Estudo das Palavras de M. Vincent: João 2:11-15

2:11 - Esse início
Ou, mas estritamente, esse como um início.

Dos milagres (σημειων)
Rev., corretamente, sinais. veja em Mat 11:20; veja em Mat 24:24. Esse ato não foi meramente um prodígio (τερας), nem uma maravilha (θαυμασιον), nem um poder (δυναμις), mas distintivamente um sinal, uma marca do poder e graça daquele que opera, e divino caráter. Portanto, enquadrasse perfeitamente com as palavras manifestou a Sua glória.

Creram nEle (επιστευσαν εις αυτον)
Veja em João 1:12. Literalmente, creram em.[1] Canon Westcott mais apropriadamente transmite a ideia de “a absoluta transferência de si mesmo para um outrem.”

2:12 - Ele desceu (κατεβη)
Cafarnaum ficava à beira do lago; Nazaré e Caná na parte superior.

2:13 - A páscoa dos Judeus
Sobre o uso que João faz do termo judeus, ver em João 1:19. Por isso, é usado aqui com uma sub-referência à religião nacional, que consistia em meras cerimônias. A mesma menção delineia as palavras em João 2:6, “de acordo com a forma de purificação dos judeus.” Somente João menciona esta primeira Páscoa do ministério de Cristo. Os Sinóticos não relacionam nenhum incidente do Seu ministério na Judéia, mas para a narrativa de João, não poderia ser positivamente afirmado que Jesus subiu a Jerusalém durante Sua vida pública até o momento de Sua prisão e crucificação.

2:14 - O templo (ιερω)
O cerco do templo: não o santuário (ναοξ). Veja em Mat 9:5; Veja em Mar 11:16.

Aqueles que vendiam (τους πωλουντας)
O artigo define-os como uma classe bem conhecida.

Cambiadores (κερματιστας)
Apenas aqui no Novo Testamento. O substantivo aparentado κερμα, dinheiro, que ocorre apenas em João 2:15, é de κειρω, cortar em pedaços, e significado, portanto, pequenas moedas; “pequena troca,” do qual os cambistas exigiriam uma grande parte. Portanto, cambistas significa estritamente pequenos  negociadores. Mateus e Marcos usam λυβιστης (Veja em João 2:15), de cujo significado é substancialmente o mesmo, desde que esteja relacionado com a negociação de pequenas moedas; mas com a diferença que κολλυβος, o substantivo do qual é derivado, cujo significado é uma moeda pequena, também é usado para denotar a taxa de câmbio. Esta última palavra, portanto, dá uma ideia do prémio em troca, que a palavra de João, aqui, não transmite. Os cambistas abriram suas barracas nas pequenas cidades do país um mês antes da festa. Na época da primeira chegada da Páscoa, os peregrinos em Jerusalém, as barracas do país eram fechadas, e os cambistas sentavam-se no templo (ver em Mat 17:24; ver no Mat 21:12; ver no Mar 11:15). A imagem de João deste incidente é mais gráfica e detalhada do que as dos Sinóticos, que apenas relata sumariamente a retirada dos comerciantes e a derrubada das mesas. Compare com Mat 21:12, 13; Mar 11:15-17; Luc 19:45, 46.

2:15 - Um azorrague (φραγελλιον)
Apenas aqui no Novo Testamento. Apenas João registra esse detalhe.

De pequenas cordas (εκ σχοινιων)
A Rev. omite pequena, mas a palavra é diminutiva de σχοινος, uma junco, e daí uma corda de junco trançado. A A.V é, portanto, estritamente literal. Heródoto diz que quando Creso sitiou Éfeso, os efésios fizeram uma oferta de sua cidade para Diana, esticando uma corda pequena (σχοινιον) a partir do muro da cidade para o templo da deusa, a uma distância de sete estádios (I., 26). O schoene era uma medida egípcia de comprimento, marcada por um corda de junco. Veja Heródoto, II. 6. Alguns encontram neste etimologia de skein.

Lançou fora (εξεβαλεν)
Literalmente, como a Rev., expulsou. Veja em Mat 10:34; veja em Mat 12:35; veja em Mar 1:12; veja em Tg 2:25.

Todos
Referindo-se aos animais. A A.V. faz referência aos comerciantes; mas a Rev., corretamente, “expulsou a todos - tanto ovelhas como bois.”

Dinheiro
Veja em João 2:14.

Mesas
Wyc., virou as mesas de cabeça para baixo. Veja em Luc 19:23.


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Notas
[1] Em inglês é literalmente crer dentro; a força da preposição [into]. N do T.


Fonte: Vincent's Word Studies, de Marvin R. Vincent, D.D. Baldwin Professor de Literatura Sagrada na Union Theological Seminary de Nova Iorque. (1886)