta estão intimamente ligadas (Ap 17:3). A grande prostituta enfatiza o aspecto religioso da Babilônia – a contraparte da noiva – enquanto a besta enfatiza o aspecto político da Babilônia – a contraparte de Jerusalém, a cidade do grande Rei.

O SENHOR provará o grande Nome de Sua onipotência nos julgamentos que Ele faz vir. Em Is 13:7-8 vemos a reação das pessoas a isso. As mãos ficam fracas, impotentes. O “coração de todo homem” se derrete, não há mais coragem. O horror e a perplexidade podem ser lidos em seus rostos. Sua postura de encolher como uma mulher em trabalho de parto e angústia se encaixa no horror e na dor que os atormenta. Tudo mostra que eles não levaram em conta um Deus julgador.

O pecado do homem e sua falta de arrependimento são a causa que o SENHOR julgará “cruel, com fúria e cólera ardente” no dia em que assumir o controle do governo (Is 13:9). Seus julgamentos afetam tanto “a terra” quanto “seus pecadores”. Ele torna a terra uma desolação e os pecadores são exterminados da terra. Aqui, para dizê-lo com a parábola do dolik (um joio que se parece muito com o trigo) e do trigo, aqueles que praticam a iniquidade são reunidos e lançados na fornalha de fogo (Mateus 13:40-42; Mateus 24:40- 41).

Toda a criação acaba nas trevas porque «as estrelas do céu e as suas constelações» e «a lua» não deixam brilhar a sua «luz» (Is 13,10). Se houver alguma esperança de que o sol nascerá ao raiar do dia, então essa esperança será vã, porque “o sol escurecerá quando nascer” (Mateus 24:29; Marcos 13:24).
O julgamento da Babilônia no aparecimento de Cristo no fim dos tempos afeta todo o “mundo” e não apenas uma determinada área como no tempo de Isaías (Is 13:11; cf. Lc 21:35). É como o dilúvio que também é mundial. O julgamento de Deus está sobre o mundo por causa de seu “mal”. Esse mal se expressa na “iniquidade” dos “ímpios”, “na soberba dos soberbos” e na “arrogância dos impiedosos”. Deus retaliará o mal, acabará com a arrogância e humilhará a soberba. Deus tem a resposta apropriada para todo mal.

Também é impressionante que o julgamento sobre a Babilônia seja exercido por Ciro, que é chamado de “Seu ungido” (Is 45:1), uma bela imagem de Cristo (= Ungido). O nome Ciro significa ‘sol’, que é o título do próprio Cristo (Ml 4:2).

A queda da Babilônia ocorre inesperadamente. Enquanto a cidade está comemorando, o exército dos medos e persas rasteja sob a muralha da cidade depois de ter mudado o curso do canal que flui pela cidade. Assim, a vinda de Cristo para exterminar a Babilônia acontecerá como um ladrão na noite, inesperadamente.

Is 13:12 prediz a redução da população mundial no fim dos tempos, assim como o Senhor Jesus predisse (Mat 24:22; Ap 6:8; Ap 9:19). Por meio desses julgamentos, todos os ímpios são eliminados. O que resta é um remanescente que consiste no “homem mortal”. Isso indica que eles não são mais valiosos em si mesmos do que os ímpios que pereceram. Devido ao seu pequeno número, esse remanescente é mais raro que os metais mais raros e preciosos. Eles são poupados por causa de sua atitude positiva em relação a Israel (cf. Mt 25,31-41).

É importante distinguir entre o arrebatamento dos crentes (1 Tessalonicenses 4:15-18) e a aparição do Senhor para julgar nesta seção. No arrebatamento, os crentes são tirados da terra e os incrédulos são deixados para trás. Na aparição do SENHOR, o Senhor Jesus, os ímpios são tirados da terra pelo julgamento e os crentes são deixados na terra para entrar no reino da paz (Mateus 24:40-41).

As consequências dos julgamentos são descritas com mais detalhes em Isaías 13:13 do que em Isaías 13:10. Em Isaías 13:10, os efeitos do julgamento são vistos em certas partes da criação, enquanto em Isaías 13:13 vemos as consequências do julgamento para o céu e a terra como um todo. O céu treme e a terra treme de seu lugar (Ag 2:7-8; Hb 12:25-29; Zc 14:4-5). Estas são as consequências avassaladoras do derramamento da “fúria do SENHOR dos Exércitos no dia do furor da sua ira”. Isso confirma a lembrança do dilúvio, no qual o céu e a terra também entraram em grande turbulência.

Isaías 13:14-18 (Devocional)

O SENHOR Castiga o Mal

Em Isaías 13:14 a profecia volta à destruição da Babilônia. Isso fica evidente no resto do capítulo. Todos os estrangeiros que foram inicialmente atraídos pelas riquezas da Babilônia e buscaram suas vantagens neste mercado mundial fugirão da cidade para retornar ao seu próprio povo e terra. Arriscos como “uma gazela caçada” e dispersos “como ovelhas” sem pastor, eles vão querer escapar do avanço dos exércitos dos medos e persas. Além disso, o Império Romano restaurado (Europa) consistirá de pessoas de muitos países. Quando vier o veredicto, essas pessoas fugirão e voltarão para seu próprio povo e sua própria terra.

Quem não foge ou é apanhado em fuga cai nas mãos de um inimigo que não poupa nada nem ninguém (Is 13,15-18). O que eles encontram em seu caminho é atravessado sem perdão ou cortado pela espada (Is 13:15). Respeito pelo que é dos outros na vida, posse e casamento, eles não têm (Is 13:16). Eles não têm os sentimentos que pertencem a essas coisas. Impiedosamente, eles despedaçam crianças pequenas na frente de seus pais e violentam mulheres, insensíveis a implorar que não o façam.

Não se deixam subornar, insensíveis como são à prata e ao ouro, que nada significam para eles (Is 13,17). Seu objetivo é destruir seus inimigos com crueldade implacável e garantir que nenhum novo crescimento ocorra. Portanto, eles despedaçam meninos, matam crianças ainda no ventre e não poupam nenhuma criança já nascida (Is 13:18).

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