Estudo das Palavras de Wuest: Romanos 1:21-23

Os membros da raça humana estão sem defesa para suas ações porque, conhecendo a Deus como Criador, eles não O glorificaram como Deus. O conhecimento (Gr.: ginosko) experimental de Deus não é aqui um conhecimento salvífico dEle como o contexto indica, mas um conhecimento dEle que tem sido revelado através da luz da natureza como Criador. Falharam em O glorificar resultante da ingratidão pela Sua dádivas, alimento, roupa, abrigo, e o dom da vida em si mesmo. Bengel diz, “eles não fizeram nenhuma das coisas; na religião deles, eles se depuseram Deus de Seu lugar como Criador, - na vida deles, eles eram ingratos pelo abuso de Suas dádivas.” Denney diz, “A natureza nos mostra que Deus deve ser glorificado e agradecido, i.e., a natureza revela-O como sendo grande e bom.” O próximo afastamento de Deus é achado nas palavras, “tornaram-se vãos em suas imaginações.” “Tornaram-se vãos” é mataioo. O substantivo é mataios, “desprovido de força, verdade, sucesso, resultado”. A palavra “vã” hoje significa “orgulho”. A palavra grega não tem qualquer ideia como essa. A palavra mataios se refere à aquilo que é vão, fútil, que não tem resultado ou sucesso. Ela se refere a uma tentativa sem sucesso para fazer ou ser algo. Ela se refere ao que não corresponde ao que deveria ser. Solomão disse: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidde”. Ou seja, “futilidade das futilidades, tudo é futilidade”. Tudo que ele tentava era fútil, sem sucesso, no que diz respeito a dar-lhe satisfação. Assim, a ração humana, ao se recusar a dar glória a Deus e serem gratos, tornaram-se fúteis, sem sucesso em seus raciocínios (imaginações). A palavra é dialogismos, “o pensamento de um homem deliberando consigo mesmo, deliberação”. Como resultado, “o coração todo deles foi obscurecido”. “Tolo” é asunetos, “sem inteligência, sem entendimento”. “Coração” é kardia, que se refere à sede dos sentimentos, inteligência e escolha moral.

“Professando” é phasko, “afirmar, alegar, fingir, professar.” Vicente diz: “O verbo é usado de afirmação infundada”. “Sábio” é sophos. Aristóteles definiu a palavra como referência à excelência mental em seu mais alto e mais pleno sentido. Ela fala da busca das melhores finalidades, bem como usar os melhores meios (Trench). Os gregos também a usavam para descrever o homem que era hábil, perito, hábil em letras, culto, erudito. “Tornaram-se loucos” é moraino, “ser tolo, agir de forma insensata” (Thayer). Liddell e Scott, em seu léxico clássico define moraino da seguinte forma, “ser bobo, tolo, bancar o bobo, se estupefato, se tornar insípido”. O substantivo tem o significado de “obtuso, lento, estúpido”. Nossa palavra [1] “moron”[2] vem de moros. Isto dará ao leitor uma melhor compreensão da palavra grega traduzida como “tornaram-se loucos”.

“Trocaram” é allasso, “mudar, fazer uma coisa cessar e outra para tomar o seu lugar, trocar uma coisa por outra”. A raça humana trocou a glória de Deus pelos ídolos. Esta última tomou o lugar da primeira. “Incorruptível” é aphthartos, “não é susceptível de corrupção ou decadência, imperecível”, em comparação aos ídolos feitos pelos homens que são passíveis de decadência e corrupção. Os homens trocaram a glória do Deus incorruptível por uma semelhança que consiste em uma imagem do homem corruptível. “Imagem” é eikon, “uma imagem derivada”, isto é, as imagens de homens e animais que os pagãos fizeram que são derivados dos originais. Observe a escala decrescente das coisas criadas, o homem, aves, quadrúpedes, serpentes. Vicente diz: “Divindades de forma humana prevaleciam na Grécia, as de forma bestial no Egito, e ambos os métodos de adoração eram praticadas em Roma. A adoração de serpentes era comum na Caldéia, e também no Egito..... Os sacerdotes de Isis acreditavam que as imagens de prata de serpentes mantidas em seu templo devia mover a cabeça para o suplicante.... As virgens eram encarregadas da assistência sobre uma serpente sagrada, e foram encarregadas de fornecer a sua mesa com as carnes em dias de festa.”




Tradução: Porque, conhecendo a Deus, não O glorificaram como Deus, nem foram gratos, mas tornaram-se fúteis em seus raciocínios, e havia escuridão em seus corações estúpidos. Afirmando-se sábios, eles tornaram-se tolos, e trocaram a glória do Deus incorruptível pela semelhança do homam corruptível e de aves e quadrupetes e de serpentes.


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Notas
[1] Em inglês.
[2] Uma palavra ofensiva, significando idiota.

Fonte: Wuest's Word Studies, de Kenneth S. Wuest, editado por Wm. B. Eerdmans Publishing Company; primeira edição (Junho de 1980)